Who You Are – Continuação de Nightingale
O tempo passa e as crianças crescem.
Alex e Erika continuam juntas, formaram sua vida e família junto do pequeno Arthur, que já não é mais assim tão pequeno quanto Alex gostaria.
Ele foi criado desde bebê por duas mães, um “ambiente” não considerado adequado por muita gente. Mas que tipo de pessoa Arthur Stuarts Anderson se tornou?
Como um jovem de 17 anos lida com o fato de seus pais biológicos estarem mortos e ele nunca os ter conhecido? E com ter duas mães famosas em todo o mundo?
Bem, creio que devo começar por me apresentar. Meu nome é Arthur Stuarts Anderson, tenho 170cm de altura e 75Kg. Minha mãe sempre diz que eu ainda tenho dois anos para crescer e que nem deveria reclamar porque já sou alto o bastante. Eu não discordo realmente, mas gostaria de ser mais alto, entretanto ela tinha razão já que eu tenho apenas 17 anos. Também não era muito pesado mesmo tendo músculos bem definidos, o que eu também ouvia bastante que não era defeito. Eu até concordo que não era mesmo, minha mãe sempre me dizia que melhor do que um músculo grande era um músculo forte.
Ah sim. Acredito que eu tenha que explicar minhas ligações familiares também. Bom, minha mãe biológica morreu quando eu nasci e meu pai, bem, ele já tinha morrido há muito tempo. Eu nasci graças a um procedimento de inseminação artificial com sêmen deixado pelo meu pai antes dele falecer. Vocês devem estar se perguntando então: como eu tenho mãe? Afinal eu já citei elas acima.
Sim, elas. Eu tenho duas mães. Tecnicamente elas são minhas tias. Erika é a irmã mais nova do meu pai e Alex é a esposa dela. As duas me criaram desde sempre (apesar dos constantes protestos da minha avó paterna). O que posso dizer delas sem me alongar demais é que as amo incondicionalmente e, desde meus quatro anos, chamo as duas de mãe por escolha própria. Elas sempre me ensinaram a chama-las de tias e eu realmente aprendi a palavra tia antes de mãe, mas aos quatro anos eu comecei a entender realmente os significados das coisas e decidi que iria chamar ambas de mãe. Nessa idade eu já sabia de toda a minha história de vida, apesar de não entender tudo completamente.
Aos 5 anos nos mudamos para a Califórnia, para uma cidade próxima de Los Angeles onde minhas mães compraram uma grande casa. Quando digo grande quero dizer enorme, a casa tem três pisos, no térreo ficam sala, sala de jantar, cozinha, dois banheiros e uma biblioteca pequena que também funciona como escritório pra elas. No primeiro andar ficam os 5 quartos, sendo três suítes mais um banheiro comum. No segundo andar está uma mini academia com um tatame de 10x12m e alguns aparelhos de musculação, um banheiro/vestiário e a sala de jogos (exigência da Alex e que nós três aproveitamos bastante).
Quando fiz 6 anos elas me colocaram numa escola, eu já tinha frequentado algumas creches quando era menor, mas alguns contratempos fizeram minhas mães decidirem que eu ficaria sempre com uma delas até ter idade de ir para a escola. Foi nessa escola que eu conheci meu melhor amigo, James Hozter. Ele é um ano mais velho do que eu, foi adotado pelo senhor e a senhora Hozter, 56 e 51 anos, e perdeu um ano de estudos por conta de mudanças seguidas de escolas devido ao racismo que ele sofreu quando começou a estudar.
Os pais do James são ricos, tão ricos quanto minhas mães (talvez um pouco menos), a mãe dele cuida de uma floricultura hoje, mas porque adora isso e o pai dele é gerente geral de um banco além de investidor da bolsa de valores. Adotaram meu amigo quando ele tinha três anos, James é negro, de pele bem escura, cabelo e olhos também pretos. Eu o conheci quando ele, no primeiro dia de aula, foi cercado por três garotos mais velhos que a gente. Eles encostaram James num canto afastado do pátio e eu vi, fui até lá e cheguei quando os três começaram a empurrar o James. Empurrei um deles e puxei James pra fora da roda, depois disso começou uma briga.
Nossos pais foram chamados, assim como os dos três que brigaram com a gente. Senhora Hozter e Erika chegaram quase juntas e logo depois delas os pais dos outros três. Eu e James estávamos sentados numa fileira de bancos no corredor de frente para os três. Como nossas mães chegaram primeiro nós dois fomos levados pra dentro primeiro, eu tinha falado para James não dizer nada até nossas mães chegarem e ele me ouviu. Os outros três tinham contado que nós dois começamos a briga e nos acusaram, a versão deles parecia mais convincente já que os três estavam muito mais machucados do que James e eu.
La dentro eu contei tudo pra minha mãe, tudinho nos mínimos detalhes e o James confirmou. Nossas mães acreditaram na gente e, quando os pais dos outros três entraram e quiseram brigar com elas Erika se impôs e foi bem direta dizendo que os filhos deles além de covardes eram mentirosos já que eu nunca bateria em alguém sem um motivo. No fim os três ganharam uma suspensão de dois dias e nunca mais mexeram com a gente. Depois descobrimos que James morava a duas quadras da nossa casa e, desde esse dia, eu e ele somos amigos inseparáveis, mesmo durante as minhas mudanças de escolas que eram frequentes e nos fizeram ficar 6 anos sem estudarmos juntos.
Hoje James tem 18 anos, à cinco voltamos a estudar na mesma escola, ele tem 178cm de altura, pesa 82kg e é realmente enorme. Entrou no time de futebol americano da nossa escola no ano retrasado, assim que entramos no ensino médio. Aos 15, ele se sentiu confortável em ter uma conversa bem séria comigo, me contou que ele estava interessado em um rapaz e que estava com medo de ser gay. Eu fiquei uma semana falando com ele todos os dias explicando que isso não era nada ruim e que ele não tinha que ter medo disso, nem tinha que se definir tão rápido só porque estava interessado em um rapaz. Digamos que o fato de eu ter crescido com duas mães me fez entender muito desses assuntos.
Com a minha ajuda e das minhas mães ele conseguiu conversar com os pais que aceitaram ele completamente depois de um tempo, os dois tinham a mente muito aberta e pela convivência com minhas mães (senhora Hozter e Erika ficaram grandes amigas também) eles aprenderam a aceitar muito bem essa realidade. Hoje ele tem certeza de que não gosta de mulheres, até tentou ficar com algumas para ter certeza. Mas, fora nós, ninguém mais sabe disso e, depois que ele conseguiu entrar no time, meio que não tinha confiança de revelar isso pro mundo. Eu até poderia dizer que ele era covarde, mas eu entendia quais seriam as consequências dele admitir isso agora: o time não aceitaria e ele teria que sair. Afinal, o mundo não é justo e as pessoas são preconceituosas.
Enfim, acho que me desviei do assunto que era me apresentar. Bom, eu tenho os mesmos olhos azuis da minha mãe Erika, os mesmos olhos que também eram do meu pai, e os mesmos cabelos castanhos da minha mãe biológica, Elizabeth, entretanto, a cor se parece muito com o castanho do cabelo de Alex o que, por muito tempo, fez várias pessoas acreditarem que eu era mesmo filho das duas. Hoje Alex usa o cabelo quase todo platinado e colorido, geralmente azul e verde ou vermelho também, então essas comparações diminuíram muito, mas isso também aconteceu porque eu parei de aparecer na mídia em geral.
Agora acho que só falta falar um pouco das minhas mães. Erika Anderson-Lancaster é a lutadora de UFC que mais ganhou lutas na história, na verdade ela teve apenas uma derrota em toda a carreira e nem foi em uma luta oficial (o que faz com que apenas ela conte essa derrota). Ela ainda está lutando, mas já planeja se aposentar antes que eu complete 18. Hoje ela tem uma academia onde dá aulas de artes marciais mistas e prepara lutadores que querem tentar o UFC. Ela foi o grande motivo do UFC abrir a categoria Featherweight feminino (até 65,8 kg) permitindo que as mulheres mais pesadas tivessem sua chance. É nessa categoria que ela mantém o título de campeã a mais de 7 anos.
Alex Anderson-Lancaster é a vocalista de uma das bandas de maior sucesso dos últimos 10 anos. Tem nove CD’s gravados e com todos eles já ganharam disco de ouro, 4 ganharam disco de platina. O último single da banda ficou em primeiro lugar por mais de 16 semanas e ainda se mantém entre os 10 primeiros. Eles estão em pré-produção do décimo álbum e, por isso, ela anda ficando muito tempo em Los Angeles, na sede da gravadora.
Erika me ensina a lutar desde que eu tinha 4 anos, ela também me faz ter treinos físicos desde os 10 e, por isso, sou mais forte que James que é bem maior do que eu. Ela também é a responsável pela nossa dieta saudável e por manter Alex na linha. Com Alex eu aprendi a tocar violão e guitarra. É ela quem me dá dica com garotas, apesar de eu insistir que não preciso nem vou usar nenhuma delas. As duas me levam para a casa da minha avó, Judith, todas as férias e feriados prolongados, lá Erika me ensinou a cavalgar que é algo que eu amo fazer. Minha avó insiste que eu tenho que escolher algum curso que me permita administrar melhor a fazenda, Erika e Alex me dizem que eu devo fazer o que eu quiser fazer e que vão me apoiar em qualquer escolha que eu faça. Eu já sei o que quero fazer da minha vida, mas não digo nada para ninguém, nem direi ainda.
Bom, acho que só falta falar da minha vida amorosa. Então, ela simplesmente não existe. Eu gosto de ser discreto, e sempre notei como a fama das minhas mães parecia atrair gente ruim interessada apenas no status ou no dinheiro delas. Bem lembrado, ninguém que me conhece, além do James, sabe quem são minhas mães, na verdade ninguém sabe nada da minha família fora o meu amigo que também não conta a ninguém. Na escola eu prefiro manter distância de todos, até porque eu sou visto como o típico nerd chato e desinteressante. Uso camisas de manga comprida na maioria dos dias e estou sempre de óculos apesar de poder usar lentes. Tenho miopia leve com 0,03 no olho direito e 0,11 no olho esquerdo.
Todos me veem como o nerd da turma e nerd’s não tem músculos. A auto sugestão que meus colegas impõem a si mesmos faz com que nenhum deles me note de forma diferente, mesmo quando eu coloco roupas de manga curta, mas eu sempre estou com algo um número maior para não chamar atenção mesmo. Vejam, é muito mais simples pra mim que ninguém me note, então prefiro assim. Eu sou inteligente e tenho facilidade em aprender qualquer matéria, então é fácil ser sempre o primeiro da turma e ser tratado como o carinha de óculos. Para minha sorte James é parte do time de Futebol e todos sabem que sou amigo dele, então os ‘valentões’ costumam não me provocar muito sabendo que podem irritar James. Claro que eu poderia me virar muito bem com todos eles, mas para não chamar atenção eu deixo o James assustá-los sozinho.
N/A: Demorei mais cheguei! As atualizações serão feitas duas vezes por semana, espero que até eu chegar aos últimos capítulos prontos já tenha conseguido a voltar a escrever Who You Are. Sei que revisar para atualizar aqui vai me ajudar a escrever =] .
Bjinhos e até o próximo
;]
Wow, Alini! Você postou a continuação!
Tô mega entusiasmada!
Muito obrigada, moça! Amei ver a história aqui!
Beijão e abração!
Eu finalmente trouxe ela para o Lesword *-*
Estou aproveitando para revisar os capítulos =]
Abraços
;]