Vontade Ferrenha.

Capítulo 15

Valentina permaneceu muda olhando para Layse sem saber o que dizer. Sentia que precisava falar alguma coisa. Então viu Layse erguendo o tronco, detendo-o assim apoiado sobre os cotovelos, enquanto ela sustentava seus olhos.

– Você ouviu o que eu te disse?

– Ouvi sim, Layse.

– Não vai falar nada?

– Layse? Eu pensei que você tivesse percebido que nós estamos apenas ficando.

Layse deu um sorriso sem graça acrescentando:

– Pelo jeito sentimentos não fazem parte das suas ficadas.

– Não é nada disto, estou falando sobre nós. As vezes que fiquei com outras mulheres não tem nada a ver.

– Logicamente que não tem.

Layse admitiu sentando e abraçando os joelhos, desalentada.

– Layse? Só estou sendo sincera. Não precisa ficar assim. Olha só para você ver, nós estamos tão bem. É que certas coisas ditas no clamor do sexo não passam de palavras.

– Palavras?

Layse questionou sem conseguir esconder sua surpresa.

– Sim, palavras. Você me entendeu.

– Palavras vazias você quis dizer. Entendi sim.

– Você não queria ficar? Estamos ficando. Vamos aproveitar estes momentos sem complicar as coisas.

– Para você é só isto, momentos?

Dados da autora: Acho que a Layse ainda não se deu conta de que “a vida é feita de momentos.”

– Não leve tudo ao pé da letra. Você é especial demais para mim, sempre foi. Não faz ideia como ter você está me deixando emocionada. Mesmo que não se desse de presente a mim, você sempre foi um presente na minha vida. Agora me dá um beijo, porque não consigo parar de te querer.

Layse voltou-se mergulhando a boca na dela. Depois do beijo delicioso, pediu entre os lábios dela:

– Podemos tomar um banho? Quero te chupar fresquinha.

– Claro, vem comigo.

Sempre que Layse foi a casa de Valentina quando era criança, usou aquele banheiro. Quando entraram e viu a imensa banheira, recordou do quanto desejou tomar banho nela. Lembrou-se de algo que Clarice lhe disse um dia quando deixavam a igreja, após a missa enquanto Valentina preparava a banheira para o banho delas:

“Nunca desista dos seus sonhos. Nem quando eles te parecerem totalmente impossíveis. Um dia quando estiver ocupada demais para recordá-los, será ai que irão começar a se realizar. Tudo que tem de ser tem muita força.”

Valentina sorriu voltando-se para ela, percebendo seu ar distraído:

– Estou enchendo a banheira, mas se preferir uma chuveirada…

– Oh, não! Prefiro a banheira.

Layse olhou para a porta neste instante, comentando:

– Vai ser complicado se o seu pai aparecer agora.

– Relaxa. Quando papai vai jogar não volta para dormir em casa.

– Não sabia que ele era tão viciado em jogo.

– Não é. Depois do jogo ele se diverte.

– Diverte? Ah, tá!

– Ele se encontra com uma mulher. Leva para jantar, depois faz umas bagunças. Você sabe.

– Sei de nada não, Valentina. Tá falando que o seu pai faz bagunça depois do jantar? To besta! Ele sempre me pareceu tão sério. Faço ideia como o restaurante deve ficar.

– Aí, meu Deus! Você é muito fofa. Hahahahaha, agora me matou de rir. Não é este tipo de bagunça. Eu quis dizer que depois ele vai transar, bobinha.

– Ah, nooooooooooo! Seu pai? Nunca que pensei numa coisa destas. Também eu não fico imaginando se as pessoas fazem sexo.

– Segundo eu sei o povo fala até disto. Nunca ouviu nenhum boato? Nesta cidade falam até dos cupins que tem nos móveis dos outros.

Valentina comentou enquanto jogava sais de banho na água da banheira.

– Escuto tantas coisas, mas não dou confiança. Nunca fui de alimentar boatos. Mas se o padrinho vive a vida dele eu fico feliz de saber. Ele é muito bonitão.

– É sim, nisto eu o puxei.

Valentina respondeu piscando para ela.

– Você é muito convencida. Sempre te achei de nariz em pé.

– Eu de nariz em pé, Layse? Aff… Não sei com que olhos você me via, mas me julga mal. Não estou aqui com você?

– Está e abaixou o nariz. Assim é que é bom. Tem muitas mulheres metidas nesta cidade, sabia?

– É mesmo?

– Hum, tem sim.

– De nariz em pé como eu?

Valentina começou a rir da cara que Layse fez.

– Muito mais empinados do que o seu.

– Vem, entra na banheira comigo.

– Claro.

Layse entrou amando a temperatura da água. Deslizou o corpo inteiro nela, sentando depois dando um sorriso delicioso enquanto a água escorria dos seus cabelos.

– Que delícia de banheira!

– Adoro essa banheira.

Valentina respondeu puxando Layse, beijando os lábios dela.

– A água está boa, né?

– Boa demais, tão boa quanto você.

– É? Então me diz uma coisa. Como que sabe que tem outras mulheres de nariz em pé? Você fica flertando com elas?

– Eu? Tá doida, Valentina! Não flerto com ninguém, só tenho olhos na cara. Eu vejo, uai! É cada uma mais fresca do que a outra. Credo!

– E você não se imagina pegando uma delas para quebrar a crista na cama?

– Imagino sim, imaginei pegar você e quebrar a sua crista. Não sou boba nem nada. Hahahahaha.

– Safada. Hahahahaha…

– Uai, Clarice sempre diz que tudo é questão de tempo. Tempo e paciência. Ter paciência é que é difícil. Tinha alguns dias que ficava me olhando no espelho, me perguntando onde que conseguia buscar tanta paciência.

– Também já fiz isto, mas sou realmente muito paciente. Claro, tem dia que parece que é brincadeira. Tenho a sensação que Deus está me testando.

– Testando por quê?

– Estou me referindo ao dia a dia no hospital. Ter de lidar com o desespero das pessoas diante da perda não é nada simples. Já é muito complicado quando o paciente está em tratamento, se morre, é um Deus nos acuda. Cada dia mais, eu percebo que as pessoas não estão preparadas para aceitar o momento final. No mês passado uma mãe me agrediu quando informei que o filho dela faleceu.

– E foi?

– Sim. No desespero, ela começou a me dar tapas e socos. Dei sorte que tinha um médico comigo. Foi ele que a tirou de cima de mim.

– Você apanhou sem reagir?

– Lógico, era uma mãe desesperada descontando a sua dor em mim. Fiquei com marcas no rosto por alguns dias. O curioso é que sempre que chegava para trabalhar, via no olhar de cada um dos meus colegas uma espécie de consternação. Os olhares falavam, mas ninguém comentava nada. A dor dentro daquele hospital é sempre silenciosa.

– Poxa, deve ser assim em todos. Eu acho, sei lá. Perder um filho não deve ser fácil.

– Nossa! Daquela mãe, acredito que foi muito pior. Ela estava atravessando a rua com o filho e num descuido ele soltou-se da mão dela e foi atropelado. A culpa não era minha, mas foi em mim que ela descontou. O menino teve traumatismo craniano ao ser atirado longe por uma moto. Não tinha mesmo como sobreviver.

– Coitadinho.

– Também senti muita pena dela. Já conheci muitas pessoas e observo cada vez mais como elas optam por colocar a culpa dos seus erros nos outros. Eu compreendo que admitir erros é doloroso, muitas vezes até vergonhoso, claro que é. Confesso para você que cometo erros e não são poucos. Por isto que às vezes fico me perguntado se Deus não estará me testando. Os meus limites nos silêncios que sou obrigada a fazer em certos momentos no trabalho, nas minhas relações pessoais. Testando a minha tenacidade de passar por tudo sem gritar, sem espernear, sem jogar tudo para o alto. Tem alguns dias na minha vida, que só quero chegar em casa, me jogar na cama e dormir para ver se tudo passa depressa.

– Não acho que Deus seja assim. Não acredito que ele nos teste. Se você escolheu ser médica, não vai ver muitas pessoas felizes no seu trabalho. O que vai ver na maioria das vezes será sofrimento e dor. Vai ter que se acostumar com isto.  

– Tem razão.

Valentina sorriu pegando a mão dela.

– Não imaginei que poderia falar sobre o meu trabalho com você, sem que achasse um assunto chato.

– Porque não poderia falar sobre isto comigo?

– As mulheres com as quais me relacionei até aqui, tinham preguiça de ouvir sobre a minha rotina no hospital. Você é muito querida.

– Uai, eu adoro te ouvir. O assunto não me importa. Amo o som da sua voz. Me interessa tudo sobre você.

– Adoro os seus elogios. Quer que eu lave os seus cabelos?

– Se quiser lavar.

– Vamos curtir um pouco a banheira, depois lavo de baixo do chuveiro. Estou doida para te sentir.

– É?

Layse sorriu entreabrindo as pernas.

– Pode sentir. Também quero te sentir.

– Então vira e se encosta-se a mim.

Layse virou o corpo colando as costas nos seios dela. Valentina beijou a orelha dela.

– Aiiii… Que delícia…

Layse comentou vibrando excitada.

Valentina deslizou a língua pela orelha, rodeando-a inteira. Enfiou a língua sensualmente na orelha sussurrando baixinho:

– Você me deixa louca. Só de te olhar fico toda molhada. Ter você toda entregue faz o meu corpo vibrar. Você me enlouquece. Fico querendo te comer o tempo todo.

– Também quero te comer o tempo todo, Valentina.

– Adoro quando fala assim.

Valentina mordiscou a orelha descendo a boca pelo pescoço depositando pequenos beijos pela pele. A mão chegou ao meio das pernas de Layse tocando a buceta.

– Aii, essa sua buceta é o caminho da minha perdição.

– É? E quando você for embora, como vai viver sem ela?

Layse perguntou dando uma rebolada para provocá-la.

– Não faço ideia. Só me sinta dentro de você.

– Ah…

Layse deitou a cabeça sobre o ombro dela relaxando o corpo, enquanto os dedos de Valentina entravam e saiam da buceta.

– Gostosa… Que delícia te tocar assim.

Sussurrou no ouvido de Layse.

– Aiiiii… Geme no meu ouvido…

Valentina gemeu no ouvido dela, colando a boca contra ele. Passou a língua novamente arrepiando o corpo de Layse completamente.

– Isto me mata de prazer…

– Vou te fazer gozar ouvindo meus gemidos.

– Aiiii, eu quero…

– Fico louca sentindo seu clitóris durinho deste jeito. Tremo de vontade de chupá-lo.

– Vou te deixar chupar… Aiiiiiiiii…

– Da para mim. Goza gostoso…

– Faz só mais um pouco, estou amando assim…

– Safadinha, tentação, delicinha… Aiiii, que tesão…

– Haiiiiiiii…

– Isto, deixa vir, deixa…

– Aiiii… Deixo… Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa…

Valentina enlaçou o corpo de Layse inclinando o rosto até roçar seus lábios. Layse voltou o corpo de frente para o dela beijando-a apaixonada. Desceu a mão buscando a buceta que não via a hora de possuir.

– Ah… Enlouqueço quando entro em você, Valentina. O que fez comigo? Porque fico neste estado quando te possuo? Tenho uma tara em você que nem sei o que pensar.

– Estou amando essa sua tara por mim. Pode se aproveitar de mim, também me sinto assim. Eu te quero demais. Aiiiii me come gostoso… Ai, Layse…

– Como minha putinha…

– Sou putinha sim… Ai meu Deus! Ooooo…

– Toma…

Layse a comia com fome, vendo a expressão de prazer do seu rosto. Colocou um dedo na boca dela, sentindo Valentina o chupando alucinada. Olhavam-se enquanto Layse aumentava o ritmo dentro da buceta.

– Adoro fuder sua buceta…

– Descarada… Safada… Delíciaaaa… Ahaaaa…

– Vai gozar para mim agora.

Layse falou descendo a outra mão. Essa passou a acariciar o clitóris enquanto a outra continuava entrando e saindo da buceta.

– Aiiiiiiiiii…

– Isto, geme… Me morde, me arranha, me dá, fala que é minha.

– Sou sua… Ooooo… Layse…

– Goza… Putinha…

– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…

Valentina tombou a cabeça encostando-a na de Layse. Esperou alguns segundos até recuperar o fôlego, para revelar baixo:

– Você acaba comigo. Nossa, minhas pernas ficaram bambas agora.

– Então descansa, porque ainda nem fizemos um 69, mas eu quero.

Valentina a olhou começando a rir.

– Eu também quero, só espera um pouco. Ainda quero lavar os seus cabelos.

Layse falou acariciando a face dela.

– Tá bem. Vou ter tantos momentos para me lembrar de nós. O seu rosto fica tão lindo quando está gozando, Valentina. Seus olhos são a coisa mais linda do mundo.

– Está tentando me conquistar, não está, Layse?

– Não sei. Acha que estou?

– Acho sim.

– Se estiver, será que tenho alguma chance?

– Talvez. Nunca se sabe.

Valentina respondeu beijando-a longamente.

Continua…



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