Valência

Capítulo 10 – Por quê?

Eu tinha uma entrega inusitada para fazer na manhã seguinte. O clube faria aniversário no sábado e o bistrô de Lúcia fechara um contrato para promover um buffet de gala. Ela me acionou para entregar vários tipos de verduras, legumes, condimentos e a maioria do que precisaria para realizar o evento. Eu havia sido convidada para a recepção, por integrar o corpo de professores, mas a verdade é que não gostava desse tipo de festa. Talvez um ranço ou trauma da época em que morava com meu avô. De qualquer forma, teria que ir, pois não pegaria bem que faltasse nessa comemoração. 

Os dias foram passando e voltei a ficar apreensiva, pois mesmo nos outros dias de aulas que dei na parte da manhã, Eva não foi, comparecendo só às aulas da noite. Eu tinha muitos alunos neste horário e, incrivelmente, diferente de todas as semanas anteriores, não consegui encontrá-la. Quando terminava minha aula, Eva já havia saído.

Sábado, fiquei às voltas com cabeleireiro, compras de vestido e sandálias de última hora, manicure e todas estas frescuras que antecedem um evento como este. Na entrega que fiz, Paco que havia recebido os mantimentos; não via Lúcia há dois dias. Na certa, estaria trabalhando para que a recepção acontecesse com perfeição.

Eu terminei de me arrumar e olhei através da porta da sacada de meu quarto. A noite havia caído e eu nem me dera conta. Em Valência, anoitecia tarde, mesmo no outono. Bom, pelo menos tarde para nós, brasileiros do Rio de Janeiro, acostumados a ver a noite chegar às seis e meia da tarde nessa época. Passava das nove horas da noite e estava começando a me atrasar. Peguei a chave do meu carro e desci. Saltos altos nunca foram meus calçados preferidos e me sentia um “ET” andando naquilo, apesar de, eventualmente, usar por acha-los bonitos e elegantes. O vestido nem pensei muito, quando vi este na vitrine. Preto básico justo, com corte em “V” nas costas sempre é uma boa opção.

Quando cheguei ao salão nobre do clube, passeei os olhos pelo ambiente, tentando divisar alguém conhecido. Vi, conversando num pequeno grupo, Pepa, Eduardo e Lito. Resolvi que seria lá o meu porto seguro. Nada como, em lugares e festas como este, a gente aportar em algum grupo em que nos sentimos íntimos.

– Olá! Estão lindos! – Falei.

– Nossa, Olívia! Você está maravilhosa! Muito diferente!

Eduardo falou, acredito que por todos, pois a cara de eto deles foi terrível. Sabe aquela coisa de você ser o foco e ficar muito envergonhada? Era eu, recebendo os abraços e beijos de todos.

– Você quer dizer que ela tá gostosa, né, Eduardo?

Pepa falou, rindo da cara de Eduardo e Lito, fazendo com que eu me sentisse mais encabulada ainda. Eles começaram a mexer comigo, vendo que eu estava tímida.

– Olha, se eu te encontrasse na noitada, passava o rodo! – Sacaneou Lito, recebendo, logo em seguida, um tapa de Pepa.

– Pois se eu te encontrasse na noitada e estivesse vestida assim, nem olharia para um pirralho como você! – Retruquei, fazendo Eduardo e Pepa implicarem com ele.

– Ô, toco, einh?!

E a noite começou descontraída, fazendo com que a minha tensão inicial se dispersasse. Tomei três taças de espumante e fui abordada por um dos diretores.

– Boa noite, Olívia. Você está linda!

Basta você sair da calça e tênis do dia-a-dia, que as pessoas acham você de outro mundo.

– Boa noite, Ramon! Obrigada. – Respondi com um sorriso de “Monalisa”.

Ele me apresentou alguns sócios. Uns sorrindo à toa, outros com uma cara de “não quero me misturar com essa “espécie””. Agradeci mentalmente que eu lidava apenas com Ramon, e este, era sempre simpático comigo. Senti como se estivessem me avaliando, como uma das mercadorias que eu tinha exposta nas prateleiras da minha “tienda”. Levei a flûte de espumante à boca, para não precisar interagir muito, naquele momento, e olhei ao redor. Um par de olhos me mirava atento. A geleira que o olhar de Eva carregava fez meu coração doer. Por que ela tinha ficado tão mexida com a questão de Lúcia estar no meu apartamento? Ela não podia me cobrar nada. Foi ela que me dispensou na maior cara de pau.

Não adiantava meu cérebro conjecturar coisas e tentar arranjar alguma razão. O fato é que aquele olhar me doía. Ela se encontrava cercada de homens e mulheres vestidos elegantemente alinhados. Eva estava lindíssima. – “Merda! O que essa mulher tem de diferente que me atrai tanto?” – Pensei. Tentava arrumar razões para não me envolver com ela, no entanto meus pensamentos me traíam. Bastava eu permanecer calada, que eles voavam sempre na direção daquela mulher. O tal homem feio, que um dia vi com ela no bistrô de Lúcia, estava ao lado dela e com uma das mãos ridículas no ombro de Eva. Meu sangue borbulhou e virei de costas. A minha noite estava descambando para algo desagradável. Não importava os canapés e a boa bebida, se tudo começava a seguir para um lado que me incomodava, terrivelmente.

– Lito, a Lúcia está aí?

– Está sim, Olívia. Eu a vi próximo a mesa do buffet, no outro salão.

– Vou falar com ela. Não a vejo há dois dias.

– Vai lá.

Caminhei, atravessando o salão e com a sensação de que estava sendo olhada por todos. Sabia que alguns daqueles sócios achavam que eu não deveria estar no meio deles. Quando atravessei o grande portal que dividia os dois salões de paredes de pedra, comecei a procurar minha amiga. A mesa estava divinamente ornamentada e ali repousavam vários tipos de comidas, separadas por especialidades. Pequenas tigelas individuais com os mais variados quitutes gourmet. Os garçons circulavam com as bebidas, em meio aos convivas. Reparei quando Lúcia entrou por uma porta lateral, orientando uma moça no que ela deveria substituir da mesa. Fui em direção à ela, caminhando calmamente. Ela me viu e sorriu vindo ao meu encontro.

– Olívia! – Me deu dois beijos. – Você devia se arrumar mais vezes desse jeito. Está maravilhosa!

– Ah, para, Lúcia! Até você?

Ela riu e se curvou, aproximando os lábios de meu ouvido, falando baixo.

– Se prepara. Sua amada está vindo direto para nós e a cara não está muito boa.

Gelei diante do que a Lúcia havia falado. Não me movi e nem olhei para trás, esperando a aproximação. Lúcia permaneceu de frente para mim e começou uma conversação que parecia coisa de maluco, diante do que acabara de me falar.

– Obrigada, Olívia. Comecei a planejar a recepção desde que fui contatada pelo clube.  Que bom que apreciou.

Ela estreitou os olhos, para que eu desse continuidade a conversa e não parecer idiota.

– Ah, sim! Gostei muito mesmo. Tudo está delicioso.

Respondi como uma idiota, sentindo Eva se aproximar e se colocar ao meu lado.

– A Olívia tem razão. Vim parabeniza-la. Tudo está excelente. Desde a decoração, até a escolha do que está sendo servido.

Olhei para Eva e dava para ver que o sorriso que mantinha no rosto era forçado.

– Muito obrigada, senhora Gallardo. Vindo de alguém, cujo bom gosto é comentado por toda a cidade, é um grande elogio. – Devolveu Lúcia, cínica.

– Poderia dispensar a Olívia um minuto? Eu gostaria de conversar com ela em particular.

– Claro! Fiquem à vontade. Com licença. – Lúcia se retirou.

– Pode vir comigo um momento, Olívia?

Falando isso, Eva se voltou e caminhou, não me deixando alternativa a não ser segui-la. Não sabia para onde ela estava indo e quando chegamos numa parte do salão, ela abriu uma porta lateral e esperou que eu passasse para fechá-la, atrás de nós. Sem falar nada, continuou seguindo por um corredor largo, cujas paredes eram enfeitadas com quadros de moldura antiga. Armaduras montadas pareciam fazer a segurança do corredor. Parou de frente a uma porta e retirou uma chave da pequena carteira de mão que trazia consigo. Colocou na fechadura, abrindo a porta.

– Eva…

– Entre, Olívia.

Seu tom era autoritário. Não gostei, nem um pouco, mas não queria chamar atenção. Se brigássemos lá, provavelmente, quem seria tachada de barraqueira, seria eu. Entrei e ela fechou a porta. A sala não era muito grande. As noites já estavam frias e havia uma lareira ardendo no canto, trazendo um ar bucólico e aquecendo o ambiente. Eu não conhecia todas as dependências da sede do clube e logo, aquela área não era familiar a mim.

— Você é tudo que imaginei sobre você, Olívia. – Ela falou com o tom de voz alterado.

— O que você imaginou de mim? O que quer dizer com isso, Eva? Você está louca?!

Meu tom de voz também saiu alterado. Não acreditava que alguém pudesse nos ouvir com a espessura que aquelas paredes e porta tinham. Caí numa cilada e vi que a minha razão era embotada pelo que sentia por ela. Eu deveria ter imaginado o que Eva pretendia, no momento que nos abordou no salão.

– Você é uma vadia! Fala que não tem nada com aquela mulher, mas está sempre às voltas com ela!

Eu parei minha mão a centímetros do rosto dela. Meu corpo tremia por estar controlando a vontade que tive de esbofeteá-la. Meu sangue ferveu. Odiava xingamentos e nunca permiti que alguém falasse daquele jeito comigo, depois de meu avô.

— A nossa relação de cordialidade e seja lá o que tivemos, termina aqui, Eva! Infelizmente, você é uma pessoa amarga e se prende a esse mundinho que circula em volta. Se você não sabe o que quer, me libera. Se acha isto de mim, fique com sua certeza. Não me procure mais, Eva. Não sou sua boneca erótica que quando está com vontade, tira do armário, usa e depois guarda.

Virei-me para sair daquele lugar, antes que alguém nos pegasse numa discussão insana. Não sabia que sala era aquela e se mais alguém tinha acesso. Ela agarrou meu braço e vi o movimento de sua outra mão, vindo em direção a meu rosto. No reflexo, segurei-a.

– Nunca mais se atreva a me agredir, seja verbal ou fisicamente. Não tolero qualquer tipo de agressão, já disse! Uma vez deixei passar, quando fui treinar Pepa na sua casa. Deus sabe o quanto me controlei e o que fiz para me acalmar, naquele dia! – Gritei com meu rosto colado ao dela. – Se quer preservar o pouco de respeito que ainda tenho por você, se afaste de mim!

Puxei meu braço e a empurrei. Sai, caminhando rápido para fora e segui em uma direção qualquer, tentando achar uma saída. Ainda escutei Lúcia me chamar, mas meu sangue fervia, o que me impediu de parar o passo, que me levava para longe dali. As lágrimas que segurava, enquanto estava dentro da sede do clube, deixei que viessem e corressem frouxas por meu rosto, assim que coloquei os pés do lado de fora.

– Nunca mais! Nunca mais ninguém vai encostar um dedo em mim! – Esbravejei.

****

Eva permaneceu na sala e deixou seu corpo cair numa poltrona ao lado da lareira. As lágrimas corriam por seu rosto incontidas, da mesma forma que as minhas, mas eu já estava longe dali, àquela altura.  Ela não entendia porque havia feito aquilo e por que se sentia tão vulnerável, quando me via junto a Lúcia. Depois de tantos anos, achava que tinha encontrado um ponto de equilíbrio para o que trazia dentro de si. Acreditava que tinha descoberto uma solução para levar sua vida, sem que ficasse exposta. Ficara claro na noite que passara no iate, junto a Serena, que havia se enganado. Levantou-se, enxugou o rosto com um lenço de papel, que pegou numa caixinha em cima de uma mesa. Abriu uma gaveta, retirando um espelho e um pequeno estojo de maquiagem. Retocou-se, agindo automaticamente. Olhou em torno, vendo a sala que era destinada a ela no clube por ser do conselho. Não reconhecia mais aquele espaço como algo importante. Seu coração estava estrangulado e a angústia constante que passou a acompanha-la, depois que fez amor comigo na outra noite, se acentuava de forma avassaladora.

Saiu em direção contrária ao salão da recepção, descendo por escadas que a levaram para a área externa. Não queria encontrar com qualquer pessoa. Seguiu em direção ao estacionamento, pediu ao manobrista para pegar seu carro. Pegou o celular, ligou para a filha.

– Mãe! Onde a senhora está? Estão perguntando pela senhora.

– Estou indo para casa, Pepa. Não estou me sentindo muito bem. Diga que recebi um telefonema de casa, por conta do estado de saúde de seu avô. Assim ninguém se incomodará com a minha saída.

– Mas a senhora está bem? O que a senhora está sentindo?

– Nada demais, não se preocupe. É só o cansaço destes dias que foram agitados. Só queria ir embora mais cedo e se falasse com alguém, não me deixariam sair.

– Tá legal. Pode deixar que falo que vovô estava precisando da senhora, então.

Eva sorriu. Ela estava reencontrando o companheirismo da filha que ficara abalado durante uns meses.

– Obrigada, filha, e divirta-se, mas não chegue muito tarde e venha com o chofer, mesmo que o seu namorado queira trazê-la. Vi que ele estava bebendo. Não tem necessidade de se colocarem em risco.

– Tá bem, mãe. Tá bem. Tchau!

Eva escutou a ligação ser interrompida. Balançou a cabeça em negativa, com um leve sorriso nos lábios, pelo temperamento imediatista da filha adolescente. Dirigiu a esmo e quando se deu conta, estava distante, na orla da cidade. Estacionou o carro e andou pelo calçadão. Sentou em um banco e ficou olhando o mar que era iluminado apenas pela luz tênue da lua e alguns postes. Pensou na noite que fez amor com Olívia. Seu corpo reagia na mesma proporção que seu peito se afogava nas ondas da angústia, pelo que trazia dentro de si e o que pensava que nunca poderia viver. Inspirou o ar da noite e se levantou. Nada adiantava ficar ali.

Chegou a granja “Tierra Roja” e parou o carro na frente da casa principal. Um rapaz veio ao seu encontro, pegar o carro para estacionar e lhe dar a notícia que “a moça do outro dia” estava esperando a sua chegada.

– Moça do outro dia? De quem está falando, Carlos?

– A moça que é dona da tienda “Frescor de los grelos”. Ela disse que a senhora deveria demorar um pouco, mas precisava lhe falar e Ramirez a conduziu para a sala de visitas.

– Fale para ninguém nos incomodar, Carlos. Tenho assuntos a tratar com ela.

– Quer que chame Ramirez?

– Não, Carlos. Ninguém deve nos incomodar, entendeu? – Eva foi imperativa.

– Sim, senhora.

Eva subiu as escadas ganhando a varanda rápido e invadindo a própria casa, como se sua vida estivesse em perigo iminente. Atravessou o salão de estar, chegando à porta que conduzia para a sala de visitas. Parou com a mão na maçaneta, respirando com dificuldade. Seu coração estava disparado e sua cabeça em um turbilhão, tentando imaginar o que eu fazia ali em sua casa. Inconscientemente, ajeitou o vestido e aprumou a postura.  Girou a maçaneta e entrou, vasculhando o ambiente com o olhar. Eu estava de costas, olhando através da vidraça da porta, que dava para a varanda, dando a oportunidade dela reparar o decote em “V” que se estendia até a base da minha coluna. A confusão de sentimentos que ela experimentava, perturbava-a. – “Deus! Eu não posso deixar que isso que estou sentindo por ela me domine.” – Eva pensou.

– O que faz aqui, Olivia?

Perguntou firme, contendo suas emoções. Eu permaneci de costas, perdida na paisagem que a iluminação da propriedade mostrava. A granja era toda iluminada ao longo do jardim e nas curvas das pequenas estradas, que levavam até onde os olhos conseguiam enxergar, do haras e da vinícola.

– Eu quero entender por quê? – Perguntei.

– Por que, o quê? – Perguntou-me, sem compreender onde eu queria chegar.

– Por que uma hora parece que você sente algo por mim para, logo depois, jogar no ralo os raros momentos bons que passamos juntas? Por que, Eva?! – Virei de frente para ela. – Aquele dia que saí daqui, me tratou como se eu fosse alguém inconveniente e que deveria se livrar. Depois, foi à noite até minha casa e me falou loucuras sobre algo que imagina de mim e Lúcia. Sumiu e, hoje, me arrasta para uma sala para me agredir. Por que, Eva? Você me deve ao menos uma explicação.

– Não tem explicação, Olívia. Por favor, vá embora! – Eva começou a se alterar.

– Não, eu não vou embora! Eu nunca quebrei nenhuma promessa que já fiz para mim mesma e, por sua causa, estou abrindo concessões que nunca imaginei que faria. O mínimo que você pode fazer, Eva, é conversar comigo como adulta e não me tratar como uma trepada de uma noite! – Me exaltei.

– Olívia, por favor, fale baixo! – Seu tom era abafado e seus olhos transmitiam desespero. – Venha! – Falou autoritária.

– Eu não vou a lugar nenhum…

– Me acompanha e eu converso com você! – Ordenou.

Saiu da sala. Eu somente pensava no que fui fazer naquela casa, indo atrás de uma mulher que tinha as atitudes mais contraditórias que já conheci. Eu a segui pela sala e depois um corredor. Chegou a uma porta e a abriu. Entramos em uma sala que parecia um misto de escritório e biblioteca. Ela trancou a porta atrás de nós, puxando uma trava de ferro e sem nada falar, se dirigiu a uma segunda porta, que se posicionava atrás de uma mesa, entre estantes de livros. Abriu a porta e esperou que eu passasse para logo em seguida, trancá-la também.

Olhei o ambiente e parecia que havia refrigeração, pois estava frio lá dentro. Era uma sala sem janelas, com uma iluminação indireta. Havia um sofá grande, de aparência confortável em couro branco, uma mesinha de centro e poltronas, também em couro no mesmo tom que o sofá. Outra mesa lateral com uma cadeira, luminárias de foco que ladeavam cada poltrona e mais estantes com livros na parede de fundo, transmitiam a ideia de que aquela sala seria para leitura, ou estudo. Imediatamente, percebi a intenção de Eva.

– Eu não acredito que me trouxe para cá, com medo de que as pessoas da casa nos escutem!

– Já estávamos nos alterando lá dentro! Será que você não enxerga a minha situação? Meu pai está acamado, mas está consciente e existem todos os empregados da casa e da granja que moram aqui!

Eu estava olhando-a incrédula do que escutava.

– Você realmente acredita que eu vim aqui para fazer um escândalo, não é?!

Quando perguntei, meus olhos deviam transmitir decepção, pois ela se aproximou, rápido, enquanto eu me voltava para sair dali. Eva segurou meu braço, o que me fez entrar em alerta, na expectativa que ela pudesse me agredir novamente. Tracionei meu braço e ela segurou com mais força.

– Olívia, para. Tenta me entender.

Voltei o passo e me vi sendo beijada com paixão. A mulher só podia ser louca e, eu mais ainda, por não resistir àquele apelo. Tentei me desvencilhar, pois a discussão entre nós, ainda estava viva em meu peito.

– Para, Eva. Eu quero conversar com você. Quero entender o que está acontecendo entre nós. 



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