Carmem não soube como saiu daquele prédio e muito menos como voltou para casa tamanha à perturbação que sentia. Diante da porta, agarrou-se a maçaneta respirando profundamente antes de entrar. Precisava se controlar para encarar a sua família.

Algum tempo depois, refeita, entrou deparando-se com a mãe e os dois irmãos reunidos na sala. Ergueram-se ao mesmo tempo olhando-a apreensivos.

Foi a mãe que a questionou agitada:

        – Então filha, conseguiu entrar em um acordo?

Olhou para os três com um sorriso afetuoso.

        – Sim, está tudo resolvido.

Explodiram numa alegria contagiante, alegria que Carmem não compartilhava por ter a sensação de estar vivendo algo que ultrapassava sua compreensão.

Ricardo correu para buscar uma garrafa de champanhe, a última que restou e por ser a última não se atreveram a abri-la antes. Laura pulou nos seus braços cobrindo o rosto dela de beijos. A mãe abraçou-a aliviada.

Comemoram e jantaram numa euforia que fez Carmem sentir-se aliviada por vê-los tão felizes. Depois que os irmãos subiram para os seus quartos, a mãe a encarou perguntando curiosa.

        – Como você conseguiu tamanho milagre?

        – Ela me recebeu pessoalmente.

        – Então ela simplesmente decidiu esperar pelos dois anos que lhe pediu de prazo?

        – Não, não é tão simples assim. Ela vai pagar todas as nossas dívidas, vai também dar dinheiro para que eu possa reestruturar a empresa, porque é lógico que se não investir, a empresa vai continuar no vermelho, como também aceitou que eu faça o pagamento no prazo que estipulei.

        – Sim, mas por quê? Porque que ela vai fazer tudo isto? Ela te disse?

        – Sim, ela disse-me.

        – Então me conte de uma vez.

        – Ela quer que eu seja sua amante.

Revelou olhando-a nos olhos desta vez.

Existia dentro de Carmem dois sentimentos, um de resignação e outro de revolta que ela decidiu sufocar.

Alice Santiago raspou a garganta sufocada. Pegou a taça de champanhe tomando um gole lentamente. Seus olhos voltaram-se para Carmem. Ela fumava com um ar absorto.

        – Isto é, chocante!

        – Sim, eu sei que é.

        – Sabe o que dizem daquela mulher?

        – Que ela é fria e cruel? Eu percebi.

        – Que ela é má!

        – Não me deixou ter dúvidas quanto a isto. Pareceu-me fria demais. Tratou o assunto unicamente como um negócio, como se eu não tivesse sentimentos, como se obrigar-me a ser sua amante não causasse o menor efeito sobre mim. Foi intimidador. 

        – Eu faço ideia, minha filha. Dizem que ela vive num casarão colossal. Tem cães enormes que comem as pessoas. Quem os viu afirma que são verdadeiras feras selvagens. Quando está em casa os empregados não podem se aproximar. É uma criatura melancólica que mete medo em todos. Você a viu? Viu o rosto dela?

        – Não.

        – Não viu porque é o mau que vive nas sombras!

        – Sombras?

        – Sim! Como os vampiros!

        – A senhora está me assustando.

        – Não quer saber onde se meteu?

        – O que esperava que eu fizesse? Devia ter deixado que ela levasse o processo adiante? Sabe o que restaria para nós? Nada! Perderíamos a casa, a empresa e onde iríamos morar? Numa casa de abrigo? De baixo da ponte? Por favor, mãe!

        – Carmem…

        – Minha vontade foi de sair correndo sem olhar para trás.

Contou desolada.

        – Oh, filha! Desculpe-me, é que fiquei indignada com essa notícia.

Desculpou-se a puxando para os seus braços, comovida.

        – Sei que está fazendo isto por nós. Se seu pai não estivesse naquele hospital eu preferia perder tudo a deixá-la passar por isto.

        – Não temos culpa, é o que temos que pensar. Eu vou suportar, não se preocupe mãe.

Garantiu corajosa.

        – Claro que vai. Será que ela percebeu que você é…

        – Sim, ela percebeu. Pelo jeito andou investigando a minha vida. Sabe que sou lésbica, que estou solteira, este tempo todo para me dar uma resposta deve ter aproveitado para esmiuçar a minha vida.

        – Nossa! Que perigosa que ela é!

Comentou horrorizada.

        – Deus queira que não seja violenta com você.

        – A senhora não deve pensar mais sobre isto. Fiz o que tinha que fazer e não adianta ficar lamentando. O que importa é que estamos salvas, assim espero. Não tenho porque me iludir, dinheiro sempre tem um preço alto.

Quando Carmem deitou para dormir, sozinha no seu quarto permitiu-se chorar baixinho. A certeza de ter salvado a família e supostamente a empresa não lhe dava um alívio completo porque não parava de imaginar como seria ir para a cama com aquela mulher misteriosa. Poderia estar nas mãos de uma doida. Aquela ideia a fez arrepiar completamente amedrontada. Não queria que a mãe percebesse seu temor. Aceitou as condições e não iria retroceder. O sentimento que a dominava era de humilhação. Sentia-se humilhada por Marcela Alvarez.

O advogado apareceu na empresa no dia seguinte. Abriu uma mala repleta de pacotes de dinheiro diante de seus olhos. Esperou que ela assinasse alguns papéis, depois inclinou a cabeça saindo sem dar nenhuma explicação. Ele não abriu a boca para cumprimentá-la, nem para se despedir quando saiu. Carmem supôs que Marcela devia ter mandado apenas que entregasse o dinheiro. Talvez até o tenha proibido de abrir a boca. Entendeu que Marcela não era de perder tempo com explicações desde o encontro que teve com ela. Era uma mulher decidida e prática. 

Carmem passou cinco dias colocando as dívidas em dia. Recusou-se a pensar em Marcela e nos seus motivos. Supostamente deveria ser muito feia para precisar fazer chantagem para levar uma mulher para a cama. Só o que importava era que estava podendo reestruturar a empresa além de devolver a tranquilidade para a sua família.

Por dois e longos intermináveis meses não recebeu notícias de Marcela. Descobriu a razão nos jornais nas páginas sobre economia. Esteve viajando a negócios por diversos países. Falavam dos contratos bem sucedidos que assinou. Não tinha foto dela nas matérias. As fotos eram sempre da companhia. Jogou o jornal para o lado pensativa. O toque do telefone assustou-a. A secretária apareceu com a correspondência avisando enquanto estendia um papel com um endereço anotado.

        – Tem um jantar está noite neste local. A mulher disse que você saberia do que se tratava.

Pegou-o lendo ansiosa. Mordeu os lábios dobrando o papel.

Sentando-se a sua frente, a secretária Solange comentou sorridente:

        – As máquinas estão funcionando a todo vapor. O que o dinheiro não faz, não é mesmo?

        – Tem razão.

Por tudo estar funcionando a todo vapor teria que transar para pagar. O fato de Marcela ser lésbica não ajudava muito. Sempre que foi para cama tinha algum envolvimento, naquele caso seria completamente diferente. Como iria se excitar? Nem conhecia aquela mulher e muito menos conhecia seu rosto. Devia ser medonha, com certeza era horrorosa para viver escondida nas sombras. Valeria aquele sacrifício todo? E se ela fosse violenta como a mãe supôs? Melhor não ficar imaginando nada. De que adiantava pensar em coisas que nem tinham acontecido?

A noite passou em casa apenas para tomar um banho. A mãe mostrou a mesa com o jantar servido comentando:

        – Nem me lembrava de como era bom ter tanta fartura a mesa.

Carmem observou a mesa realmente farta. Viu um exagero de comida que a incomodou intimamente.

Fitou a mãe comentando:

        – Que bom que está feliz mamãe, mas não exagere muito nos gastos, lembre-se dos dias difíceis pelos quais passamos.

        – Eu sei minha filha.

        – Nós só aprendemos com as adversidades quando mudamos nossos hábitos.

        – Minha filha, está me criticando por ter feito um jantar farto?

        – Não estou criticando nada. Com toda essa comida a senhora poderia receber uns quatorze convidados para jantar quando somos apenas quatro pessoas nesta casa. Na verdade apenas três, porque não vou ficar para jantar. Agora preciso ir. 

        – Não vai jantar por quê?

        – Estou sem fome.

        – Vai ver aquela pessoa?

Perguntou baixo demonstrando o temor que sentia nos olhos.

        – Vou sim. Ligou hoje. Vai dar tudo certo.

Prometeu beijando-a no rosto.

        – Não me espere acordada. Boa noite!

        – Filha?

Estava diante da porta quando a mãe se aproximou correndo.

        – Se for muito sacrifício desista. Não sei mais se vale a pena você se sujeitar assim para uma estranha. Nem sabemos o tipo de coisas que ela planeja fazer com você.

        – Ela deixou claro, mãe. O que entendemos por ser amante? Não há muito mais para especular nem tem mais volta. Aproveite o seu jantar, esqueça este assunto e durma bem.

Uma coisa que nunca mudava era a sua palavra. Dirigiu evitando pensar até deter o carro diante de um imenso portão de grade. Dois homens aproximaram-se a olhando sem a menor cordialidade. Um deles meteu uma lanterna em seu rosto perguntando friamente:

        – Qual é o seu nome?

        – Carmem Santiago.

        – Pode entrar!

Respondeu acenando para o outro que abriu o portão na hora.

A casa que avistou enquanto circulava uma lagoa parecia assustadora. Parou o carro saltando. Olhou em volta para ver se via alguém, não avistou ninguém. Estava tudo deserto. Deu alguns passos na direção da casa. Estacou quase morrendo de susto quando viu duas feras imensas vindo em sua direção. Lembrou-se que de cachorro não se corria estacando e prendendo a respiração. Ouviu um apito e as duas feras simplesmente sentaram aos seus pés. Aproveitou para olhar em volta a procura de ajuda. Uma voz de homem soou de algum lugar que ela não pode distinguir.

        – Vá até a casa e entre, a porta está aberta.

O coração batia descompassado enquanto seguia em passos acelerados. A porta estava aberta. Entrou fechando-a rapidamente para as feras não entrarem.

Olhou em volta suspirando ao ver a casa toda escura. O que era aquilo? Esqueceram-se de pagar a conta de luz? Aquela mulher tinha tanto dinheiro e fazia economia de luz? A única luz vinha do fim do corredor. Certamente devia ir por ali. Passou rápido chegando num cômodo que imaginou ser uma sala. Olhou para baixo vendo minúsculos pontos de luz nos rodapés que iluminavam o chão. Alguém de bom senso devia ter pensado naquilo, do contrário era provável cair e quebrar a cabeça. Suspirou tentando enxergar ansiosa. Onde estaria aquela louca afinal?

        – Estou aqui! Suba!

Ergueu a cabeça enxergando vários pontinhos de luz acendendo por uma ampla escada. Subiu olhando para os lados enquanto tentava distinguir alguma coisa. Notando que era impossível preferiu olhar para o chão temendo cair. No alto da escada, viu uma porta aberta e os pontos de luz que levavam até lá. Seguiu ainda mais tensa do que quando chegou. Entrou olhando em volta. Breu, escuridão e silêncio. Estacou tentando ouvir alguma coisa. Engraçado aquele silêncio, nunca pensou que existisse uma pessoa tão silenciosa como ela própria. Sabia que Marcela estava ali. Podia senti-la e até isto estranhou.

Marcela questionou.

        – A escuridão noturna te assusta? 

Percebeu que estava próxima. Fechou os olhos aspirando o ar do ambiente. Um perfume quase imperceptível pairava a sua volta. Ela estava mesmo próxima. Iria agarrá-la ou aquilo demoraria mais tempo?

Então Marcela ponderou novamente:

        – Vai se acostumar. Conhece algumas técnicas para buscar equilíbrio interior?

Do que ela estava falando? Que equilíbrio interior poderia encontrar naquela situação inconcebível? Só faltava lhe falar sobre Buda.

Estendeu a mão tateando o ar sentindo-se perdida. Como adoraria encontrar um acendedor de luz para iluminar tudo naquele momento.

        – Não conhece, não tem problema. Nem vai precisar.

Marcela concluiu atravessando o cômodo com passos suaves.

        – Venha aqui para que possamos nos conhecer.

Convidou gentil. Ficou olhando quando ela acendeu uma lanterna iluminando uma poltrona. Percebeu que era onde queria que se sentasse.

A lanterna apagou-se e ouviu o som de cristais.

        – Aceita uma taça de vinho?

        – Sim.

        – Respire fundo. Está muito tensa. Não vou te fazer nenhum mal.

Prometeu para tranquilizá-la.

        – Vou apenas te relaxar. Você gosta de relaxar, Carmem? Há pessoas que não apreciam. Preferem viver pesadas, mal-humoradas, estressadas atacando e reclamando de tudo, incomodando, estorvando, chateando. Você percebe o que eu estou tentando te fazer entender? Sempre é melhor relaxar.

Aquilo era um jogo? Será que pensava que era burra? É lógico que gostava de relaxar, mas não o confessaria a ela. Ficarem no escuro daquele jeito já era demais.

Olhou em volta sem conseguir ver um palmo diante do nariz.

Seria cega? Poderia ser isto. Ou talvez fosse alguma cicatriz que precisava esconder. O rosto seria deformado? Não sabia mais o que pensar. Sentiu o contato da taça quando ela a colocou em sua mão.

        – Não quer conversar comigo, não tem problema. Não esperava que você facilitasse as coisas entre nós.

Carmem virou o rosto na direção de onde ouvia a voz dela próxima ao seu ouvido.

        – Como consegue me enxergar nesta escuridão?

        – Hábito.

Marcela respondeu sorrindo.

Ouviu o riso dela percebendo que estava sentada. O perfume suave sentia-o nitidamente. Prendeu a respiração sem compreender como a percebia ao seu lado. Pôde sentir o hálito dela em seu rosto. Levou a taça à boca provando do vinho. Gostou sorvendo mais um pouco. Sentiu a mão tocando seus cabelos.

        – Está trêmula.

Marcela sussurrou baixinho.

        – Não devia ficar tão apreensiva.

        – Eu…

        – Está assustada e morrendo de medo de mim.

        – É claro que estou com medo, não entendo porque tem que ser assim.

Carmem confessou preocupada.

        – Assim? Fala do escuro?

        – Sim. Sinto-me insegura.

        – Não devia.

Sorriu inclinando o rosto até os cabelos dela.

Intuiu que estava cheirando seus cabelos. Uma das mãos acariciava suavemente os fios. Era cega, só podia ser. Tinha os sentidos mais apurados que o normal. Tentou há pouco, bastou fechar os olhos e aspirar para sentir a presença dela.

        – Por que precisamos ver os olhos das pessoas? Sabe me dizer?

Marcela questionou delicada. Carmem sentiu no tom de voz dela que parecia ter dúvidas. Talvez não entendesse o seu medo e apavoramento. 

        – Não só os olhos. A vida na escuridão parece ser impossível.

        – Não sabe por isto diz isso.

Sentiu a boca resvalando pelo seu pescoço. Fechou os olhos sem conseguir controlar a respiração. O que devia fazer? O que podia dizer? No fundo só o que queria era ir embora correndo dali.

        – Me conheça.

Marcela pediu num tom rouco e excitado que a fez estremecer.

As mãos desceram pegando as de Carmem. Colocou-as no seu rosto. Fez o que ela pedia. Percorreu a face dela com a ponta dos dedos lentamente, ao mesmo tempo sentia as dela percorrendo seu rosto.

        – São muitas as formas de ver.

Marcela sussurrou baixo no seu ouvido.

Ainda tocou seu rosto por algum tempo. Não tinha cicatrizes. A pele era lisa e macia. A respiração dela estava mais acelerada. Sentiu as mãos descendo pelo pescoço. As carícias eram suaves, deliciosas. As mãos chegaram aos seios neste instante. Fecharam-se sobre eles. Carmem estremeceu novamente. As mãos acariciavam seus seios despertando seu desejo. Colada à poltrona sentiu quando ela começou a abrir os botões de sua blusa. Abriu um a um com certa urgência. Depois soltou o sutiã tirando-o de uma vez. Nua a disposição fechou os olhos tentando não sentir, mas sentia. Sentiu as mãos erguendo sua saia, chegando à calcinha, que ela retirou com um pouco mais de urgência. Marcela escorregou para o chão enfiando o corpo suavemente pelo meio das suas pernas. Carmem estendeu as mãos agarrando-se aos braços da poltrona. A língua passava pelos lábios terrivelmente secos. Marcela estava sugando a cada instante um dos seus seios. A boca macia percorria os biquinhos quase a levando a loucura.

Dados da autora: Acho que Carmem não quer mais sair correndo.

Desvencilhando-se dos seios, Marcela sentou no chão mantendo-se entre suas pernas.

        – Serei delicada. Se não gostar eu paro.

Carmem tentava assimilar o que ela tinha falado quando sentiu a língua deslizando pelo seu sexo. Começou a lamber com uma doçura indescritível. Aquela língua era, era, inebriante. Marcela ergueu as mãos entreabrindo mais a vagina, passando a chupá-la com fome. Os gemidos de prazer presos na garganta de Carmem soaram quebrando o silêncio.

        – Oh… Ah… Aaaaaa… Aiiiii…

Marcela não imaginava nada além de dar prazer, mesmo porque a vontade que sentia de chupá-la não era de agora. Por isto estava aproveitando para saciar aquele desejo. O que a movia era a avidez, a fome, a loucura que sentia de possuir Carmem. Deslizou um dos dedos suavemente para dentro da vagina sem parar de chupar o clitóris dilatado. Sentia com a língua, sentia em todo o seu ser como o corpo dela estava inflamado com seus toques. Ela iria gozar, pode sentir pelas pernas a volta do seu rosto que começaram a estremecer. Aquele momento sonhado deixou de ser sonho quando Carmem gozou dentro de sua boca.

        – Aiiii… Meu Deus… Ooooooooooooooooooooooooooooooooo… 

Carmem tombou o corpo para frente enquanto o prazer a dominava. A boca de Marcela deixou sua buceta. Sentou ao seu lado acariciando seus cabelos. Lambeu-lhe os lábios provocando-a, fazendo Carmem sentir o cheiro do próprio sexo espalhado em volta da boca dela. Desceu as mãos afagando os seios provocando-a.

Perguntou maliciosa com a boca próxima a dela:

        – Não foi tão ruim, foi?

        – Ah.

Como poderia falar com aquelas mãos acariciando seus seios daquela forma provocante?

        – Quero te dar mais prazer. Você quer, não quer? Eu quero ouvir seus gemidos.

Carmem não conseguiu falar. Sentiu a língua entrando pela orelha enquanto os dedos acariciavam o meio de suas pernas. Deslizavam pela buceta deixando-a louca.

        – Oooooo… Aiii…

Gemia Carmem mesmo querendo não o fazer. Deixá-la ouvir seus gemidos era tudo que não queria, mas como não gemer? Não conseguia controlar a intensa excitação do corpo.

Marcela começou a possuí-la. Carmem sentia os biquinhos dos seios dela eriçados roçando seu braço, enquanto os dedos se revezavam entrando e saindo da buceta a cada hora um, mas de uma forma deliciosa, sensual, libidinosa, enlouquecedora. Passou a deslizá-los no clitóris para fazê-la gozar. Não demorou muito porque Carmem gozou rápido.

        – Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…

Carmem esperou alguns segundos para afastar-se dela. Tateou a procura da blusa e do sutiã que sentia perdidos no canto da poltrona. Encontrou vestindo o sutiã depois a blusa abotoando os botões com as mãos trêmulas. Ajeitou a saia falando sem graça.

        – A minha calcinha, não consigo encontrar.

Viu a lanterna iluminando o chão em torno delas. Inclinou-se pegando a calcinha vestindo rapidamente.

Marcela perguntou em seu ouvido:

        – Fui afoita demais?

        – Nem sei dizer.

 Carmem respondeu baixo. Não queria conversar com ela. Sentia-se frágil e envergonhada.

        – Vai ser melhor da próxima vez.

Prometeu roçando a boca na orelha delicadamente.

Melhor? Carmem se perguntou confusa.

        – Acha que vai querer me tocar?

        – Sim.

        – Mentirosa!

Respondeu levando a mão ao meio das pernas dela.

        – Ohooo…

Carmem gemeu ouvindo-a sorrindo. Deu-se conta que Marcela estava se divertindo com a situação.

        – Vou fazê-la querer me tocar. Vai ver. Que bom que não tem uma namorada para morrer de ciúmes de você.

Comentou confiante.

Carmem respondeu agitada.

        – Está tarde…

        – Acha que é tarde, Carmem?

        – Não é?

        – Por tudo que eu fiz por você está preocupada com as horas?

        – Só falei que…

        – Ouvi muito bem o que você falou. Por hoje paramos por aqui. Da próxima vez você também vai me proporcionar prazer. Entendeu?

        – Entendi.

        – Acho ótimo que me entenda bem, não aprecio mal-entendidos. Agora venha, vou levá-la até a porta.

Ergueu-se pegando a mão de Carmem.

Achou incrível como Marcela andou normalmente pela casa escura até chegar à porta ainda segurando sua mão.

Abrindo-a Marcela gritou para os cães:

        – Rei? Mambo? Entrem!

Carmem apressou o passo escondendo-se atrás dela. Marcela sorriu protegida da luz que vinha da lua. Os cães passaram correndo por elas. Pegou a mão de Carmem dizendo baixo:

        – Vá agora. Boa noite!

Continua…



Notas:



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4 Respostas para Capítulo 3.

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