Carmem estendeu a mão acariciando o rosto de Marcela. Seus olhos deslizaram pela boca enquanto confessava enfeitiçada.
– Não faz ideia como foi difícil voltar à realidade ontem depois que começamos a nos beijar.
– Faço porque senti o mesmo, Carmem.
– Os seus beijos, Marcela, sonhei tantos com eles. Desde a primeira vez em que te vi naquele restaurante, não imagina como desejei te beijar naquela noite. E depois, sempre que me lembrava do teu rosto, imaginava como você devia beijar. O gosto dos teus lábios, eu quis tanto conhecer.
Marcela gemeu colando o corpo ao dela.
– Eu também quis demais, Carmem. Passei aquela noite pensando em você. Nunca mais parei de pensar em você. Nem depois que entrou em minha vida deixei de pensar.
– Teremos que nos controlar, Marcela.
Sussurrou com a boca entre os cabelos dela.
– Por quê?
– Você sabe. Porque eu não estou mais na sua casa.
Sorriu descendo as mãos pelas costas dela.
– Não posso enlouquecer ardendo de desejo sem poder fazer amor.
– Eu irei até você, Carmem. Vou dar um jeito de matar essa saudade.
– Vai?
– Sim. Eu vou até o fim do mundo para te ter.
Marcela confessou enlaçando a cintura arrebatada. A boca encontrou a de Carmem numa fome incontrolável. Aquela loucura que as consumia voltou com toda a intensidade. Suas mãos começaram a acariciar seus corpos. Carmem permitiu que Marcela arrancasse suas roupas, fazendo o mesmo. Abriu as pernas sem o menor pudor. Chegou o corpo para a beirada da cadeira ansiosa. Soltou um gemido alto quando Marcela aninhou a língua em sua buceta encharcada. Nua e entregue gemeu sem controle até o orgasmo maravilhoso invadir seu corpo.
– Ohoooo… Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…
Foi para o chão com a língua trêmula em busca da buceta de Marcela até fazê-la gozar.
– Aiiiiiiiiiiiiii… Ooooooooooooooooooooooooooooooooooo…
Ficaram fazendo amor por mais de uma hora. Quando o momento da loucura passou, Carmem recolheu as roupas surpresa com seu descontrole. Mal se reconhecia. Estava agindo feito uma louca. Há poucos meses só pensava em pagar aquela dívida e não ver Marcela nunca mais. No entanto, estava ali transando e fazendo promessas.
Vestiu-se rapidamente pegando a bolsa.
– Preciso ir trabalhar, tenho uma reunião. Eu irei a sua casa quando… Puder. Tudo bem?
Marcela acercou-se dela roçando seus lábios. Beijou-a longamente. Buscou os olhos de Carmem falando misteriosa:
– Vamos nos ver antes disto.
– Será? O clima lá de casa está tão tenso. Está mesmo horrível, você não faz ideia.
– Eu sei. Obrigada por ter vindo. Amo fazer amor contigo.
– Foi muito bom. Até… Logo.
Saiu da sala sentindo as pernas bambas. Sua vontade era de voltar e começar tudo de novo. Não conseguia parar de pensar nos beijos maravilhosos e na língua trêmula em seu sexo. Soltou um suspiro sem se dar conta que estava já no elevador. As pessoas em torno a fitaram surpresas. Carmem tocou a parede do elevador como se estivesse acariciando o corpo de Marcela. Suas coxas voltaram a se inundar. Trançou uma perna na outra enlevada nas lembranças dos momentos que tinha acabado de viver com ela. Seus lábios se abriram deixando escapar um gemido rouco de prazer.
– Ah…
O silêncio imediato que se fez à sua volta chamou sua atenção. Fitou as aquelas pessoas que a olhavam etadas. A porta do elevador abriu naquele momento. Carmem praticamente voou para fora. Sumiu dali sem olhar para trás.
Chegou à empresa correndo para a reunião. Fingiu não perceber quando Maria entrou quase no meio da reunião. Quando a mesma terminou, saiu para almoçar com a secretária.
Carmem observou Solange sentada ao seu lado no carro. Lembrou-se dos dias em que os olhos dela viviam constantemente inchados de chorar. Em uma conversa que tiveram, ficou sabendo que ela e o marido estavam se separando. Com o passar dos meses não a viu mais chorando. Naquele momento ela parecia completamente refeita da crise.
– O seu divórcio já saiu, não é?
Carmem perguntou amigável.
– Sim. Graças a deus! Agora sou uma mulher livre. Nunca mais vou cometer a loucura de me casar. Casamento uma é droga!
– É mesmo?
Carmem a olhou por uma fração de segundos pensando sobre o assunto.
– No início eu achava tudo lindo, mas quando começou aquele papai e mamãe a coisa foi esfriando. Sentia vontade de dar uns gritos para ver se ele prestava mais atenção, nem te conto.
– Para que a vida sexual não caia na rotina é preciso ter uma boa dose de criatividade.
– Você tem, Carmem?
– Bom, eu não sou casada, só imagino que é preciso ter imaginação para criar.
– Homem não dá conta de criar não, Carmem, homem só pensa em montar! O meu marido achava que eu era uma égua. E olha que eu, hummmm, fui paciente até demais.
Falou com descaso.
– De homem eu não entendo nada. Desculpe.
Carmem respondeu sorrindo divertida.
– Felizmente eu entendo. Por um lado o casamento me ensinou isto, este lado insuportável da rotina sexual. Agora, se o relacionamento que estou vivendo começar a ficar assim, em banho-maria, acabo logo e parto para outro. Tem muito homem dando sopa. Não me prendo mais.
– Mesmo se você estiver apaixonada?
– Não me apaixono, não quero. Se eu percebo que estou começando a gostar, aí minha cara, finco o pé no mundo. A paixão é a pior coisa que pode acontecer em um relacionamento, pelo menos eu vejo assim. A gente perde a razão. Deixamos de ser donas de nós mesmas.
Carmem suspirou conformada. Tinha se apaixonado, por isso estava daquele jeito. Aquela inquietação, aquela necessidade de estar com Marcela simplesmente não passava.
Chegaram ao restaurante naquele momento. Maria Dantas estava almoçando sozinha em uma mesa. Carmem achou que seria deselegante sentar em outra mesa, por isto foi diretamente até a mesa dela.
Perguntou se poderiam almoçar com ela. Maria deu um largo sorriso apontando as cadeiras.
– Sintam-se à vontade! Desculpe pelo meu atraso na reunião. Não vai mais acontecer. Tive uma manhã atípica, mas, foi perfeita!
Carmem a fitou notando o brilho intenso nos olhos dela, mas não disse nada.
Entendia daqueles atrasos. Ela mesma quase tinha se atrasado naquela manhã, como se atrasou outras vezes. Foi um sacrifício sair dos braços de Marcela para ir trabalhar. Ainda saiu completamente enlevada, a ponto de chamar a atenção das pessoas no elevador. Deviam ter pensado que era doida.
Seus olhos percorreram o restaurante sem fixar nada nem ninguém. Continuou olhando distraída. Até que avistou a mulher de preto, sentada em uma mesa próxima à porta. Aquela mulher era a mesma que estava sempre vendo em todos os lugares. Estava lendo um jornal com um ar aparentemente distante. Voltou os olhos para Maria Dantas. Ela também estava novamente de preto. Marcela, Maria, Telma e aquela mulher, mas que diabo era aquilo? Será que…
– Algum problema?
Maria a questionou percorrendo as mesas com um olhar curioso.
– Hum? O que foi?
Carmem quis saber olhando para ela por um segundo.
– Você está estranha. Algum problema?
– Não, não tem problema nenhum.
Respondeu voltando a observar a mulher.
Marcela sabia tudo sobre ela e sua família. Então aquela mulher só podia ser a espiã dela, claro! Onde andava com a cabeça que não percebeu aquilo antes? Andava tão envolvida por ela que nem percebia as coisas à sua volta. Não sentiu raiva por comprovar que era mantida em constante vigilância. Por que Marcela fazia aquilo? Seria só para controlar a sua vida? Para saber se a traía, talvez? O que desejava de fato com aquela vigilância?
– Sua comida está esfriando.
Solange lembrou tocando o braço dela.
– Hã?
Voltou a fitar a mulher. Viu-a pedindo a conta, deixando o restaurante em seguida. Carmem sorriu pensando desconfiada:
“Isto aqui não é Hollywood” mocinha, e você não me engana mais.
– Carmem?
– Desculpa.
Carmem sorriu fitando as duas. Voltou a atenção para o prato começando a comer. Seus olhos caíram em Maria. Viu a marca de uma chupada no pescoço dela. Sorriu comentando maldosa:
– Teve um bom motivo para o seu atraso de hoje.
Maria sorriu e o brilho nos olhos dela ficou mais evidente.
– Me sinto a mulher mais feliz deste mundo.
– O amor é lindo!
Carmem comentou com a voz emocionada.
– O amor é tudo!
Maria murmurou descendo os olhos para a própria mão. Passou o dedo sobre um anel de ouro com um brilhante pequeno no centro.
Ergueu os olhos encarando Carmem novamente.
– Este anel representa a minha vida.
– É muito bonito.
Elogiou olhando o anel com atenção.
– Parece ser para a vida toda.
– Forever!
Carmem ficou olhando aquele anel por mais algum tempo. Só então voltou a comer pensativa. Onde tinha visto um anel como aquele? Ou teria visto exatamente o de Maria e estaria fazendo confusão? Aquela sensação estranha continuou martelando em sua cabeça o resto do almoço.
Quando deixaram o restaurante, Carmem parou na calçada olhando para todos os lados. Percebeu a mulher encostada em uma banca de revistas. O jornal cobria seu rosto inteiramente. As botas pretas e a calça também preta não deixaram dúvidas de quem ela era. Atravessou a rua aproximando-se da banca para ter certeza. Ela estava mesmo ali enfiada atrás do jornal. Carmem sorriu voltando para pegar o carro. Dirigiu para a empresa novamente voltada para seus pensamentos.
Na empresa, envolveu-se com os assuntos do trabalho sem perceber a tarde passando. Eram quase cinco horas quando Solange apareceu avisando-a:
– Tem uma mulher aqui falando que você precisa muito vê-la.
– Eu preciso? Imagina se eu preciso ver alguma mulher! Essa é muito boa! Não marquei nada com ninguém. Quem é ela?
– Não sei Carmem. Nunca a vi antes.
Carmem ergueu as sobrancelhas pensando em Marcela. Seria possível?
– Está vestida de preto?
– Sim, está.
Respondeu sorrindo surpresa com a pergunta.
– Como é que você sabe?
– Foi só um palpite. Mande-a entrar e não nos interrompa por nada.
Um segundo depois Marcela surgiu diante dela. Fechou a porta indo em seguida até a janela atrás de Carmem. Abaixou a persiana voltando-se para ela decidida.
– Desculpe-me se não sei esperar. Paciência não é o meu forte.
Carmem olhou para a persiana perguntando curiosa:
– Qual o seu problema com as cortinas?
– Você quer dar um escândalo diante de todas essas janelas?
– Escândalo? Como aquele que demos na loja?
– Acho que agora vai ser um pouco maior do que aquele.
Marcela puxou-a para si mergulhando os lábios nos dela. As mãos entraram por baixo da blusa chegando até os seios. A boca deixou a de Carmem para sussurrar em seu ouvido sedutoramente:
– Tenho um problema que só você pode resolver.
Carmem sorriu enquanto lhe abria os botões da blusa, prometendo:
– Vou acabar com o seu problema agora.
Notas da autora: É o certo. Tem que dar assistência mesmo. Adoro!
Afastou a blusa expondo os seios. A boca caiu em um deles faminta. Marcela abriu rapidamente a calça de Carmem e sua própria em seguida. Livrou-se dela sentando diante de Carmem apenas de calcinha. Esfregou os seios contra a boca dela louca de desejo. Carmem sugou um a um os mamilos arrancando gemidos roucos dos lábios dela.
– Ai, gostosa, você me deixa louca…
Marcela tinha as mãos presas no encosto da cadeira e o corpo jogado para trás. As pernas estavam arreganhadas. Carmem empurrou-a suavemente sobre a mesa sem se conter. Puxou a calcinha tirando-a com imenso prazer, mergulhando em seguida a boca na buceta deliciosa. Os gemidos de Marcela se perderam além da sala.
– Aiiii… Ah… Carmem…
Carmem não se fartava nem parava de chupá-la. Ficou acariciando a buceta até senti-la gozando intensamente dentro de sua boca.
– Ooooooooooooooooooooooooooooooooooooo…
Numa rapidez inexplicável Marcela trocou de lugar com ela. Foi sua vez de chupar a buceta com a língua atrevida. Carmem perdeu a consciência entregando-se perdida nos gemidos de prazer. Ficaram assim até que o orgasmo a invadiu.
– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…
Carmem sorriu escorregando para o colo de Marcela na cadeira.
Abraçou-a perguntando encantada:
– Está querendo me matar deste jeito? Já fizemos amor pela manhã.
– Acha que é demais para você? Não me aguenta mais?
– Não seja boba, não é isto.
Carmem respondeu sorrindo. Roçou lhe a boca voltando a beijá-la profundamente. Suas línguas se tornaram uma só por um longo tempo. Já estavam ardendo novamente. Juntas desceram as mãos tocando-se ao mesmo tempo. O beijo continuou intenso e profundo até o orgasmo atingi-las pela segunda vez.
– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii… Delícia…
– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa…
Carmem recuperou o controle saindo de cima do colo dela. Recolheu as roupas vestindo-se em silêncio. Marcela fez o mesmo.
Completamente vestida, Carmem encostou-se à mesa perguntando num tom suave.
– Acha que estou querendo fugir de você?
– Não. Por quê? Você está querendo fugir?
– Não. Eu te disse o que é, e, agora… É que você nunca veio aqui. Só não quero pensar que está tentando me manter mais ligada a você do que já me sinto.
– É assim que se sente em relação a mim?
– Não me encha de perguntas por que não estou preparada para respondê-las.
Pediu dando lhe as costas atordoada.
– Algum dia terá que falar do que sente Carmem.
– Sim, algum dia.
Carmem respondeu voltando-se para ela.
– Espero que você também seja muito sincera quando este dia chegar.
– Engraçado.
Marcela comentou olhando-a admirada.
– Você não acredita que podemos ficar juntas, não é?
– Devo te lembrar como nós começamos?
Perguntou embaraçada.
– É normal, não nos conhecíamos.
Marcela respondeu sorrindo sensualmente.
– Tudo mudou desde então, não acha?
– Não sei e nem quero pensar sobre isto, Marcela. O que temos é bom e me basta. Não me faça cobranças.
– Mas, Carmem…
– O quê? Você só veio aqui para transar comigo. Vai negar?
– Não vou negar, vim para te amar, mas você também me queria.
– Queria mais do que eu desejo admitir.
– Por que isto?
– Quando estamos… Você sabe, eu não penso em nada mais, mas a realidade existe. Acho melhor você ir agora. Preciso voltar para casa.
– Entendi. Depois que transamos você sempre se fecha.
– Sim, não nego. Falamos depois.
– Falamos sim.
Marcela respondeu fitando-a longamente deixando a sala em seguida.
Carmem ficou olhando a persiana abaixada com o pensamento longe.
Ouviu uma batida na porta e Solange apareceu olhando-a admirada. Carmem voltou-se suspirando.
– O que foi agora, Solange?
Solange estava em pé olhando a bagunça pela sala. Vários objetos estavam caídos pelo chão. Solange ergueu os olhos enquanto se baixava começando a recolhê-los.
– São dezoito horas. Vim apenas ver se ainda precisava de mim. Vou dar uma ajeitada nesta bagunça antes de sair.
Carmem não falou nada. Arrumou a bolsa passando por ela dizendo num tom gentil:
– Não preciso de mais nada. Eu sinto muito pela bagunça.
Parou olhando em volta sem acreditar que tinha feito aquilo enquanto faziam amor.
– Até segunda-feira! Bom descanso!
– Até segunda, Carmem. Bom descanso para você também.
– Obrigada!
Continua…
#deixesuaopinião
#LeuGostouComenta
Boa noite Astrid, tudo bem?
Estou adorando esta história. Muito show!
Marcela e Carmem são deliciosamente pura excitação! !!!!
Parabéns pela excelente narrativa.
Mais um capítulo por favor.!!!!
Bjs,
Cris
Boa noite, Cris!
Tudo bem e com você?
As duas são sim!
Vou postar na sexta-feira e no sábado.
Muito obrigada por gostar da minha história!
Beijos.