UM AMOR SURREAL

5. Das canções de amor que quis cantar pra você – Conquistar alguém que tem medo de se entregar

Conquistar alguém que tem medo de

se entregar

“Todo amor que houver nessa vida”

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente nem vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum veneno anti monotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum remédio que me de alegria

Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E algum veneno anti monotonia
E algum

Compositores: Agenor Neto / Agenor De Miranda Araujo Neto / Roberto Frejat

Saio da sala de aula com o corpo todo dolorido e

dor de cabeça. A aula foi proveitosa, porém, os

alunos estavam empolgados demais com o tema

e resolveram falar ao mesmo tempo. Vou direto

para a sala dos professores, entro louca atrás de

um café. Nem noto alguém sentado no canto da

mesa enorme.

– Ah boa noite, desculpa, nem tinha te visto!

Ela levanta o rosto e me encarando, diz:

– Tudo bem, também já está tarde.

– O efeito sexta-feira! – e dou risada.

Ela sorri e balança a cabeça concordando, depois

volta a se concentrar no que estava lendo. Sento

de frente e tomando meu café, finjo que estou

arrumando algumas pastas. Consigo notar a

delicadeza dos traços, tem olhos castanhos com

formato do que chamo de olho de gato, os

cabelos são cor de chocolate com luzes mais

claras na altura dos ombros, a pele é de um tom

meio caramelo claro, o nariz é delicado, as mãos

magras e pequenas com unhas pintadas de

vermelho, tem uma boca carnuda e dentes

perfeitos e brancos.

– Bom desculpa te atrapalhar entrando

abruptamente. Boa noite! – digo me levantando.

– Ah imagina! Já é tarde e também vou embora.

– Se quiser te espero e vamos juntas até o

estacionamento.

– Sim eu quero! É meu primeiro dia aqui e não

sei o quão perigoso é sair nesse horário.

Ela se levanta, pega suas coisas e eu só consigo

acompanhar seus movimentos delicados, porém

decididos. Traz uma leveza misturada com uma

grande certeza do que está fazendo, seus

movimentos preenchem o ambiente.

– Vamos? – me diz com um lindo sorriso.

Abro a porta e deixo que vá na frente, um ato de

pura gentileza. Caminhamos até o

estacionamento enquanto conversamos:

-Meu nome é Clara e o seu?

– O meu é Isabelle, mas todos me chamam de Bel.

-Você disse que é seu primeiro dia aqui, vem de

onde?

– Na realidade venho de uma temporada em

Portugal, onde fiz doutorado. Mas sou de Ouro

Preto.

– E qual sua área?

– Hoje meus estudos e palestras falam da

trajetória da mulher no Brasil e no mundo, suas

batalhas e conquistas. E você?

– Bom, sou daqui mesmo e dou aula de

psicologia.

A conversa segue agradável, até que chegamos

perto da minha moto.

– Seu carro ou moto está longe?

Ela aponta para um Jeep verde musgo.

– Está logo ali.

– Tá pertinho. Vou esperar entrar no carro e

depois saio ok?

– Quanta gentileza, obrigada Clara!

Não sei bem como me despedir, um beijo no

rosto? Um aperto de mão? Nada?

Ela vem e me dá um beijo no rosto. Simples

assim.

– Boa noite e até segunda.

– Até Bel.

Se vira e eu me sento na moto mas, não consigo

parar de olhá-la. Ela contorna e entra no carro,

mas antes me dá um tchau, retribuo o gesto e

ligo a moto.

O fim de semana corre tranquilo, arrumo a casa,

cuido da horta e dos gatos, vou ao

supermercado, coisas corriqueiras. No domingo

vou caminhar pelo parque perto de casa, resolvo

cozinhar e ler um novo romance que comprei.

Mas confesso que a imagem dela e das poucas

palavras que trocamos, não saem da minha

cabeça. Rememoro cada uma devagar, lembro o

tom da voz, o leve sotaque e das expressões.

Preciso tomar cuidado, pois ela não me parece

nada gay e ainda por cima, deve ser casada com

um cara estilo George Clooney.

Ansiosa pela segunda, chego dez minutos antes

do horário, mas não a vejo na sala dos

professores. Confesso que fico um tanto

decepcionada. Mas aí chegam os outros

professores, todos resumindo seus finais de

semanas e acabo me distraindo. Saio da sala e

vou direto pro terceiro andar que é onde fica

minha velha sala de aula. Os alunos já estão

sentados, falando mais do que deveriam e num

tom alto demais para uma segunda-feira. A

manhã transcorre normal. No intervalo vou

direto para a lanchonete que tem na rua paralela

a da faculdade. Sempre faço isso quando quero

ficar sozinha ou preciso ler algo para a aula da

tarde. Sento na mesa de sempre que fica na

varanda, gosto de sentir o movimento mesmo

que não preste atenção. Depois de fazer meu

pedido, me concentro no texto da aula que darei

logo mais.

– Olá, incomodo se me sentar aqui?

Levanto a cabeça e dou de cara com a Bel, linda

numa calça jeans escura e justa, uma camisa

branca lisa, de um tecido molinho e com os dois

primeiros botões abertos, que deixava de forma

discreta, seu colo a mostra. Simplesmente

irresistível.

– Claro!

Ela se senta na minha frente, coloca suas coisas

na cadeira ao lado.

– Me falaram que a comida aqui é gostosa.

– Ah sim, muito.

-Achei que almoçasse na cantina da faculdade.

– Prefiro vir pra cá quando quero ler ou silêncio.

– Poxa não quero te atrapalhar, posso mudar de

mesa. – e faz que vai levantar.

– Não! – digo rápido demais.

Ela sorri e chama o garçom. Deixo o texto de

lado e me arrisco em conhecê-la melhor.

– E como está seu segundo dia?

– Até que agradável, me sinto um pouco perdida,

mas logo me ajeito.

– Veio pra cá sozinha ou com a família?

– Sozinha.

Noto que é muito reservada, prefiro conversar

sobre outros assuntos.

– Nossa faltam 5 minutos pra aula começar!! –

digo meio assustada.

– O tempo passa muito rápido quando a

conversa é boa.

Na entrada da faculdade, olho e digo com certo

pesar:

– Bom é aqui que nos separamos!

– Uma pena, mas espero revê-la em breve. – sorri

e dá uma piscada.

Quase infarto! Acho que vi e ouvi errado. Sigo

meio zonza para a sala de aula. Levo um tempo

até entrar no ritmo, mas a aula acaba sendo

divertida e muito proveitosa. E todos os dias

almoçamos juntas, quando nos encontramos nos

corredores ou na sala dos professores, nos

cumprimentamos e quando dá, conversamos um

pouco sobre os acontecimentos do dia a dia.

Chega sexta-feira e alguns professores resolvem

ir para um bar no centro da cidade, que toca

música ao vivo e, talvez o principal, não é

frequentado pelos alunos. Pergunto pro Gilson

se todos irão, ele diz que a maioria.

– Até a nova professora?

– Ela disse que talvez vá, ela é meio na dela né?

Encontro com ela na sala, perto do café.

– Boa noite Bel, tudo bom?

– Sim tudo ótimo e você? – e me dá um sorriso

lindíssimo.

Tento controlar a respiração pra ela não

perceber o quanto mexe comigo, e digo no tom

mais casual possível:

– E aí moça vai com o pessoal pro bar? Garanto

que tem boa música e a cerveja é gelada.

– Eu não bebo cerveja…

– Ah, mas tem vinho, suco, água com gás!

Ela ri de um jeito leve e fala:

– Você vai?

– Claro, se não fosse, nem te chamaria.

– Então vou sim!

Impressão minha ou ela demonstrou um leve e

promissor entusiasmo por eu ir?

– Vai de moto?

– Ah como sabia do bar, vim a pé mesmo. Beber e

dirigir não dá muito certo!

– E vai embora como?

– Chamo taxi, uber, dou um jeito.

– Então te darei uma carona! Só assim aceito ir.

Minha vontade é dar um grito de uhuhhuhu!

Melhor impossível. Mas me contenho e,

mantendo a casualidade, respondo:

– Fechado!

Para não dar tão na cara, me sento antes dela,

não quero que ninguém perceba meu interesse e

nem ela ainda. Mas noto que ela dá um jeito de

sentar ao meu lado e durante a noite, apesar de

ser gentil com todos, acaba conversando mais

comigo.

Fico sabendo algumas coisas interessantes e isso

acaba me atraindo ainda mais, sinal de alerta

ligado. Lá pelas dez, ela me olha com cara de

criança que quer um doce:

– Olha não quero atrapalhar sua diversão, mas

estou caindo de sono, se importa se formos

agora?

Não sei se pelas 3 cervejas ou apenas um desejo

íntimo latente, mas acho estranho, pois ela

poderia apenas me falar que queria ir embora e

se eu iria com ela ou ficaria.

– Tudo bem, também estou cansada.

Nos despedimos de todos, e pra minha sorte,

todos já meio altos e animados com a música

nem notam ou fazem qualquer comentário

maldoso.

– Vai ter que me indicar o caminho, sou

forasteira.

Explico direito, e vamos rumo à minha casa

conversando e nem prestando atenção nas

músicas que tocam. De novo fico com receio de

chamá-la para entrar, mas também não quero

perder a oportunidade. Resolvo arriscar.

– Você foi muito gentil em aceitar o convite e me

dar carona, o mínimo que posso fazer é oferecer

um café!

– Olha que aceito! Acho que tomei um pouco a

mais de vinho.

Minha casa tem um pequeno jardim na frente,

quando ela entra, percebo que olha para as

flores.

– Gosta de flores?

– Amo, uma pena não ter espaço no apartamento

que aluguei.

Entramos, ela olha em volta e agradeço por ser

organizada e as gatas não terem feito nada

extravagante como quebrar todos os enfeites.

– Sua casa é aconchegante. Você disse que tem

horta, onde?

Levo até o quintal do fundo onde fica a

lavanderia e a horta.

– Não é a horta, mas tem algumas coisinhas.

– Nossa é muito bonita e bem cuidada. Tem

bastante coisa!

Conversamos sobre os temperos e outras coisas

que tenho. Como está frio sugiro entrarmos.

Noto que ela está bem à vontade.

– Bom vou fazer seu café, alguma preferência?

– Forte e sem açúcar. Posso dar uma olhada nos

seus cds?

– Claro.

Enquanto faço o café, ouço a música que ela

escolheu. Ela entra na cozinha cantarolando:

– Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com

sabor de fruta mordida…

– Adoro essa música, ela me faz pensar numa

pessoa que já sofreu e tem receio de se envolver.

– digo sem me virar.

– Esse trecho me faz pensar isso também. – diz

se aproximando de mim.

– Prefere caneca ou xícara?

Termino o café e viro, estou em frente a pia e ela

encostada na ponta da mesa, bem na minha

frente. Nos encaramos em silêncio.

– Quer dançar? – e vou na sua direção.

– Aceito.

Delicadamente, pego sua mão e abraço sua

cintura. Ela coloca as duas mãos em volta do

meu pescoço. Começamos a dançar devagar no

ritmo da música.

– Sabe eu tinha receio de me aproximar e você se

assustar, achar estranho, sei lá. – digo enquanto

olho pro seu lindo rosto.

– Não me pergunte o porque e nem como, mas

sinto uma atração por você e eu nunca nem

pensei em ficar com uma mulher. – diz e encosta

seu rosto no meu pescoço.

Dançamos a música até o final.

– Apertei o botão repetir, quero continuar

dançando com você.

Então embaladas ao som da música, dançamos

mais uma vez. Os toques ficam mais intensos e

urgentes, e sem pensar em mais nada, a beijo na

boca. Ela corresponde abrindo e deixando minha

língua explorá-la.

– Não sei o que está acontecendo, apenas sei que

é muito bom. – ela diz com o rosto no meu

pescoço.

– Que tal apenas sentirmos? Deixar fluir

naturalmente?

Coloco minha mão na sua nuca, a outra vai

percorrendo de leve suas costas, sinto sua

respiração ficar mais forte. Levanto a barra da

sua blusa e passo a mão na sua barriga, na

cintura e aperto devagar. Beijo seu pescoço e ela

passa suas mãos pelos meus cabelos e agarra

minha cintura. De repente ela se afasta com uma

expressão tensa.

– Me desculpe, preciso ir. – vai até a sala e pega

suas coisas.

– Ei o que houve, fiz algo errado?

– Não, só preciso ir. – e sai pela porta.

Só a vejo muito rapidamente nos dias seguintes,

em nenhuma vez ela conversou comigo, ao

contrário, sempre saia quando tentava me

aproximar. Não entendo nada e depois de uns

15 dias numa quinta-feira, a chefe do

departamento de RH me diz num papo casual,

que precisa levar urgente um documento para

que a Bel assine. Como já era quase dez da noite

e para aproveitar a desculpa, me ofereço para

levar.

– Ah quanta gentileza, ela mora longe e confesso

que estava com preguiça de ir até lá, mas é

importante e preciso para amanhã cedo e ela só

vem à tarde.

Pego o documento e corro para a minha moto,

vejo o endereço e fica na parte nobre da cidade,

um pouco distante, mas nem me importo. Me

identifico ao porteiro e depois de uma

eternidade de 20 segundos vejo que ele fala meu

nome, logo me avisa para subir e fala o andar e

apartamento.

Saio do elevador e toco a campainha, ela abre a

porta e me olha com expressão séria, mas gentil.

– Oi, não esperava você aqui, nem sabia que

tinha dado meu endereço.

– Olá, na verdade apenas vim pegar sua

assinatura num documento para a faculdade.

Ela me fala para entrar, explico sobre o

documento e entrego o envelope. Tenho a

impressão que ela fica um tanto triste por ter

ido lá apenas para isso. Assina e me devolve o

envelope.

– Pronto.

– Obrigada, boa noite.

Ela segura minha mão e com voz mais baixa diz:

– Ei acho que te devo uma explicação pela outra

noite.

– Tenho também essa impressão…

– Senta aqui. – me leva para um sofá encostado

na parede.

Sento no canto do sofá que fica ao lado da porta

que dá para uma ampla varanda.

– Eu não devia ter deixado ir além de um simples

café, mas eu não sei o que houve, me deixei

envolver. – diz sentando no outro canto do sofá.

– Tem a ver com o fato que sou mulher?

– Na verdade nem é isso, não tenho esse tipo de

problema. O fato é que não quero e não posso

me envolver com ninguém, seja de que sexo for.

– E por que não?

– Sou casada com meu trabalho, viajo muito e

não tenho como me dedicar a alguém. Tanto que

as aulas que peguei aqui são poucas, fico mais

pesquisando e dando palestras do que

propriamente em sala de aula.

– Percebi isso e de verdade, não acho que seja

apenas isso.

Vejo que ela relaxa e se encosta no sofá, fica com

um olhar pensativo, longe daqui dessa sala. Me

aproximo um pouco e toco sua mão.

– Pode me falar, às vezes pode ser bom

desabafar. Não quero insistir em algo que não

queira, tô aqui como sua amiga antes de

qualquer coisa.

– Sabe, há muitos anos me envolvi com um

homem mais velho, namoramos por anos. Me

sentia casada mesmo cada um morando em sua

casa, sabe? – diz com olhos tristes.

– Ei que tal um chá ou café?

Ela concorda e me leva até a cozinha, em silêncio

preparo o chá de hortelã e ela pega as canecas.

Voltamos pra sala e nos sentamos nos mesmos

lugares.

– Então, um dia ele insiste que deveríamos

morar juntos já que estávamos há anos juntos,

mais de doze. O problema é que aceitei mais por

receio de perdê-lo do que por de fato querer a

mesma coisa.

– Pelo visto a ideia não deu muito certo?

– Nada certo. Ficamos uns dois anos juntos na

mesma casa, os piores anos da minha vida pois,

brigávamos o tempo todo por nada e, uma

relação que foi tão bonita, acabou pela teimosia

dele e por minha conivência.

– Você o ama?

– Amei muito, demais até, e o que me deixa como

que uma ferida ainda viva no coração, é saber

que algo tão bom e que poderia durar a vida

inteira se acabou por coisas tão pequenas, mas

que machucaram tanto. Hoje nos amamos, mas

como amigos entende?

– Sim eu te entendo e acho louvável que ao

menos conseguem manter a amizade.

– Depois disso nunca mais me envolvi

seriamente com ninguém. Um caso

descompromissado aqui e ali, mas nenhum

namoro. Ainda não consigo me abrir para um

amor ou sei lá que nome dar.

Noto que seus olhos estão marejados, pego sua

mão e a beijo. Nos olhamos e ela me dá um

sorriso tímido e lindo.

– Olha Bel, agora entendo sua atitude da outra

noite, mas posso te pedir uma coisa?

– Claro.

– Tenta ao menos? Sem compromisso, sem

cobrança e sem planos pro futuro. Apenas tenta

sentir e se permitir, consegue?

– Ahhhh não tenho o que te oferecer e muito

menos te pedir. Seria injusto com você.

– Isso eu decido, não é sua responsabilidade. Já

sou adulta, não se preocupe comigo.

– Mas e se você se envolver e eu não puder te dar

o que quer???

– Ei moça, isso é uma decisão que só cabe a mim!

Então me aproximo e ela não oferece resistência.

Seguro seu rosto e pouso um beijo em seus

lábios. A coisa vai aos poucos esquentando e ela

sussurra em meu ouvido:

– Agora que sabe de tudo e está ciente das

consequências, quero continuar até o fim.

Me puxa pela mão e me leva até seu quarto,

fecha a porta e vai se despindo devagar, sem

tirar os olhos de mim. Tiro minha roupa e

quando estamos nuas, passo minhas mãos pelo

seu rosto, pelo pescoço, em seus braços, me

aproximo e encostamos nossos corpos, seguro

seu rosto com minhas duas mãos e digo:

– Relaxe e apenas sinta, me deixa te levar pra

dançar e solte o corpo, não pense em mais nada.

Sinto ela leve, como se planasse. Ainda em pé,

vou beijando todo seu corpo e toco bem de leve

sua pele com as mãos. Ela se deixa beijar e

parece flutuar. Sinto suas mãos tocarem meu

corpo. Segura meu rosto e me beija a boca,

morde meu lábio e fala:

– Imaginei algumas vezes isso sabe? E sempre

me deixava muito excitada. Sente isso.

Pega minha mão e leva até o vão de suas pernas.

Está completamente molhada e quente, isso me

excita ainda mais.

– Preciso conferir de mais perto, saber aquilo de

ver com seus próprios olhos? – digo em seu

ouvido.

– E sentir com a própria boca??

Vou descendo devagar enquanto beijo seu colo,

barriga até chegar ao delicioso vão. Ela abre um

mais suas pernas e a beijo bem de leve, ela solta

um gemido e segura meu cabelo. Levanto e a

pego pela mão, levo até sua cama e a deito.

Enquanto sinto seu olhar de desejo fixo nos

meus, fico por cima dela e com a língua vou

desenhando seu lindo e delicioso corpo. Ela

estremece e fica ofegante, abro suas pernas e

com a língua a exploro toda, bebo o líquido que

escorre dela e sinto seu corpo ficar ainda mais

quente. Quando chupo seu clitóris já duro de

tanto tesão, ela solta um gemido mais forte e

rebola ainda mais. Sinto suas mãos prenderem

minha cabeça com mais força e não paro de

chupá-la até que sinto seu corpo tremer num

gozo maluco e enlouquecedor.

Me deito em cima dela, com minha mão

espalmada no seu vão agora ainda mais

molhado. Ela me abraça com força e a beijo com

paixão sua deliciosa boca.

– Há muito tempo não sentia tanto prazer. Quem

diria que seria com uma mulher? – e sorri

lindamente.

– Às vezes a vida nos surpreende sabia?

– Tô começando a achar isso.

E ficamos deitadas com corpos colados, não

falamos nada, apenas curtimos o momento. Sem

pressa, sem planos, sem cobranças, só com

nossos corpos e almas entrelaçados.

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