Conquistar alguém que tem medo de
se entregar
“Todo amor que houver nessa vida”
Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente nem vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum veneno anti monotonia
E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não
Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum remédio que me de alegria
Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E algum veneno anti monotonia
E algum
Compositores: Agenor Neto / Agenor De Miranda Araujo Neto / Roberto Frejat
Saio da sala de aula com o corpo todo dolorido e
dor de cabeça. A aula foi proveitosa, porém, os
alunos estavam empolgados demais com o tema
e resolveram falar ao mesmo tempo. Vou direto
para a sala dos professores, entro louca atrás de
um café. Nem noto alguém sentado no canto da
mesa enorme.
– Ah boa noite, desculpa, nem tinha te visto!
Ela levanta o rosto e me encarando, diz:
– Tudo bem, também já está tarde.
– O efeito sexta-feira! – e dou risada.
Ela sorri e balança a cabeça concordando, depois
volta a se concentrar no que estava lendo. Sento
de frente e tomando meu café, finjo que estou
arrumando algumas pastas. Consigo notar a
delicadeza dos traços, tem olhos castanhos com
formato do que chamo de olho de gato, os
cabelos são cor de chocolate com luzes mais
claras na altura dos ombros, a pele é de um tom
meio caramelo claro, o nariz é delicado, as mãos
magras e pequenas com unhas pintadas de
vermelho, tem uma boca carnuda e dentes
perfeitos e brancos.
– Bom desculpa te atrapalhar entrando
abruptamente. Boa noite! – digo me levantando.
– Ah imagina! Já é tarde e também vou embora.
– Se quiser te espero e vamos juntas até o
estacionamento.
– Sim eu quero! É meu primeiro dia aqui e não
sei o quão perigoso é sair nesse horário.
Ela se levanta, pega suas coisas e eu só consigo
acompanhar seus movimentos delicados, porém
decididos. Traz uma leveza misturada com uma
grande certeza do que está fazendo, seus
movimentos preenchem o ambiente.
– Vamos? – me diz com um lindo sorriso.
Abro a porta e deixo que vá na frente, um ato de
pura gentileza. Caminhamos até o
estacionamento enquanto conversamos:
-Meu nome é Clara e o seu?
– O meu é Isabelle, mas todos me chamam de Bel.
-Você disse que é seu primeiro dia aqui, vem de
onde?
– Na realidade venho de uma temporada em
Portugal, onde fiz doutorado. Mas sou de Ouro
Preto.
– E qual sua área?
– Hoje meus estudos e palestras falam da
trajetória da mulher no Brasil e no mundo, suas
batalhas e conquistas. E você?
– Bom, sou daqui mesmo e dou aula de
psicologia.
A conversa segue agradável, até que chegamos
perto da minha moto.
– Seu carro ou moto está longe?
Ela aponta para um Jeep verde musgo.
– Está logo ali.
– Tá pertinho. Vou esperar entrar no carro e
depois saio ok?
– Quanta gentileza, obrigada Clara!
Não sei bem como me despedir, um beijo no
rosto? Um aperto de mão? Nada?
Ela vem e me dá um beijo no rosto. Simples
assim.
– Boa noite e até segunda.
– Até Bel.
Se vira e eu me sento na moto mas, não consigo
parar de olhá-la. Ela contorna e entra no carro,
mas antes me dá um tchau, retribuo o gesto e
ligo a moto.
O fim de semana corre tranquilo, arrumo a casa,
cuido da horta e dos gatos, vou ao
supermercado, coisas corriqueiras. No domingo
vou caminhar pelo parque perto de casa, resolvo
cozinhar e ler um novo romance que comprei.
Mas confesso que a imagem dela e das poucas
palavras que trocamos, não saem da minha
cabeça. Rememoro cada uma devagar, lembro o
tom da voz, o leve sotaque e das expressões.
Preciso tomar cuidado, pois ela não me parece
nada gay e ainda por cima, deve ser casada com
um cara estilo George Clooney.
Ansiosa pela segunda, chego dez minutos antes
do horário, mas não a vejo na sala dos
professores. Confesso que fico um tanto
decepcionada. Mas aí chegam os outros
professores, todos resumindo seus finais de
semanas e acabo me distraindo. Saio da sala e
vou direto pro terceiro andar que é onde fica
minha velha sala de aula. Os alunos já estão
sentados, falando mais do que deveriam e num
tom alto demais para uma segunda-feira. A
manhã transcorre normal. No intervalo vou
direto para a lanchonete que tem na rua paralela
a da faculdade. Sempre faço isso quando quero
ficar sozinha ou preciso ler algo para a aula da
tarde. Sento na mesa de sempre que fica na
varanda, gosto de sentir o movimento mesmo
que não preste atenção. Depois de fazer meu
pedido, me concentro no texto da aula que darei
logo mais.
– Olá, incomodo se me sentar aqui?
Levanto a cabeça e dou de cara com a Bel, linda
numa calça jeans escura e justa, uma camisa
branca lisa, de um tecido molinho e com os dois
primeiros botões abertos, que deixava de forma
discreta, seu colo a mostra. Simplesmente
irresistível.
– Claro!
Ela se senta na minha frente, coloca suas coisas
na cadeira ao lado.
– Me falaram que a comida aqui é gostosa.
– Ah sim, muito.
-Achei que almoçasse na cantina da faculdade.
– Prefiro vir pra cá quando quero ler ou silêncio.
– Poxa não quero te atrapalhar, posso mudar de
mesa. – e faz que vai levantar.
– Não! – digo rápido demais.
Ela sorri e chama o garçom. Deixo o texto de
lado e me arrisco em conhecê-la melhor.
– E como está seu segundo dia?
– Até que agradável, me sinto um pouco perdida,
mas logo me ajeito.
– Veio pra cá sozinha ou com a família?
– Sozinha.
Noto que é muito reservada, prefiro conversar
sobre outros assuntos.
– Nossa faltam 5 minutos pra aula começar!! –
digo meio assustada.
– O tempo passa muito rápido quando a
conversa é boa.
Na entrada da faculdade, olho e digo com certo
pesar:
– Bom é aqui que nos separamos!
– Uma pena, mas espero revê-la em breve. – sorri
e dá uma piscada.
Quase infarto! Acho que vi e ouvi errado. Sigo
meio zonza para a sala de aula. Levo um tempo
até entrar no ritmo, mas a aula acaba sendo
divertida e muito proveitosa. E todos os dias
almoçamos juntas, quando nos encontramos nos
corredores ou na sala dos professores, nos
cumprimentamos e quando dá, conversamos um
pouco sobre os acontecimentos do dia a dia.
Chega sexta-feira e alguns professores resolvem
ir para um bar no centro da cidade, que toca
música ao vivo e, talvez o principal, não é
frequentado pelos alunos. Pergunto pro Gilson
se todos irão, ele diz que a maioria.
– Até a nova professora?
– Ela disse que talvez vá, ela é meio na dela né?
Encontro com ela na sala, perto do café.
– Boa noite Bel, tudo bom?
– Sim tudo ótimo e você? – e me dá um sorriso
lindíssimo.
Tento controlar a respiração pra ela não
perceber o quanto mexe comigo, e digo no tom
mais casual possível:
– E aí moça vai com o pessoal pro bar? Garanto
que tem boa música e a cerveja é gelada.
– Eu não bebo cerveja…
– Ah, mas tem vinho, suco, água com gás!
Ela ri de um jeito leve e fala:
– Você vai?
– Claro, se não fosse, nem te chamaria.
– Então vou sim!
Impressão minha ou ela demonstrou um leve e
promissor entusiasmo por eu ir?
– Vai de moto?
– Ah como sabia do bar, vim a pé mesmo. Beber e
dirigir não dá muito certo!
– E vai embora como?
– Chamo taxi, uber, dou um jeito.
– Então te darei uma carona! Só assim aceito ir.
Minha vontade é dar um grito de uhuhhuhu!
Melhor impossível. Mas me contenho e,
mantendo a casualidade, respondo:
– Fechado!
Para não dar tão na cara, me sento antes dela,
não quero que ninguém perceba meu interesse e
nem ela ainda. Mas noto que ela dá um jeito de
sentar ao meu lado e durante a noite, apesar de
ser gentil com todos, acaba conversando mais
comigo.
Fico sabendo algumas coisas interessantes e isso
acaba me atraindo ainda mais, sinal de alerta
ligado. Lá pelas dez, ela me olha com cara de
criança que quer um doce:
– Olha não quero atrapalhar sua diversão, mas
estou caindo de sono, se importa se formos
agora?
Não sei se pelas 3 cervejas ou apenas um desejo
íntimo latente, mas acho estranho, pois ela
poderia apenas me falar que queria ir embora e
se eu iria com ela ou ficaria.
– Tudo bem, também estou cansada.
Nos despedimos de todos, e pra minha sorte,
todos já meio altos e animados com a música
nem notam ou fazem qualquer comentário
maldoso.
– Vai ter que me indicar o caminho, sou
forasteira.
Explico direito, e vamos rumo à minha casa
conversando e nem prestando atenção nas
músicas que tocam. De novo fico com receio de
chamá-la para entrar, mas também não quero
perder a oportunidade. Resolvo arriscar.
– Você foi muito gentil em aceitar o convite e me
dar carona, o mínimo que posso fazer é oferecer
um café!
– Olha que aceito! Acho que tomei um pouco a
mais de vinho.
Minha casa tem um pequeno jardim na frente,
quando ela entra, percebo que olha para as
flores.
– Gosta de flores?
– Amo, uma pena não ter espaço no apartamento
que aluguei.
Entramos, ela olha em volta e agradeço por ser
organizada e as gatas não terem feito nada
extravagante como quebrar todos os enfeites.
– Sua casa é aconchegante. Você disse que tem
horta, onde?
Levo até o quintal do fundo onde fica a
lavanderia e a horta.
– Não é a horta, mas tem algumas coisinhas.
– Nossa é muito bonita e bem cuidada. Tem
bastante coisa!
Conversamos sobre os temperos e outras coisas
que tenho. Como está frio sugiro entrarmos.
Noto que ela está bem à vontade.
– Bom vou fazer seu café, alguma preferência?
– Forte e sem açúcar. Posso dar uma olhada nos
seus cds?
– Claro.
Enquanto faço o café, ouço a música que ela
escolheu. Ela entra na cozinha cantarolando:
– Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com
sabor de fruta mordida…
– Adoro essa música, ela me faz pensar numa
pessoa que já sofreu e tem receio de se envolver.
– digo sem me virar.
– Esse trecho me faz pensar isso também. – diz
se aproximando de mim.
– Prefere caneca ou xícara?
Termino o café e viro, estou em frente a pia e ela
encostada na ponta da mesa, bem na minha
frente. Nos encaramos em silêncio.
– Quer dançar? – e vou na sua direção.
– Aceito.
Delicadamente, pego sua mão e abraço sua
cintura. Ela coloca as duas mãos em volta do
meu pescoço. Começamos a dançar devagar no
ritmo da música.
– Sabe eu tinha receio de me aproximar e você se
assustar, achar estranho, sei lá. – digo enquanto
olho pro seu lindo rosto.
– Não me pergunte o porque e nem como, mas
sinto uma atração por você e eu nunca nem
pensei em ficar com uma mulher. – diz e encosta
seu rosto no meu pescoço.
Dançamos a música até o final.
– Apertei o botão repetir, quero continuar
dançando com você.
Então embaladas ao som da música, dançamos
mais uma vez. Os toques ficam mais intensos e
urgentes, e sem pensar em mais nada, a beijo na
boca. Ela corresponde abrindo e deixando minha
língua explorá-la.
– Não sei o que está acontecendo, apenas sei que
é muito bom. – ela diz com o rosto no meu
pescoço.
– Que tal apenas sentirmos? Deixar fluir
naturalmente?
Coloco minha mão na sua nuca, a outra vai
percorrendo de leve suas costas, sinto sua
respiração ficar mais forte. Levanto a barra da
sua blusa e passo a mão na sua barriga, na
cintura e aperto devagar. Beijo seu pescoço e ela
passa suas mãos pelos meus cabelos e agarra
minha cintura. De repente ela se afasta com uma
expressão tensa.
– Me desculpe, preciso ir. – vai até a sala e pega
suas coisas.
– Ei o que houve, fiz algo errado?
– Não, só preciso ir. – e sai pela porta.
Só a vejo muito rapidamente nos dias seguintes,
em nenhuma vez ela conversou comigo, ao
contrário, sempre saia quando tentava me
aproximar. Não entendo nada e depois de uns
15 dias numa quinta-feira, a chefe do
departamento de RH me diz num papo casual,
que precisa levar urgente um documento para
que a Bel assine. Como já era quase dez da noite
e para aproveitar a desculpa, me ofereço para
levar.
– Ah quanta gentileza, ela mora longe e confesso
que estava com preguiça de ir até lá, mas é
importante e preciso para amanhã cedo e ela só
vem à tarde.
Pego o documento e corro para a minha moto,
vejo o endereço e fica na parte nobre da cidade,
um pouco distante, mas nem me importo. Me
identifico ao porteiro e depois de uma
eternidade de 20 segundos vejo que ele fala meu
nome, logo me avisa para subir e fala o andar e
apartamento.
Saio do elevador e toco a campainha, ela abre a
porta e me olha com expressão séria, mas gentil.
– Oi, não esperava você aqui, nem sabia que
tinha dado meu endereço.
– Olá, na verdade apenas vim pegar sua
assinatura num documento para a faculdade.
Ela me fala para entrar, explico sobre o
documento e entrego o envelope. Tenho a
impressão que ela fica um tanto triste por ter
ido lá apenas para isso. Assina e me devolve o
envelope.
– Pronto.
– Obrigada, boa noite.
Ela segura minha mão e com voz mais baixa diz:
– Ei acho que te devo uma explicação pela outra
noite.
– Tenho também essa impressão…
– Senta aqui. – me leva para um sofá encostado
na parede.
Sento no canto do sofá que fica ao lado da porta
que dá para uma ampla varanda.
– Eu não devia ter deixado ir além de um simples
café, mas eu não sei o que houve, me deixei
envolver. – diz sentando no outro canto do sofá.
– Tem a ver com o fato que sou mulher?
– Na verdade nem é isso, não tenho esse tipo de
problema. O fato é que não quero e não posso
me envolver com ninguém, seja de que sexo for.
– E por que não?
– Sou casada com meu trabalho, viajo muito e
não tenho como me dedicar a alguém. Tanto que
as aulas que peguei aqui são poucas, fico mais
pesquisando e dando palestras do que
propriamente em sala de aula.
– Percebi isso e de verdade, não acho que seja
apenas isso.
Vejo que ela relaxa e se encosta no sofá, fica com
um olhar pensativo, longe daqui dessa sala. Me
aproximo um pouco e toco sua mão.
– Pode me falar, às vezes pode ser bom
desabafar. Não quero insistir em algo que não
queira, tô aqui como sua amiga antes de
qualquer coisa.
– Sabe, há muitos anos me envolvi com um
homem mais velho, namoramos por anos. Me
sentia casada mesmo cada um morando em sua
casa, sabe? – diz com olhos tristes.
– Ei que tal um chá ou café?
Ela concorda e me leva até a cozinha, em silêncio
preparo o chá de hortelã e ela pega as canecas.
Voltamos pra sala e nos sentamos nos mesmos
lugares.
– Então, um dia ele insiste que deveríamos
morar juntos já que estávamos há anos juntos,
mais de doze. O problema é que aceitei mais por
receio de perdê-lo do que por de fato querer a
mesma coisa.
– Pelo visto a ideia não deu muito certo?
– Nada certo. Ficamos uns dois anos juntos na
mesma casa, os piores anos da minha vida pois,
brigávamos o tempo todo por nada e, uma
relação que foi tão bonita, acabou pela teimosia
dele e por minha conivência.
– Você o ama?
– Amei muito, demais até, e o que me deixa como
que uma ferida ainda viva no coração, é saber
que algo tão bom e que poderia durar a vida
inteira se acabou por coisas tão pequenas, mas
que machucaram tanto. Hoje nos amamos, mas
como amigos entende?
– Sim eu te entendo e acho louvável que ao
menos conseguem manter a amizade.
– Depois disso nunca mais me envolvi
seriamente com ninguém. Um caso
descompromissado aqui e ali, mas nenhum
namoro. Ainda não consigo me abrir para um
amor ou sei lá que nome dar.
Noto que seus olhos estão marejados, pego sua
mão e a beijo. Nos olhamos e ela me dá um
sorriso tímido e lindo.
– Olha Bel, agora entendo sua atitude da outra
noite, mas posso te pedir uma coisa?
– Claro.
– Tenta ao menos? Sem compromisso, sem
cobrança e sem planos pro futuro. Apenas tenta
sentir e se permitir, consegue?
– Ahhhh não tenho o que te oferecer e muito
menos te pedir. Seria injusto com você.
– Isso eu decido, não é sua responsabilidade. Já
sou adulta, não se preocupe comigo.
– Mas e se você se envolver e eu não puder te dar
o que quer???
– Ei moça, isso é uma decisão que só cabe a mim!
Então me aproximo e ela não oferece resistência.
Seguro seu rosto e pouso um beijo em seus
lábios. A coisa vai aos poucos esquentando e ela
sussurra em meu ouvido:
– Agora que sabe de tudo e está ciente das
consequências, quero continuar até o fim.
Me puxa pela mão e me leva até seu quarto,
fecha a porta e vai se despindo devagar, sem
tirar os olhos de mim. Tiro minha roupa e
quando estamos nuas, passo minhas mãos pelo
seu rosto, pelo pescoço, em seus braços, me
aproximo e encostamos nossos corpos, seguro
seu rosto com minhas duas mãos e digo:
– Relaxe e apenas sinta, me deixa te levar pra
dançar e solte o corpo, não pense em mais nada.
Sinto ela leve, como se planasse. Ainda em pé,
vou beijando todo seu corpo e toco bem de leve
sua pele com as mãos. Ela se deixa beijar e
parece flutuar. Sinto suas mãos tocarem meu
corpo. Segura meu rosto e me beija a boca,
morde meu lábio e fala:
– Imaginei algumas vezes isso sabe? E sempre
me deixava muito excitada. Sente isso.
Pega minha mão e leva até o vão de suas pernas.
Está completamente molhada e quente, isso me
excita ainda mais.
– Preciso conferir de mais perto, saber aquilo de
ver com seus próprios olhos? – digo em seu
ouvido.
– E sentir com a própria boca??
Vou descendo devagar enquanto beijo seu colo,
barriga até chegar ao delicioso vão. Ela abre um
mais suas pernas e a beijo bem de leve, ela solta
um gemido e segura meu cabelo. Levanto e a
pego pela mão, levo até sua cama e a deito.
Enquanto sinto seu olhar de desejo fixo nos
meus, fico por cima dela e com a língua vou
desenhando seu lindo e delicioso corpo. Ela
estremece e fica ofegante, abro suas pernas e
com a língua a exploro toda, bebo o líquido que
escorre dela e sinto seu corpo ficar ainda mais
quente. Quando chupo seu clitóris já duro de
tanto tesão, ela solta um gemido mais forte e
rebola ainda mais. Sinto suas mãos prenderem
minha cabeça com mais força e não paro de
chupá-la até que sinto seu corpo tremer num
gozo maluco e enlouquecedor.
Me deito em cima dela, com minha mão
espalmada no seu vão agora ainda mais
molhado. Ela me abraça com força e a beijo com
paixão sua deliciosa boca.
– Há muito tempo não sentia tanto prazer. Quem
diria que seria com uma mulher? – e sorri
lindamente.
– Às vezes a vida nos surpreende sabia?
– Tô começando a achar isso.
E ficamos deitadas com corpos colados, não
falamos nada, apenas curtimos o momento. Sem
pressa, sem planos, sem cobranças, só com
nossos corpos e almas entrelaçados.
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