UM AMOR SURREAL

4. No mar de Paraty

Gosto de praia, gosto de sentir a brisa com

sabor de liberdade, sentir a água vir molhar de

mansinho meus pés, gosto do gosto de sal

quando a onda bate em meu rosto, gosto do sol

queimando meu corpo, enfim amo o mar e a

vibração que vem dele e de todo seu entorno.

Por isso resolvi vir para Paraty passar o feriado

de 01 de maio, quatro dias para descansar e

curtir com calma. Eu e um casal de amigas

decidimos em cima da hora, juntamos nossas

moedas e, com a cara e a coragem, alugamos

dois quartos em uma pousada perto do centro e

apenas viemos para esse pequeno paraíso.

Chegamos sábado por volta das 7 da manhã, a

pousada é linda e aconchegante, os quartos são

arejados e, apesar de simples, confortáveis, tem

até banheira! Depois de deixarmos nossas coisas

no quarto, enquanto minhas amigas decidem

fazer sauna, eu decido andar pela cidade, ir até a

praia.

A cidade é deliciosamente acolhedora, vou

caminhando pelas ruas de paralelepípedos com

casas antigas e conservadas. Passo por lojinhas

de artesanatos, uma linda livraria, contorno a

igreja matriz, e sigo até o canal que fica

praticamente no meio da cidade e onde ficam os

barcos de passeio. Caminho devagar por ele e

me encosto na grade para admirar a imensidão

de água e céu azul clarinho.

Impossível não imaginar te encontrar aqui, fazer

o percurso, mas de mão dadas com você, entrar

numa lojinha e escolher uma lembrança para te

dar. Puro devaneio. Não temos nos falado há

quase um mês, logo não sei por onde anda e nem

você sabe de mim.

Ouço vozes alegres, risadas e certo frenesi num

grupo de pessoas que caminham na minha

direção. São quatro mulheres, dois homens e

duas crianças e, pela alegria do grupo, imagino

que é a primeira vez aqui. Vejo que entram num

desses barcos de passeio que nos levam para as

mais lindas praias e que dura o dia todo. Noto

que apenas uma das mulheres não embarca,

noto que todos dão tchau e ela fica encostada na

grade acenando e mandando beijos. Acho um

pouco estranho e me pergunto o motivo de ter

ficado, enfim cada um com suas esquisitices.

Resolvo ir até a praia, atravesso a rua e ando

devagar para aproveitar o caminho. A praia

ainda está vazia e a temperatura bem agradável.

Me sento na areia o mais próximo do mar, coloco

os fones e escolho a música “Seu nome “ da Luiza

Possi, acho que tem tudo a ver com esse

instante, fecho os olhos e me deixo viajar.

Sinto alguém sentando ao meu lado, levo um

susto e tiro os fones, com tanto lugar por que

aqui colado em mim?? Quando encaro com cara

de raiva quem é o intruso que invadiu meu

espaço, vejo seu olhos presos em mim. Você está

de chapéu panamá de praia, óculos escuros que

está segurando, uma saída de praia branca

rendada e um biquíni amarelo clarinho. Por um

tempo ficamos nos olhando, eu sem reação e

você com uma expressão divertida, é quando

noto que você é a mulher que vi no canal e que

não embarcou. Como não notei que ela era você

naquele momento?

– Oi menina, tentando ficar morena?

– Desisti disso, no máximo rosa bebê. Por acaso

era você no canal??

– Sim.

– Por que não embarcou??

– Porque enquanto eu caminhava, vi um ser

pequeno que me chamou a atenção…

– Ah e por qualquer ser pequeno você desiste de

um lindo passeio??

– Não, apenas quando esse ser é alguém que há

tempos me encanta.

Não sei o que falar e nem consigo raciocinar

sobre isso, até que você propõe darmos uma

volta molhando os pés na água. Levantamos e

seguimos em silêncio até o mar.

– O que está ouvindo?

Para na minha frente, pega um dos fones para

escutar, está tocando “Todos Enquantos” do

Teatro Mágico.

-Essa música é linda! Uma vez uma pequena me

mandou.

-Ah é?

– Sim, ela mandou muitas músicas lindas que não

conhecia.

-Que gentil..

– Muito delicado.

Voltamos a caminhar ouvindo a música. Quando

acaba, tiramos os fones e por algum tempo

caminhamos quietas. Sinto sua mão tocar de vez

em quando a minha, não sei se sem querer ou

me convidando para pegá-la. Delicadamente

pego seus dedos, você se aproxima um pouco e

entrelaço minha mão na sua. Tudo o que quero

falar, perguntar me parece não ser oportuno,

deixo o silêncio prevalecer.

– Vamos dar um mergulho? – você diz sem me

olhar.

Não respondo, apenas mudo a direção para

entramos na água, você vem comigo sem soltar

minha mão. Nadamos um pouco, rimos quando

quase tomei um caldo e vou até você, sem dizer

nada, sem me importar com nada, apenas te

abraço e digo:

– Quero fazer valer o passeio que você não foi,

posso?

– Deve.

Seguro seu queixo e te beijo, minha mão segura

suas costas para a onda não te afastar, você

corresponde ao beijo e me abraça forte.

Protegidas pelo mar, resolvemos brincar com as

mãos e bocas. Com a água pela cintura, você

entrelaça sua perna no meio das minhas e me

agarra. Sinto um calor maluco pelo corpo todo.

Nos abaixamos para que não nos vejam, eu

desamarro a parte de cima do seu biquíni, e

passo as mãos nas suas costas enquanto mordo

seu pescoço, você enfia a língua na minha orelha,

tenho a sensação que nosso calor fará a água

borbulhar. Me afasto um pouco para olhar seu

rosto, seu corpo e passo as palmas das minhas

mãos em seus seios, você me olha com uma cara

de quem quer mais. Eles são macios e firmes, no

tamanho certo para caber na minha mão, qual

será o gosto? Resolvo conferir e beijo um de

cada vez, passo a língua e mordo, nessa hora

sinto suas pernas me apertarem, seguro seu

quadril e te puxo mais perto. Você sussurra:

– O que você faz comigo?

– Apenas o que me deixa fazer…

– Quero sair daqui, mas não quero parar

também…e agora?

– Tenho uma ideia, damos um mergulho pra

acalmar e vamos pra minha pousada, o que

acha?

Nos soltamos e mergulhamos, ficamos um

tempo até baixar o tesão e saímos. Dessa vez

sem mãos dadas caminhamos até nossas coisas

que deixamos na areia.

– Onde fica sua pousada?

– Depois da matriz.

– Longe, a minha é aqui ao lado!

– A sua tem banheira?

Você faz uma cara safada e diz:

– Ah adoro água, adoro sexo, sexo na água

então…

Andamos até a pousada, quando passamos em

frente a uma padaria, paro e te falo:

– Me dá um minuto!

Entro e vou direto para a geladeira, me lembrei

de uma brincadeira que fazíamos, resolvo tentar

colocar em prática.

-Que demora!!

– Nossa foi um minuto e 15 segundos!!

Você ri, descobri que adoro a sua risada, sua voz,

seu corpo, enfim…

Entramos na pousada, não vejo minhas amigas,

devem ter saído ou estão no quarto. Abro a

porta e te deixo entrar primeiro. Sugiro:

– Já que estamos molhadas por que não

tomamos um banho?

Enquanto entra no banheiro, guardo o que

comprei na geladeira. Ainda de biquíni, você

está abaixada abrindo as torneiras, chego por

trás e beijo suas costas enquanto te abraço,

colocando meus braços em volta do seu peito. Te

sinto estremecer e ajeitar seu corpo no meu. Nos

levantamos e sem nos virarmos, vou beijando

pescoço, ombros, desço a língua por sua coluna e

você arrepiada, solta um gemido. Quando a

banheira enche, eu entro me sento, você vem e

se senta de frente pra mim. Tiro primeiro a

parte de cima do seu biquíni e depois a minha,

coloco seu seio na minha boca e com uma mão

tomo o outro, com a outra eu vou puxando até

tirar a outra parte do seu biquíni.

Me pega pela nuca e me dá um beijo na boca,

sugando minha língua e passando a mão pelos

meus seios. A água morna começa a entrar em

ebulição, com você nua em meu colo, afasto um

pouco mais suas pernas e coloco minha mão

entre elas. Te ouço ofegar e dar um gemido mais

alto, resolvo passar os dedos dentro dela,

primeiro com o indicador na volta dos lábios, no

clitóris que já está rígido e, conforme sua

respiração fica mais ofegante, enfio meus dedos

dentro dela. Nessa hora sinto seu corpo retesar e

você soltar um gritinho. Continuamos nos

beijando e vou entrando e saindo de você, seu

rebolado vai ditando o ritmo e fica cada vez mais

rápido. Você acelera ainda mais, me morde a

boca e arranha minhas costas.

– Não pára não, vai continua, mais rápido que já

vou gozar, vem mais forte…

Continuo mais depressa até você gozar. Seu

corpo todo treme e você solta o gemido forte e

um grunhido. Solta o corpo no meu e ficamos um

tempo assim. Saímos da banheira.

– Ei, espera, me deixar te secar.

Você gosta da ideia e fica na minha frente. Com a

toalha vou secando cada pedacinho seu, me olha

com uma mistura de carinho e desejo. Começo

pelo pescoço, os braços, desço pelo colo, barriga,

pernas, dou a volta e seco as pernas, subo elas

costas.

Pega minha mão e me leva pro quarto.

– Deita, vou colocar música e pegar uma

coisinha.

Me olha desconfiada mas faz o que peço. Pego

um lenço e digo:

– Vou vendar você, não tenha receio, se não

quiser é só falar que paro ok? Deita de bruços.

Sem entender nada, me deixa te vendar e deita

de bruços . Pego o pote de sorvete.

– Quero saber se ao vivo é tão bom quanto na

minha imaginação.

Com a mão, pego o sorvete de creme e coloco na

sua nuca, você estremece.

– O que é isso? Vai me transformar numa taça?

Com a boca pego o sorvete e vou passando pelos

ombros, no meio das costas e nas laterais.

– Calma que vou limpar tudo!

Com a língua vou sugando o sorvete, acho que

gosta porque não para de se mexer. Pego

sorvete com as mãos e passo na bunda, nas

coxas e pernas, depois vou sugando e passando

a língua para sorver cada gota. Você agarra mais

forte os lençóis, o que me deixa claro que devo

continuar.

– Agora vira.

Você obedece, ainda vendada me puxa para

beijar minha boca e diz:

– Tô adorando isso…

Coloco sorvete e beijo sua boca, você chupa

minha língua quase devorando e tomando todo

o sorvete.

– Ei calma!

Agora está tocando a música “Luxúria” da

Isabella Taviani, tudo a ver com o momento, não

teria outra mais perfeita!

Com sorvete na boca vou descendo pelo

pescoço, alterno chupar e lamber, vou até o colo,

passo pelos seios, caminho pela barriga, desço

até as coxas, abro suas pernas e passo pelo lado

de dentro das coxas, uma de cada vez com

calma.

– Huuum…..

Vou até seus pés, depois para não deixar

vestígios, faço todo caminho de volta só com

minha boca.

– Acho que você esqueceu de um lugar…

– Não, apenas deixei o melhor por último!

Capricho na quantidade de sorvete na boca e

desço até o vão das suas pernas. Quando encosto

minha boca, te ouço gemer forte e percebo que

agarra o lençol com as duas mãos.

Instintivamente ergue seu quadril na minha

direção, não me acanho e seguro sua bunda com

as duas mãos, encaixo minha boca e beijo entre

suas pernas até acabar todo sorvete. Você

rebola freneticamente e diz coisas malucas que

nem entendo direito.

– Está toda lambuzada, preciso limpar tudo!

E começo a lamber, sugar e chupar ela toda, seu

corpo quente vai aumentando os movimentos,

eu te puxo ainda mais e encaixo minha língua

dentro de você, que solta gemidos e palavras

entrecortadas. Quando sinto que está a um

passo de gozar, vou direto para o seu clitóris e o

sugo com força, passo a língua cada vez mais

rápido.

– Morde!!

Quando mordo, você explode em um gozo forte e

intenso. Deito ao seu lado e te puxo num abraço

apertado. Nos beijamos por muito tempo, nossas

mãos passeando pelo corpo uma da outra. Você

encosta sua cabeça no meu peito e diz:

– Que tal um banho e recomeçar?

Respiro fundo, solto um sorriso e digo:

– Posso fumar um cigarro antes?



Notas:



O que achou deste história?

Deixe uma resposta

© 2015- 2022 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.