UM AMOR SURREAL

10. Das canções de amor que quis cantar pra você – Do amor platônico

Apenas mais uma de amor

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim, ficar
Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Que eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Compositores: Luiz Pragana / Lulu Santos

É uma sensação de se deixar pertencer e sentir a

sua entrega. Depois de tanto medo, tantas

recusas e nãos que ouvi e ainda assim insisti.

Como se eu tivesse que escalar a Muralha da

China para provar o quão sinceros são meus

sentimentos, ainda depois me fez atravessar a

nado o rio São Francisco. Confesso que muitas

vezes pensei em desistir, deixar você trancada

na gaveta só que dessa vez passaria a chave para

nunca mais sair! Só que não deu, não consegui,

até fiz drama, gritei, te exclui e disse pra você

sumir. Dias depois estava eu atrás, pedindo

desculpas e assumindo que não era possível, ao

menos não agora.

Se me perguntam o porquê disso tudo apenas

dou um sorriso e digo: paixão, amor, sei lá o

nome, só sei que é bom e me preenche. Algumas

vezes quando eu demonstrava traços de

desistência, você vinha e dizia: não desista,

insista! Quando eu me chateava porque você

sumia, na hora mais estranha vinha você dar um

olá, mandava fotos, puxava papo, parece que

sentia que eu estava desanimando ou triste. Mas

o que ninguém sabe foram as vezes que você se

abriu, contou das coisas da sua vida, suas

conquistas, fotos das roupas, artes e comidas

que tem tanto orgulho de mostrar por saber que

fez com amor e alguém apreciou. Fui eu que ouvi

você pedir para que eu desse boa noite antes de

dormir, me mandando comer direito, dando

apoio em horas que eu não estava tão bem, até

seu silêncio me doou.

Lembro quando me perguntou se teria chance

comigo um dia e eu ri, falei que sempre teria e

que sempre foi você. E foi me deixando entrar

devagar, aos poucos me mostrando o que queria,

quem era e o que esperava. E esse amor / paixão

/ encantamento foi tomando corpo e nos

abraçando.

Mas ele é abstrato, não há presença física, toque,

olhos nos olhos, ouvir a respiração enquanto

fala, saber como mexe no cabelo, qual o som ao

vivo da voz, do riso, será que tem algum tique?

Nada disso existe. Há imaginação sobre tudo

isso, mas nenhuma certeza.

Há quem diga que é carência elevada a máxima

potência, que é doença, ou ao menos covardia.

Cada um sabe das dores e delícias de se ser

quem se é e, de todos os ônus e bônus do que

sente e se permite.

Não quero rótulos, não somo produtos em

prateleira concorda? Apenas me permiti e ainda

me permito viver isso. Até quando? Não faço

ideia.



Notas:



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