DAS DIFICULDADES COM AS AMIGAS HETERO SEM NOÇÃO

Revisão: Carolina Bivard e Nefer

Eu não sei vocês, mas passei maus pedaços quando era mais jovem na mão das amigas héteros. Bem, a maioria delas não sabia que eu era sapatão.

Porém, aquelas que sabiam, não sei se faziam por ingenuidade ou para testar meus limites. Creio que algumas de vocês já tiveram ou têm alguém do tipo na vida.

Para começar a saga, a menina por quem eu fui apaixonada, meu “debute” no mundo gay. Ela insistia em se trocar na minha frente. Eu tentava sair do quarto quando ela dizia que ia mudar de roupa, no entanto ela não deixava.

Dizia que queria me mostrar algo novo ou que precisava que eu opinasse sobre uma combinação específica de peças. Eu, como toda sapa teen masoquista, ficava e ainda opinava sobre o look de arrasar pra pegar os boys. Queria morrer! AFFF….

Os anos passaram e com eles veio a faculdade. Por consequência, morar em república e dividir quarto. Logicamente, tive uma paixonite pela menina que veio a dividir o quarto comigo. A paixonite foi anterior, e quando ela veio para a república, a questão entre nós estava super resolvida. Entendi que não tinha nada a ver.

Mas, enfim, ela veio para o apartamento, e só tinha vaga no quarto onde eu dormia. Que merda! A moça é gente boa demais! Digo isso porque somos amigas até hoje. No entanto, na época, sei que ela ficou constrangida, e vendo a situação, eu fiquei com mais vergonha ainda. Era um tal de me virar de costas ou sair do quarto toda vez que ela ia se trocar, que nem sei se era melhor ou pior. Ela não falou, eu não expliquei, e a vida seguiu por um ano assim, até que literalmente, me casei e mudei.

Uma outra amiga das antigas, da época do colégio, nunca deixou de me acompanhar. Somos também amigas até hoje. Na época do colégio, por mais que ela só tomasse sol no quintal, conseguiu entrar em uma faculdade municipal bem bacana na sua área. Frequentávamos a república uma da outra de tempos em tempos, além das cartas e telefonemas.

Um dia, ela resolveu fazer dança do ventre. Cheguei em sua casa para o fim de semana, do qual uma outra amiga, a do susto, também participaria. Como morava mais perto, aportei antes.

Eis que, quando me sentei no sofá da sala, ela disse que tinha uma coisa pra me mostrar. Sendo muito honesta, imaginei até uma G Magazine! Kkkkk… Contudo, não me preparei para a sequência de fatos.

Demos uns “tapas” e ela se fechou no quarto. Eu, muito chapada, estava viajando com sei lá o quê, quando a porta do quarto se abriu, já ao som de uma música árabe.

O impacto foi BRUTAL! Uma das suas melhores amigas, diga-se de passagem gostosa pra cacete, sai do quarto com aquela roupa de dança do ventre, jogando os quadris pra todos os lados.

Meu Deus do céu! Tive a impressão de que me encolhi no sofá, me perguntando internamente o que deveria fazer com tudo aquilo. Eu pensava: “É minha melhor amiga, eu não posso achar ela gostosa e querer agarrar”!

Por outro lado, eu queria ver o show e deixar a calcinha molhar. Porque ia acontecer, se eu cedesse minimamente.

Nesse conflito interno somado com a loucura, eu olhava pra porta, rezando pra outra amiga chegar logo, pro revestimento do sofá, pro chão, tentando não prestar atenção na dança sensual que teimava em se desenrolar na minha frente.

A amiga empolgada e igualmente chapada, pegava meu rosto e pedia atenção, falava que eu não estava dando a mínima. Eu só rezava pra tortura acabar…

Algumas de vocês devem estar pensando: “Ela tava querendo e você fugiu da raia!”

Gente, na boa, a essas alturas nos conhecíamos a minimamente uns 5 anos. A gente sabe quando uma amiga é lerda e quando ela “finge que vai, mas não vai”…

A que eu era apaixonada era do segundo tipo, e nessas nos beijamos algumas vezes. Essa da dança do ventre era lerda, ao ponto de ser inocente, de não atinar realmente para o fato de que eu poderia ficar com tesão na situação.

Enfim, com a graça divina, ela não se tocou do que aconteceu de verdade. A outra amiga chegou um pouco mais tarde e ela contou toda a história, reclamando da minha indiferença perante a novidade.

Eu ri e achei melhor dar o assunto por encerrado. Com o tempo elas entenderam minha postura e nunca questionaram. Não sei se atinaram para a realidade ou se encararam como excentricidade.

Na verdade, tanto faz o que elas pensam. O que importa é que eu não tenha que passar novamente por essas situações nunca mais!

FIM!

E aí, moças? Espero que estejam todas bem e seguras. Espero que gostem das crônicas que posto por aqui eventualmente.

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