Reféns do desejo

Capítulo 12

Silvia leu as mensagens com descrença. Era bom demais para ser verdade.

Aquele era o celular de Rebeca, esquecido durante a fuga. Ela não utilizava senha para acessar as funções do aparelho e Cobra, em uma rápida olhada, encontrou a conversa entre ela e Rodrigo em um aplicativo. Não demorou para encontrarem todo o bando naquelas mensagens e, de repente, a sorte tinha lhe sorrido outra vez.

Havia conversas rápidas sobre os preparativos para o local do encontro e algo sobre um tal de Alex e o dinheiro que roubaram. Não importava. Só precisava saber onde encontra-los e foi para lá que se dirigiu com os companheiros.

Analisando os mapas que possuía da região, encontrou uma estradinha de terra, pouco utilizada, e supôs que os bandidos optariam pela de maior tráfego, já que era mais conhecida. Além disso, aquele trajeto diminuía consideravelmente o tempo de viagem.

Meia hora depois, estacionaram a SUV na entrada de um sítio que, pelo tamanho do cadeado na porteira e a ferrugem que o corroía, estava abandonado há anos. Mato e Melão de São Caetano se espalhavam pela cerca, quase a encobrindo completamente. Ao longe, uma casinha de paredes amareladas dominava a paisagem.

— Não é uma boa ideia — Cobra expressou sua opinião, cruzando os braços sobre o peito largo. Estava cada vez mais irritado com aquela confusão, mas devia muito ao juiz e pretendia zelar pela filha dele, mesmo que ela não quisesse.

Silvia já estava há uma dezena de metros. Andava com passos firmes, apesar das botas que afundavam na lama da chuva recente. A cabeça latejava cada vez mais forte, enquanto remoía a raiva que sentia por Bianca ter lhe obrigado a persegui-la.

— Mas irei assim mesmo — disse, sem interromper os passos. — Fiquem atentos ao rádio. Pretendo, apenas, observar e montar a melhor estratégia para nossa investida.

— Me deixe ir com você — o gigante insistiu, passando a mão no calombo na cabeça.

Ela continuou andando, sem se dar ao trabalho de responder. Tinha tomado sua decisão. Pretendia descobrir o que estava havendo sozinha e imaginou que isso lhe daria uma chance de se aproximar de Bianca, caso a encontrasse. Entrou na mata, aproveitando o momento para se acalmar.

— Estou começando a ficar cansado dessa brincadeira — Palito comentou e algumas cabeças se inclinaram concordando. — Essa daí, está fazendo besteira e vai acabar nos matando.

O maxilar de Cobra se contraiu. Lentes escuras ocultavam a raiva em seus olhos. Em contrapartida, seus gestos falavam muito sobre o que sentia, principalmente, quando esmurrou a porta do carro.

***

Rodrigo chutou o pneu furado e abaixou-se com o macaco na mão. Não estavam muito longe da chácara onde Adriana e Bianca os esperavam. Já deviam estar com elas, mas tiveram de ir para a casa de Chico, onde tinham escondido o dinheiro.

Vigiaram a residência por um quarto de hora, apenas para se certificarem de que não estava sendo vigiada por outros. Os dois homens aproveitaram para se trocar, já que estavam ensopados, após esperarem na chuva até que Cobra fosse atraído para sua armadilha.

— Pouco azar é bobagem! — Disse ele para si mesmo, mas Rebeca o ouviu e pousou a mão em seu ombro, aumentando a tensão que sentia pelo contato delicado.

— Ainda temos tempo. Relaxe.

Os lábios dele tremeram levemente e manejou o macaco, erguendo a traseira do veículo.

— Não dá para ficar mais relaxado que isso. Não depois do que aconteceu na sua casa. Quem diabos é aquela mulher para que essa gente nos persiga assim? — Estapeou a própria perna, erguendo o olhar para ela.

— Não sei, nem quero saber. O que me interessa é terminar logo o que nos propusemos a fazer e libertar aquele “encosto” em forma de mulher que Drica arrastou conosco.

Involuntariamente, um sorriso malicioso se formou nos lábios de Chico, que observava o desenrolar da conversa com o estepe nas mãos. Rebeca não tinha ideia do quanto afetava o rapaz ou, se tinha, preferia fingir que não percebia.

***

Um silêncio constrangedor se apossou delas, interrompido por olhares intensos e, às vezes, furtivos. Algum tempo se passou, enquanto as respirações se normalizavam e foi com pesar que se separaram.

Os corpos ainda não estavam saciados.

Ainda havia o brilho intenso do desejo nos olhares que trocavam e na pele que ardia sempre que se tocavam por acaso, enquanto se vestiam. No entanto, o tempo não lhes favorecia e, logo, o resto do grupo chegaria.

Os joguinhos e as provocações chegaram ao fim de uma forma desejada, mas inesperada. Tinham ultrapassado uma barreira perigosa, mas Adriana, como lhe era característico, não se arrependia do que fez. Pelo contrário, estava atenta ao clamor do seu corpo que implorava por mais e irritava-se por ter de se privar disso.

Por sua vez, Bianca não conseguia acreditar no que tinha acontecido, embora seu corpo ainda estivesse inebriado pelo prazer alcançado minutos antes. Quase não se reconheceu nos braços de Adriana, uma estranha, uma criminosa, uma mulher ardente que foi capaz de derrubar suas barreiras.

Definitivamente, alguém a quem devia temer.

Drica baixou a tampa traseira da Saveiro e sentaram, lado a lado, sobre ela. As pernas cruzadas, balançando devagar, e os ombros se tocando. Contemplavam a tarde e o sol, que em poucas horas se recolheria brilhando acanhadamente por trás de nuvens cinzentas.

— Você está bem, ninjinha? — Soou preocupada. — Costumo deixar as mulheres sem fôlego e sem palavras, mas depois de cinco minutos, ouço um “quero mais” ou “você acabou comigo”. Mas, você está me deixando preocupada.

Bianca suspirou e prendeu alguns fios de cabelo, que o vento insistia em jogar sobre seus olhos, atrás das orelhas.

— Eu não sou assim, nunca fiz isso — confessou, finalmente. — Não transo com a primeira pessoa que me sorri bonitinho ou me joga charminho.

A criminosa coçou o queixo, os cantos da boca se arqueando suavemente.

— Bem, tenho certeza que não. Afinal, você é marrenta. Só que eu não te joguei apenas charminho e sorrisos bonitinhos, te sequestrei também — Seu riso cresceu.

As sobrancelhas negras se arquearam, enquanto tentava não sorrir também.

— Ainda não sei como deixei isso acontecer — continuou, exalando pesadamente. — Realmente, não sou assim. Não faço nada por impulso.

Uma expressão séria reforçava suas palavras.

— Foi o meu charme — Adriana cortou, com outro sorriso. — As mulheres não resistem.

— É sempre assim com você, Drica? Sempre consegue o que quer? — Agora tinha uma expressão melancólica na face, como se estivesse arrependida do que aconteceu, mas era justo o contrário.

Tentou negar para si mesma que Adriana a atraía. Na verdade, ela a enfeitiçou no instante em que seus olhares se cruzaram na frente daquele banco e quando encontraram o prazer juntas, a mesma sensação a assaltou. Era aterrador se entregar a alguém daquela maneira em um espaço de tempo tão curto, alguém que mal conhecia, mas já a conduzia para uma situação problemática, fadada a tragédia.

Mas, o pior, era que estava gostando daquilo.

A ruiva a fitou longamente, deixando que um suspiro escapasse entre os lábios, ainda vermelhos pela voracidade dos beijos dela. O riso abandonando a face alva.

— Se eu conseguisse tudo o que quero, não teríamos nos conhecido — saltou da carroceria e aproximou-se, pousando as mãos em suas coxas. Notando, com prazer, o quanto aquele toque a afetou. Então, a puxou para um beijo longo, guloso e sufocante. — Ah, ninjinha, não diga que não gostou, porque saberei que é mentira.

Bianca sorriu, abandonando suas divagações.

— Você é uma cretina! — A segurou pelas alças da camiseta, trazendo-a para mais perto.

— Me conhece há apenas um dia e já pensa como todas as minhas ex — escorregou as mãos para a cintura dela, mordendo o lábio ao ver a pele arrepiada ao seu toque.

— Com este comentário, suponho que não tem namorada.

— Interessada em assumir a vaga? Recebeu a amostra grátis e agora está cogitando aquelas visitas conjugais, né?

— De modo algum! Seu ego não deixa espaço para outra pessoa na cama. — Estava achando divertido o jeito brincalhão dela e perguntou-se se aquele era o seu normal.

— Ui! Essa doeu! — Fez uma carinha afetada.

Brincava, influenciada pela leveza que o sexo trazia, ligeiramente embriagada pelo cheiro dela na sua pele. Havia muito tempo não se sentia assim. Naquela última hora, entre os braços de Bianca, tinha resgatado a si mesma.

Era momentâneo, assim como as sensações do orgasmo, mas as impressões ficavam. E, naquele instante, sua mente estava clara, como raras vezes esteve desde que Lis adoeceu.

Novamente, o silêncio ganhou espaço entre elas, mas Drica não se afastou e Bianca não a soltou.

— Relembrando todos os momentos que vivemos no dia que passou, mal consigo comparar esta mulher com a mãe carinhosa que vi na cabeceira da filha pela manhã. Assim como, as muitas faces que me mostrou ainda me confundem.

O rosto salpicado de sardas, ganhou um leve tom avermelhado. Os olhos de Adriana fugiram dos dela por alguns segundos, percorrendo o lugar devagar, enquanto dizia:

— Eu sou todas essas mulheres e mais algumas.

— Em tão pouco tempo, começo a perceber que é a mais pura verdade. — Estava fascinada com o brilho dos olhos dela e, outra vez, recordou-se do namoro com Silvia.

O sexo era intenso e exigente, assim como tinha sido com Adriana, mas nunca foi tão prazeroso, nunca viu suas emoções refletidas nos olhos dela como tinha acontecido minutos antes no interior daquele carro e pegou-se a imaginar como seria se tivessem se conhecido de outra forma.

— Eu também nunca fiz isso — Adriana confessou séria, arrancando-a de suas divagações. Ergueu uma sobrancelha negra, confusa, e a ruiva indicou o carro com o queixo. Notando a descrença dela, esclareceu com um sorriso malandro:  — Bem, falo do carro. Nunca transei no banco de trás de um carro.

Bianca bufou. Não sabia se ria ou se a estapeava pela forma quase vulgar com que a olhava.

— Nem sei por que estou perdendo meu tempo conversando contigo. Já tivemos o que queríamos, não? Foi realmente inesperado e não nego que curti, apesar de ainda estar completamente surpresa por permitir que você me seduzisse, como deve fazer com todo rabo de saia que vê.

— Ai! Quanto carinho!

A puxou para outro beijo e, outra vez, Bianca a correspondeu.

— Admito que sou uma mulher de muitas paixões. Algumas pessoas diriam que sou mulherenga mesmo e fiz por merecer o título. Mas a verdade, é que são raras aquelas que conseguem me fazer enxergar além de um corpo bonito e do prazer que posso extrair dele. Existem mulheres passageiras e existem mulheres que ficam. E as que ficaram em minha vida, conto nos dedos de uma só mão.

— Bem, agora você pode me adicionar na sua lista — falou com escárnio. Não tinha gostado do que disse, embora já o soubesse pela forma que agia e falava.

Adriana acariciou a face morena, fascinada com a raiva em seus olhos.

— Quer saber qual delas você é? — Questionou, se afastando um pouco e a viu levar o olhar para longe da sua figura.

— Não, não fará diferença.

Deu de ombros, concordando. Afinal, quando aquele dia chegasse ao fim, suas vidas seguiriam rumos diferentes. Tinham compartilhado um momento único e intenso, que nunca se repetiria, mas ficaria marcado em sua memória. Pois, definitivamente, não era aquilo que pretendia roubar quando entrou naquele banco, mas iria guardar consigo em um lugar especial de sua mente.

Teve vontade de rir, achando engraçado o que estavam vivenciando em um momento tão conturbado. E concluiu que o destino era um grande piadista.

***

Silvia ajustou o binóculo, rilhando os dentes. As mãos tremiam de raiva e um pouco de ciúmes também.

Onde Bianca estava com a cabeça?

O som de um galho esmagado chegou aos seus ouvidos e voltou-se com a arma na mão, pronta para entrar em ação.

— Calma, sou eu! — Cobra falou.

— Mandei ficar no carro! — Guardou a arma, recuperando o sangue frio.

Ele se aproximou, dando de ombros. Encostou o cabo do rifle no ombro, usando a luneta acoplada para observar a mesma cena que ela.

— Ainda estou sentindo a dor de cabeça que a última vez em que nos separamos me trouxe. Desta vez, não será assim. — Focalizou o rosto sério de Bianca que estava a poucos centímetros do da moça ruiva que ele ecou na noite anterior. Ergueu uma sobrancelha e se voltou para Silvia, mas esta já não lhe prestava atenção.

***

Marília venceu a distância que a separava da cama de Lis com passos miúdos. A menina dormia, abraçada com um bichinho de pelúcia. No quarto não havia ninguém, além dela, e ficou mais à vontade.

Em uma mesa de metal, tão branca quanto as paredes, um par de porta-retratos exibia imagens de momentos felizes da pequena ao lado das pessoas que amava. Uma óbvia tentativa de tornar aquele ambiente frio e sem graça mais acolhedor.

Em uma das fotografias, Lis estava montada nas costas de Adriana, os braços em volta do pescoço da mãe. As duas riam, enquanto seus cabelos se rebelavam contra o vento forte de um dia ensolarado na praia. Marília fitou aquela imagem por algum tempo, então deslizou o olhar para figura mirrada que ressonava na cama, tão diferente da anterior.

***

— Pelo menos, admita que está vivendo a aventura mais louca da sua vida e, espero, a mais prazerosa também — Por alguns minutos, esqueceu mesmo quem eram e os papéis que ocupavam naquela aventura.

— Com certeza! Ficarei traumatizada!

— Ou extasiada pelos próximos cinquenta anos!

— Você é muito convencida! — A puxou para outro beijo e Drica permitiu que ela explorasse sua boca devagar, sem pressa de chegar ao fim, pois estava ciente de que aquele era o último beijo que trocavam.

Bianca lhe sorriu, o mesmo sorriso metido de quando a beijou no meio da mata.

— Isso não muda nada. Que fique claro! — Sussurrou.

— Nem por um segundo imaginei o contrário, ninjinha — piscou, charmosa.

Riram juntas e se afastaram de vez. O vazio ganhando um espaço inesperado em seus interiores.

Adriana pensou em lhe dizer algo mais, uma última verdade e talvez lhe roubar outro beijo, mas o celular começou a vibrar em seu bolso. Irritada, pegou o aparelho. O número era desconhecido e ignorou a chamada.

O fim da tarde se aproximava e começou a buscar o contato do irmão na agenda, quando a foto de Rebeca surgiu no visor e o aparelho começou a vibrar novamente.

— Beca, que bom que ligou. Vocês já estão vindo?

Uma voz diferente lhe respondeu, lhe causando um arrepio e trazendo medo ao seu peito.

Quero falar com Bianca.

 

***

Recostada em uma árvore, com os binóculos em uma mão e o celular na outra, Silvia ainda não conseguia acreditar no que tinha acabado de ver.

Onde está a minha amiga? Que fez com ela?

— Passe o celular para Bianca — exigiu, deixando claro em seu tom de voz, perigosamente baixo, que não pediria novamente.

Uma centena de metros adiante, Adriana obedeceu, à contragosto. Estendeu o aparelho para a morena e quando ela o aproximou do ouvido, Silvia desatou a falar:

— Que tipo de brincadeira está fazendo, Bianca?

Silvia?!

— Responda!

Adriana andava de um lado para outro, impaciente, sem imaginar que estava sob a mira do rifle de Cobra, que mal piscava para não a perder de vista.

Não estou entendendo.

— Acabei de ver você aos beijos com essa… essa… O que você não entende?!

Bianca girou sobre os calcanhares. O olhar vagando por todas as direções, à busca-la, mas Silvia estava oculta por um arbusto e uma dúzia de árvores.

A respiração do outro lado da linha, era pesada e o riso tinha abandonado a face dela.

Venha até aqui. — Desligou.

Silvia ainda pensou em não ir. Definitivamente, não se encontrava com a mente clara desde que Bianca fugiu com aquela mulher, mas agora que as viu aos beijos, sentia-se confusa e furiosa. No entanto, atendeu ao pedido.

— Não tire os olhos daquela mulher — ordenou para Cobra, cuja resposta foi uma espécie de grunhido.

Desceu a elevação devagar. Não tinha pressa de discutir com a amiga e ex-namorada, precisava de um momento para se acalmar.

A cor preta de suas roupas se destacava entre as árvores quando alcançou um terreno mais plano, onde eram mais escarças. Mantinha a arma na mão e os olhos fixos na amiga, que demonstrou surpresa com os hematomas em sua face.

— O que houve com você? — Tentou ir até ela, mas Silvia recuou com uma careta de desprezo deformando sua face.

— Os amiguinhos da sua… — focalizou Adriana, tentando conter a raiva que sentia — “namoradinha”, sabem causar estragos.

— Onde estão? O que fez com eles? — A ruiva se adiantou, mas parou ao ver a arma apontada para o seu peito.

— Não sei, mas quando os encontrar, darei o troco — prometeu, quase maldosa.

Aquele jeito sombrio de falar assustou Bianca.  Foi até ela, devagar, e colocou a mão sobre a arma, obrigando-a a baixa-la.

— Vamos conversar, Sil. Está na hora de esclarecermos algumas coisas.

***

Cobra só precisou de alguns segundos para encontrar o número desejado na agenda do celular. Fez a ligação e aguardou, retornando para a posição inicial, mantendo a mira na bandida ruiva.

Foi atendido no primeiro toque e a voz grave do Juiz atravessou as centenas de quilômetros que os separavam e infiltrou-se em seus ouvidos, arrastando consigo uma sensação de desagrado. Nem tinha aberto a boca, mas algo lhe dizia, que iria se arrepender de ter feito aquela ligação.

Sem rodeios, contou tudo o que havia acontecido desde que iniciaram sua busca por Bianca. Não lhe agradava o modo como Silvia estava conduzindo aquela perseguição. Estava emocionalmente envolvida e isso nublava suas decisões. Além disso, tinha a própria vítima, que não queria ser resgatada.

Fez um resumo rápido, deixando-o a par de todos os pormenores, incluindo, o momento de carícias que acabara de ver.

Você tem certeza?

— Sim, senhor!

Houve um longo momento de silêncio. A respiração pesada do outro lado da linha lhe causava arrepios e contraiu os lábios ao ouvir algo se quebrando. No entanto, a voz de Ricardo permanecia inalterada quando voltou a falar.

Eu lhe dei ordens, não dei?

— Sim.

Em todos os casos que trabalhou com Ricardo, suas ordens eram sempre as mesmas. Não era necessário, mas o juiz as repetiu.

Elimine os alvos, não deixe testemunhas.

— E quanto a sua filha?

Traga-a de volta em segurança.

Cobra ainda manteve o aparelho no ouvido por alguns segundos após a ligação ser encerrada. Um sorriso maldoso ganhou espaço em seus lábios feridos. Finalmente, estava no comando outra vez e isso significava muito sangue derramado.

 



Notas:



O que achou deste história?

Uma resposta para Capítulo 12

  1. Ola Tathan
    Ah taira esse cobra kkkkk Cobra espero que ela acate as ordens do Ricardo.
    Sera que a Sílvia vai ajudar a livrar a Drica e seus amigos??
    Bjus e até o próximo

Deixe uma resposta

© 2015- 2017 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.