E assim, sem falar nada começamos a nos beijar novamente. Dessa vez com calma, carinho, como se estivéssemos nos reconhecendo, mas o desejo logo chegou e foi nos dominando, dando lugar a uma fome, uma vontade enorme de entrar uma por dentro da outra. As mãos ganharam vida novamente, começando as carícias, o reconhecimento. Enfio minhas mãos por baixo da sua blusa, vou arranhando sua barriga, enquanto encho seu ombro de beijos. Nanda puxa meu rosto em busca da minha boca. E continuamos assim, até que beijos e carinhos já não são mais suficientes para aplacar o fogo que estávamos sentindo. Ela se afasta, levanta e me estende a mão.
– Vem, vamos pro meu quarto.
Seguro sua mão e vamos caminhando, mas isso não é suficiente, a envolvi novamente em meus braços e vamos assim, em meio a beijos e afagos para o quarto dela, esbarrando nos móveis, nas paredes, até que nos vemos perto da enorme cama no meio do quarto.
Nanda começa a tirar a blusa, mas eu interrompo seu movimento e ela me olha confusa.
– Deixa que eu tiro.
Recebo um sorriso largo e encorajador de presente. Me aproximo mais e vou subindo sua blusa lentamente, fazendo questão de deixar meus dedos roçarem pelo seu corpo, sentindo sua pele se arrepiar. Passo a blusa pela sua cabeça e fico encantada diante da beleza dos seus seios pequenos, que mostram toda sua excitação.
Sua respiração está ofegante, parece desesperada pelo meu toque. Não demorei a atendê-la, pois estava tão ansiosa quanto ela por esse momento. Avanço em sua direção, fazendo-a se deitar. Sento em suas pernas e começo a acariciar sua barriga, subindo lentamente até chegar aos seios, macios e perfeitos. Nanda solta um gemido. Aí eu perco o pouco controle que me resta e começo a acariciar de maneira mais ousada. Cubro seu corpo com o meu e vou em direção ao seu rosto, onde deposito beijos molhados na sua boca, queixo e vou descendo em direção ao seu pescoço, passo pelo seu colo nu, até que chego naqueles montes tão desejados. Os gemidos continuam e vão aumentando de volume à medida que vou aumentando a intensidade dos toques naqueles dois montes, o que só me incentiva a continuar matando meu desejo.
– Você não tem ideia do quanto eu desejei estar assim com você Fernanda. – Me afasto e falo com a voz rouca.
– E você não imagina o tesão que eu fico ouvindo você falar meu nome assim. Há muito tempo espero por esse momento.
Não consigo mais controlar o desejo e começo a tirar o restante da sua roupa. Olho seu corpo nu.
– Você é linda, e muito gostosa Nanda.
– Por que você ainda está vestida?
– Porque eu já não estou mais aguentando de vontade de te sentir.
– E como você acha que eu estou me sentindo, hein? – Nanda força meu corpo para o lado e fica por cima de mim. – Mas vamos tirar toda essa roupa primeiro.
Suas mãos vão direto para o botão da minha calça. Enquanto isso ela vai dando beijos pelo meu corpo até tirar minha calça. Vai subindo e dando suaves mordidas pelas minhas pernas e barriga, até tirar a minha blusa. Sem perceber começo a gemer com esses toques, o que parece provocá-la ainda mais, pois ela ataca meus seios, alternando a boca entre um e outro, sugando, beijando, mordendo, lambendo e me levando a loucura. Me apertando contra seu corpo como se quisesse garantir que eu não ia fugir. Sobe novamente e volta a beijar minha boca avidamente. Pega minha mão e leva até o meio das suas pernas.
– Sente como você me deixa e imagina como eu vou ficar quando você me possuir. – Fala com a voz rouca.
Eu pego sua mão direita e levo até o meio das minhas pernas.
– Eu não fico muito diferente meu bem, você também me deixa louca de tesão. Eu quero gozar junto com você. – Continuamos a nos tocar, fazendo os mesmo movimentos, a cada instante aumentando a intensidade dos gestos. As bocas coladas numa fome enlouquecedora. – Goza comigo Nanda, goza. Eu não vou conseguir resistir por muito tempo. Vem comigo. – Até que atingimos o orgasmo praticamente no mesmo instante. Ela cai sobre o meu corpo. Mesmo ofegante continuo abraçada a ela, querendo sentir seu corpo junto ao meu.
Assim que Nanda recupera o fôlego começa a distribuir beijos pelo meu rosto, invade a minha boca dando mordidas de leve nos meus lábios, começa a chupar a minha língua me puxando pela nuca para grudar ainda mais nossos lábios. Ficamos assim por um tempo até que ela se afasta.
– Eu quero sentir seu gosto. – Vai descendo pelo meu corpo dando beijos, mordidas e lambidas até se deter no meu sexo e depois de algum tempo, Nanda me leva a um orgasmo delicioso. Já amanhecia quando fomos dormir.
– Bom dia dorminhoca! – Acordei com Fernanda dando beijos nas minhas costas. – Desculpa te acordar, mas estou cheia de fome. Queria sua companhia para tomar esse café da manhã especial que preparei pra gente.
Viro de frente para Nanda, fico meio encabulada, e puxo o lençol já que estou nua.
– Que horas são hein? – Pergunto me espreguiçando e disfarçando.
– Hum, não se cobre não. – Fala Nanda tentando puxar o lençol. – Se espreguiçando toda linda assim, acho que o café vai ficar pra depois. Você é tão gostosa que vou querer te provar primeiro. E já vai dar uma hora da tarde!
Fico vermelha e aproveito para mudar de assunto.
– Nada disso, estou com fome, você também, então nós vamos comer e depois preciso de um banho. E preciso urgentemente ligar para minha mãe.
– Poxa, não vou ganhar nem um beijinho de bom dia? – Nanda pergunta quase colando a boca na minha.
Seguro seu rosto e vou beijando sua bochecha, nariz, queixo e finalmente sua boca. Nanda sobe no meu corpo começando a se esfregar, intensificando os beijos, mas minha barriga denuncia o tamanho da minha fome, já que não havia comido bem na noite anterior.
– Agora eu preciso de comida!
– Então vamos. Eu ia trazer o café na cama, mas imaginei que você ia estar com muita fome, então preparei tudo lá na cozinha. – Nanda me estende a mão para me ajudar a levantar.
– Onde estão as minhas roupas? – Levanto enrolada no lençol.
– Hum, estão dobradas ali na poltrona, mas não coloca não. – Levanto minha sobrancelha. – Vou te dar um roupão, boba. Se você for tomar café sem roupa, vai acabar ficando com fome. – Fala com um sorriso cheio de malicia.
Quando chegamos na cozinha, tem uma mesa linda pronta nos esperando. Tinha de tudo um pouco, ovos mexidos, pães, bolos, iogurte, morangos, suco, café, leite e mais algumas coisas.
– Como não sabia o que você gosta de comer de manhã fiz de tudo um pouco. – Nanda justifica a mesa enorme.
– Com a fome que eu to, eu como um pouco de tudo que tem aí. Se bem que se eu fizer isso, vou espantar você.
– Claro que não boba! Também estou morrendo de fome. A noite foi intensa, gastamos muita energia. Temos que repor para continuar o segundo tempo. – Nanda fala maliciosa.
Abaixo a cabeça e me lembro de Adele.
– Eu preciso ir embora.
– Ah não! Fica comigo! Avisa a sua mãe e fica comigo esse final de semana. – Fernanda fala com os olhos pidões.
– Não faz assim Nanda. Você sabe que não é só por causa da minha mãe.
– Mas ela não vai ficar em São Paulo? – Pergunta, se referindo a Adele.
– A questão é maior que isso. Eu estou toda errada. Não devia ter ficado com você.
– Você está arrependida. – Nanda mais afirma do que pergunta. E abaixa a cabeça. – Sabia que isso ia acabar acontecendo.
– Não me arrependi não, Fernanda. Só acho que devia ter feito diferente.
– Eu sei! Não queria magoar ninguém, mas não consigo evitar te querer. – Nanda fala.
– Sabe o que é mais louco? Adele me mandou pra cá sabendo que provavelmente isso ia acontecer. Desde que nos viu no aeroporto, ela me manda resolver a minha questão com você.
Nanda faz cara de espanto.
– É serio isso?
– Seriíssimo! Ela quer me ter inteira, sem o “fantasma da Fernanda” entre nós, ou então quer que eu seja feliz com você.
– Nossa! Nem sei o que dizer. – Levanta, vai até a geladeira e pega gelo. – Essa mulher te ama muito ou é completamente doida.
– Ela me ama sim, muito. E eu te digo que também a amo muito, mas você me bagunça demais, Nanda. E confesso que não sei o que fazer.
– Então fica comigo esse final de semana. Assim a gente vê como seria nós duas juntas. E quem sabe assim, não descobre como as coisas estão dentro de você.
– Não sei Nanda.
– Me dá uma oportunidade Mari!
– Vamos tomar café, eu tomo um banho e ligo para a minha mãe.
– Tá bom, mas promete que vai pensar com carinho, por favor!
– Com carinho. Fome, muita fome, deixa eu comer! – Respondo rindo e tentando aliviar o momento.
– Come logo! – Nanda entra na brincadeira. – Não quero que me acusem por cárcere privado, sem direito a alimentação.
Assim que terminamos de tomar o café da manhã Fernanda me manda tomar banho enquanto fica arrumando a cozinha. Não sei o que fazer, quero ficar com a Nanda, mas também quero ficar com minha inglesinha. Tomo um banho quente e relaxante, tentando resolver o que fazer se fico ou se vou.
Saio do banheiro usando o roupão que a Nanda havia me emprestado. Pego meu celular e vejo que havia ligações da minha mãe, Luana e Carla, já sabia que ia ter bronca e um monte de perguntas da Luana. Mando mensagem para Lua e Carla avisando que estava tudo bem e assim que desse ligava para elas. Liguei rapidamente para a minha mãe, que me questionou se eu sabia o que estava fazendo, quando disse que estava na casa da Nanda. Disse que depois nós conversaríamos. E fiz o que sabia que ia ser mais complicado, ligar para Adele.
– Oi amor, tava pensando em você. Estou com saudades. – Diz minha inglesinha.
– Oi meu anjo. Também estou com saudades de você.
– Duvido que você tenha se lembrado de mim. – Responde séria.
– Não tem como esquecer você meu anjo. Você tá no meu coração. – Respondo com sinceridade e com a consciência pesada também, porque só me lembrei dela pela manhã.
– Vou fingir que acredito, Mari. – Ela suspira, como quem busca forças. – Como foi a noite com a Fernanda?
– Preferia conversar pessoalmente com você, Adele. Estou pensando em ir assistir sua apresentação hoje.
– Você ficou com ela, nem precisa negar. Sua mãe me ligou atrás de você de madrugada. – Adele faz uma pausa, respira fundo. – Eu sabia que você não ia resistir quando ficassem sozinhas.
– Meu anjo, eu não ia negar nada. O nosso relacionamento não permite mais isso. Só não queria ter essa conversa por telefone.
– Tá bom Mari. A gente conversa quando eu chegar, no domingo à noite. Agora eu tenho que ir, tenho o último ensaio com o pessoal.
– Ok, meu anjo. Espero que dê tudo certo à noite. Você me liga depois do show? – Pergunto com receio da sua resposta.
– Não sei, você acha que a Fernanda vai deixar você me atender?
– É claro que eu vou poder te atender.
– Você está com ela ainda não é mesmo? E tenho certeza de que ela quer que você passe o final de semana aí. Aproveita, Mari e curte. Como é mesmo aquele negócio que você me falou lá em Londres, quando um casal libera o parceiro para sair sozinho à noite? Sei que tem night no meio.
– Vale night? – Eu começo a rir. – Só você mesmo, Adele. Você tá me dando um vale night amor?
– Não, claro que não. – Ela ri. – Aproveita que estou te dando um vale weekend.
– Você está me dizendo mesmo para ficar aqui o final de semana todo?
– Claro que sim. Você sabe o que eu acho a respeito disso tudo Mari. Curte meu bem. Quando eu voltar nós conversamos sobre tudo isso. Preciso ir. Depois conversamos.
– Ok, mais tarde me liga para dizer como foi tudo. Te amo!
Olho em direção a porta e percebo que a Fernanda está encostada no batente. Não sei o quanto ela ouviu da conversa. Não sei o que vai acontecer depois desse final de semana, mas vou pagar para ver. Desvio o olhar.
Percebo que Adele suspira do outro lado.
– Tchau linda, beijos.
– Arrasa mais tarde minha linda. Milhões de beijos. Tchau.
Desligo o telefone. Nanda não me encara.
– Vou tomar meu banho. – Diz caminhando em direção ao banheiro. Entra e fecha a porta.