– Adele, a nossa história sempre foi pautada em cima da verdade e, acima de tudo, da sinceridade. – Levanto e vou até a janela. – Ela quer sim me encontrar, disse que se arrepende muito do que aconteceu. Quer uma chance, pelo menos de conversar.
Adele levanta a sobrancelha esquerda, sinal de que está muito contrariada com o que está ouvindo.
– Eu tenho vontade de dar uma surra nessa cara de pau. – Levanta e fala indignada. – A idiota não teve coragem de ficar com você quando podia e agora vem com esse papinho. Que droga Mariana! Esse não era o tipo de boas vindas, que achava que ia ter quando chegasse ao Brasil. Antes eu tivesse ficado em casa.
– Ei! Nem brinca com isso Adele! – Eu ando rapidamente até ela e a abraço. – Seu lugar é aqui ao meu lado. Nós vamos aproveitar bastante essa viagem. – Dou um beijo em seu pescoço e vou subindo até chegar na orelha. Dou uma mordidinha, sinto que ela começa a relaxar e falo baixinho. – Ninguém vai me tirar de você meu anjo, você sabe que sou louca por você. Ninguém vai nos separar ou atrapalhar nossas férias.
Quando ela ameaça falar alguma coisa, eu cubro sua boca com um beijo, cheio de desejo. E principalmente cheio de carinho e de amor. Me afasto para olhar em seus olhos e falo.
– Eu te amo Adele. Amo seu sorriso, seus olhos, seu jeito ora doce, ora uma leoa feroz. Amo, principalmente, o jeito que você tá lutando para não me perder. Amo ficar assim nos seus braços e me sentir segura, amada e desejada. Então não fica pensando na Fernanda.
Ela ameaça falar, mas não deixo, coloco o dedo nos seus lábios.
– Me deixa terminar. Eu confesso que encontrá-la no aeroporto mexeu comigo, ela mexe comigo e acho que vai mexer a vida toda, mas isso não quer dizer que vá acontecer alguma coisa entre nós. Não vejo a mínima chance disso.
Adele foge do meu abraço.
– Isso não tá certo Mariana! Você não pode sentir algo por ela, ter a chance de ser correspondida e não correr atrás disso. Eu não quero estar com você sabendo que pensa em outra pessoa. Uma paixão assim, como essa que você sente, não acaba do nada. Ela fica aí escondida. Te perguntando: e se você tivesse tentado mais um pouco? E se você não tivesse ido embora? E se você não estivesse com Adele? E se ao invés de fugir você tivesse ido atrás dela e se declarado abertamente?
Adele fala tudo isso de um só fôlego e senta na cama novamente com um ar derrotado.
– Para Adele! Um monte de “se” não vai mudar o fato de que eu estou com você e te amo! Não vai apagar o fato de eu ter sim me declarado e ela ter dito que só me via como amiga. E pior, não vai apagar o que eu a escutei falando, lá com o amigo dela. – Eu respondo irritada. – Que saco! Você quer mesmo ficar me jogando pros braços dela, é isso mesmo? Eu quero ficar com você! Não faz isso comigo!
Viro de costas e vou em direção ao banheiro, não quero que ela veja que estou chorando. Chorando por conta de ter visto Fernanda no aeroporto. Por saber que estava magoando a minha inglesinha teimosa. Porque só agora, depois de um ano, Fernanda resolveu me procurar.
Adele então segura meu braço, me puxa de volta para ela e enxuga minhas lágrimas.
– Minha linda, não estou te acusando de nada. Eu não estou te jogando nos braços dela e não quero que você se sinta pressionada, mas é uma realidade Mariana. Você pode até me amar, eu acredito nisso, mas você tem uma história com essa mulher que não teve um final. Você se declarou, ela fugiu. Hoje ela veio atrás de você e, eu sei, esse fantasma vai ficar pairando sobre nós. Vai chegar uma hora, que você irá se perguntar se fez a escolha certa.
Tento falar, mas agora foi a vez de Adele colocar o dedo nos meus lábios me impedindo.
– Eu quero você inteira Mari. Só minha. Total e completamente minha. Eu quero ser a única mulher a fazer você suspirar, com quem você vai sonhar e, desejar estar perto. E, principalmente, a única que você vai querer fazer amor bem gostoso, como só você faz. – Adele ainda tem coragem de dar um sorriso sem vergonha que me derrete toda. E volta a falar séria. – Então pensa bem. Se quiser ir atrás dela, conversar, ficar, vai. Aí depois, você volta pra mim, com a certeza de que eu sou a única mulher que você quer.
Eu abro e fecho a boca várias vezes, não acreditando no que ela acabou de me falar.
– É sério isso Adele? – Não espero resposta. – Você está me dizendo para ir atrás dela, ficar com ela e, se achar que não é a pessoa certa, voltar, que você vai me esperar de braços abertos? Você só pode estar brincando com a minha cara! Você acha que eu vou atrás da Fernanda depois de me declarar pra você? Acha mesmo que só porque ela disse que me quer eu vou atrás dela feito um cachorrinho? – Eu falo extremamente alterada.
– Amor, calma. – Ela segura meu rosto com as duas mãos e me faz olhar pra ela. – Eu quero que você se sinta à vontade para conversar com Fernanda. E se achar que precisa tirar a prova, ficar com ela, para saber com quem você quer ficar de verdade, que fique. Nós sempre nos entendemos a respeito de ficar com outras pessoas. Não vai ser porque ela é uma antiga paixão, que vai ser diferente.
Me afasto dela. Respiro fundo.
– Sinceramente Adele, tem momentos em que acho que você é doida.
Agora ela é quem respira fundo.
– Eu sou doida por você, meu bem. – Ela parece refletir bem sobre o que vai falar. – Quando nos conhecemos eu falei que não gostava de me prender a ninguém, mas você mudou isso em mim. – Adele dá aquele sorriso que tanto me atrai. – O fato de eu sempre ter sido desprendida desses preconceitos e me relacionar com mais de uma pessoa, ao mesmo tempo, me faz perceber que eu não posso querer exclusividade sua, quando você quer estar com outra pessoa. Você sabe que logo depois que começamos a namorar, eu só quis ficar você. Esse jeitinho tímido, que esconde o furacão que você é, me conquistou de um jeito que não consigo mais pensar na possibilidade de ficar com alguém que não seja você. – Adele faz um carinho em meu rosto. – Mas justamente é o meu lado desprendido que fica a vontade para te dizer que se você quiser ir atrás da Fernanda eu não vou morrer. Ou melhor, até vou morrer de ciúmes, mas ver você ficar e te sentir dividida, não vai me deixar mais tranquila ou feliz, Mari. Eu só quero que você fique comigo se for para ser 100% minha.
Meu coração fica apertado, porque sei que no fundo ela tem razão. Ainda mais agora que Fernanda me procurou. Se eu não tiver uma conversa com ela, a dúvida sobre o que poderia ter acontecido vai ficar sempre me consumindo.
– Ah meu anjo, o que eu faço com você hein?!? – Eu pergunto desesperada.
– Agora você vai fazer amor bem gostoso comigo, porque eu estou morrendo de saudades e você me deixou cheia de tesão com aqueles beijos.
Balanço a cabeça de um lado para o outro e começo a rir. Se tem uma coisa que amo em Adele é isso, acabamos de ter uma conversa difícil, pesada e ela já mudou de assunto. Não que ela tenha esquecido o assunto, mas ela não perde tempo sofrendo por antecipação.
Puxei Adele para meus braços, segurei seu rosto e beijei suavemente sua boca. Ela levou uma mão até a minha nuca, e puxava meus cabelos, me deixando toda arrepiada, sabe que a nuca é o meu ponto fraco. Minhas mãos descem pelo seu corpo até sua cintura, e aproveito para grudar ainda mais nossos corpos. O beijo foi só aumentando de intensidade. Não conseguíamos desgrudar nossas bocas. Minha inglesinha desceu a mão que estava livre pelas minhas costas, enfiando por dentro do jeans, apertando, puxando, querendo fundir nossos corpos. Precisei fazer um esforço imenso para me afastar dela, que geme em protesto. E faço o convite.
– Que tal a gente continuar em baixo do chuveiro quentinho hein?
Adele morde o cantinho da boca, se afasta, me estende a mão e fala com a voz rouca.
– Só se for agora. Sem nenhuma conversa pra atrapalhar.
Vira em direção ao banheiro e grudo em suas costas. Passo as mãos por todo seu corpo. Aproveito para tirar sua blusa e o sutiã. Adele tenta se virar para mim, mas não deixo. Encosto-a no balcão de frente para o espelho, vou dando suaves mordidinhas no seu pescoço, intercalando com beijos, quase chupões. Em nenhum momento perco contato visual com ela. Subo minha mão esquerda para o seu seio, dando leves apertões, ao mesmo tempo em que aperto o bico com os dedos. Enquanto vou subindo com a outra mão pelas suas costas, fazendo carinho e puxo seus cabelos, sempre intercalando puxões firmes e suaves, pois sei que ela fica doida com isso. Ela ameaça fechar os olhos, mas eu quero continuar o contato visual.
– Não fecha os olhos não, meu amor. – Falo bem perto da sua orelha. – Continua olhando pra mim. Você sabe que esses olhos são a minha perdição.
Adele geme baixinho. E começa a rebolar de maneira provocante, se esfregando no meu corpo, coisa que ela sabe que me deixar louca, ver aquela bunda gostosa se esfregando em mim. Empurro sua calça pra baixo, deixando-a só de lingerie.
– Ai, Mari! Tira a roupa, tira. Quero sentir sua pele grudada na minha, meu amor. – Fala com a voz rouca.
Afasto-me rapidamente e começo a tirar a blusa. Enquanto isso as mãos de Adele já estão abrindo a minha calça. Se abaixa para tirá-la. Sinto sua respiração no meio das minhas pernas. Sinto um calor subindo por todo meu corpo. Puxo Adele pra cima. E vou nos encaminhando para debaixo do chuveiro. Abro a água quentinha e começo a ensaboar o corpo da minha deusa do amor. Porque do jeito que Adele está nesse momento ela definitivamente parece uma deusa do amor. Cabelo molhado, caindo sobre os ombros. A boca levemente aberta, com a respiração entrecortada, pedindo para ser beijada. Olhos fechados. Não perco mais tempo. Puxo-a para os meus braços, começo a beijar sua boca, orelha, pescoço, e vou descendo até os seios lindos, macios, que estão arrepiados só esperando pelo meu toque. Eu os devoro, dando a devida atenção que eles merecem. Deliciosos de tocar, com as mãos, com a boca, com o rosto. Me sinto no paraíso, com o bico durinho em minha boca, sugando, dando suaves mordidas, passando a língua. Sinto sua respiração ficar cada vez mais forte. Até ela falar.
– Amor não vou aguentar muito tempo.
Fico ainda mais excitada. Vou descendo pelo seu corpo. Imediatamente Adele se abre mais para me receber. Mergulho em seu centro do prazer, passando a língua por toda região, provando, sentindo e sugando. Enquanto Adele puxa meus cabelos e pressiona minha cabeça em direção a sua intimidade. E não demora muito sinto os espasmos no seu corpo e a explosão de prazer. Subo pelo seu corpo distribuindo beijos até chegar na sua boca.
Rapidamente Adele muda de posição comigo e me encosta na parede.
– Agora é a minha vez de te dar banho.
– Hum, acho que vou gostar muito disso. – Dou um sorriso safado. Porque sei que o melhor do prazer está chegando.