Os Estranhos Casos de Evernood & Blindwar

12 – Sexto Caso: Gavetas, olhos, puxadores e lábios – Parte 3

Os Estranhos Casos de Elizabeth Evernood e Margareth Blindwar

Sexto Caso: Gavetas, olhos, puxadores e lábios – Parte 3

Texto: Carolina Bivard

Revisão: Naty Souza e Nefer

Ilustração: Táttah Nacimento


 

No episódio anterior…

Ela determinou, olhando com apuro os relatórios das mortes anteriores. Dashwood pediu que ela contasse o que havia levantado nas entrevistas e, também, o que Evernood tinha obtido na autópsia. Blindwar os colocou a par de tudo.

— Vá se encontrar com Evernood e ver que informações ela levantou com a família do verdureiro. Nos dividiremos. Eu e Smith vamos falar com parte dos familiares das vítimas antigas e, Reynold e Spencer com a outra parte.

 

 Parte 3 — 

Enquanto Evernood guiava seu carro até a propriedade dos O’Connor, contava para a namorada o que conversara com a mulher e filho do verdureiro.

— A senhora Cook e o filho não deram muitas informações além do que já sabíamos. No dia em que o senhor Cook morreu, ele esteve todo o tempo na tenda. Não se sentia muito bem, naquele dia, e foi o filho quem fez as entregas. Ao entardecer, a esposa foi para casa para fazer o jantar e o filho a acompanhou. Esperava que o marido não demorasse muito, pois tinha somente que guardar as verduras e legumes e fechar a tenda.

— Então, ele ficou sozinho no fim do dia… Mas, e os outros comerciantes do mercado? Ninguém viu nada?

— Aí é que está, Meg. Como as entregas dos comerciantes começam cedo, eles costumam abrir às cinco da manhã e às três da tarde fecham. O senhor Cook era praticamente o único comerciante que permanecia aberto até às cinco horas da tarde. Eventualmente, uma ou outra tenda ficava aberta, dependendo do movimento no mercado.

— Deixe-me adivinhar: Naquele dia, somente ele estava aberto após às três da tarde.

— Quase isso, Meg. Havia mais duas tendas abertas, porém em outros corredores do mercado. Quando chegou, em torno das quatro e trinta da tarde, os outros comerciantes foram embora e passaram pela tenda dele, pois ela fica na passagem para a saída. Não saíram ao mesmo tempo. Um deles disse que quando passou, o senhor Cook estava atendendo uma mulher e, o outro, que saiu minutos depois, viu o senhor Cook atender um homem.

— Eles lembraram da fisionomia dos compradores, ou a altura, Beth? Como estavam vestidos?

— O comerciante disse que não conseguiu ver o rosto da mulher. Não sabe se era mais velha ou uma jovem. Estava de costas para ele, mas os cabelos estavam amarrados em um coque e não se parecia com uma empregada. Estava muito bem vestida. Os cabelos eram castanhos claros e não era uma mulher alta. Pela descrição dele, devia ter mais ou menos a sua estatura.

— Bom, não posso contestar a minha altura. Sei que você quer implicar comigo, mas conheço a minha condição.

Margareth sorriu, quando respondeu à brincadeira de sua amada. Sabia que Elizabeth estava tentando animá-la. Além do que, adorava este espírito jovial da namorada.

A detetive particular olhou-a de lado, com um risinho maroto e continuou a falar sobre o que descobriu no mercado.

— Já o outro comerciante, que viu o homem, disse que era alto e corpulento. Os cabelos eram castanhos escuros e tinha uma cicatriz grosseira na face direita, próximo ao queixo. Pareceu-lhe um homem truculento, pois não tirava as mãos dos bolsos, além de demonstrar impaciência. Ele escutou uma fala do homem quando passou por eles. Dizia ao senhor Cook que estava “perdendo a paciência” com ele.

— Será que esse homem era um cliente da tenda mesmo? Talvez tivesse ido lá, apenas para cobrá-lo de algo.

— Também pensei nisso, Meg. Mas o fato é que não temos nada ainda que ligue o verdureiro ao seu primo. Pedi para Edwin tentar encontrar alguém com essas descrições, o que não será fácil. Esta cidade não é pequena.

— Concordo. Tudo depende de que meio social este homem vive. Desta vez, não será fácil para Edwin, mesmo.

— Chegamos. Será que o jovem O’Connor nos dirá o que se passou entre ele e Ed naquela manhã?

Desceram do carro e tocaram no sino da porta de entrada. Não passou muito tempo até que a porta se abrisse e o mordomo as encaminhasse para a sala de visitas. O jovem O’Connor as esperava, visto que Margareth havia ligado para a mansão para marcar a visita.

Assim que entraram, ele se levantou do sofá em que estava sentado e veio ao encontro de Margareth.

— Meg!

Abraçou-a forte. Parecia abatido.

— Custo a acreditar no que está acontecendo…

Margareth retribuiu o abraço, um pouco constrangida. Ela conhecia Finn desde muito jovem e, agora, teria que olhá-lo como suspeito. Por segundos, hesitou em devolver o abraço. Procurou o olhar de Elizabeth, aflita. A detetive de polícia a fitou ternamente, como se lhe dissesse que não havia nada demais em abraçá-lo. Assim ela o fez.

Aconchegou-o em seu regaço, carinhosamente, fazendo o jovem desabar em lágrimas.

— Ele não está mais conosco, Meg…

A custo, ela conteve a própria vontade de chorar. Inspirou fundo e apertou um pouco mais o rapaz em seus braços, antes de se apartar, delicadamente.

— Sabe que não estou aqui, hoje, como amiga. Sou uma detetive, é preciso que seja sincero nas respostas sobre todas as coisas que eu lhe perguntar.

Olhou por cima dos ombros do amigo e viu o aceno que Elizabeth lhe conferiu. Acalmou-se, pois soube que havia feito o correto.

— Sim, sei disso.

O rapaz limpou as lágrimas e fez um gesto para que se sentassem. Ele tomou o lugar numa poltrona.

— Estou grato por ser você a investigar.

Falou abatido, porém com um sorriso leve, demonstrando tímida satisfação.

Margareth se recompôs, sabendo que precisava apartar seus sentimentos, para se tornar objetiva. Não estava certa se conseguiria. Era um alento saber que Elizabeth a chamaria à razão, se acaso se perdesse e não conseguisse ser racional diante da situação.

— Finn, soubemos que esteve na casa de Ed na manhã da festa. Soubemos, também, que discutiram. Quero que me conte por que o procurou naquela manhã e o motivo da discussão.

— Ei, Meg! Não acha que eu…

— … Não acho nada, Finn. – Ela o interrompeu. – Tenho que saber de todos os passos de Edward naquele dia.

— Bom… é um pouco constrangedor. – O rapaz baixou a cabeça. – Eu procurei Ed porque estava com ciúmes dele com Clarence. Eu… eu e Clarence estivemos mais próximos uns meses atrás. Acabamos por nos afastar, acredito por que dei a senhorita Taylor a ideia de que gostaria de cortejá-la. Ela não quis continuar com a relação de proximidade. Mas, eu não mataria Ed por conta disso!

— Não estamos dizendo que o senhor o matou, senhor O’Connor. Estamos somente levantando fatos ocorridos para melhor compreender o que houve naquele dia.

— Pode me chamar de Finn, senhorita Evernood. Quando me chamam de senhor O’Connor, sempre acho que estão se referindo a meu pai.

— Certo, Finn. – Elizabeth sorriu, brevemente. – Por que teve ciúmes de Edward com a senhorita Taylor?

— Bem… Ed esteve viajando nos últimos meses e soube que, várias vezes, Clarence foi se encontrar com ele em Paris. Ela não contava para ninguém porque foi vê-lo tanto. Eu a conheço e sei que só poderia haver um motivo: ela estava encantada com ele.

O jovem O’Connor se ajeitou na poltrona, projetando seu corpo à frente, cruzando as mãos sobre os joelhos, deixando que seu corpo prostrasse em desânimo. As duas detetives continuaram caladas para que ele terminasse seu relato.

— Quando ele voltou, a primeira coisa que Clarence fez, foi passar o dia com ele. Ed dispensou todos os amigos, para ficar somente com ela. Depois, recebi um convite para a festa, como se isso pudesse apagar o desprezo que teve por nós, após sua chegada.

— Então seus ciúmes não foram apenas pela senhorita Taylor.

— Não, não foi, Meg. Ed sempre foi o agregador entre nós. Sabe disso! Ele nunca deixou que os amigos de infância e juventude se separassem. Não foi só eu quem se ressentiu disso.

— Quem foram os outros que estavam incomodados com a situação?

Elizabeth perguntou, para que o jovem não se dispersasse.

— Todos, pelo que os irmãos Rob e Jeff falaram. Eu tive contato com eles, no dia anterior, e Rob estava furioso. Disse que Ed o evitou desde o dia em que chegara. Pareceu a todos os amigos que Edward fez a festa somente para apaziguar a mágoa do grupo. Era como se ele, no fundo, não quisesse se encontrar com ninguém.

— Fale mais sobre Rob e Jeff. Eles se encontraram com Ed antes da festa?

— Se está me perguntando, Meg, é porque sabe que sim. – Finn suspirou. – Acredito que tenha sido um pouco pior com eles, pois Rob e Clarence haviam assumido um compromisso de namoro e assim que Edward chegou, ela quase não se encontrou com ele.

As duas detetives não se olharam para não dar margem ao interrogado em interpretar o que pensaram, entretanto, cada uma podia sentir o corpo da outra retesar-se sutilmente. Estavam sentadas lado a lado no sofá.

— Por que ela assumiu um compromisso com Rob, se estava interessada em Edward? A senhorita Taylor, pelo que a conheço, não é de deixar que os pais a convençam de nada. Não foi por uma imposição familiar, não é?

— Não! Não é nada disso, Meg. Há um mês, eles começaram a sair juntos. Interesses comuns. Teatro, passeios a cavalo… Isso os aproximou.

— Então, quando Edward retorna, a senhorita Taylor fica mais interessada em vê-lo do que ao namorado?

— Isso mesmo, senhorita Evernood. Mas nada disso importa, porque Rob e Edward se acertaram durante a festa. Ed garantiu que não tinha interesses românticos por Clarence.

— Isso não quer dizer que Clarence não tivesse sentimentos amorosos por Ed.

— Eu sei o que parece, Meg. Todavia, não acredito que Rob pudesse fazer algo contra Ed, por conta de ciúme. Todos gostávamos muito dele e, na festa, tudo se acertou. Todos estavam felizes e comemorando.

— Ora, houve uma briga no jogo de dardos, Finn! Vai me dizer que tudo correu às mil maravilhas?

— Acha mesmo que uma briga de jogo faria algum de nós matá-lo? Você já esteve em nossas festas, Meg. Sempre surgia uma pendenga. Clarence implicou com o alvo. Estava alterada pela bebida e ficou na frente dele, para ninguém atirar. Jeff começou a reclamar e ela chorou, dizendo que iam matar o “coitado”.

— Que coitado?

Evernood perguntou, não entendendo.

— O alvo. O coitado do alvo. Conseguem perceber agora em que grau alcoólico ela estava? Edward a retirou, apaziguando a situação, como sempre. Deu-lhe uns canapés, para que parasse de beber.

— E você? Também bebeu demais?

— Como sempre, Meg. Sou fraco para bebida e meus pais não me deixam beber em lugar nenhum. Eles se despreocupavam nas festas do Ed, pois sabiam que ele me mandava para casa inteiro. Não foi diferente desta vez. A festa acabou, quando eu já estava cambaleante. – Finn sorriu. – Eu sou a piada, sabia? Ed sempre falava que eu era o termômetro para irmos dormir.

Houve um momento de silêncio e Elizabeth reparou que o rosto de Margareth estava mais ameno, sorrindo para o amigo. Ela estava relembrando dos momentos agradáveis com eles.

— Me diga, Finn, Ed apostava em corridas ou jogos?

Evernood chamou os dois à razão, para que não se dispersassem do interrogatório. Ela havia prometido à Meg que não a deixaria se perder no sentimento de amizade e assim o fez. Eles voltaram à realidade e o jovem O’Connor respondeu.

— Sim, e não. Ed costumava jogar e apostar, mas, há um ano, endividou-se nas corridas e, também, jogos de cartas. Meu pai conversou com o senhor Sander, pois são amigos de longa data. Não foi fácil para meu pai alcançar algum prestígio aqui na cidade. Quando veio para cá ainda jovem, apesar de ter notoriedade em nossa terra natal, não teve uma recepção muito boa na sociedade daqui. O senhor Sander foi quem o recebeu sem reservas. Meu pai não queria que o filho de seu maior amigo se arruinasse.

— O que meu tio fez?

— Pagou as dívidas de Ed e o mandou para Paris para afastá-lo dos jogos por um tempo. Mas eu sei algo que ninguém mais sabe.

— E o que é, Finn? Não enrole.

Margareth questionou aflita.

— O senhor Sander disse a Ed que só pagaria a dívida se ele aceitasse ficar sob a tutela de um médico especialista, para lidar com a mania de jogar. Acho que é psicanalista o nome que chamam. Ed aceitou e por isso estava em Paris. Parece que deu certo, pois na festa, armou o jogo sem apostas. Não costumava ser assim. Sempre ele nos fazia apostar alguma coisa. Dizia que era para dar mais emoção, contudo, desta vez, disse a todos que não precisávamos daquilo para brincar.

— Há alguma possibilidade dele ter uma dívida que não fora paga pelo pai?

— Não sei, senhorita Evernood, mas não acredito. Ed parecia não querer mais aquilo para si, e o senhor Sander não se recusou a pagar o que ele devia, antes de enviá-lo para Paris.

— Sua família cria cães de corrida?

— Criamos sim, como todos os irlandeses que moram aqui. Entretanto, não somos ligados ao “Spikes clan”, senhorita Evernood. Quem quer evitar confusão, fica bem longe deles. A única ligação que temos com esse grupo é porque pagamos a taxa da pista de corrida. Todos sabem que são eles que comandam, inclusive as autoridades.

— E Ed? Na época em que estava viciado em corridas devia à eles?

— Devia sim, Meg. Foi por isso que meu pai soube. Os homens do “Spikes clan” vieram falar com meu pai, pois sabiam que ele era amigo dos Sander. Disseram que era em consideração à nossa origem. Meu pai se assustou, porque viu que eles não estavam de brincadeira.

— Sabe qual é a marca do clã?

— A marca de morte?

— Sim.

— Enforcamento, Meg. Torturam quase até a morte com cortes de faca pelo corpo todo e depois enforcam. Não é bonito. Quando era criança, encontrei um homem morto assim, na floresta que tem atrás da nossa casa de campo. Corri como se o diabo estivesse atrás de mim. – Riu de si mesmo. – Fiquei sem dormir uma semana inteira. Lembro que meu pai foi falar com o senhor Ryan, pedindo para que seus homens não deixassem corpos tão próximos à nossa casa.

Blindwar olhou para Evernood; esta acenou em sinal de satisfação e Margareth se dirigiu ao amigo.

— Obrigada, Finn. Nos ajudou muito.

— Vão falar com todos?

— Sim, nós vamos, Finn.

— Sei que precisam para juntar informações, mas tenho certeza de que ninguém do nosso grupo de amigos faria uma coisa dessas.

Elas se levantaram e Finn O’Connor as levou à porta. Ele abraçou Margareth, mais uma vez, e elas se foram.

— Os senhores Robson e Jefferson Hall estão?

— Eles viajaram, senhoritas.

O mordomo que as recebera na casa Hall, se portava formalmente, fato que intrigou a detetive Blindwar. Ela frequentava a casa Hall desde a infância e Robertson Isle costumava ser bem mais simpático com ela. Resolveu apelar para a autoridade.

— Espero que tenham deixado endereço, “Rob”.

Chamou-o pelo apelido propositalmente, como se falasse que havia notado a indiferença. O mordomo transpareceu estar embaraçado e ele se descompôs. Suspirou.

— Perdoe-me, senhorita Blindwar, mas é que toda essa situação abalou a família Hall, terrivelmente. Os jovens Rob e Jeff ficaram  muito deprimidos e o senhor e senhora Hall resolveram levá-los para um descanso no litoral.

— Onde no litoral?

— Não nos falaram, senhorita…

— Senhorita Evernood. Ela também é detetive e está auxiliando nas investigações.

Blindwar a apresentou, vendo que o mordomo dos Hall não a reconhecera.

— Por que não deixaram o local onde estariam? Sabem que a polícia tem que falar com todos que conheciam Edward Sander.

— Eles não costumam nos falar onde vão nas férias.

— E tiraram férias nesta época? – Elizabeth questionou.

— Como disse, senhorita Evernood, saíram para espairecer, pois os irmãos Rob e Jeff estavam muito abalados.

Blindwar não conseguiu se conter no comentário que escapuliu por sua boca.

— Espero que eles retornem logo do espairecimento, Rob. Se eles entrarem em contato, diga que a polícia quer conversar com eles.

Margareth Blindwar se virou sem delicadeza para ir embora, deixando a namorada em uma situação constrangedora.

— Entenda, senhor, a senhorita Blindwar pode ser amiga deles, porém a atitude que tomaram foi suspeita. Antes ela poderia compreender divergências nos relatos, todavia, agora, eles a colocaram numa situação difícil perante o departamento.

— Eu entendo, senhorita Evernood. Se meus patrões entrarem em contato, tentarei aconselhá-los.

Elizabeth fez um sinal, indo na direção do carro. Margareth já estava no banco do carona a esperando. A detetive particular entrou, ligou o carro e partiu em direção a casa Taylor.

— O que Jeff e Rob estão pensando?!

Finalmente Margareth soltou a ira que estava presa, desde que escutara o mordomo falar que os Hall haviam saído da cidade, sem destino conhecido.

— Pode não ser nada, Meg. Eles realmente podem estar abalados.

Margareth se virou para Elizabeth de súbito, não acreditando nas palavras que ouvira. Embora a detetive particular percebesse o olhar de incredulidade da namorada, não tirou os olhos da direção.

— Está bem, Meg! Falei somente para acalmar você. É uma atitude suspeita, sim. Mesmo assim, não vamos tirar conclusões. Conversaremos com a senhorita Taylor, para podermos entender por que os irmãos quiseram fugir daqui.

— Beth, não podemos perder tempo. Temos que avisar o departamento para eles começarem a investigar a localização dos Hall.

— Calma. Se não formos agora para a casa dos Taylor, poderemos perder mais um interrogatório. Todos são muito amigos e, às vezes, as pessoas dão conselhos errados para seus amigos.

— Eu também sou amigas deles, Beth! Por que não confiam em mim?

— Porque, hoje, você carrega um distintivo. Veja bem, se eu estivesse na festa e tivesse brigado com Ed mais cedo, qual seria a impressão sobre mim?

— Entendo seu ponto de vista, todavia Finn confiou em mim.

— O’Connor é irlandês. O pai dele custou a conseguir uma posição de prestígio na cidade e não permitiria que o filho jogasse tudo pela janela. Não estou defendendo ou acusando os irmãos Hall, porém temos que ficar tranquilas para não perdermos a objetividade.

— Certo. Obrigada, Beth. Sinto que, por vezes, me escapa o controle…

Elizabeth colocou uma de suas mãos sobre as de Margareth, que estavam pousadas no colo. Segurou um pouco mais firme o volante com a outra.

— É por isso que estou aqui. Não os conhecia, intimamente. Apenas estive com eles em uma ou outra festa na casa do prefeito, entretanto nunca parei para conversar com eles.

— Você não se demorava muito nessas festas, não é?

— Por que diz isso?

Elizabeth perguntou, esboçando um leve sorriso.

— Porque eu não via você.

Margareth respondeu devolvendo o sorriso.

— Eu não queria me tornar íntima das pessoas da cidade. Lembre-se que eu estava investigando a morte de meus pais.

— É uma pena…

A detetive de polícia jogou a frase no ar, chamando a atenção de Evernood.

— …Poderíamos ter nos reencontrado bem antes.

Elizabeth abriu um largo sorriso com um leve tom de divertimento. Amava esses momentos de sutil flerte entre as duas.

— Devo ficar lisonjeada ou triste?

— Por que triste?

Margareth não entendeu, achando que não havia agradado a namorada.

— Porque, embora eu não permanecesse muito tempo nas festas e nem me aproximasse dos convidados notórios da cidade, eu reparei em você. Confesso que a visão que tinha me agradava muito.

Margareth revirou os olhos, não conseguindo esconder o largo sorriso. Embarcou na prazerosa brincadeira de sua amada.

— Se não se escondesse nas sombras, talvez pudesse lhe reparar e, assim, não levaria tanto tempo para que conhecesse o sabor dos meus lábios.

Elizabeth queria revidar, entretanto, sua libido saltou ligeiramente, fazendo-a, por segundos, lembrar do gosto da namorada no dia em que dormiram juntas. Havia sido um único e memorável dia.

— Beth… Beth!

— Ah, chegamos!

Desconcertada, sem querer dar munição para que Margareth percebesse seu sonho acordada a respeito das duas, antes que saíssem, desconversou, alertando a amada:

— Tome cuidado com as perguntas, Meg. Seria melhor que não revelássemos o que Finn nos falou. Assim que entrarmos, pedimos para usar o telefone. Assim avisamos o departamento e, também, poderei falar com Edwin.

— Podem escutar nossa ligação.

— Por isso, somente eu falarei ao telefone e você permanece observando quem se aproxima. Não creio que alguém fique nos escutando ao telefone, acintosamente.

— Então vamos.

Elas não se delongaram na apresentação para o empregado que as recebeu e, ele não hesitou em mostrar onde o telefone da casa estava. Retirou-se para dar privacidade às visitas, deixando orientações para que o chamassem assim que tivessem terminado de fazer a ligação. Evernood conversou com Reynold e, depois com Edwin. O mordomo dela tinha novidades, que lhe falaria mais à noitinha, quando chegassem em casa depois de cumprida a missão que a detetive particular havia lhe dado.

Margareth tocou a sineta, para que o empregado dos Taylor viesse acompanhá-las. Ele as levou de volta pelo corredor, para  alcançar a porta da sala de estar. A senhorita Taylor estava à espera delas.

— Como vai, Clarence?

Blindwar cumprimentou a anfitriã e a moça veio ao encontro dela para abraçá-la. Não eram muito íntimas, nunca foram. Entretanto parecia que a presença de alguém conhecido, diante daquela situação, deu à Clarence Taylor um pequeno alento. A detetive de polícia retribuiu timidamente. Margareth levou o olhar suplicante em direção à namorada e Elizabeth riu de lado, como se dissesse silente para ela que não era nada demais. Após uns segundos, socorreu a amada.

— Senhorita Taylor, chamo-me Elizabeth Evernood e estou acompanhando a senhorita Blindwar no caso.

Chamou a atenção da anfitriã, que se desapegou do abraço, voltando-se para a detetive particular.

— Oh! Desculpe o mau jeito, senhorita. – Estendeu-lhe a mão. – Estou muito abalada.

— Não tem problema. Sei que é uma situação aterradora a que estão passando.

— Como consegue, Meg? Foi horrível o que aconteceu!

Clarence a questionou estupefata.

— Estou me “segurando pelas pontas”, Clarence. Todavia, não me afastaria desse caso. Tenho que levar justiça ao meu primo, antes de mais nada.

— Ah, sim!

Clarence Taylor se sentou, indicando o sofá para elas se acomodarem.

— Todos ficamos confortados em saber que você estaria investigando. Quem diria! Algumas pessoas que conhecemos se chocaram com a sua decisão de entrar para a polícia e, hoje, todos estão agradecendo por você estar à frente dessa tragédia.

— Você se chocou com isso?

— Claro que não, Meg! Você mesma, e Deus sabe o quanto eu e Ed ríamos de uns amigos, quando eles lhe perguntavam se não tinha medo de não se casar, por conta de exercer uma profissão como essa.

— Então, entende por que estou aqui. Não vou me delongar, Clarence, irei direto ao ponto, para não haver inquietação e terminarmos logo com a nossa entrevista.

Margareth não quis usar a palavra interrogatório para tentar fazer com que Clarence se sentisse mais confortada e relaxada. Talvez conseguiria extrair mais facilmente respostas.

A anfitriã acenou em entendimento. Estava com o semblante entristecido e parecia às detetives que, a qualquer momento, desabaria em lágrimas.

— Soubemos que você foi a Paris encontrar Ed, mesmo estando comprometida com Rob. Por quê?

— É uma história dolorosa para mim, e gostaria que ficasse entre nós, Meg.

Blindwar acenou afirmativamente, sem expressar qualquer palavra.

— Eu estava tão doente, quanto Ed… Veja bem, quando Ed foi para o exterior, e soube que ele se trataria com um especialista, o procurei. Acredito que algum dos “meninos” já tenham falado do motivo de Edward ir para Paris, não é?

— Sim, falaram. Todos sabiam…

Margareth não mencionou que Robson e Jefferson não estavam na cidade. Deixou no ar. Entretanto, Elizabeth pôde perceber que sua namorada, apesar da impressão imparcial de sua voz, estava ressentida. Era apegada ao primo, porém nunca reparou em seu vício.

— Só ele me entenderia, Meg. Fui a Paris e lhe contei tudo. Queria que ele me apresentasse ao médico dele.

— Também tinha dívidas de jogo, senhorita Taylor?

— Não, senhorita Evernood. Não me atinei para meu problema por conta de dinheiro. Me dei conta de que precisava de auxílio, pois a minha vontade crescia a cada dia e não conseguia mais controlar. Nunca adquiri dívidas de jogo como Ed e gostaria que não me perguntasse sobre o meu problema. Ainda não o aceito completamente e estou tentando resolver com meu médico.

— Seu namorado sabia por que procurou Edward?

— Não… – Clarence baixou a cabeça. – Senti que Rob não me aceitaria e gosto demais dele. Não queria estragar o que tínhamos e este foi o outro motivo que me levou a procurar Edward.

— Achava que só ele poderia lhe entender?

— Achava que somente ele, com a sua generosidade, poderia me aceitar. Você conhecia seu primo, Meg. Ele nunca foi preconceituoso com nada e nem com ninguém. Por isso era tão querido por todos.

— Parece que nem todos… – Blindwar falou, dispersa. – Soube que Rob e Jeff foram falar com ele na manhã da festa e discutiram?

— Não soube até a noite da festa. Durante à noite, Rob me falou que estava chateado e discutira com Ed por minha causa.

Clarence se calou, perdendo-se em pensamentos.

— Continue. O que ele lhe contou?

A detetive de polícia a chamou de volta à conversa.

— Contou que estivera mais cedo na casa de Ed, porque ele o chamara. Disse que discutiram, pois Edward falara “absurdos” a meu respeito, segundo ele mesmo me disse. Quando me contou, entendi na mesma hora o que aconteceu entre os dois.

— E o que foi?

— Ed me falava para eu me abrir com Rob, pois ele me auxiliaria muito, por me amar. Falou que era amigo dele desde a infância e não achava certo de que eu escondesse. Me recusei, temerosa pelo que Rob acharia.

— Acredita que seu namorado a rejeitaria por isso?

— Não sei. Tive medo.

— Deve ter ficado muito chateada com Edward.

Evernood se pronunciou, pela primeira vez. Queria escutar somente, para tentar avaliar melhor o grupo de amigos.

— Não, eu não fiquei. Ed já havia me dito que, se eu não contasse, ele falaria. Que não era algo para manter em segredo, prejudicando a confiança de quem gostávamos.

— Então, houve uma conversa prévia entre vocês sobre isso?

— Houve. Disse-lhe que ele o fizesse, pois eu não tinha coragem. Que se Rob me questionasse depois, lhe contaria a verdade.

— E contou naquela noite?

— Não. Quando ele veio falar comigo, já estava um pouco alterada pela bebida. Lembro-me de que não falei coisas muito coerentes.

— E se lembra do que falou?

— Eu somente ria. Como disse, estava alterada. Mas lembro de ter falado, “eu te amo, Rob”. Lembro também de ter dito, “deixe para lá, pois Ed tem razão, ele quer o melhor para nós”. Depois disso, o beijei e fomos para o jogo de dardos. Pouco mais tarde, Rob e Ed estavam abraçados, rindo de mim e de Finn. Estávamos dando um espetáculo à parte com a nossa embriaguez. Tudo ficou bem.

— Falou com Rob hoje, Clarence?

— Não. Liguei para ele, mas o mordomo falou que tinha viajado. Não me falou para onde tinha ido. – Clarence baixou a cabeça, entristecida. – Creio que, afinal, Edward ter contado sobre o meu problema, tenha o afetado. Quem quer uma esposa que já vem com uma certa bagagem, não é?

As detetives findaram o interrogatório. Despediram-se de Clarence Taylor e saíram. Foram para a mansão Evernood. Margareth queria muito falar com Edwin, para ver o que ele descobrira do paradeiro dos Hall. Sentia-se mais confiante nas informações dele do que as do próprio departamento.


Nota importante: E aqui seguimos na quarentena. Embora algumas vertentes questionem se esse é o tratamento correto a se fazer diante dessa pandemia, costumo falar com meus amigos que  questionam sobre o assunto, que o mundo sempre respeitou as determinações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para orientações em relação a comportamento diante de doenças. Os médicos do mundo todo se reportam a ela e sempre foram conduzidos por suas orientações. O motivo de se respeitar tanto esta Organização é que, foi criada para estabelecer normas de saúde, avaliar risco de doenças, estabelecer um consenso geral entre todo o mundo, contando com equipes epidemiológicas e especialistas espalhados por todo o globo. Médicos do mundo inteiro se reportam a ela, confiando dados sobre doenças, pesquisas, respostas, até mesmo, sobre tratamentos de doenças de seus países, estabelecendo assim, uma rede confiável de dados. Então, por que, justo agora, num momento tão delicado como o que estamos vivendo, deveríamos deixar de lado as suas orientações?

A OMS não é um órgão onipotente. Ela não poderá dizer com certeza, se o que faz neste momento, é o que irá brecar a pandemia, mas certamente está mais alinhada e preparada para respostas imediatas de contenção. Se ela declarar que algum remédio deve ser suspenso por sugerir agravamento da doença, é porque houve algum sinal de que este remédio foi utilizado em vários locais e ocorreu uma resposta negativa para esse vírus.  Como é uma doença nova, irá investigar através das respostas dos médicos que atuam na linha de frente. Caso esse remédio seja inocentado pelos agentes de saúde de cada local, através de pesquisas, ela irá liberá-lo. Funciona mais ou menos desta forma.

Não sou especialista. Sou parcialmente da área, pois sou professora de Educação física com licenciatura plena, que quer dizer que sou bacharel na área de saúde e licenciada na área educacional. No entanto, especializações que fiz e atuação na área de saúde coletiva e do trabalho durante muitos anos, me faz acreditar que possa emitir a minha opinião. 

Por esse motivo peço a vocês, encarecidamente, para que, quando dúvidas surgirem a respeito da pandemia e do confinamento, questionem se preferem escutar opiniões aleatórias de um ou outro especialista, ou se preferem a opinião da OMS. 

Questionar é bom. Muitas vezes o que é de consenso comum, não é mais efetivo, pois como disse, é um vírus muito novo e quiçá, um grande especialista, uma grande mente,  enxergue além do que todos vemos? No entanto, em face de como esse vírus se propaga, o confinamento não é um erro e sim, uma precaução para contenção e é eficaz, até que as autoridades competentes na área consigam uma solução. 

Desculpem-me fazer esta nota, todavia, muito me preocupa determinadas reações de algumas pessoas, (até mesmo da área de saúde), que por anseios políticos, esquecem-se do mais básico de nossa área: Preservar a vida.

Beijos sinceros!

Ps.: Já que não estou beijando nem a minha mulher pessoalmente. rsrs 



Notas:



O que achou deste história?

8 Respostas para 12 – Sexto Caso: Gavetas, olhos, puxadores e lábios – Parte 3

    • Obrigada, Carla!
      Então, a gente não pode entrar de sola no namoro, pq naquela época era tudo mais recatado… Pelo menos para Blindwar. rs Não acredito que Evernood seja tão recatada assim. rs
      Brigadão e um beijo, Carla!

  1. Chegando só agora, no terceiro capítulo… o lado bom nisso é que li os 3 de uma só vez, e bem que já poderia ter os outros 2. rs Mais um crime difícil de elucidar e desta vez com um grau a mais de dificuldade, já que Meg precisa controlar seu emocional. Por sorte tem Beth ao seu auxílio. E por falar em Beth… ela que começou a brincadeira e teve que arregar kkk. Também amo esses momentos de sútil flerte entre as duas, rs, traz uma leveza.

    Parabéns pela nota, Carol. Sabemos que Itália está como está justamente porque o governo demorou tomar medidas de contenção para não prejudicar a economia. A economia é importante sim, mas a vida também é. E aí? Eu mesmo tive que mudar minha estratégia de trabalho, atendimento agora so por e-mail e telefone. Minha mulher é da área da saúde, especialista em geriatria. Mal a vejo nesses últimos dias. Cuidados mais que redobrados para proteger os pacientes. O que temos que fazer é ignorar certos comentários e opiniões, e seguir nos cuidado e cuidado dos nossos, tendo como base as diretrizes de quem realmente entende. De repente nos vemos novamente em divergências políticas como foi no último período de eleições. É uma pena.

    Beijos sinceros, Carol
    Se cuide!

    • Fabi!!! Que legal!
      Então acredito que chegou na hora certa, pq não vai demorar muito agora. rs Já sabe quem matou? rs
      A Beth fica louca, tu nem sabe. rsrs A experiência de vida dela, vai além do recato da Meg. rsrs Fica doida para a Meg se soltar mais. kkkkk
      Eu entendo que há sérios riscos econômicos e que muita gente passará por dificuldades, mas também entendo que é para isso que pagamos impostos. É uma situação de crise, em que lutamos contra um “agente” que não tem regras. Um vírus não se importa com a parte financeira. Ele ataca e pronto. Para isso que existem governos e impostos. O governo recebe de nós e deve administrar o dinheiro em nosso benefício. Nesse momento, tem que administrar na saúde e também, na sustentação econômica das micro e médias empresas, nos informais e classes menos favorecidas, bem como fazer planejamento com industrias para produzirem o que é necessário para o que se precisa para a saúde, no combate a essa pandemia. Deve planejar com rapidez, contingências e liberações de credito. Penso que isso seria o dever de um governo, para que a população não sofra tanto, em virtude de uma catástrofe.
      E se tivéssemos um terremoto em âmbito nacional que arrasasse tudo? O governo falaria “a economia não pode parar?” Qual a diferença?
      Enfim, Fabi, desculpe-me. É um assunto extenso. rsrs
      Um beijão para você e sua esposa. E agradeça a ela nessa luta, por todos nós!

  2. Quanto ao capítulo, nem preciso dizer nada, tão bom quanto os anteriores, estou mais interessada agora nos posteriores rsrsrsrs
    Quanto a sua opinião concordo plenamente. Não sou especialista em nada, mas ainda acredito que um órgão como a OMS não sairia dizendo abobrinhas, como tantos estão fazendo, a torto e direito. As estatísticas diárias comprovam.
    Quanto ao P.S.- toma banho com sabão de coco,se joga na água sanitária, mas não deixe de beijar tua amada!
    Bjs

    • Entendi, Ione. rsrs Seu interesse é que eu poste mais, né? rsrs Eu entendo, juro que entendo. rsrs
      Pois é. não acredito que tenha órgão mais competente do que a OMS para lidar com algo desse tipo por agora. Não é o momento para “achismos”, não é verdade?
      Quanto ao PS.: Bem, a gente tá isolada e torço para quando ela sai para comprar comida quando falta, mesmo com todos os cuidados, não aconteça nada. rs

      Beijos virtuais! rs

  3. Oie amiga!!

    Sobre a observacao,me referia ao que Beth disse: Se n tivesse gostando de Meg, a médica seria alguém por quem ela se sentiria atraída..mas nada relevante, era só uma birra minha!Sobre hoje, estamos muito complicadas, pode ser qualquer um. O`connor estava magoado con Ed, assim como todos.Os amigos nao sabem bem o motivo, pensam que era algo romäntico, Clarice que diz que tem algo, mas que n ueria contar..afinal, todos têm potencial pra ser o assassino. Os irmao poderiam ser? Sim, o cara truculento que visitou o comércio, sim?! Mas a coisa tá complicada..se Ed devia algo ainda, ninhuém sabe..Será que foi o Spike Clan ou alguém matou assim pra que nao desconfiassem …bem complicado! Nao consegui ver nenhum detalhe hj…algo que deixei passar?! O mordomo?Nao, só tava triste…todos bêbados, n sei nao. E o que Ed escondia realmente?!!Clarice tem um passado?!!Meg tá sendo fortorna!! Mas por agora tó apotando nos irmaos Rob ou no q parece mai debilitado..sempre sao esses…kkk

    Olha só, sinceramente sobre o corona, eu acho que a decisao da quarentena foi a acertada, ela evita que a doenca se propague e nao satura o sistema de saúde que nao tem a menor condicao de atender tanta gente! Na Espanha e Itália morreram muitos e eu acho que tivemos mais orte pq deu tempo OMS tomar uma decisao e pra mim está bem! Eu entrei em quarentena antes da decisao do presidente da Argentina decretasse quarentena total com algumas excessoes, temos q comprar comida e alguns poucos locais tem q tá aberto pra economia n parar,m ma com os cuidados necessários! Concordo que seria a melhor para evitar o contagio. Na Argentina tem menos casos que nos outros países. Agora vamos ver até quando vai o decreto. Fico chocada pq ainda assim, ainda dizendo que a polícia vai parar e n sei realmente quais medidas vao ser tomadas, tem gente circulando por lazer, indo à praia!Tinham fechado as estradas, mas n sei o que passou que deixaram passar alguns turistas que resolveram passar a quarentena na praia porque tinha casa por aqui…enfim! Estamos num momento complicado onde devemos respeitar as decisoes pq é o melhor nesse momento, é pra nossa própria seguranca.
    Sobre os medicamentos,onde a OMS decretou que quem tivesse síntomas devessem evitar alguns medicamentos, principalmente ibuprofeno, eu li que facilitava acao do vírus pq afetava a capacidade de reacao do sitema imunológico e, apesar de nao comprovado, decidiram tomar essa decisao em base a alguns casos que foram estudados. Melhor precaver, nao?!O problema é que tem pessoas que realmente necessitam de algumas substâncias e se for confirmado o estudos, gerará conflitos, mas vamos esperar para que encontrem uma alternativa, esperar mais estudos.Eu tô bem fora desse tema, mas gosto de ler e me anotei pra receber por whatsap novas news sobre o coronavirus.

    Eu amei sua nota, Carol!Obrigada por comparilhar! Realmente o mais importante é preservar e nao que políticos só pensem neles, principalmente um que é fora do mundo e ainda contagia pessoas, onde ele devia proteger e ver o que é melhor pra todos!!

    Tem que dormir em quarto separados se vcs tao saíndo..só digo!! Seria muito,nao?! Toma um banho de lysoform…rs. Mocita chegou agora das compras.. se cuidemmm muitoo!!!!!!!!
    Beijaoooo
    ps escrevi pra pohaaaa

    • kkkkk Oi Lailicha! Hoje escreveu pra pohan mesmo! kkk Mas… Tudo muito bem falado. Concordo com tudo que disse. Não é hora para duvidarmos de ações de organizações validadas. Como falei num comentário anterior, Se tudo fosse arrasado por um terremoto de grande magnitude, estaríamos pensando na economia? Pensar na economia compete aos governantes, os quais pagamos nossos impostos para gerir exatamente as crises. Damos o nosso dinheiro para eles administrarem de forma a nos tirar desses sufocos, seja para injetar dinheiro na saúde, seja para não deixar que micros empresas, médias empresas e informais não entrem em falência. Tem que planejar rápido uma saída, para que as pessoas não passem dificuldades numa hora como essa. Afinal, para que pagamos impostos?
      Enfim. O problema não é a economia e sim a quem faz a gestão de recursos. Detesto o Trump, como um líder de uma potência e seus valores, contudo, o cara está sendo um gestor.
      Deixa eu calar minha boca aqui, senão vou ser taxada como revolucionária! kkkkkkkkk Sou da paz. rsrsrsrsr
      Um beijão para você e se cuida Lailicha. rsrs Valeu, menina!

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