Os Estranhos Casos de Evernood & Blindwar

8 – Quinto Caso: Os Prazeres da Carne – Parte: 2

Os Estranhos Casos de Evernood e Blindwar

Quinto Caso: Os Prazeres da Carne – Parte: 2

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Naty Souza e Nefer


Parte 2 — 

No episódio anterior…

Os detetives se calaram durante um tempo e Margareth finalmente se pronunciou.

— Senhor…

— Fale logo, Blindwar.

Greendwish pediu impaciente.

— Temo que nosso caso esteja entrelaçado com um caso da senhorita Evernood. Ela pegou um caso particular e, pelo que me contou ontem, tive a impressão de que há indícios relacionados aos crimes dos “Ossos”.

— Que raios! Não consigo me livrar de Evernood! – O comissário esbravejou, todavia logo emendou noutra fala. – Não importa. O que interessa à ela é solucionar seus casos e ser paga por isso. – Virou-se para Blindwar. – Veja o que ela tem. O departamento paga pelos serviços dela mesmo… Passe para todos e montem uma linha de ação. Dispensados.

♦♦♦

Continua…

— Como vai, senhor Booth?

— Na medida do possível, senhorita Evernood. Tem alguma nova pista de minha filha?

A detetive particular chegou cedo empório de seu cliente. Ele havia dito na mensagem que tinha uma nova informação e ela ansiava por saber.

— Tenho algumas novas pistas, mas ainda estou investigando. Sei que está ansioso, contudo, quando me contratou, já fazia algum tempo do desaparecimento dela, dificultando o rastreamento de seus passos.

— Eu sei, eu sei. Desculpe-me por lhe confrontar, mas minha filha era tudo para nós. Entenda, somos comerciantes e não da nata da sociedade e minha filha era uma menina de ouro. Era boa e muito trabalhadora. Amava isto aqui, – abriu os braços mostrando a loja – e não tinha como ela ir embora, como a polícia falou.

— Vocês disseram que ela não tinha namorado e nem amigos mais próximos, no entanto, descobri que, nas últimas semanas antecedentes ao sumiço dela, encontrou-se, várias vezes, com uma fornecedora de vocês em um café na região oeste da cidade.

— Por isso lhe chamei. Os Talbot têm uma fazenda de criação. Passamos a comprar com eles há um ano, mesmo já tendo nosso fornecimento de carnes embutidas e defumadas da fazenda Crybrant. Sarah queria diversificar. Falava que ficar à mercê de um único fornecedor não era inteligente.

— Imagino que os Crybrant não gostaram. 

— Exatamente, senhorita Evernood. Contudo, aceitaram porque Sarah lhes disse que estávamos aumentando a loja. O fato é que o rocambole de carne defumado dos Talbot é muito melhor e se tornou nosso carro chefe, aqui.

— Vocês diminuíram os pedidos da fazenda Crybrant?

— Nesse quesito sim, mas Sarah tentava compensar, comprando pasta de carnes variadas dos Crybrant. Existe uma pasta em especial deles que vende muito.

— Qual? 

— A pasta de misturas de carne de animais diversos. 

— Senhor Booth, acho que farei um “brunch”. E se puder utilizar seu telefone, há alguém que quero convidar e lhe apresentar.

O comerciante a olhou sem entender, crido o cenho. Estavam falando sobre o desaparecimento de sua filha e a detetive particular queria fazer um “brunch” com alguém?

— Confie em mim, senhor Booth. Depois que minha amiga chegar, o senhor entenderá. Prepare uma porção de rocambole de cada fazenda e, também, porções da mistura da pasta de carnes.

Ele ainda não compreendia, mesmo sabendo que ela queria verificar a questão das carnes. Não havia entendido também, por que chamaria outra pessoa. Evernood apenas o encarou calma.

— Você contará a nós duas a sua descoberta. Ela é uma detetive de polícia e se interessa pelo seu caso. Conversei com ela ontem mesmo. Querermos trabalhar juntas. Facilitará minha investigação.

Evernood justificou ao homem de forma simples. Havia muito mais informações que ela gostaria de trocar com Margareth, sabendo que obteria outras, pelo que a polícia investigara. Ele aceitou a proposta, feliz que alguém da polícia, finalmente, estava disposto a saber do desaparecimento de sua filha.

— Pode telefonar para ela. O telefone está atrás do balcão. Ouvi falar dessa moça que conseguiu entrar para a polícia. É a primeira mulher no departamento de polícia, não é?

Evernood acenou, positivamente.

— Enquanto liga, falarei com minha esposa para preparar o que me pediu.

O homem saiu para a parte interna do empório.

— Demorou a chegar. Não teremos mais um “brunch” e sim, um almoço. 

— Não reclame, Beth. Depois que lhe contar o que está acontecendo no departamento, entenderá.

Conversaram alguns minutos para que Blindwar lhe passasse tudo que ocorreu no departamento e igualmente, Evernood colocou Blindwar a par do que conversara com o dono do empório.

O senhor Booth estava atarefado, pois era um horário de movimento e estava sozinho no balcão, enquanto a sua mulher preparava os pedidos de clientes. O empório vendia os artigos de carne, porém, quando sua filha assumiu, resolveu colocar lanches, com um toque mais requintado, para quem quisesse comer na loja os produtos vendidos e na hora do almoço, pratos mais elaborados feitos também com os produtos. Um deles era a sopa de ervilhas com presunto. A filha estava certa. Com o inverno, mais pessoas pediam a sopa, antes de comer um assado qualquer.

O dono da loja conseguiu se desvencilhar dos afazeres, quando um rapaz chegou. Era um ajudante contratado em meio período. Aproximou-se da mesa, com os pedidos prontos da senhorita Evernood.

— Esta aqui é a detetive de polícia Blindwar. Estará conosco nas investigações e poderemos contar com auxílio do departamento de polícia.

— Muito prazer, senhorita. Me chamo Alexander Booth.

— O prazer é todo meu, senhor.

Todos se sentaram.

— Não me diga de quem é cada produto. Primeiro quero verificar a diferença entre um e outro produto. Enquanto isso, nos conte o que descobriu, senhor Booth. – Evernood pediu. 

— Minha filha começou a se encontrar com Norah Talbot duas semanas antes de desaparecer. Ela estava propensa a negociar os preços do rocambole de carne, pois haviam aumentado, quando passamos a comprar mais deles. Norah Talbot estava irredutível, à princípio, pois disse que com o aumento da demanda, tiveram que comprar carne de outras fazendas, porque não esperavam tanta procura. Mesmo sendo concorrentes, os Crybrant fecharam um acordo vantajoso de fornecimento de carnes para os Talbot.

— E Norah reduziu os preços?

— Sim, senhorita Blindwar, contudo a qualidade caiu. Algumas vezes os rocamboles vinham bons, outras vezes os clientes reclamavam. Com isto, minha filha voltou a se encontrar com Norah para reclamar da qualidade vacilante.

As duas detetives estabeleceram um método. Comiam primeiro o rocambole de uma fazenda e depois da outra para comparar. E o comerciante continuou a falar sobre a sua descoberta.

— Após minha filha desaparecer, Norah Talbot me procurou, dizendo que veriam outro fornecedor para manter a qualidade do produto. Ela estava triste e arrasada com o desaparecimento de Sarah e disse que faria de tudo para fornecer um bom produto, em consideração à minha filha. Acabei diminuindo mais a compra do rocambole da fazenda Crybrant. Não tive escolha. Meus clientes não compram mais o outro rocambole.

— E eu entendo por quê.

Blindwar fez a consideração, se deliciando com o rocambole da fazenda Talbot. Evernood revirou os olhos.

— O quê? Isto está gostoso e eu estou com fome.

A detetive de polícia se justificou, corando logo a seguir, pela represália da amiga. Voltaram a experimentar os outros produtos e o senhor Booth continuou sua linha de pensamento.

— Não sei se esta informação é importante para a investigação. Queria somente compartilhar o que não havia contado, antes, para a senhorita.

— E por que não contou quando me contratou, senhor Booth?

— Eu e minha mulher estávamos perdidos em nossa dor, senhorita Evernood. Simplesmente não achamos relevante, mas ontem, conversando com minha esposa, ela se lembrou de que a senhorita dissera que deveria saber de todos os passos de nossa filha.

— A pasta de carnes da fazenda Crybrant é muito melhor. Vende bem, senhor Booth?

— Com o crescimento da loja e fazendo estes “brunchs” e almoços, vende como água. Aumentamos muito as encomendas deles, também.

Evernood analisava o que havia escutado, todavia não queria discutir na frente de seu cliente. Agradeceu pela informação, dizendo que foi importante. Queria tranquilizá-lo. Terminaram de comer e saíram.

— O que pensa sobre isso, Beth?

— Penso que precisamos conversar com Norah Talbot. Estamos no escuro. Meu caso, afinal, pode não estar relacionado ao crime dos “Ossos”. O senhor Booth era um cliente padrão para a fazenda Crybrant, que deixou de ser, após a intervenção da filha nos negócios.

— E a investigação da polícia aponta para crimes em série.

Blindwar arrematou.

— Exato. 

— Mesmo assim, Beth, quero ir nessa conversa que terá com Norah Talbot.

— Por quê?

— Porque não tenho nada para o crime dos “Ossos” e como você mesma disse quando me contou seu caso, destrinchar a carne do esqueleto, é uma ótima forma de se livrar de um corpo sem deixar evidências. Fazendas como essas sabem destrinchar corpos, não sabem?

— Médicos também sabem fazer isso com um corpo humano. Lembre-se do “extirpador de olhos”.

— Acha que podemos ter outro médico louco na cidade, Beth?

— Não acho nada, por enquanto. Simplesmente, estamos às escuras. O seu caso pode estar ligado ao meu, como também pode não estar. Estamos apostando que existe um lunático em uma dessas fazendas que, quando se deparou com um adversário, fez de seu prazer mórbido algo com a moça, Meg.

— Verdade. Não sei o que pensar, Beth. No entanto, sabemos que assassinos sempre se valem de seus conhecimentos pessoais para praticar as mortes.

— Então, em primeiro lugar, vamos procurar a senhorita Lister na universidade.

Margareth estreitou os olhos, intrigada.

— Não acredito que esteja achando que a senhorita Lister é suspeita. Por que procurá-la, então?

— Ela é a chefe do laboratório criminal na universidade! – Evernood respondeu sem entender a amiga. – O que acha que pretendo fazer? Quero procurar mais provas.

— Ela já nos deu tudo que sabia. O que mais veríamos com ela?

Evernood inspirou fundo.

— Você não confia em mim completamente, não é, Meg?

— Do que está falando?

— Estou falando de nós. Você está com ciúme dela.

— Não estou!

— Ah, está sim, Meg. Olha para mim. – Evernood segurou os ombros da amiga, encarando-a. – Não há a menor chance de que eu me interesse por ela. Estou apaixonada por você, Meg.

Chegaram à universidade. Embora Margareth ainda estivesse atônita com a declaração de amor de Evernood, tentou a custo conter a euforia que alimentava em seu íntimo. No seu entendimento, deveria focar no trabalho, contudo, a frase firme que Elizabeth pronunciou, ecoava na mente e coração.

— Como vai, senhorita Lister?

A médica elevou o olhar que, até há pouco, analisava outro conjunto de ossos que chegara da polícia.

— Muito bem, detetives. – Fitou a bancada em que trabalhava. – Muito melhor que essas pessoas…

— Mais ossos?

— Exatamente, detetive Blindwar, e sinto dizer que há, pelo menos, vinte pessoas diferentes, a que esses ossos pertencem. Chamei dois paleontólogos da universidade para me auxiliar, pois eles sabem como montar conjuntos de ossos. Fazem isso com fósseis o tempo todo. Vejam o trabalho deles.

Ela apontou para outra bancada e, mais duas mesas que foram postas para amparar ossos agrupados. As detetives chegaram perto, observando a disposição com que eles foram agrupados.

— Tem certeza, senhorita Lister?

Margareth perguntou abismada.

— Sim. Já havia separado os grupos, mas diante do número de pessoas que descobri, resolvi confirmar com os paleontólogos. Eles têm grande habilidade de trabalhar com este método de análise. Confirmaram o que eu havia descoberto.

— Deus! Imaginei umas três ou quatro pessoas, mas vinte? Isso é loucura!

— Loucura ou não, Meg, temos que descobrir, pois senão, mais gente morrerá. 

Evernood afirmou, abismada com a quantidade de pessoas. Mesmo que aquele caso não fosse o mesmo que o seu, ajudaria a detetive de polícia a achar os assassinos.  

Margareth voltou-se para a médica.

— Tem como saber que tipo de ferramenta foi usada para retirar a carne desses ossos? Se foi faca, cutelo, escalpelo cirúrgico…

— Tem sim, senhorita Blindwar. Não me atinei para esse tipo de análise.

A senhorita Lister retornou para sua bancada, intrigada e interessada em responder à pergunta da detetive. Evernood acompanhou Blindwar lado a lado.

— Você roubou a minha ideia. Era exatamente isso que queria saber, quando falei que viria aqui.

— A meu ver, a ideia foi minha. Se pretendia perguntar sobre isso, deveria ter me falado, e é uma boa lição para não me esconder o que pretende numa investigação.

Evernood balançou a cabeça e falou sussurrando para que só ela escutasse:

— Que nada! Amo quando me antecipa. É excitante, sabia?

Blindwar corou, mirando na médica na tentativa de ver se a moça escutara. Aproximaram-se da bancada.

A senhorita Lister pegou uma lupa e começou a analisar os ossos que haviam chegado recentemente. As duas detetives, apesar de ansiosas para saber a opinião da médica, esperaram pacientemente. Levou algum tempo até que ela parasse de observar aqueles ossos e falou:

— Vou na outra bancada, para ver se os traços do que observei estão presentes nos outros.

Ela se dirigiu até a outra bancada com uma lupa na mão e tomou um tempo maior até retornar. Evernood e Blindwar estavam inquietas.

— Posso dizer que, em primeira análise, esses ossos foram descarnados por uma lâmina afiada, porém de fio grosso. Escalpelos cirúrgicos ou bisturis, como os chamamos atualmente, tem um corte mais fino e não deixariam marcas tão espessas nos ossos. Vejam.

A médica pegou um bisturi e um dos ossos da bancada, colocando a lâmina próxima a uma das marcas de fio.

— Eles tiveram cuidado ao retirar a carne, mas não foi um trabalho minucioso. Cortaram próximo aos tendões musculares, entretanto, deixaram a parte mais próxima ao osso. Outros foram cortados desleixadamente. Conseguem ver?

— Sim. Como se fizessem força para cortar e, em alguns deles, as fibras arrebentaram e não cortaram. 

Evernood respondeu, observando o que a senhorita Lister mostrava.

— Além dessas marcas de corte nos próprios ossos. Vejam. – A médica apontou. – Essas ranhuras não poderiam se feitas por um bisturi. – Juntou a lâmina do bisturi à uma das marcas do osso. – Um bisturi é muito cortante, porém o fio é delgado e delicado. As ranhuras no osso seriam mais finas.

— Posso estar enganada, mas quem tem um bisturi, presumo que não seria tão grosseiro também. Vejam a quantidade de marcas e cortes no osso. 

— Está certa, senhorita Evernood. Bisturis não são baratos e nem fáceis de adquirir. Eles não são feitos por cuteleiros.

— Que tal vermos quem compra facas de destrinchar? Poderíamos comparar com os cortes?

Evernood perguntou.

— Talvez…

A médica segurou o próprio queixo entre os dedos, pensando na sugestão e respondeu.

— Não sei se existe qualquer estudo sobre isso, mas eu poderia ver se há compatibilidade, já que tenho muitos conjuntos de ossos para comparar.

— Tenho um primo distante que tem uma fábrica de enlatados de carne em Eastinland. Localiza-se a uma hora de viagem. Tenho certeza de que compra os utensílios aqui na capital. Posso falar com ele para saber quem são os principais cuteleiros que fornecem para ele. 

— Boa ideia, Meg. Podemos comprar alguns e deixar com a doutora, enquanto vamos conversar com os Talbot.

Margareth Blindwar conversara com o primo por telefone e após obterem o que queriam, foram até as forjadoras que forneciam utensílios de corte para as principais fazendas produtoras e fábricas de carne. Compraram uma variedade deles para deixar com a médica legista e, em seguida, foram visitar Norah Talbot. Queriam descobrir os assuntos tratados por ela e Sarah Booth, antes da comerciante desaparecer. 

A fazenda dos Talbot não era muito grande, porém, bem cuidada.  Havia vários tipos de animais, separados por cercas de madeira. Porcos, ovelhas, carneiros, vacas e, um pouco mais afastado destes, galinheiros, cerca para patos e um criadouro de coelhos. A maioria dos cercados estava coberta pela metade. Certamente com o inverno, haviam feito aquela tapagem com mourões e taipa para proteger os animais da neve que, eventualmente, caia.   

Já era tarde, pouco antes do anoitecer e a fazenda não tinha nenhum empregado. O vento frio castigava aquelas paragens e, sem muita conversa, dirigiram-se para a entrada da casa. Depararam-se com um homem que saiu pela porta com uma espingarda na mão.

— Quem são vocês?

As duas detetives estancaram no passo, cautelosamente.

— Calma, senhor! Chamo-me Margareth Blindwar e sou detetive de polícia. Esta, ao meu lado, é a detetive Elizabeth Evernood, consultora do departamento.

Ele baixou a espingarda.

— Desculpem-me. – Relaxou. – Sei da senhorita. É a primeira mulher a integrar a força policial, não é?

Blindwar quase bufou, entretanto manteve a calma. Começava a se cansar de escutar aquela fala. Lembravam dela somente por ser a primeira mulher na força policial e não por seus casos solucionados.

— Sim, sou eu. – Falou simplesmente. – Estamos aqui, pois queremos conversar com Norah Talbot. Ela está?

— Não, senhorita. – O homem falou tristemente. – Minha prima desapareceu há quinze dias. 

Evernood e Blindwar se entreolharam, intrigadas. 

— Podemos entrar para conversar, senhor…

— John Talbot. Podem sim.

Elas entraram. A casa não era muito grande como uma mansão, mas via-se que estavam reformando e tornando a casa de fazenda um pouco mais sofisticada. O senhor John Talbot levou as duas até a sala.

— Não tenho muito a oferecer. A nossa cozinheira já foi para casa, mas querem uma bebida? Tenho um whisky muito bom.

— Não há necessidade, senhor Talbot. – Elizabeth respondeu, emendando em uma pergunta. – Quando sua prima sumiu?  Deram queixa? 

— Demos queixa, sim, mas a polícia não conseguiu achá-la até o momento. Há quinze dias, ela foi até a cidade para negociar nossos produtos com um novo mercado e não retornou. Eu e Gregor ficamos preocupados quando ela não voltou, pois já era tarde da noite. Esperamos até a manhã seguinte para ir ao departamento de polícia. – Ele deixou os ombros caírem, desanimado. – Nunca mais a vimos.

— Quem é Gregor?

— O irmão dela. Quando meu tio morreu, eu já era o gerente da fazenda. Gregor não é muito de tratar com empregados. Ele gosta de lidar com os animais. Meu tio deixou uma parte da fazenda para mim e, eu e Norah, tratamos com os empregados e os nossos compradores… Bem, eu lidava somente com empregados e ela com os compradores até duas semanas atrás. Agora quem faz isso sou eu.

— O senhor Gregor Talbot está? Gostaríamos de falar com ele também.

— Meu primo é… Não gosta de pessoas estranhas. Ele está no quarto dele agora. Mas, me digam, por que vieram aqui?

— Estamos investigando o desaparecimento de Sarah Booth. 

Elizabeth se adiantou com medo de Margareth deixar escapar sobre a investigação dos “Ossos”.

— Quanto a sua prima, quem ela foi visitar?

— Eu não sei, senhorita Evernood. Ela falou que era um novo cliente e que a loja dele estava do outro lado da cidade. – John Talbot respondeu, sem muito ânimo. –  Soubemos do desaparecimento de Sarah, o que me deixou intrigado. Contei para a polícia sobre o sumiço de Sarah Booth, quando demos queixa do desaparecimento de Norah, mas parece que eles não ligaram muito.

— Sua prima andava conversando muito com Sarah, antes dela desaparecer. Sabe por quê? – Margareth inquiriu.

— Sim. Ela negociava novos produtos que pretendíamos produzir, como rocambole de pato defumado e de coelho também. Nossas pastas de carne não estavam emplacando no mercado e estávamos com ideia de variar mais no rocambole.

— O que acha de seus concorrentes diretos, os Crybrant?

— Bom, não posso dizer que somos bons amigos, detetive Blindwar. Nem eles e, muito menos, os Stewart. Nós já fornecíamos carnes para alguns estabelecimentos, mas quando meu tio morreu, eu e meus primos resolvemos inovar nos temperos e na forma de fazer as carnes. Meu tio nunca deixou que fizéssemos. Parecia que ele estava bem com o que ganhava. Foi quando começamos a fazer rocamboles de melhor qualidade e conseguir mais pedidos.

— E seus concorrentes não gostaram muito disso. Pode nos mostrar o local onde fazem?

— Sinto muito, senhorita Evernood, mas não posso. O galpão é vedado com tela, todos os dias, pois nossa carne fica marinando no tempero durante a noite para, no dia seguinte, ir ao fumeiro. Não podemos arriscar que insetos entrem.

— Mesmo assim obrigada, senhor John Talbot.

— Quem são elas, John?

Um rapaz ruivo-sardento entrou na sala. As duas detetives o observaram, por alguns segundos, antes de escutarem John Talbot pedir que ele saísse.

— Vá cuidar de seu esquilo, Greg. As senhoritas já estão de saída.

— Ora, não há problemas.

Blindwar falou, estendendo a mão para o rapaz, para cumprimentá-lo e se apresentar, mas ele recuou, escondendo as mãos fechadas sobre o peito, balançando seu tronco, como se a proximidade dela o afetasse. Ela baixou a mão, percebendo a deficiência dele. 

— Calma, Greg. Elas já estão saindo. 

John Talbot falou para acalmar o primo e olhou súplice para as detetives. Elas entenderam que o rapaz poderia descompensar se ficassem ali.  Agradeceram e saíram. 

— O que acha, Beth?

— Parece que o herdeiro Talbot não tem condições de lidar com a fazenda, Meg.

— Isso não explica por que o tio colocou o sobrinho no testamento. Ele tinha uma filha que já trabalhava na fazenda.

— E deixar que ela lidasse com os empregados?

— Afinal de contas, esses fazendeiros não são diferentes da alta roda social. A filha poderia lidar com os comerciantes, mas não com seus empregados.

— Imagina se ela se apaixonasse por um deles, Meg? Apaixonar-se por um comerciante não seria problema para a fazenda.

— Tudo bem. Parece que agora John Talbot cuida do primo e, também, parece que não era só a fazenda Crybrant que tinha problemas com a ascensão dos Talbot.

— Bom, vamos até a minha casa, Meg, pois pedi que Edwin se encarregasse dos resultados que a senhorita Lister conseguiu com os cutelos e facas que deixamos com ela.

— Acha que a médica já conseguiu alguma coisa, Beth?

— Não sei, mas a julgar pelo que conheço da personalidade insistente e irritante de Edwin quando quer algo, pode ser que sim. 

Elas não jantaram. Margareth prometera à sua mãe que voltaria para casa.  Foram diretamente para a biblioteca, onde Edwin montara um mapa da cidade em um cavalete para mostrá-las o que descobrira.

— A senhorita Lister conseguiu separar um conjunto de facas e cutelos que poderiam ter sido utilizados na descarnação dos ossos. Parece que seguem um padrão de cortes, que ainda irá investigar, entretanto é bem provável que tenha sido feito por facas e cutelos da forja “Lancaster Knives”.

— Temos que saber que fazendas a utilizam.

— Chegarei lá, senhorita Evernood. 

— Então prossiga, Edwin. 

— Investiguei que a forja “Lancaster Knives” fornece para a grande maioria das fazendas de carne da cidade, por ter um aço resistente, um fio bem feito e que não cega tão fácil. Marquei no mapa as fazendas e fábricas de carne enlatada que as utilizam.

As duas detetives olharam o mapa e viram inúmeros pontos. Eram duas fábricas e mais de dez fazendas fornecedoras nos arredores da cidade. Evernood levantou da poltrona e se aproximou do mapa.

— Faremos o seguinte: Vamos nos ater as que estão próximo ao rio. Ninguém anda com sacos de ossos para desovar, se arriscando a ser pego.

— Concordo, Beth. Quem está próximo às margens do rio?

— Bom, isso posso responder, senhorita Blindwar. – Edwin falou. – São as fazendas Talbot, Crybrant e Stewart, e também, a fábrica Westcow.

— Que ótimo! – Blindwar falou debochada. – Justo quem estava na nossa mira e, agora, a fábrica de carnes enlatadas. – Bufou. – Temos um louco que mata pessoas e as descarna para desovar. Temos locais que podem perfeitamente encobri-lo e não temos nenhum indício de quem seja.

— Fora que o meu caso pode ser diferente do seu, Meg.

— Não acredito. Sarah Booth e Norah Talbot desapareceram com pouco tempo entre elas. As armas usadas para descarnar os corpos eram facas utilizadas por essas fazendas e que são rivais. Não acha isso relevante?

— Acredita que descobriram algo e foram eliminadas, senhorita Blindwar?

— Acredito mais nisso, do que os desaparecimentos serem aleatórios, Edwin.

— Concordo com a Meg. Quando vi os ossos humanos na universidade, imediatamente me lembrei de quando morava com meu tio. Ele tinha um amigo que criava animais para seu açougue. Vi muitas vezes como destrinchava a carne para suprir seu estabelecimento. Parecia que estava vendo o mesmo padrão, quando reparei nos ossos, com a diferença de serem humanos.

— Teremos que fazer mais visitas amanhã, Beth. Este assassino tem uma habilidade específica, que é saber destrinchar carne e me parece que tem todas as condições a favor dele para se livrar dos restos mortais. A carne apodrece se enterrada, mas os ossos não. Descarnar as pessoas e enterrar os restos separadamente é um bom modo de não identificá-las. 

Blindwar constatou, insinuando que teriam que falar com os Crybrant, Stewart e o dono da fábrica de carnes.

— Temos também que visitar alguém na prefeitura que monitora as correntes pluviais. Sei que fazem isso para informar ao porto, por conta dos navios que têm que desembarcar mercadorias. Esses ossos não começaram a aparecer nas margens próximas à cidade aleatoriamente.

Evernood arrematou.

— Isto posso averiguar, senhoritas.

— Obrigada, Edwin. Será de grande ajuda.

Edwin acenou para a senhorita Blindwar, satisfeito que sua presença nos casos não mais a incomodava e saiu da biblioteca.

— Sabe que terei que falar amanhã com o comissário e os detetives, não sabe?

— Sei sim, Meg. Nada me dará mais prazer que ver o caso do detetive Stain cair nas mãos do comissário Harry. – Sorriu sardônica. –  Greendwish pode ser um político miserável, mas sei que não vende a alma para o diabo. Se Stain for designado pelo comissário geral Lewis para a “Crimes Gerais”, nada vai andar daqui para frente dentro da polícia.

— Amanhã de manhã, assim que falar com Greendwish e o pessoal do departamento, entro em contato com você. 

— Ok. Deve dar tempo de Edwin nos dar informações sobre o rio.

Margareth Blindwar chegou cedo ao departamento contando tudo que haviam descoberto para a equipe da Crimes Graves. Greendwish tratou de dar desculpas para a equipe do detetive Stain, para que ele não desconfiasse da ação. Afinal, ficara decidido que Blindwar visitaria os Crybrant, Reynold e Dashwood a fazenda Stewart e, o próprio Greendwish juntamente com o comissário Harry, falariam com o dono da fábrica Westcow. Harry conhecia o dono e não queria ser invasivo, para não criar alarde. Chamar a atenção do departamento com uma investida policial não estava nos planos de ação deles.

Haviam combinado de se encontrar na casa de campo da senhorita Evernood, para discutirem o que tinham descoberto em cada visita que fizeram. Não poderiam aparecer juntos no departamento e se reunirem. Seria um grande alerta para Stain e o comissário geral.

— O que descobriram?

O comissário Harry se adiantou, ansioso. Havia sido apunhalado pelas costas por Stain e seu cargo estava por um fio. No dia anterior, o comissário geral o chamara para que pressionasse o comissário da Crimes Graves. Dizia que tinham que auxiliar o detetive designado do caso.

— Calma, Harry, vamos por partes.

Greendwish falou, acalmando-o. Estava a par da pressão que Lewis colocou sobre ele.

— Vamos juntar nossas informações. Comecemos por Evernood e Blindwar, já que falaram com duas das fazendas investigadas.

— Os Crybrant nutrem uma rivalidade acirrada contra os Talbot. Não se esmeraram em esconder isso. – Evernood iniciou. – Disseram que não choraram o sumiço de Norah Talbot. Até agradeceram essa dádiva, já que ela era a força daquela fazenda e foi quem causou prejuízos a eles, com a sua “política” de deixar seus produtos de graça para o comércio, antes de fecharem negócio.

— Então, os Crybrant tinham razões para eliminá-la.

— Tinham, Spencer. Entretanto, não justifica matá-la, ou mesmo à senhorita Sarah Booth.

Blindwar respondeu ao policial. Ele e Smith se juntaram ao grupo, a pedido de Greendwish. Se eles fizessem alguma investida, a força policial deveria estar com eles. A detetive de polícia continuou.

— No entanto, o senhor Crybrant nos deixou ver o galpão de produção e os arredores da fazenda. Não havia nada de suspeito, inclusive eles descartam as suas carcaças em tonéis que são recolhidos por uma fábrica de adubo. Não creio que colocariam ossos humanos junto, com o risco de serem pegos.

— Não quer dizer nada. Os ossos humanos vão parar no rio. 

— Sabemos, Dashwood, porém, verificamos um grande perímetro da fazenda que tem acesso ao rio. A margem está cercada pela floresta sem indícios de escavações ou mesmo, de trilhas abertas. Se alguém de lá descarta ossos no rio, não é pela fazenda. 

— Perguntou sobre empregados insatisfeitos, Blindwar?

— Sim. Há dois anos tiveram problemas com empregados, porém entraram em acordo.

— Fizeram um tipo de cooperativa. – Evernood esclareceu. – A fazenda não ia bem e os empregados começaram a reivindicar melhores condições. Parece que, com a queda da produção e venda, o senhor Crybrant resolveu o problema pagando aos empregados uma parcela do que vendiam. Aceitaram, e hoje os empregados se empenham mais nas atividades.

— Dashwood, o que descobriram? – Greendwish perguntou.

— Nada muito diferente do que Blindwar e Evernood com a fazenda Crybrant, apenas que os Stewart têm mais coisas contra os vizinhos fazendeiros. Parece que os Talbot descartam as carcaças no rio e elas chegam às margens da fazenda Stewart. Fomos até a beirada, onde disseram que as carcaças encalham. Eles mandam dois funcionários, duas vezes por semana, para desprender os restos. Com o inverno, as margens acumularam gelo e os seixos da beirada congelaram também, facilitando os despojos se prenderem ali. A correnteza livre do rio também ajuda a encalhá-los. 

— Vimos o que acontece. Não mentiam. São carcaças que descem o rio, todavia não acontece todo o dia. 

— É compreensível, já que essas fazendas têm uma produção limitada. 

O comissário Harry concluiu e Reynold continuou a explanação. 

— Podemos enxergar as carcaças flutuando em direção às margens da fazenda Stewart. Eles têm motivos para o desaparecimento de Norah Talbot, por uma raiva contida contra os fazendeiros vizinhos, contudo não para um massacre em massa. Também revistamos a fazenda e não encontramos quaisquer outros indícios, com exceção de terem a mesma marca de facas que a senhorita Lister apontou como a arma do crime. Se tem alguém que mata gente por lá, consegue esconder muito bem.

— Nós também não vimos nada na fábrica.

O comissário Harry falou sem muito ânimo. Via seu cargo escorrer entre os dedos.

— Dashwood, você falou que a correnteza vinha da fazenda Talbot, por quê? 

O comissário Greendwish perguntou.

— Gosto de pescar, comissário, e tenho sempre que observar as correntes, já que saio de barco. Correntezas de rios não são do mesmo tipo que no mar, pois eventualmente mudam. Tem influência de bancos de areia que se formam, rochas no fundo do rio, seixos que crescem na margem e no inverno, gelo que se acumula em determinados pontos.

— Por isso é que os ossos começaram a aparecer. – Conjecturou o comissário Harry. – Provavelmente, antes as correntes levavam os despojos diretamente para a desembocadura. O gelo as modificou, fazendo com que parassem na margem próxima aos Stewart e ao cais.

— E este foi o motivo pelo qual pedi para Edwin ir até a prefeitura e falar com alguém da área de estudos hídricos. – Evernood se posicionou. – Eles mapeiam para informar às docas, para que orientem os barcos que entram. Os barcos descarregam cargas valiosas, que não podem ser perdidas porque encalharam, ou não conseguem subir o rio por conta de correntezas não mapeadas.

Evernood fez um gesto para que Edwin se aproximasse com o que trouxera e explicasse o que descobriu.

— Senhores, este aqui é um mapa com as principais correntezas do rio central. – Abriu o documento. – Aqui, – apontou na folha um mapa superior – eram como as correntezas se comportavam há cinco meses e no mapa de baixo, como elas estão hoje.

Todos se aproximaram para enxergar as minúcias do mapa.

— Imagino que todos estejam pensando como eu. 

O comissário Harry falou. 

— Com toda a certeza, Harry. – Greendwish respondeu. – Vamos pegar um barco no cais e subir o rio. Chame alguns policiais da comissaria de Crimes Gerais para nos acompanharem e que não sejam amigos de Stain. Você precisará de reforços para embasar a sua história para o comissário Lewis. Não poderemos atuar somente com os policiais da Crimes Graves.

— Concordo, Greendwish.

— Posso dar uma sugestão?

Evernood interrompeu a conversa entre os comissários.

— Se farão uma averiguação pelo rio, tenham uma equipe em terra, acompanhando a margem até chegar à fazenda Talbot. 

— Tem razão, senhorita Evernood. Eu, Reynold e Blindwar poderemos fazer isto, juntamente com Spencer e Smith.

— Não acho apropriado.

Blindwar se posicionou, explicando logo depois.

— Voltarei para o departamento, junto com Reynold e Spencer. Stain nos vigia e estarmos todos fora, certamente o alertará para algo.

— Concordo com a senhorita Blindwar. – Evernood se pronunciou. – Além do que, devem levar policiais da Crimes Gerais na incursão de terra também, caso contrário, a história do comissário Harry ter descoberto tudo sozinho, ficará falha.

— Agora entendo porque você consegue desvendar muitos crimes, Greendwish. Será um bom comissário geral.

— Quem disse que quero a comissaria geral, Harry? Lamento lhe informar que Lewis será seu chefe por muito tempo. – Greendwish sorriu, debochado. – Além do mais, pretendo não sair da Crimes Graves durante algum tempo.

Os detetives e policiais da Crimes Graves se entreolharam, lembrando da conversa que tiveram há alguns dias no departamento. O comissário Greendwish voltou-se para a detetive particular.

— Pode nos acompanhar? 

Antes que Elizabeth questionasse ele se apressou a explicar.

— A senhorita seria o ponto focal da nossa descoberta.

— Entendo. Se estivermos certos, eu seria a pessoa que teria contatado o senhor e o comissário Harry, por conta do desaparecimento de Sarah Booth e, se estivermos errados, seria uma ação policial comum, por eu tê-los contatado pelo mesmo motivo. Muito esperto, Greendwish. 

Elizabeth tratava o comissário como alguém que mantinha relações estreitas com ela. Era a forma dela o provocar. 

— Está bem. Aceito, contanto que eu tenha todos os detalhes sobre o desaparecimento de Sarah Booth, afinal, este é o meu caso. 

Evernood respondeu, piscando para o comissário, irritando-o. Greendwish fingiu enfado, revirando os olhos. Todavia, ele sabia da competência dela e mais, de sua integridade. Ela cumpriria qualquer acordo firmado entre eles.

— Acredito que o comandante Harry não se incomodará em dar os detalhes do desaparecimento da senhorita Booth a você, certo, Harry? 

Continua…



Notas:



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9 Respostas para 8 – Quinto Caso: Os Prazeres da Carne – Parte: 2

  1. Well,

    Só espero q a minha linha de pensamento original esteja errada pelo bem dos estômagos das nossas heroínas.

    Bjs…
    Arrasando Carol…

  2. Pensando aqui… Será que esse assassino (a) está fazendo quitutes de carne humana e vendendo? E se sim, será que foram os que nossas detetives comeram???? O pior é que Meg adorou!!
    Meg está cheia de ciúmes, desde o aparecimento da nova legista. Ela deve olhar para a amada e ver uma mulher segura de si, e o medo de perdê-la por conta de suas inseguranças bate. Que bom que Beth se expressou com palavras, reforçando suas atitudes. Mas se Meg for escorpiana vai adiantar nada. kkk
    Super curiosa com esse caso.

    Beijo, Carol

    • KKKKK Adorei os “quitutes” kkkk É intrigante isso mesmo, né? rsrsrsr
      Então, com relação a nova legista, vamos combinar: Meg é da alta sociedade, está insegura, pois vê que Elizabeth tem outra vivência. Não tem obrigações com ninguém, a não ser ela mesma. Margareth está num meio machista, onde acredita que se não decidir, a Evernood ficará com outra, afinal, é assim que acontece com os homens daquela sociedade. Está apaixonada, porém não sabe exatamente o que pensar de Evernood, mesmo ouvindo as declarações tão diretas. Difícil. É uma época difícil para nós lésbicas… rs
      Super valeu, Fabi!
      Um beijão para você!

  3. Uau…
    Algumas perguntinhas.
    Elas comeram o brunch/almoço?
    Comeram bolo de carne?
    Ou pasta de carnes??
    ? ? ?
    Sei…
    ?

    • Oiee, Bi!!!
      Obrigada pelos desejos e pelo carinho!!Me sinto melhor!

      Nossa, sabe, amei esse capítulo e sabe que mais?? Você escreveu muitoooo e me hiciste muy feliz!!

      Para mim foi o primo de Sarah e o irmão tem algo com isso, deve ter algum trauma, feito algo,n sei se tem algum transtorno psicológico , alguma compulsão ..
      O primo, John, n deixou elas verem onde preparavam carne, dando desculpas,bastante válidas, confesso, porém tb poderia ter algo aí!!E outro tava meio assustado, alterado!
      Normalmente n penso assim,mas Norah e Sarah capaz tinham uma relação mais estreita além de meros negócios..

      Se Stain pegar o posto no departamento, então Meg estará em problemas…todos estarão!!( O cara esse é esperto, se descobre a relação das duas..gosto de um drama!! Hahahaha). Promete pensar con carinho???

      Meg é ciumenta!! Eu disse q essa médica ia dar ciúme, afinal a tadinha ainda tá se aceitando, aceitando uma relação que tem seus riscos e tbm não podem divulgar por aí, isso dificulta no começo da relação! Kkkk. Mas a detetive particular sabe o que quer, foi bem firme, direta e segura! Deixou a outra boba boba..??
      Compensando os comentários anteriores…?. Mas é que eu tinha é coisa pra falar!! ?
      Beijão,Bi!!!!Linda semana pra vc e sua esposa!!
      Segunda tem mais!!?

    • Oi, Lailicha!
      Cara, sei que lhe fiz feliz, e agradeço sempre seu carinho, minha amiga!
      Posso dar spoiler dizendo que o irmão tem um transtorno sim. Mas, nada além disso. rs Já saiu o capítulo de hoje. rs
      De resto, você fez colocações interessantes, algumas válidas, porém, não vou dar mais spoiler. he he he
      Stain é um grande babaca e se acontecer dele pegar o departamento, Meg estará muito ferrada. Bem, o cara tem seus”pauzinhos” para mexer. Digamos que ele não sairá da jogada tão fácil. Muitos e muitos episódios virão.

      A Evernood é mais vivida e também, tem outra criação, ela é bem espertinha e sabe que a pressão não funciona para Meg, pois a detetive de polícia, também é uma mulher de posição (Por isso que a Elizabeth gostou tanto dela).
      Ela está agindo com calma, pois naquela época, nada podia ser tão às claras como gostariam.
      Pode compensar o coment o quando quiser e se não der, e falar só “alô”, fico mega feliz, pois sei que está aqui! rsrs
      Muita luz e paz pra você e esposa!
      Obrigadão e um beijo grande!

    • Nádia, respondendo suas perguntas…

      “Algumas perguntinhas”.

      Elas comeram o brunch/almoço?
      Sim

      Comeram bolo de carne?
      Sim

      Ou pasta de carnes??
      Sim

      Algo a se pensar, né Nádia? he he he he

      Obrigada pelo carinho e um beijão pra ti!

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