Os Estranhos Casos de Elizabeth Evernood e Margareth Blindwar
Oitavo Caso: O Druida Sanguinário – parte 3
Texto: Carolina Bivard
Revisão: Naty Souza e Nefer
Ilustração: Táttah Nacimento
No episódio anterior…
— Adele, prepare um chá para as detetives. Vieram falar sobre o desaparecimento de seu pai. Ah, traga alguns “scones” também.
— Sim, minha mãe. Já trago.
A garota saiu e, com exceção do rapaz que permaneceu de pé próximo a uma janela, todos se sentaram nos sofás gastos da sala, que dividiam o espaço com o ambiente de jantar. A mulher parecia esperançosa, quanto as novidades sobre a polícia estar investigando o desaparecimento do marido.
Tempos mais tarde, Evernood e Blindwar retornavam à cidade. A detetive particular conseguiu convencer a namorada a deixá-la dirigir seu automóvel. Quase não conversaram. Ambas estavam introspectivas, diante de mais um relato assombroso.
— Vamos almoçar e depois iremos direto para a universidade. Ligarei de lá para que Edwin se junte a nós. – Evernood determinou.
— Espero que ela tenha novidades. O que vimos no padrão do desaparecimento do senhor Campbell, não é nada diferente dos outros.
Margareth respondeu desanimada e, ao mesmo tempo, começava a desconfiar das atitudes de seu ex-colega de trabalho.
— Acha que Stain…
Ela interrompeu a pergunta, não querendo acreditar que um colega de trabalho pudesse estar engendrado em uma trama criminosa.
— Acho que precisamos investigar, Meg. Não podemos tirar conclusões infundadas. Que ele é um mandrião, já sabemos, contudo nunca soubemos que esteve ligado a crimes.
Parte 3 —
As detetives praticamente já tinham passe livre na universidade. Quando chegaram, foram direto para o laboratório de anatomia.
— Deus! Houve uma carnificina aqui?
Margareth estava chocada. O local era grande, porém naquele momento, os restos dos corpos achados não estavam mais à vista e os monitores limpavam sangue espalhado por todos os cantos.
— Não acredito que Violet tenha feito os experimentos com porcos vivos…
A detetive de polícia manifestou seus pensamentos com eto.
— Lógico que não, Meg. Sou cientista e não uma sanguinária. Pedi para a universidade comprar de produtores animais recém abatidos. Alguns açougues ficaram sem carne de porco hoje… Bom, mas não serão desperdiçados. Assim que fazia cada teste, colocava na câmara frigorífica. Vou doar para o restaurante da universidade.
— Me lembre de não comer aqui durante um mês…
Lister olhou para Margareth, indignada.
— Agora você me ofendeu. Saiba que mantenho meu laboratório muito bem higienizado. Cada bancada é limpa constantemente com produtos assépticos, além do chão e instrumentos. O mesmo ocorre com a câmara frigorífica. Garanto que aqui é mais limpo do que o açougue em que você compra a sua carne.
— Que ótimo saber. Vamos parar com esse assunto, que está me fazendo repensar a minha alimentação.
A legista riu.
— Nos dê uma notícia boa e diga que descobriu a arma do crime.
Evernood falou, rindo da expressão de asco no rosto da namorada.
— Infelizmente, tenho que dizer que as vítimas não foram degoladas com um machado. Nenhum tipo de machado que existe na atualidade poderia fazer aquele tipo de degola. As cabeças foram cortadas com algo de fio bem maior e que decapitaria de uma só vez.
— Está dizendo que o assassino usou um machado de execução medieval?
— Ou uma guilhotina… – Lister respondeu a Blindwar. – Mas não temos estes tipos de artefatos para comparar. Não existem guilhotinas no mercado da cidade para comprarmos.
— Pelo conhecimento que tem, qual arma seria mais provável? Uma guilhotina ou um machado de execução medieval?
— Uma guilhotina. Os cortes eram precisos e os ossos apresentavam cortes transversais limpos e diretos. Os jatos de sangue no rosto das últimas vítimas, não era demasiado, o que me leva a crer que o sangue começava a jorrar e logo parava.
— Certamente, pela lâmina da guilhotina que, ao cair, interrompia o jato.
— Exatamente, Beth. As golas das roupas estavam sujas de sangue, mas parecia que ele tinha escorrido.
— Como se o sangue ejetado batesse em algo e quando o coração parava de bombear, apenas escorria do corte… – Margareth conjecturou.
— Por isso, gosto tanto de vocês. Compreendem o que digo.
Lister piscou para as duas detetives, satisfeita por terem entendido o seu ponto de vista.
— Marquei com o professor que se aprofundou na história das culturas antigas de nossa terra. Querem ir a esta visita?
A doutora perguntou para as duas detetives que, imediatamente, aceitaram o convite. Elizabeth gostaria muito de saber a opinião de alguém que realmente conhecia este universo.
Acompanharam a legista até o departamento de História e, ao chegarem em frente a uma porta de madeira pesada, com uma placa com o nome do Doutor Wells, Violet bateu. Esperaram alguns segundos até a porta se abrir e um jovem atendê-las.
— Senhorita Lister, o doutor Wells a espera.
— Obrigada, Owbrey.
Lister entrou, apresentando as duas acompanhantes.
— Estas são as senhoritas Evernood e Blindwar. – Voltou-se para as duas detetives. – Este é o senhor Jaison Owbrey, assistente do doutor Wells.
As detetives o cumprimentaram e o rapaz conduziu-as até a outra sala, onde viram um senhor de idade, sentado atrás de uma mesa com diversos livros abertos. Embora a sala fosse clara e arejada, pois os janelões estavam abertos, ele lia sob a luz de uma luminária.
— Boa tarde, doutor Wells. Estas são as detetives das quais falei. Elas estão investigando os casos.
O homem não retirou os olhos do livro, como se estivesse tão compenetrado que não havia escutado a legista falar. As detetives estranharam os modos do professor.
— Não reparem. – O assistente pediu.
Após alguns momentos, o senhor se levantou e finalmente veio atendê-las.
— Boa tarde, senhorita Lister. – Ele a cumprimentou e virou-se para as detetives. – Perdoe-me o mau jeito. É que se eu paro a leitura, às vezes perco o raciocínio. – Sorriu, estendendo a mão para cumprimentá-las.
— O prazer é nosso, professor. Não precisa se desculpar.
Elizabeth o cumprimentou, seguida por Margareth.
— A senhorita Lister me adiantou o assunto, hoje de manhã. Estava justamente lendo alguns livros e artigos para poder auxiliá-las. Respondendo ao que a doutora havia me antecipado, posso dizer que, na era pagã, em algumas tribos existia este tipo de cemitério, onde enterravam seus mortos e colocavam as cabeças sobre estacas para que eles estivessem sempre olhando pela terra.
— E isso era comum, professor?
Elizabeth perguntou, desconhecendo aquele fato.
Não, não era, senhorita. Vejam bem, naquela época havia centenas de tribos. Praticamente, cada aldeia era uma tribo com seus costumes particulares, embora a maioria deles tinham as mesmas raízes nas crenças. Contudo, em uma ou outra tribo, podia ter algumas pequenas variações na forma como faziam sacrifícios para suas divindades, ou mesmo, a forma como lidavam com os traidores ou seus mortos.
— A senhorita Lister deve ter falado ao senhor como ocorreram as mortes.
— Não, ela não falou, senhorita Blindwar. Deixamos para que me falasse nessa nossa visita.
— As pessoas foram mortas por decapitação e, pelo que consegui avaliar, o instrumento utilizado era grande, pesado e afiado o suficiente para que a cabeça fosse ceifada de uma só vez.
— O que a senhorita Lister quer dizer é que o instrumento utilizado seria um machado de execuções ou uma guilhotina.
Evernood simplificou para que o professor entendesse do que estavam falando. O doutor Wells retirou os óculos, mordendo a ponta da haste, como se pensasse sobre o que acabava de escutar.
— Desconheço tal prática. Execuções com machados foram uma prática adotada centenas de anos depois das antigas tribos, quando as nossas terras haviam sido unificadas num só reino. Quanto às guilhotinas, elas são mais recentes ainda. – O professor parou uns segundos e concluiu. – Acho que o assassino de vocês não é, exatamente, um devoto da religião antiga. Se fosse, não decapitaria aqueles que considerasse hereges. Faria sangrias, como uma punhalada no coração, ou um corte na garganta e se banharia no sangue deles.
— Somente essas formas de matar? – Blindwar questionou.
— Não. Há outras formas, como soltar o indivíduo e colocar guerreiros para caçá-los, ou mesmo prender a pessoa em uma estaca e retalhá-lo. Como disse, cada tribo, embora tivesse a mesma matriz religiosa, tinham suas diferenças. Havia variações, mas nunca uma guilhotina ou mesmo um machado de execução.
♣
— Esse assassino só quer confundir a polícia. Ele não é adepto de nada.
Elizabeth exortou, enquanto caminhavam em direção à sua mansão. Desta vez, a doutora Violet Lister as acompanhava. As detetives se encontrariam com o mordomo para que ele relatasse as descobertas; e a legista, pela primeira vez, era inserida no processo. Quem sabe ela não veria pelos olhos de quem investigava e assim, futuramente, poderia ter um novo olhar sobre as questões forenses?
Chegaram à mansão e, assim que se aproximaram da porta, ela se abriu. Edwin as esperava e, por este motivo, assim que as avistou pela janela, adiantou-se para recebê-las.
— Boa noite, Edwin. Hoje temos visita. Peça para a senhora Blister colocar mais um lugar à mesa e, depois, junte-se a nós na biblioteca com um bom scotch.
O mordomo acenou com a cabeça, cumprimentando a todas e parou seus olhos, momentaneamente, sobre a senhorita Lister. Retirou-se para a cozinha, enquanto Evernood e Blindwar levavam a legista até a sala em que eles costumavam se reunir para discutir os casos. A biblioteca-escritório da mansão Evernood passou a ser o quartel-general do trio de investigadores que, naquele momento, passou a abrigar mais uma paladina.
— Sente-se, Violet.
Evernood falou displicente se encaminhando até à mesa. Pegou as correspondências que, certamente Tristan, o rapaz “assistente” da casa, havia recebido mais cedo com o carteiro. Blindwar, como sempre fazia ao final do dia, jogou-se no sofá e retirou seus sapatos com os pés, esticando as pernas cruzadas sobre a mesinha de centro.
Violet Lister, ao mesmo tempo que se sentia acanhada, estava confortada pela recepção tão descontraída. Nunca teve muitas amigas na adolescência, por sua vontade de estudar, em vez de procurar um marido e, na juventude, sentia-se preterida por seus colegas de universidade. Não havia muitas mulheres na universidade para que ela travasse uma amizade entre garotas. Ouviu a porta abrir e, mesmo sentada na poltrona, assustou-se, sem querer.
— Que ótimo, Edwin! Estava precisando de um desses.
Elizabeth falou, largando as correspondências, seguindo até a mesinha de centro em que o amigo-mordomo colocava a bandeja com os copos e a bebida. Ele serviu a todos, inclusive a si mesmo.
— A mais um dia de trabalho!
Blindwar elevou o copo, fazendo o brinde do dia, no que foi refletido pelos copos de sua namorada e do mordomo. A legista se encontrava um pouco deslocada, não sabendo como proceder.
— Vamos lá, Violet! “Se quer estar em Roma, aja como os romanos”.
A fala de Evernood veio com um sorriso, para logo depois dar um gole em seu copo. Edwin, compadecido da estranheza da visitante, tocou seu copo no dela e falou suavemente.
— Neste cômodo da casa, as convencionalidades ficam à parte.
Violet agradeceu-lhe sorrindo e logo tomou um gole da bebida.
— Então, Edwin. Nos conte o que descobriu hoje e nós contamos o nosso dia.
— Infelizmente, não avancei muito. Descobri somente que esse homem que confrontou os fazendeiros não é da cidade. Ninguém da cidade conhece alguém com os atributos que este homem se apresentou para os camponeses. Ele não se encontra hospedado em nenhum hotel da cidade e, também, não está nas áreas de baixa circulação.
— Pelo menos, não nas áreas que você conhece, Edwin.
— Pode ter certeza de que conheço todas as regiões dessa cidade, Meg. Este homem deve estar em alguma propriedade rural, e não aqui.
— É até uma lógica que não esteja na cidade, diante das ações que ele teve. Seria exposição demais.
Ao escutar Evernood falar, Violet questionou:
— Existem propriedades abandonadas próximos aos sítios dos desaparecimentos?
Os três se entreolharam, e logo Margareth respondeu.
— Acredito que teremos que fazer esse levantamento. Quando peguei na prefeitura os mapas com as fazendas da região, só me deram as que tinham produção.
— A prefeitura deve ter um mapeamento de todas as propriedades existentes, mesmo as abandonadas, ou não?
Evernood perguntou, intrigada.
— Nisto acredito que possa ajudar. – Edwin se posicionou. – Após o caso “da carne”…
Elizabeth e Margareth fizeram uma expressão de nojo, lembrando-se daquele caso em que o assassino fazia embutidos e quitutes com carne humana. Ainda se lembravam de terem comido um dos alimentos de carne feito pelo assassino.
— … Eu atualizei nossos mapas da cidade e, principalmente, os que mostram a região rural. Deixe-me ver aqui.
Edwin complementou, indo até a estante até onde havia guardado os mapas. Pegou um rolo e, também, um cavalete que estava disposto ao lado dela, levando-os até o centro da sala. Posicionou o cavalete e abriu o mapa sobre ele, prendendo-o com alfinetes. As três mulheres se aproximaram para observar a área próximo à floresta e aos sítios em que os proprietários foram sequestrados.
— Vejam. – Margareth apontou três propriedade. – Estas propriedades estão abandonadas e são próximas da região. Seria um excelente esconderijo para alguém que quer anonimato e discrição.
— Esta daqui – Elizabeth apontou – é uma propriedade mais afastada e dentro da floresta. Se eu fosse alguém que quisesse discrição, ficaria nela.
— É a cabana do velho Adam. Ele era, praticamente, um eremita e não tinha família. Quando morreu, a sua cabana não foi reclamada por ninguém, mas o governo precisa esperar quinze anos até que possa se apropriar.
Violet Lister esclareceu, recebendo as atenções de todos na sala. Ela enrubesceu ligeiramente, por ser o foco de interesse do grupo. Estava fora de seu ambiente; entretanto logo se recuperou e continuou a explanação.
— O velho Adam, como eu o chamava, não tinha posses e era tratado no hospital da universidade, quando ficava doente. Eu era residente naquela época e tratava dele. Era um homem gentil, trabalhador em uma fazenda no litoral e perdeu a família toda em um incêndio em sua casa. Ficou desolado e veio para cá. Plantava e criava alguns animais, somente para a sua sobrevivência.
— Como disse, é o local perfeito para alguém se esconder.
Evernood declarou, após ouvir o relato.
— Concordo, Beth. Com o histórico do dono da cabana, ninguém sequer se aproximaria da propriedade, sabendo que o governo a requisitará daqui a algum tempo. – Margareth completou.
— Amanhã mesmo vou averiguar. – Edwin se prontificou.
— Ótimo, Edwin. Esperaremos por você até amanhã à tarde. Enquanto isso visitarei meu amigo Villin.
— Acha que ele está em perigo, Beth?
Margareth perguntou, preocupada.
— Não acredito. Mesmo assim, não quero facilitar.
— Por que não acredita? – Violet perguntou confusa. – A propriedade dele está dentro da área dos sequestros. Ou acha que seja ele o assassino?
— Não descarto ninguém, Violet, porém não creio, também, que ele seja o assassino. Vejam o mapa. – Evernood apontou. – A propriedade dele está entre a minha, que é uma grande área de extração de carvão e de mais dois fazendeiros grandes, que não foram visitados pelo tal homem. O assassino está sendo cuidadoso. Enterrou os corpos…
— … Próximo a propriedade de um homem humilde para que não atiçasse gente poderosa da cidade.
Margareth concluiu o raciocínio da namorada, aproximando-se mais do mapa, avaliando melhor os locais de sequestro e desova.
— Além do mais, – Edwin intercedeu – todos os sequestros se deram após a segunda maior fazenda da região.
Edwin, assim como todas, olhavam intrigados os padrões que começavam a entender no mapa.
— Amanhã visitarei o senhor Andrew Cleese. – Margareth afirmou. – Ele está na ponta da linha de sequestros e não falamos com ele.
— É verdade, conversamos com os pequenos proprietários, e o único maior foi Benjamin Howard, cuja propriedade é ao lado de Villin. – Elizabeth concordou. – Vou com você.
— E eu, o que faço?
A senhorita Lister perguntou entusiasmada, ao mesmo tempo que se sentia inútil, dentro de toda aquela movimentação dos detetives.
— Determine exatamente a arma do crime, senhorita Lister. – Edwin lhe respondeu solidário. – Se pegarmos alguém, será a sua evidência que o colocará para sempre atrás das grades.
— Certo.
A doutora respondeu encabulada. Não sabia por que a compreensão e o jeito do mordomo lhe tratar a desconcertavam.
♣
— Bom dia, senhor Cleese! Obrigada por nos receber.
— Sentem-se, por favor. Eu soube do cemitério clandestino e dos sumiços de proprietários daqui.
As duas detetives haviam sido conduzidas para o interior da casa pela governanta e o fazendeiro, apesar de ser um homem de relativas posses, era casual, sem muita afetação. A esposa o acompanhava.
— Paige, peça para trazerem um chá para nós.
O homem pediu a esposa que, imediatamente, cumprimentou as detetives e saiu para atender ao marido.
— Como soube disso, senhor Cleese?
Margareth perguntou. Tentavam ao máximo serem discretos e, pelo visto, a notícia já se espalhava.
— Ah, minha cara. Não há nada que ocorra nessa região, que não se espalhe como fogo em palha seca. Tive somente filhas, e hoje, a minha mais velha é quem me auxilia na fazenda. Não sou muito de me integrar com a parte comercial. Ela é quem vai e vem dos mercados e traz notícias de fora.
— Quantas filhas tem, senhor Cleese?
Evernood perguntou, somente para manter o bom clima. O fazendeiro parecia ser um homem que gostava de receber pessoas e falar de sua vida. Seria bom, ao menos uma vez, manter o relacionamento ameno na conversa.
— Ah! Deus me agraciou com sete lindas filhas. A mais velha tem dezoito anos e tenho uma filhinha de dois anos.
Margareth elevou discretamente uma das sobrancelhas, assombrada com vivacidade do fazendeiro. Parecia um homem contente, visto que a maioria dos pais de família e, principalmente os fazendeiros, preferiam filhos homens.
— Poderia chamar a sua filha mais velha, senhor? Se ela o auxilia na fazenda, acredito que possa também nos ajudar.
— Claro!
Ele se levantou sem mesuras e saiu. As duas detetives escutaram um berro na parte de trás da casa.
Liah, venha aqui! Tem detetives que querem saber sobre o sumiço dos fazendeiros das redondezas.
Elas se entreolharam e sorriram uma para a outra.
— Espero que Liah seja tão aberta às conversas quanto o pai.
Evernood falou jocosa, fazendo Margareth conter o riso.
— Acredita que um homem como ele pudesse ficar tão feliz por ter apenas filhas mulheres, Beth?
— E viva o progresso da humanidade. Não vamos nos precipitar com o entusiasmo dele, Meg. Não conhecemos esta família e ele poderia estar fingindo, somente.
— E por que faria isso?
— Talvez por sermos detetives e mulheres. Não sei…
Interromperam as especulações, quando viram a senhora Paige Cleese entrar com uma bandeja, contendo xícaras e um bule escaldante.
— Obrigada, senhora Cleese. – Evernood agradeceu. – Vejo que seu marido é feliz por ter tantas filhas mulheres.
Evernood fez a insinuação, deixando no ar estranhamento pela situação, no que foi compreendida imediatamente pela mulher do fazendeiro.
— Entendo a sua estranheza, pois a maioria dos homens sempre querem um filho varão, mas eu passei por muita dificuldade no início de nosso casamento. Nas minhas três primeiras gravidezes, eu abortei. A parteira nos falou que, dali para frente, se eu engravidasse novamente, seria um milagre. Meu marido estava triste e fiz uma oração à Santa Perpétua. Engravidei e meu marido disse que não se importaria se fosse menino ou menina, contanto que a gravidez vingasse.
— E conseguiu ter uma menina.
A detetive Blindwar concluiu, pela história que acabava de escutar.
— Sim. O meu marido ficou contente. Disse que ensinaria tudo sobre a fazenda e os negócios da família para ela e se algum dia quisesse casar-se, exigiria por contrato que o nome de nossa família fosse dada aos filhos.
— E depois a senhora engravidou mais seis vezes?
Evernood perguntou, etada com a coragem da senhora. Após tantos abortos espontâneos, ela poderia ter riscos de morrer no processo. A senhora sorriu, esclarecendo.
— Essa foi a minha promessa para a Santa Perpétua. Teria tantas gravidezes quantas viessem, não importando o risco. Meu marido se preocupou, mas diante da dádiva que nos foi concedida, concordou e assim vieram mais seis filhas saudáveis e eu nunca tive qualquer outro problema de saúde por isso.
— Por isso, ele tem tanto orgulho das filhas…
Margareth Blindwar falava mais para si. Contudo, a senhora Paige acenou com a cabeça, tomando um gole do chá, contente por contar a história da família, relembrando quando se casou com o senhor Cleese. Ela quase não o conhecia, pois era a segunda filha de seu pai e foi um casamento arranjado, no entanto, ele era tão amável e cordial que, aos poucos, foi se apaixonando pelo homem.
O fato é que a sua irmã mais velha não teve a mesma sorte. O seu cunhado era um homem rico, porém execrável. Batia na irmã e, quando ele morreu assassinado por um empregado, não lamentou. Sua irmã estava melhor agora.
— Aqui está a minha filha.
O senhor Cleese chegou com a filha mais velha, tirando a esposa dos próprios pensamentos.
— Sente-se aqui, filha.
Paige Cleese falou, afastando-se no sofá para dar espaço à primogênita, vendo seu marido tomar seu lugar em uma poltrona.
Foram apresentados à filha mais velha. As detetives viram que a garota tinha um estilo diferente das meninas de outras famílias de fazendeiros. Vestia-se com calças de trabalho e detinha uma segurança maior nos gestos. Era feminina, no entanto não era do tipo tímida.
— Meu pai me adiantou o porquê de estarem aqui. Soubemos dos sequestros e, também, do cemitério clandestino que a polícia achou. O que querem saber?
A garota era segura. Evernood e Blindwar gostavam disso, entretanto, não poderiam se contaminar com uma impressão por simples simpatia.
— O seu pai disse que trata da parte comercial da fazenda, contatando comerciantes para a venda da produção.
— Exatamente, detetive Blindwar.
— A senhorita foi abordada por alguém diferente nesse último mês para negociar, ou mesmo ameaçar.
— Ameaçar não, senhorita Evernood, mas realmente recebemos um advogado de outra cidade, querendo comprar a nossa fazenda. Ele até fez uma ótima proposta, porém nossa família não tem interesse em vender. Estamos bem nos negócios e não há por que desfazermos de nossa propriedade.
— Vocês têm várias pessoas que trabalham com vocês, não tem? Algum deles relatou ver uma pessoa com vestes incomuns rondar a fazenda?
— Isso meu pai pode saber responder melhor do que eu, senhorita Blindwar. Não lido diretamente com os empregados, no entanto, nosso capataz relatou ter visto o tal advogado vagar pelas estradas, antes de me abordar.
— Os rapazes também o viram rondar o limites da fazenda, após negarmos o oferecimento da compra, entretanto isso foi há alguns dias. Ele não anda mais por aqui.
O senhor Cleese complementou o relato da filha.
— Seria este homem a sequestrar nossos vizinhos?
A senhora Paige Cleese perguntou assustada.
— Não foi o mesmo tipo de pessoa que abordou os outros fazendeiros, porém não podemos descartar, senhora Cleese. – Evernood respondeu.
— Se importariam se mandássemos um artista para desenhar o rosto do advogado com base no que lembram dele?
— Claro que não há problemas! Eu conhecia Sally Barcley e seus irmãos. – O senhor Cleese falou. – São gente boa e Sally era uma garota de fibra, como a minha Liah.
— Eu era amiga de Sally… – a senhorita Liah comentou lamuriosa. – Tenho tentado auxiliar a Molly e seu irmão, para que não deixem as suas terras. Fui ontem lá, oferecer uma ajuda. Disponibilizaria um de nossos empregados para ajudar a ararem o sítio.
Evernood se empertigou com o que ela disse. Como sempre, era atenta aos detalhes das falas das pessoas.
— Por que Molly e seu irmão deixariam as terras?
— Eu não sei. Apenas fui prestar meus serviços, visto que estavam sós, sem a Sally. Eles comentaram que talvez não conseguissem levar o sítio adiante sem ela.
— Falaram mais alguma coisa além disso? Se alguém ofereceu para comprar as terras?
— Não, apenas falaram que talvez não conseguissem levar o sítio sem a Sally.
Evernood e Blindwar se despediram, certas de que algo estava muito fora do lugar. Margareth iria até o departamento relatar o andamento da investigação para Greendwish e requisitaria o artista forense, não só para fazer um retrato do advogado forasteiro, como do tal homem em vestes sacerdotais antigas.
Evernood se encontraria com Edwin para saber o que descobrira da tal cabana abandonada. Haviam marcado de se encontrar na universidade, pois Lister falara que tentaria fazer um novo teste, se acaso conseguisse as armas que imaginava para tais execuções.
Quando Evernood chegou no laboratório de anatomia, deparou-se com o seu mordomo-investigador com um enorme machado na mão, preparado para desferir um golpe em uma carcaça de porco. Não chamou a atenção. Queria ver o que aconteceria, todavia não se furtaria de zombar do amigo, depois que ele fizesse o tal experimento.
Embora Edwin fosse um homem forte e o machado tivesse uma lâmina comprida e afiada, o golpe não seccionou por completo a cabeça do animal. A doutora Lister se aproximou, averiguando o formato do corte. Fez anotações em seu fichário e, finalmente, Edwin elevou a cabeça, vendo que a amiga estava de braços cruzados, observando-o da porta do laboratório.
Ele desceu da plataforma em que os técnicos do laboratório haviam montado para o experimento e deixou o machado de lado, encaminhando-se na direção de Elizabeth.
— Belo golpe.
Evernood falou jocosa, mesmo antes do amigo se aproximar, completamente. Edwin não recuou ou demonstrou seu constrangimento, no entanto, sentia-se vulnerável, apesar de não transparecer.
— A senhorita Lister me pediu ajuda, temendo que nenhum de seus monitores conseguisse sustentar o machado.
Respondeu impassível, contudo, a detetive particular o conhecia bem. Sabia que ele não estava inteiramente confortável com a sua presença, diante daquela exibição de sua masculinidade.
Ela deixou de lado as provocações, pois em todo o tempo que ele trabalhava para ela, nunca viu Edwin interessado por qualquer pessoa. Ele parecia sempre se proteger de sentimentos mais profundos. Evernood não queria interferir, caso o amigo estivesse despertando emoções mais fortes em relação à legista. Após tudo que passaram, gostaria de acreditar que o amigo pudesse se abrir mais para a vida.
— Onde conseguiram esse machado de execução, Edwin?
— Parece que Violet convenceu o chefe do departamento de história a emprestar da coleção do museu da universidade. Não só esse machado de execução do século XIII, como também está de posse de uma guilhotina do século XVI.
— Uma guilhotina me parece um instrumento muito grande para alguém construir somente para assassinar pessoas. – Elizabeth emitiu sua opinião.
— Existem guilhotinas menores que eram utilizadas dentro de masmorras, que é o caso desta que Violet pegou para os testes. Elas eram mais comuns, diferenciando das guilhotinas de execuções públicas, que eram bem maiores.
— Antigamente, gostavam de dar espetáculos para a população. – Evernood conjecturou.
— Exato. Quando o condenado era alguém que a justiça queria fazer de exemplo e o executavam em praças públicas, as guilhotinas eram bem grandes.
— E essa que a Lister conseguiu era uma guilhotina de calabouço.
— Sim. Ela imaginou que, se o nosso assassino estiver usando uma guilhotina, ele mesmo a construiu para usá-la em um espaço confinado. Assim assegurará certa discrição.
— Bem pensado.
Evernood percebeu que Edwin chamava a doutora pelo primeiro nome, porém nada falou. Preferiu se omitir para observar melhor o comportamento de seu amigo e esperar que ele mesmo viesse falar, futuramente, com ela.
Ela indicou com a cabeça a plataforma de testes improvisados pela doutora. Seus monitores haviam trocado o tronco, usado na decapitação com o machado, pela guilhotina. Edwin se virou para ver o novo teste.
Assim que colocaram a carcaça e fizeram o procedimento, a doutora se aproximou da guilhotina, fazendo as suas observações e anotações. Levou algum tempo até que terminasse de avaliar, elevando o olhar para procurar o mordomo da casa da amiga, deparando-se com ele ao lado de Evernood. Caminhou em direção a eles.
— Utilizaram algum tipo de guilhotina. Nenhum machado faria cortes tão precisos como uma daquelas… – Apontou a engenhoca. – Todos os corpos tinham os ossos do pescoço seccionados de uma só vez e sem qualquer lasca e desvios.
Evernood se voltou para o mordomo, perguntando:
— E a tal cabana do velho Adam. O que conseguiu, Edwin?
— Ela parece abandonada e cheia de mato em volta, mas não me convenceu. Me aproximei e vi que a relva que cresceu em volta estava amassada, indicando que pessoas andaram por ali. Infelizmente, quando fui ver o pequeno celeiro que tinha atrás, escutei movimentação na mata e me afastei. Fiquei por um bom tempo espreitando, mas a mata alta não me dava visão.
— Presumo que se ficou tanto tempo escondido, estava escutando algo que não permitiu se aproximar, novamente.
— E estava, Beth. Me parecia uma discussão do lado de fora da cabana. Escutei parte da conversa, porém não consegui ver as pessoas envolvidas. Se me aproximasse mais, me denunciaria. Preferi recuar para não alertá-los de que estavam sendo vigiados.
— Fez o certo, Edwin. Assim poderemos falar com Meg e ela conseguir uma diligência oficial para ir até a cabana. Quem sabe até fazer uma tocaia. Dessa vez, não estou oficialmente no caso. Meu acordo com Greendwish foi de minha discrição.
— O que essas pessoas discutiam?
Violet Lister perguntou, curiosa para saber o que o mordomo-detetive havia escutado.
— Não entendi bem. Eram dois homens e eles mais brigavam do que conversavam. Um deles disse ao outro que exagerou e que, agora, tinham que recuar, pois se a compra fosse feita, levantariam suspeitas. E o outro respondeu, dizendo que só tinha feito o que lhe mandaram. Depois disso só entendi que “ele não vai querer ir adiante desse jeito”. – Edwin deu uma pausa, pensando. – Essa foi a hora que começaram a andar e senti os passos se aproximarem.
— Foi quando deixou o local. – Evernood constou.
— Sim. Além do que, chegaria atrasado se demorasse mais e havíamos combinado de nos encontrar aqui. Se quiserem, posso retornar lá à noite.
— Primeiro, vamos contar o que vocês dois descobriram para a Meg. Talvez seja hora dela colocar a polícia no caso.
— Ela se encontrará conosco aqui?
— Não. Ela tem toda essa coisa de burocracia do departamento para fazer. Tinha que fazer o relatório do que levantou até agora e deixar Greendwish a par das descobertas. Acho que minha casa continuará sendo nosso “quartel-general”, pois falei para ela ir direto para lá para casa depois que saísse do departamento.
Evernood observou a troca de olhares entre Edwin e Lister. Achava cômico esse jeito tímido de seu “amigo de armas” diante de uma mulher.
— Quer se juntar a nós, mais tarde, senhorita Lister?
A detetive particular convidou, vendo que John Edwin, em termos de conquista, estava muito aquém do homem de espionagem que era.
— Sim, claro. Adoraria. Eu gostei de ver como vocês atuam. Como falei antes, é uma forma de me orientar no que preciso pesquisar para dar a vocês informações mais relevantes.
O tom da legista ao falar parecia calmo, porém Elizabeth percebeu que seus olhos pararam ligeiramente sobre seu amigo.
Edwin era jovem. Não devia ser dois anos mais velho que Evernood, embora, pelos seus modos comumente sérios, aparentasse um pouco mais. Era um rapaz moreno e alto, com um semblante agradável. Mesmo que seus modos o deixassem com um jeito retraído, quem o observasse bem, conseguiria ver o belo homem que era.
— Então a esperaremos para o jantar, não é mesmo, Edwin?
— Ah, claro.
Edwin ficava sem muitas palavras diante da legista, o que era inusitado para a detetive particular. Ela quase o troçou, segurando-se no último minuto.
Nossas heroínas estão um pouco perdidas nesse caso. Só acho…
Bom fim de semana a tod@s! Um beijão para vocês!
Eu, no lugar de Edwin, evitaria ficar a sós com Beth. Na primeira oportunidade ela irá curtir com a cara dele, kkk, principalmente porque a própria está tendo que dar uma ajudinha para o amigo, para ver se ele inicia uma conquista. Esse convite para Violet não foi só por conta do caso não. rsrs.
Dois homens discutindo na cabana… e pelo assunto, fico imagino que as roupas de Druida não tem nada a ver com religião ou seita, está parecendo mais com disfarce e tentativas de despistar a polícia. Deve ser algum fazendeiro querendo comprar as propriedades menores da região.
Beijo, Carol
Oi, Fabi!
Eu acho que tem razão. A Beth é uma sacana e se não fosse pelo fato de achar que ele merece uma oportunidade de amar, ela já teria caído na pele dele. rsrs
Uma boa conclusão, Fabi. Vamos descobrir se seu palpite está certo. rs
Obrigadão e um beijo grande para você!
Muito bom! Descobertas sendo feitas. E um novo par se formando.
Oi, Carla!
Pois é, a detetives já estão se aproximando da verdade e quanto ao par, acredito que a senhorita Lister ficaria bem melhor com o Edwin. Ele tem uma vivência que os almofadinhas da cidade não tem. rs
Valeu pelo carinho e um beijão!
Adorando o Edwin apaixonado! Elas vão precisar dar uma forcinha pra esses dois. Quanto ao caso, parece ser a eterna ganância que não liga para vida de ninguém. Será que tem algo valoroso nestas terras? Metal? Petróleo? O que será….
Oi Ione!
O Edwin também merece amor, não merece? rsrs
A ganância sempre foi um dos maiores fatores para a vilania na história da humanidade e continua sendo. Parece que percebeu por onde o caminho desse caso está seguindo. rs
Obrigada, Ione, pelo carinho de sempre!
Beijão
Tô apaixonada…
Q cap. fofo, amei a descrição do Edwin, pois já tinha me perguntado sobre a idade dele.
Mais personagens interagindo… mto bom.
Minhas duas lindas cada dia mais maravilhosas…
Até o próximo cap.
Bjs,
O Edwin é bonitão. Todos pensam que ele é um cara bem mais velho, pelos modos dele, mas ele regula a idade com a Beth. A gente tem que lembrar que ele foi soldado na guerra junto com a Beth e os dois eram bem jovens. A guerra terminou não tem muitos anos.
Obrigadão, Nádia!
Bom fim de semana para você e um beijão!
Uauuu, Carol, você se esmerou no caso, anda assistindo quais séries nessa quarentena?!!
Sabe que cheguei a pesar numa labrix, é medieval e usadas pelos vikingos e tem as usadas pelos carraacos, corte certeiro!! Mas como foi relatada que os cortes sao transversais, existem muitas armas para degolar, foice era muito utilizado ou uma katana, lembra Xena? Gabrielle fez um corte kaisbaku por que o samurai pediu por honra, foi certeiro!!Mass acho que esse n corta a vértebra.E nada de ficar jorrando sangue..mas vc me dificulta assim, Carolzinha!!Já falei todos que conheco… Hauhauhauha. Adoro séries medievais!!
A fazenda da menina Sally, algo tá mal, n venderiam assim por nada, será q estao sendo chantageados?!! Ou tem medo??!!
E a fazenda de Beth, ela n taria em perigo tb?!! O q tem eles em comum para querer matá-los?!!Pensando o que querem demonstrar c isso ou o que tem nessas fazendas que pegam sempre as pessoas que sao responsáveis por levar a fazenda adiante… n lembro, eram todas mulheres?
Esse caso tá bem difícil, vc fica vendo essas séries…
Tive que buscar o que era paladina, vc fica usando umas palavrinhas….n esquecerei mais!!!:)
Você caprichou, hein! Mas de 6000 mil palavras( eu tentei contar,mas me entendiei no processo, era uma terapia que tava fazedo, n tenho TOC ainda. kkkkkkkkkk
Edwin se encantando pela legista, que biitoo!!
Carol, vc é massa, grata pela estória e pelo tempo que se dedicou, pois foi bem grande o capítulo!!
Um beijo de agradecimento e de muito amor!!
Brocouuuu!!!!!!!
Oi, Lailicha!
Ih, Ando assistindo um monte de séries. Desde as mais leves como “She-ra”, até umas mais tensas como “Perfume”.
É, pensei em um monte de armas, mas queria algo que fosse uma morte rápida e sem muito simbolismo desta vez.
Só havia uma mulher que foi a Sally, entre as mortes. Pegaram mesmo os responsáveis.
Acho que as vezes exagero nas palavras, mas o fato é que essa história se passa numa época em que o linguajar era diferente do nosso de hoje. Tento aproximar ao máximo.
Eu que agradeço o seu carinho sempre, minha amiga!
Muito amor pra ti também e um beijão!