Capítulo 58
Eu estava deitada na cama, tentando assistir alguma coisa na TV. Definitivamente não nasci para isso. Eu nunca conseguia encontrar nada que me agradasse que não fosse um jornal ou um filme, sorri.
Olhei para a Clara, ela tinha acabado de sair do banho, passava hidratante nas pernas. Cinco anos se passaram e nós estávamos voltando para o Brasil na tarde do dia seguinte. Concluí minha especialização em dois anos e logo depois fiz mestrado, fiz diversos cursos, fiz o tão conhecido networking, meus professores ficaram admirados com meus novos projetos. Dediquei-me a minha vida acadêmica. Sempre surgiam convites para ministrar palestras junto com eles em alguns países da Europa que eram próximos a Portugal, mas com mais frequência na Eha, França e Inglaterra, pois foram os países que mais tinham influências nas expansões marítimas na época do descobrimento do Brasil.
Eu estava super feliz, sendo super reconhecida por meu trabalho, minhas pesquisas em países que realmente dão valor a esse tipo de assunto. Após a conclusão das pesquisas junto com a especialização três anos antes, comecei a ministrar minhas próprias palestras em diversos congressos, do jeito que sempre quis, fazendo as comparações entre os países e mostrando o ponto de vista dos brasileiros que foram tão prejudicados em tantas coisas, principalmente na época da descoberta do ouro em Minas Gerais, pois Portugal usava essa nossa riqueza para pagar dívidas que tinha com a Inglaterra, ou seja, o ouro não era nosso e nem dos nossos colonizadores e sim de um país já extremamente rico, mas que estava cobrando uma dívida e essa era a única oportunidade que os portugueses tinham para pagar: usando nossas riquezas minerais.
A Clara também concluiu suas pesquisas para voltar ao comando do Vc3 e divulgar a influência que os países ibéricos têm sobre a nossa cultura. Fez mais uma especialização, antropologia. Ficou um trabalho maravilhoso e ia implementar na ONG, mas ela não podia pôr em prática assim que chegasse ao Brasil, ela ia fazer isso cerca de seis meses depois, planos que ela mesma traçou e eu concordei, lógico.
Voltei a atenção para a minha mulher:
-Deixa que te ajudo com esse óleo de amêndoas, amor.
Ela sorriu:
-Sei bem aonde você quer chegar com toda essa sua disposição em me ajudar.
-Ai amor, o que posso fazer se você assim com esse barrigão todo ficou ainda mais linda e desperta ainda mais o meu tesão?
-Você continua descarada como sempre, né?
-E você, a cada dia que passa, fica ainda mais gostosa.
Deitei-a delicadamente na cama, peguei o óleo de amêndoas para passar em sua barriga. Minha mulher estava grávida de oito meses – recém completados – e decidimos que nosso menino nasceria no Brasil, por isso que iríamos retornar.
Ajudei-a recostar na cama, coloquei vários travesseiros para aumentar seu conforto, comecei a passar o óleo em toda a extensão da barriga que estava simplesmente linda. Todas as vezes que eu a ajudava com o óleo, eu ficava praticamente babando pela beleza da minha Clara que aumentou ainda mais, sua pele, seus cabelos, sua barriga… Fazendo jus a fama que mulher grávida ficava linda e ela além de muito bonita – mais do que já era – ficou um tesão e eu não resistia, acabávamos fazendo amor e dessa vez não foi diferente.
Logo depois que terminei, apoiei o óleo na cômoda ao lado da cama, deitei-a de lado, beijei-a carinhosamente já com minha perna direita entre as suas. Minhas mãos não paravam quietas, seus seios estavam lindos, aumentaram significativamente de tamanho, acariciava os bicos que já davam sinais que estavam gostando da especial atenção, desci beijando seu pescoço, dando pequenas mordidas e a Clara respondia com pequenos gemidos:
-Amor… – chamou minha atenção já com a voz rouca de desejo.
-Humm – resmunguei sem me dar ao trabalho de tirar a boca de um dos seus seios.
-Vamos usar nosso brinquedo? – sorriu maliciosamente.
Parei o que estava fazendo, levantei meu olhar e retribuí o sorriso:
-Não vai machucar você?
-Amor, para com isso, vai. Você sabe muito bem que não machuca, muito pelo contrário, eu adoro. E além do mais, eu vou ficar por cima de você.
-E depois a descarada sou eu, né? – sorri.
Depositei um suave beijo em seus lábios, levantei, peguei o objeto que ela tanto gostava, vesti e deitei ao seu lado novamente. A Clara sentou em cima das minhas pernas, me puxou pela camiseta para sentar também, retirou a peça de roupa de mim e começou a me beijar ardentemente, explorava meu pescoço provocando vários arrepios. Consegui deitá-la na cama novamente e fui diretamente para sexo encharcado, mergulhando minha língua no seu centro de prazer. Ela se contorcia sob meu corpo arranhando meu ombro. Os travesseiros foram jogados no chão, os lençóis estavam indo pelo mesmo caminho.
Pouco tempo depois o líquido quente e que tanto gosto estava sendo derramado em minha boca. Ela não deu tempo para recuperarmos o fôlego, me jogou do outro lado da cama, bati as costas no colchão, sorri pela cara safada que ela fez. A Clara sentou diretamente em minhas pernas já encaixando o brinquedo, ficou alguns segundos parada, olhando para mim, sorrindo maliciosamente. Começou a rebolar lindamente. Levantei, nos beijamos com o mesmo desespero, com a mesma ânsia desde que fizemos amor pela primeira vez. Segurava em sua bunda aumentando ainda mais o ritmo da dança dos nossos corpos:
-Vem amor, eu sei que você quer me morder – sorri – goza com a boca em meu pescoço do jeitinho que você gosta.
Ela não se fez de rogada, meu gozo também se aproximava, continuou a rebolar em cima de mim, arranhava meu ombro, minhas costas, minha barriga. Trocou o lado do pescoço que mordia. Eu não aguentava mais segurar o gozo, aquelas mordidas estavam me enlouquecendo. Gemi de prazer e de dor no mesmo instante que a Clara estremecia em meu colo.
Ficamos mais um tempo abraçadas curtindo nosso momento até que ela reiniciou as carícias e voltamos a fazer amor, gozamos diversas vezes. Se minha mulher era uma ninfomaníaca, depois da gravidez a situação piorou.
***
Depois de exaustivas horas dentro de um avião, chegamos no Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães em Salvador após cinco anos de ausência da terrinha que tanto amamos. Nossos amigos e familiares nos visitavam, mas nós nunca conseguíamos fazer o mesmo, pois não era possível a conciliação das nossas férias – minha e da Clara.
-Hei, nada de carregar peso, quantas vezes tenho que lhe dizer isso? – disse tirando uma pequena mala de suas mãos.
-Ai amor, nem está tão pesado, vai.
-Não importa, nada de carregar peso, deixa que eu faço isso – sorri e a beijei.
Tínhamos avisado somente a Dani da nossa chegada, queríamos fazer surpresa. Três meses antes do nosso retorno, entramos em contato com ela, dissemos como queríamos nossa casa, nossa decoração, mandamos a grana para sua conta e o resto ficamos de resolver quando chegássemos no Brasil. Avisamos que seria naquela semana, mas deixamos claro que não iríamos falar o dia exato porque pretendíamos descansar um pouco antes de irmos encontrar nossos familiares e amigos. Ela deixou as chaves na portaria do condomínio.
A casa era realmente do jeito que pedimos. Linda de verdade e a decoração estava perfeita, teríamos que mudar pouquíssimas coisas. Dani havia se esmerado para fazer aquilo e só fazia as coisas depois que ela enviava a ideia e havia a nossa aprovação.
Deixamos as malas no quarto sem desarrumá-las, tomamos nosso banho e deitamos para tentarmos nos acostumar com o fuso horário novamente, estávamos exaustas.
A Clara deitou de lado, e eu a abracei por trás fazendo-a suspirar e relaxar logo em seguida, conseguimos dormir bastante. Quando acordamos no dia seguinte, arrumamos nossas coisas e decidimos ir a praia, já que da varanda de casa, tínhamos uma visão privilegiada do marzão de Stella Maris:
-Senti muita falta disso – disse suspirando e segurando a mão de Clara que estava sentada na areia ao meu lado.
-Eu sei amor, eu também senti apesar de lá também ter praia, era muito diferente daqui.
-Vamos para casa? O sol já está começando a esquentar.
Levantei e a ajudei a fazer o mesmo, fomos caminhando pela beira mar de mãos dadas, conversando banalidades e sobre a saudade de Salvador:
-Quem nós vamos ver primeiro, amor? – perguntei assim que chegamos em casa.
-Podemos ver todos de uma só vez, o que acha?
-Acho que a Dani pode fazer isso, né? – sorri e peguei o telefone, disquei, escutei sua voz – Grandonaaaaaaa – sorri.
-Viadinho – riu.
-Tenho uma missão para você.
-Mais uma? Manda ver.
-Já estamos em Salvador e estamos com saudade dos nossos amigos e familiares, o que você acha de você organizar esse encontro sem ninguém saber que estamos no Brasil e tem que ser no máximo amanhã?
-Podia ser até agora.
-Consegue ainda hoje?
-Alguma dúvida? O que seria mais difícil está morando em Salvador há um pouco mais de seis meses que é o seu pai.
Acertamos tudo o que tínhamos para organizar para o grande encontro. Ninguém sabia do nosso filho. Assim que soubemos do resultado, resolvemos voltar para o Brasil e fazer surpresa a todos.
Depois do banho, resolvemos voltar a praia, mas ficamos na barraca, almoçamos uma moqueca de peixe que estava simplesmente perfeita, a Clara ainda resolveu tomar um caldo de sururu:
-Querem mesmo arrancar meu couro.
-Por que? – perguntou sorrindo e tomando mais um pouco do caldo.
-Você ainda me pergunta? Amor, você já é uma ninfomaníaca por natureza, grávida piorou a situação, tomando caldo de sururu, meu Deus!!! Você vai querer acabar comigo – sorri.
-Está negando fogo? – provocou levantando levemente uma das sobrancelhas.
-Eu nunca neguei e nem vou negar fogo para você, linda! – sorri maliciosamente.
Quando chegamos em casa, fizemos amor algumas vezes no banho e outras na cama, quando estávamos começando a dormir um pouco, o telefone toca, era a Dani.
-Todo mundo estará aqui em casa as 20h, não se atrasem.
-Sim, senhora!
Conversamos mais um pouco e avisei que tínhamos uma surpresa para todos e não adiantei para ela mesmo sabendo da sua curiosidade.
Pontualmente às 20h chegamos ao apartamento de Dani. Do lado de fora conseguimos ouvir o barulho de música não muito alta e muitas risadas. Chegamos na porta, deixei a Clara em minha frente, abracei sua barriga e quando ia apertar a campainha, percebi que a porta estava só encostada. Empurrei e imediatamente todos olharam em nossa direção: silêncio total.
-Achei que vocês fossem gostar da surpresa e não ficar com essas caras de bobos – sorri.
A primeira que veio falar conosco foi a Dani e logo depois todos fizeram a mesma coisa. Muitos abraços, beijos, uma algazarra só. Muitas perguntas da gravidez:
-Resolvemos fazer surpresa, gente. Assim que o resultado saiu, começamos a preparar nosso retorno para o Brasil, queríamos que nosso filho nascesse aqui na terrinha.
-E vieram de vez? – a Bruna se pronunciou
-Claro, concluímos tudo por lá, se tivermos que voltar, será coisa rápida.
Meus pais e o pai da Clara não cabiam em si de tanta felicidade por estarmos de volta, pelo netinho que estávamos lhes dando, era uma paparicação só.
-Que surpresa boa, amiga.
Olhei para trás e vi a Rafa, a abracei e ficamos um longo tempo assim, curtindo o carinho. Estávamos sozinhas na varanda:
-Senti saudade da sua chatice – sorriu.
-Senti falta das suas reclamações.
Ficamos longos minutos conversando sobre tudo o que aconteceu em Portugal, claro que nós duas mantivemos o contato, mas nem tudo conseguíamos conversar:
-Me conta essa história de filho.
-Caramba, amiga. Desde o momento que eu pedi a Clara em casamento, já tinha pensado nisso, mas ela conseguiu me convencer de verdade assim que concluímos nossas especializações. Não foi difícil encontrar um doador, tínhamos muitos amigos não só em Portugal, mas em outros países próximos e apesar de sempre estarmos passando por vários deles, a Clara pediu que o pai fosse português para que tivesse algumas das minhas características físicas, pois a parte moral a gente construía. Então o João Vítor estará nascendo em menos de vinte dias e em suas mãos – minha amiga já estava formada e especialista. Era obstetra.
-Você está falando sério?
-Brinco com muitas coisas, mas isso é sério sim, amiga. Quero que você ajude meu filho a nascer.
Abraçamo-nos mais uma vez, conversamos sobre a ida da Clara em seu consultório na semana seguinte para ver como o bebê e a minha mulher estavam.
-A Bruna queria um também, mas a fiz desistir da ideia.
-Eu acho que seria uma boa vocês terem um filho, mas deixa isso para lá, já se resolveram. Mas, me conta, amiga, como vocês estão agora?
-Hoje a gente está bem, Duda. Mas, teve uma época que achei que iríamos nos separar, como lhe disse algumas vezes. A Bruna estava muito estranha, tive quase certeza que ela estava com outra, viajava demais e sem me avisar com antecedência, só fazia isso na véspera. Brigamos muito por conta disso, mas já nos acertamos. Já não discutimos já tem um bom tempo e parece que estamos em lua de mel – sorriu – e você com a Clara?
-Estamos em lua de mel desde quando ela foi para Portugal – sorri abobalhada olhando para minha mulher que estava conversando com minha mãe.
-Trocando figurinhas, meninas?
-Pondo as conversas em dias, Dani.
-Está feliz?
-Muito, acho que desistiram daquela loucura.
-Se arrependeram, é diferente.
-Como?
-Logo depois que a Clara decidiu jogar o orgulho para a casa do caralho e ir atrás de você em Portugal depois que você também pediu desculpas e pediu para voltarem, Aurélia percebeu que não tinha mais como impedir o amor e a felicidade de vocês, por mais que ela tentasse, vocês sempre voltariam uma para os braços da outra. Ela se arrependeu, largou a Regina de mão e está trabalhando para nos ajudar no que for possível. Ela já me deu umas mãozinhas muito boas, foram umas dicas muito úteis.
-Nossa, nunca imaginei que ela um dia fosse deixar a amiga de mão e partir para a sua evolução.
-Nem eu, mas graças a Deus, nós que oramos muito e fizemos alguns sacrifícios, aos nossos guias que tudo terminou bem.
Conversamos sobre muita coisa, minhas pesquisas, os cursos que fiz em Portugal, os congressos que eu estava sempre sendo convidada a ministrar palestras. Ela casou-se com a Cris e estavam muito bem também. Adotaram um menininho:
-Estou muito velha para ter um filho.
Foi o que ela me disse quando questionei o motivo que ela ou a Cris não teriam essa criança.
No dia seguinte, nós seis nos reunimos lá em casa e fizemos um churrasco, foi uma grande e gostosa algazarra. Divertimo-nos a valer como nos velhos tempos antes da minha partida para Lisboa. Parecia que nunca íamos parar de conversar, era um assunto emendado ao outro. Eu e a Rafa como sempre divertindo as meninas com nossas pequenas brigas, intrigas. Com a Dani o entendimento era só com o olhar: continuávamos a mesma coisa mesmo depois de tantos anos longe. Com minha Clara era carinho, cuidado do tempo inteiro.
Estávamos no chão na varanda da casa assistindo o pôr do sol, cada uma abraçada com suas respectivas esposas. A minha estava sentada entre as minhas pernas, eu abraçava e acariciava sua barriga, ela inclinou a cabeça para trás apoiando em meu ombro, virei, beijei seu rosto e sussurrei em seu ouvido:
-Te amo!
Ela sorriu lindamente, nunca cansava de repetir isso e ela se derretia toda em meus braços:
-Êta que essa barriga está enorme, hein gente?
-O João já quer nascer maior do que a gente – sorri.
As meninas foram embora por volta das 19h. Eu acompanhei a Clara até o banheiro e fui organizar um pouco a bagunça, quando voltei para o quarto, minha esposa já cochilava, mas assustou-se com minha entrada:
-Desculpa, amor. Não queria te acordar.
-Sem problema, Du – disse com voz dengosa, sorri e fui tomar meu banho.
Quando terminei, a Clara estava deitada de lado, desliguei a TV e deitei-me atrás dela fazendo-a soltar um suspiro satisfeito quando passei minha mão por sua barriga. Fiquei ali durante um longo tempo, velando o sono da minha esposa, admirando-a, enchendo-a de carinhos.
***
A semana passou rápida. Saímos para comprar as coisas do quarto do João e mais roupas suas. Procuramos a Rafa em seu consultório, ela fez vários exames com a Clara e com o nosso filho e constatou que estava tudo bem com o bebê, mas voltávamos cedo porque a minha esposa ficava cansada logo por conta do peso da barriga. Estávamos dentro do carro que a Dani nos emprestou enquanto o que compramos não chegava, paramos por conta de um sinal vermelho, passei a mão sobre a barriga da minha esposa:
-Filho, vê se não vai dar mais canseira ainda para as suas mães quando você nascer, viu? – Arranquei uma gostosa gargalhada da Clara e seguimos nosso caminho.
Boa tarde!
Boa história. Uma pena não ter sido concluída. Mas esse final também serve como fim de um enredo.
Quando esta história será finalizada?
Oi autora,boa tarde!
Essa história é simplesmente demais. Muito show!
Quando virá novos capítulos?
Torço para que a mãe de Clara, após o nascimento de João,se torne mais maleável com a Duda.
Fico no aguardo e ansiosa a espera de novos capítulos.
Beijos