Capítulo 13

Peguei a caixa em suas mãos e abri, sorri com o que vi. Eu que estava somente com um roupão de Clara, “vesti” o objeto que ela me entregou e fui me olhar no espelho. Aquilo definitivamente era muito estranho, nunca usei uma coisa dessas, mas também nunca fui contra. Já que minha namorada queria, quem era eu para estragar sua fantasia, não é verdade? Voltei para a sala e a encontrei no sofá à minha espera:

– Achei que fosse desistir.

– Por que eu faria isso? Não é uma fantasia sua? Então, essa é uma das minhas funções de namorada, oras!

Aproximei-me de seu corpo nu já estendido no sofá. Encaixei minha perna direita entre as suas e fiquei apoiada em meus braços. Beijamos-nos ardentemente, parei, olhei em seus olhos, sorri, voltei a beijá-la, desci por seu pescoço, colo, dei uma atenção especial aos seus seios, sugando-os, mordendo-os, acariciando-os.

Desci até a sua barriga, brinquei com seu umbigo, passei a língua rapidamente em seu sexo. Clara arqueou o corpo querendo um contato maior, sorri com a visão, mas continuei com minha tortura. Desci beijando, mordiscando, lambendo suas pernas. A essa altura, minha morena estava inquieta com a minha pirraça, ficava nesse vai e vem no seu corpo, mas sem tocar-lhe o sexo, as vezes que fazia, era muito superficialmente só para ela saber que não tinha “esquecido” dele.

Voltei a brincar com seus belos montes gêmeos, enquanto estava com a boca, língua em um, o outro estava sendo acariciado, estimulado com minha mão. Voltei a beijá-la, percebi o quanto que ela queria gozar porque ela devorava minha boca, minha língua, mordia meus lábios de uma forma que quase me feriu.

Decidi satisfazê-la só um pouquinho e sem que ela esperasse, interrompi o beijo. Clara me olhou de forma desesperada, sorri maliciosamente para ela e prontamente entendeu o recado. Abocanhei o seu encharcado e delicioso sexo. Minha namorada gemia, gritava, levantava o quadril querendo que minha língua a penetrasse mais. Mais uma vez a surpreendi e parei o que estava fazendo. Quando ela fez menção em falar alguma coisa para reclamar, rapidamente encaixei-me entre suas pernas, encarei-a, seus olhos transbordavam desejo, beijei-a com os olhos abertos e penetrei-a com força com o objeto que estava vestida, sustentei o olhar.

Clara se contorcia sob meu corpo, passou as pernas para a minha bunda e queria que eu forçasse mais. Foi o que fiz, acelerava e diminuída o ritmo de forma que ela nunca esperava. Seu corpo estremecia, ela arranhava minhas costas de forma que nunca havia feito. Desta vez com certeza deixaria marcas, mas não estava nem um pouco preocupada com isso, queria que ela gozasse, que gemesse ali no meu ouvido como eu adorava e só ela sabia fazer de uma forma que me deixava louca, me excitava ainda mais.

Clara bagunçava meus cabelos, apertava minha nuca, queria vários beijos, um mais urgente e ardente do que o outro. O estremecimento do seu corpo tinha aumentado significativamente, não dava mais para entender o que ela falava, sua respiração estava quase impossível.

Olhei-a mais uma vez, sua fisionomia gozando era linda, continuei os movimentos, mas ergui meu corpo o suficiente para observar nossos movimentos. Minha namorada abriu os olhos e fixou nos meus, ela já sabia que eu adorava olhá-la gozar. Não deu mais tempo de nada, encostei minha testa na sua e nossos corpos explodiram num maravilhoso orgasmo juntos.

Estávamos no quarto algum tempo depois, enfim saciadas, no total silêncio trocando carinho:

– Du, me responde uma coisa com sinceridade?

– Quantas você quiser.

– Na sexta-feira quando estávamos no mercado do peixe, seu pai ligou, você se afastou da mesa e percebi que discutiram e que não se dão bem…

Não deixei Clara continuar. Conhecíamos-nos há tão pouco tempo, mas sabia que não podia esconder-lhe nada a meu respeito. Queria começar esse namoro sem ocultar nada da minha vida e fiz um resumo do que aconteceu entre mim e meu pai nos últimos quatro anos:

– E porque você deixou essa mulher fazer isso? – Clara me perguntou ao final do relato.

– Não tive escolha, a gente nunca se deu bem e ela queria mesmo era me tirar de lá porque percebeu que a única que entendeu suas intenções foi eu. Meu pai não é rico Clara, mas vive bem. O que tem, batalhou muito para conquistar e ela além de querer usufruir disso, não me queria perto dele porque sabia que se eu dissesse que não, era não e pronto. Ela viu em mim, uma ameaça para seus planos.

– Você a culpa pelo afastamento do seu pai, não é?

– Não somente ela, mas é a pivô. Não sou nenhuma santa, eu sei, minha família sabe, meus amigos, e acho que você também já percebeu. Não tolero muitas coisas e sou condenada por isso. Tenho consciência que sou radical em muitos aspectos, mas não sei não ser assim e por isso já conquistei muita gente, muitos amigos, mas várias pessoas já se afastaram de mim também pelo mesmo motivo. Sou do tipo é oito ou oitenta, não tem meio termo. Por esse e outros motivos que nunca nos demos bem. O que mais me irrita em toda essa situação é que hoje ele já sabe de todas as merdas que ela fez contra mim, mas mesmo assim vai se casar com ela.

– Bom, pelo o que você me diz, realmente há algo muito estranho nessa história toda, essa mulher é louca e seu pai é mais ainda porque sabe de tudo e continua com ela.

– Já disse isso várias vezes a ele, inclusive na sexta-feira quando conversamos, mas desisti de colocar alguma coisa em sua cabaça dura. Minha mãe diz que eu tenho a quem puxar – sorri.

– Você vai ao casamento?

– Ele me convidou, mas já dei a resposta: não vou. Vou me sentir uma completa estranha no meio daquele povo. Ah, ele também disse que está vindo a Salvador em janeiro e quer me ver.

– Aceite, Du. Mesmo que ele se case com uma pessoa que você não gosta, ele continua sendo seu pai e quer se reaproximar de ti.

– Eu sei, linda. Mas, eu tenho medo das suas intenções. Acho que tem alguma coisa por trás dessa repentina reaproximação.

– Por quê?

– Dois motivos: um deles é que meu pai nunca foi muito próximo a mim. Nós já ficamos oito anos sem nos falarmos quando eu era criança por desprezo dele e o outro é intuição, algo me diz que algo de ruim está para acontecer com relação a essa mulher.

– Será só impressão, Du.

– Minha intuição não costuma me deixar na mão.

Continuamos nossa conversa, mas saímos do assunto que tanto me desagrada: minha relação com meu pai. Falamos sobre minha mãe, sobre a genitora da Clara que simplesmente sumiu há 25 anos e desde então passou a morar com o pai e os dois irmãos: Bruna e o Junior. Clara e Bruna já moravam cada uma em seu apartamento e seu irmão estava casado, tinha um menininho e continuava fazendo companhia ao pai.

Descobri que era uma família unida, sempre estavam juntos em alguma festa, reunião ou para uma simples conversa. Ficamos ali conhecendo nossas famílias por um longo tempo, contando algumas lembranças tanto boas quanto ruins e eu estava gostando de saber mais coisas da Clara. Coloquei meu celular para despertar e ficamos namorando mais um pouco até adormecermos.



Notas:



O que achou deste história?

Deixe uma resposta

© 2015- 2017 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.