Capítulo 10

Dentro do carro, Clara não parava de me provocar, e olha que eu estava dirigindo, viu? Beijava meu pescoço, mãos “bobas” percorrendo meu corpo, estava muito difícil de controlar. Só não parei o veículo por causa do horário e também não podia acelerar muito para chegar logo com medo de provocar algum acidente, ou seja, longos minutos de muita tortura.

Pronto! Chegamos à garagem, tentei sair o mais rápido possível, mas Clara não queria esperar e me puxou de volta, pegou minha mão esquerda e pôs entre suas pernas. Constatei o obvio, ela estava muito excitada e queria ser parcialmente saciada ali mesmo:

– Eu quero agora – sussurrou rouca em meu ouvido quando levou minha mão em seu sexo.

– Seu pedido é uma ordem – disse sorrido de sua cara de satisfação quando eu tirei sua minúscula calcinha a penetrei com dois de meus dedos.

-Mais… rápido… vai… usa essa sua… força toda… agora – sua respiração não deixava as palavras saírem direito.

Obedeci mais uma vez. Usava quase toda a minha força dos braços para satisfazê-la. Ela já havia me dito anteriormente que adorava quando eu fazia assim, meio que irracionalmente. Seus olhos estavam fechados, sua boca entreaberta pedindo por um beijo meu, aproximei meus lábios, encostei-me aos dela, ao perceber, Clara sugava os meus ferozmente, deixava transparecer toda a sua fome, todo o seu desejo.

Ela gemia gostosamente em minha boca, em meu ouvido, segurava minha cintura tentando nos aproximar ainda mais arranhando aquela região pela força que cravava as unhas, sinal que o gozo se aproximava. Voltei a encostar os nossos lábios, abri os olhos, as estocadas tornaram-se ainda mais firmes, não só os meus dedos, mas minha mão também já estava encharcada. Senti seu corpo começar a estremecer, suas unhas cravarem agora o meu pescoço.

– Olha pra mim – sussurrei em seus lábios e ela obedeceu.

Ficamos assim por alguns segundos até seu gozo chegar violentamente. Não sei dizer ao certo por quanto tempo ficamos naquele encantamento, quando dei por mim, a respiração de Clara já tinha voltado ao normal e ela sorria lindamente. Depositei mais um beijo em seus lábios, tirei meus dedos daquele lugar maravilhoso arrancando um gemidinho daquela linda mulher, mas continuei ali: com lábios colados e olhos quase sem piscar.

– Adoro quando você me olha assim, sabia? – Clara disse afastando-se o suficiente para tal e acariciou minha nuca.

Naquele momento não consegui resistir, tive que fechar meus olhos para aproveitar ainda mais o carinho.

Encostei minha testa em seu ombro e ficamos assim por alguns minutos até Clara começar a ousar novamente nas carícias e a me provocar com sua língua e mãos. Quando percebi que transaríamos no carro mais uma vez, afastei-me dela e saí. Por causa da cara de eto que ela fez, abri a sua porta e ajudei-a a se levantar tirando sua dúvida:

– Continuamos em casa.

Beijei Clara novamente e ela enlaçou seus braços ao redor do meu pescoço me puxando para um contato maior imprensando seu corpo entre o meu e o carro.

– Eu já lhe disse que quero agora – disse voltando a me beijar.

– Você é louca – Retribuí o beijo e o contato.

– A adrenalina me excita.

– Tá, então fica aí de olho e me avisa se alguém chegar.

– O que você vai fazer?

Nem me dei ao trabalho de responder. Como o carro estava estacionado no canto e o lado que estávamos era justamente o da parede, o local estava a meia luz, vi-la-ei de costas para mim, levantei seu vestido e lembrei que não dei tempo para ela vestir a calcinha novamente, ri da constatação. Imprensei seu corpo ainda mais e comecei a beijar sua nuca, seu ombro e fui descendo pelas costas, cintura, sua bundinha linda, passei minha língua no meio e desci pelas pernas.

A essa altura, Clara já tinha afastado suas pernas e facilitou a minha pirraça. Subi novamente por suas pernas, passei a língua e mordi cada um dos lados da bunda, subi mais um pouco e fazia o mesmo com a sua cintura, costas, ombro, nuca. Enquanto isso, minhas mãos não paravam, enquanto uma delas me ajudava com seus cabelos, a outra provocava seu sexo, mas não penetrava, chegava bem pertinho e saia, ela rebolava mais e mais, seu corpo pedia um contato maior, mas eu queria que ela me pedisse.

Tirei minha mão de seu sexo e passei a estimular aquele lugarzinho super apertado. Clara já estava enlouquecendo, mas eu não ia parar de torturá-la enquanto ela não pedisse. Tirei minha mão de seus cabelos e entrelacei a sua mão esquerda que estava em cima do carro, Clara começava a me morder para abafar os gemidos:

– Du…

– É só você pedir – disse no seu ouvido.

– Por fa…vor

– Não é assim… – disse colocando o meu dedo bem na entrada e provocando-a ainda mais.

– Se você não me comer agora, não vai fazer nunca mais porque eu juro que te mato.

Não sei de onde ela tirou forças e fôlego para falar aquilo, mas surtiu o efeito desejado por que na mesma hora penetrei-a. Dessa vez Clara não conseguiu se conter, seu gemido saiu mais alto do que poderíamos imaginar. Ela voltou a morder meu braço para tentar abafar o som sem muito sucesso. Fiz-me de desentendida e continuei o que tanto queria fazer, aumentei o ritmo e a força. Clara gozou mais rápido do que nunca e por muito pouco ela não caiu, como minhas mãos estavam ocupadas, pressionei meu corpo ainda mais contra o dela e aos poucos fui tirando meu dedo de dentro daquele lugar tão apertado e gostoso.

Ela suspirou, virei de frente para mim e a abracei para que ela fizesse de meu corpo um apoio, já que estava sem forças.

Aos poucos ela foi se recuperando, fiquei ali, lhe dando vários beijinhos e dizendo várias palavras entre carinhosas e excitantes arrancando sorrisos lindos de seus lábios. Decidimos subir, mas Clara ainda estava num fogo só, no elevador ela não parava de me provocar, com muita dificuldade consegui abrir a porta, mas não conseguimos chegar a cama naquele instante. Fizemos amor no chão mesmo, no sofá, na cozinha, no banheiro e quando conseguimos chegar na cama, estava já amanhecendo, nos amamos mais umas duas vezes e dormimos exaustas. Clara estava de bruços e eu encaixei minha perna entre as suas e meu braço em sua cintura.

***

Estava tão cansada que acordei na mesma posição, coisa rara de acontecer comigo. Antes mesmo de abrir os olhos, lembrei do maravilhoso dia que tive. Clara dessa vez não foi embora, estava comigo desde as 14h do dia anterior. Tínhamos transado várias vezes e em diversas formas, fomos ao Solar, um dos lugares que mais gosto da cidade, nos encontramos com nossas amigas, nos divertimos muito e Clara continuava ali em minha casa, em minha cama dormindo profundamente. Olhei meu relógio: 12h.

– Nunca acordei tão tarde em toda a minha curta vida – pensei.

Levantei, tomei um banho e fui preparar algo para comermos. Quando terminei, fui acordar a Clara, ela já estava virada de barriga para cima e continuava dormindo, e o que eu fiz? Fui acordá-la da melhor maneira possível: chupando seu sexo. Enquanto fazia isso, olhava para seu rosto para observar suas reações. Assim que minha língua encostou em seu ponto sensível, Clara abriu um lindo sorriso e se contorceu na cama. Não demorei muito ali e penetrei um de meus dedos, percebi que ela queria mais e coloquei um segundo:

– Quero… mais… for… te. Vai Du…

Claro que obedeci, né? Se aquela mulher gostava de uma selvagem na cama, era teria. Coloquei mais força e mais velocidade, tanto em minha língua quanto em meus dedos, não demorou muito e Clara derramava seu líquido quente e delicioso em minha boca, bebi todo aquele prazer oferecido e escalei seu corpo beijando-a longamente:

– Bom Dia!

– Boa tarde, né? – respondi rindo.

– Que horas são?

– 13:20h

– Nossa, só você para me fazer dormir tanto.

– Vai dizer que não gostou?

– Amei, e gostei também de ser acordada com sua língua em mim, ela é tão gostosa… – disse me beijando novamente.

– Clara…

– Humm – ela não queria parar, nem eu, mas meu estômago estava reclamando.

– Precisamos repor as energias, afinal de contas, quero abusar mais um pouquinho desse seu corpo delicioso e mais tarde ficamos de ir a Off com as meninas, esqueceu?

– É verdade, você cozinhou? O cheiro está ótimo.

– Espero que não seja só o cheiro – ri e continuei – não tenho o talento da minha mãe, mas consigo me virar.

– Humm, vamos ver, aliás, comer.

Ela vestiu um short e uma camiseta, mas para variar eu continuei nua, sou sem vergonha, né? O almoço transcorreu tranquilamente com muita conversa, muito carinho trocado. Algum tempo depois fomos para o sofá e ficamos num amasso gostoso, em determinados momentos não podíamos evitar o contato mais íntimo e acabamos gozando uma, duas, três vezes… Não sei dizer o que estava acontecendo comigo, mas eu estava adorando tudo o que estávamos fazendo durante esses sete dias que nos conhecemos.

Tinha a sensação que já tinha passado meses e posso até arriscar que foi um ano ou mais.

Tudo bem que tinha assuntos que não tocamos até aquele momento, mas eu me sentia tão a vontade que sei que eram conversas que poderiam vir à tona a qualquer momento, não queria pressionar a Clara a falar de sua vida mais detalhadamente, até ali eu estava satisfeita, tudo vinha naturalmente, eu estava achando tudo que estava acontecendo entre a gente que eu até tinha receios em alguns momentos.

Não sei direito, às vezes achava que aquilo não era real, que poderia acabar a qualquer momento, mas com esses mesmos pensamentos que estavam me deixando insegura, me davam forças para viver aquilo tudo da forma mais intensa, para não me preocupar com o depois, com o amanhã.

Tenho um sexto sentido que já me ajudou muito em minha vida, em horas cruciais, posso até dizer que minha vida já foi salva por ele e o que “ele” me dizia ali era isso mesmo, para ir em frente tranquilamente que era para aproveitar aquela mulher que estava ao meu lado, em meus braços.

Mesmo eu sendo quatro anos mais nova do que ela, me sentia um pouco na obrigação de protegê-la. Não sei o real motivo, acho que era mais uma vez o sexto sentido. Quando Clara estava em meus braços, eu sentia a satisfação em seus gestos, em seu carinho retribuído. Não sabia, mas achava que ainda tinha muito a descobrir sobre essa mulher.

Bruna nos ligou durante à tarde para falar para chegarmos um pouco mais cedo do que o combinado para conversarmos um pouco no Bar do Geraldo – vizinho a Off Club. Aceitamos prontamente e por volta das 22h chegamos. As meninas já estavam nos esperando. Nem preciso comentar o quanto que estávamos nos divertindo, não é?

Um pouco afastado de onde a gente estava, vi dois amigos, que eram namorados, que trabalhavam comigo no meu último emprego. Falei com as três e disse que não demorava. Não conversamos nem quinze minutos e nesse período entre conversa e outra:

– Está sozinha, amiga? – Perguntou Lucas.

– Não, estou com… – pensei um pouco – duas amigas e uma… – outra pausa – uma pessoa que estou há uma semana – sorri.

– Humm, quero conhecer, cadê ela?

– Está ali no bar, vamos entrar mais tarde e apresento a vocês.

– Vê se não nos enrola, hein Duda?

– Eu enrolar? Imagina… – ri.

– Quem não te conhece que te compre Duda, você nunca nos apresentou uma namorada sequer, está sempre aí, ficando…

– Mas, quem disse que eu estou namorando?

– Seus olhos.

– Oxe, está louco, é? A gente não tem nada demais, estou curtindo muito estar com ela, mas nada sério.

– Pode ser nada sério oficialmente, mas…

– Mas, o quê, Diego? – já estava começando a me irritar.

– Nada não Duda, mais tarde a gente se fala, ok? – disse virando-se para o Lucas – vamos, amor?

Só me faltava essa agora. Esses dois nem conheciam a Clara e já estavam falando que a gente só não estava namorando oficialmente, nem tinha contado a metade do que rolou – obvio que ocultei o sexo, né? – entre a gente e esses dois loucos estavam falando essa merda. Imagina eu, namorando? Essa é boa! Faz tanto tempo que não sei o que é isso.

Com esses pensamentos me aproximei da mesa que as meninas estavam e vi que mais duas mulheres estavam sentadas conversando quando cheguei. Clara nos apresentou segurando em minha mão:

– Daniela, essa é Eduarda. Duda, essa é Dani.

– Boa noite, muito prazer – disse estendendo minha mão direita para cumprimentá-la.

– Boa noite Duda, enfim nos conhecemos – respondeu sorrindo.

Fiz uma cara de quem não estava entendendo nada e Clara tentou explicar:

– Du, Dani já foi minha namorada e hoje é minha melhor amiga.

Incrivelmente não senti ciúmes ou qualquer outro sentimento parecido. Dani estava mais do que simpática comigo e com todas as outras meninas na mesa. Logo depois que fomos apresentadas, fiquei sabendo que a mulher que estava em sua companhia era sua namorada há um ano e que moravam juntas desde que completaram um mês de namoro:

– “Mulher apressada” – pensei e ri intimamente porque por pouco não fiz isso há alguns anos atrás com minha primeira namorada.

Aproveitei um momento que a conversa tinha ficado paralela por alguns minutos entre as outras quatro e falei com Clara:

– Ah, você viu aqueles dois que fui cumprimentar agora há pouco? – ela balançou a cabeça em sentido afirmativo e continuei – são amigos do meu antigo trabalho. São namorados há um tempão, só não os trouxe aqui porque já estavam entrando. Ficamos de conversar mais um pouco na boate.

– Quero conhecê-los, posso?

Parei por alguns instantes para encará-la e respondi sorrindo:

– Deve.

Como prêmio, ganhei um delicioso beijo dela e quando nos separamos claro que minha amiga não poderia deixar de zoar, não é verdade? Mas, agora tinha a Dani para reforçar as brincadeiras.

***

Algum tempo depois resolvemos enfim entrar na boate. Muitos olhares voltados para nós seis.

Instintivamente segurei a mão da Clara um pouco mais forte, ela respondeu deslizando o polegar em minha palma.

Nossa! Esse dia estava mais cheio do que as poucas vezes que fui ali. Muitos gays em um só lugar, muita bebida, muito barulho – o que mais me irrita em boate –, uma música estridente. Só a Clara mesmo para me fazer voltar ali. Definitivamente aquele tipo de lugar não me agrada. Depois da segunda bebida, Clara resolveu dançar com as meninas:

– Se importa se eu for? – perguntou me beijando.

– Claro que não, linda. Fique a vontade, afinal você veio para isso, não é? Divirta-se e nem pense em fazer nada de errado, estou de olho em você – respondi sorrindo.

Sinceramente, nunca fui contra alguém fazer alguma coisa que não gosto. Poxa, ela estava ali para dançar, se divertir e se eu não gosto, não posso impedi-la. O que queria mesmo era ver a sua carinha de satisfação em estar ali entre suas amigas e isso eu estava conseguindo. Fui pegar uma Coca-Cola e quando voltei

Dani foi falar comigo:

– Não se importa dela ficar ali dançando sem você?

– Claro que não, se ela gosta e eu não, quem sou eu para impedi-la? Quero mesmo é ver aquele sorrisinho lindo – disse olhando em direção a que a Clara estava.

– Nossa, é difícil encontrar alguém como você, a Clarinha teve sorte.

– Sei que é muito difícil, já sofri do outro lado também – sorri.

– Faz tempo que não a vejo assim, sabia?

– Assim como?

– Com esse sorriso tão fácil. Ela sorri a todo o momento, mas o de agora é diferente. Se antes eu já desconfiava, agora tenho certeza que tem um dedinho seu – disse sorrindo.

Como eu fiquei? Totalmente vermelha, como mais poderia ficar? A ex da Clara estava me dizendo que eu a estava fazendo bem e em tão pouco tempo de convivência, aquilo para mim era perfeito.

Dani me disse que estava cansada e perguntou se ela poderia ficar ali conversando comigo. Concordei, claro. Porque além dela ser uma pessoa extremante agradável, era uma chance que eu tinha de descobrir coisas que poderiam ser fundamenteis para agradar a Clara. Dito e feito! Descobri que as duas moraram juntas por seis anos e que a amizade continuou muito mais forte do que antes. Soube também que tentaram reatar algumas vezes, mas não deu certo por diversos motivos que nós duas não queríamos que o assunto viesse à tona. Dani também me disse que Clara viaja muito a trabalho, o que acaba desgastando todos os relacionamentos que ela começa, entre outras descobertas.

A mais engraçada de todas foi que ela conheceu todas as namoradas da Clara e que nunca simpatiza com nenhuma, dito e certo! Ela nunca sai bem ao término do relacionamento. Mas, comigo tinha sido diferente, ela tinha “ido com minha cara”. Ponto para mim? Não sei onde ela queria chegar, mesmo assim tentei esclarecer uma IMPORTANTE coisa:

– Nós não estamos namorando.

– É… Eu sei. A Clarinha de uns dois anos para cá não tem namorando com ninguém. Mas, também não tem ficado com ninguém por mais que dois dias, acho que você já atravessou alguma barreira mesmo sem querer, menina.

– Nossa, você sabe mesmo sobre mim, não é verdade? – perguntei em tom de brincadeira.

– Você nem imagina o quanto – disse séria.

Quando eu ia perguntar sobre sua afirmação, Clara chegou:

– Tentando etar minha namorada, Dani?

– Claro que não, Clarinha, muito pelo contrário, gostei dela – disse sorrindo e saindo em direção a pista de dança.



Notas:



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