<p “text-align: center;”>I</>

Um risinho escapou do rei. Ele deu de ombros, admirando as feições da amiga.</>

— Senti falta do seu “adorável bom-humor”, Lenór. — Ironizou ele, depois voltou a seriedade que a conversa exigia. — São muitas coisas para me preocupar, porém não estou divagando, você sabe. Enfim, tinha intenção de usar o Castelo do Abismo como um posto do exército.</>

— Por que você faria isso, se o lugar não é estratégico para a defesa de Cardasin? — Lenór não escondeu a curiosidade.</>

— De fato, não é! Contudo, é lá que está a segunda fase dos meus planos. Em outros tempos, o Castelo foi um entreposto comercial muito popular e bastante lucrativo para o reino.</>

— Creio que não preciso ouvir o resto. — Lenór soprou o ar, agastada com toda a enrolação. — Estou certa de que essa cabecinha louca decidiu reabrir a rota do comércio. O exército no Castelo garantiria a segurança dos viajantes e cidadãos. Correto?</>

— Você nunca me decepciona, Lenór! Exceto, quando não quis seguir meus conselhos para estudar na Academia Real de Barafor. — Ele sorriu de lado. — Poderia ter se tornado uma sábia e mestra da Academia ou, quem sabe, uma ministra no reino. Todos os reinos amarilianos brigariam pelos seus serviços.</>

A moça fez um gesto de descaso. Ela não tinha ânimo para longas conversas filosóficas, muito menos vocação para se enfiar em uma biblioteca. Tampouco lhe agradavam os nobres estudiosos da Academia. A maioria deles estava em Barafor, apenas para aproveitar a liberdade longe dos braços de seus reinos natais. Os poucos que se dedicavam aos estudos, de fato, costumavam se mostrar esnobes e enfadonhos. É claro, havia exceções, mas eram poucas.</>

— Pare de falar bobagens. Só me explique como você obteria sucesso, onde os dois últimos reis não tiveram. — Exigiu. — Se não me falha a memória, o estreito desabou há vinte anos.</>

— Dezessete anos, na verdade. — Ele corrigiu.</>

Empolgado com a pergunta, Mardus se dirigiu ao cômodo por trás de uma tapeçaria, que tomava metade da parede oposta à janela. Voltou instantes depois com um pergaminho e lhe entregou. Com ar desconfiado, Lenór desenrolou o documento.</>

No passado, Cardasin era conectado ao deserto através de um estreito sobre o abismo. Caravanas e comboios cruzavam um pedaço do deserto até alcançarem o abismo, então atravessavam o estreito até o Castelo e seguiam viagem até Andalus, de onde podiam zarpar para o continente amariliano ou para as ilhas próximas à costa. Mas isso mudou depois que o Senhor do Castelo faleceu de maneira misteriosa e, pouco tempo depois, o estreito que conectava o castelo ao deserto desmoronou, inexplicavelmente.</>

Todas as tentativas de restabelecer essa conexão ao construir uma ponte para substituir o estreito foram frustradas. Doenças repentinas e desconhecidas assolaram os trabalhadores e a população do lugar, assim como estranhos acidentes que culminaram em mortes e desmoronamentos de parte da construção. Com o passar do tempo, as lendas que envolviam a floresta foram transportadas para as tragédias do castelo e espalharam-se histórias sobre uma maldição no lugar. Aos poucos, as pessoas foram deixando a cidade e, dizia-se, que os poucos que permaneceram, eram miseráveis.</>

O rei abriu outro pergaminho, revelando se tratar de um mapa do continente. Ele apontava para locais específicos, enquanto falava:</>

— Hoje, os grandes comboios e caravanas, oriundos dos reinos do Oeste, dão à volta no deserto e seguem para Etirafer ou Laudus, a fim de chegarem aos portos de Andalus. A viagem chega a durar meses. Quando o estreito do abismo existia, a viagem durava apenas três semanas, além de ser mais segura.</>

— Você quer terminar a ponte. — Lenór afirmou, observando o projeto no pergaminho que o rei lhe entregou.</>

— Sim. Mas para fazer isso, preciso do exército. Eu não acredito em fantasmas, nem em maldições e estou certo de que o que aconteceu no passado é obra de mãos humanas. E a maior prova disso é que, assim que tornei meus planos públicos, sofri o primeiro atentado. Um bom contingente no Castelo garantirá a segurança e também a mão de obra necessária.</>

A garganta seca, finalmente, o fez pegar o cálice de vinho esquecido sobre a mesinha. Tomou um longo gole e retornou para seu lugar junto a janela, jogando o mapa sobre o assento que tinha ocupado. O vento fresco do fim da tarde invadiu o cômodo, trazendo consigo o som dos pássaros que se recolhiam nas árvores dos jardins. Mardus fez uma careta, organizando os pensamentos.</>

— Claro que diante das minhas tentativas de mudar as leis do reino, o fator motivador para os atentados poderia ser qualquer coisa. Bem, depois da primeira tentativa, eu redobrei os cuidados e a vida seguiu. Algumas semanas depois, finalmente, enviei os homens para o Castelo do Abismo, quase metade deles morreu no caminho. Foram emboscados quando passavam pela floresta. Segundo relatos, os atacantes eram criaturas sem rosto, pelo negro e garras longas. Você pode imaginar que essa descrição causou um novo alvoroço entre as lendas locais. Ao chegarem no Castelo, a coisa piorou. De um dia para o outro eles começaram a sofrer com uma misteriosa febre, entre outros sintomas. O comandante desses homens foi uma das vítimas da doença.</>

Mardus fez uma pausa na narrativa, a fim de terminar a sua bebida.</>

— Minha decisão de enviar um novo comandante também teve um resultado fatal. Uma noite, antes da partida dele e seus homens, o comandante sentiu-se mal e morreu. Dois dias depois, eu me tornei alvo novamente.</>

Lenór acompanhou seu olhar para a cama no centro do cômodo, percebendo com o canto do olho o ligeiro tremor em suas mãos. Afinal, no início de toda aquela explanação, ele tinha comentado algo sobre veneno em seus lençóis.</>

— A terceira tentativa nos levou a capturar o assassino contratado para dar fim à minha vida. É claro que, até ele mencionar o Castelo do Abismo, Mirord e eu não tínhamos feito qualquer associação desses ataques ao lugar. Quando o assassino foi encontrado morto, Mirord resolveu investigar o que se passava no Abismo de Tenzin, pessoalmente. Era para lá que ele estava indo, quando foi atacado. Saiu no meio da noite, em companhia da daijin Aisen e mais três soldados de sua confiança. Foram surpreendidos um pouco depois de entrarem na floresta. O ataque tinha todas as características de ser animal, mas, em um dos seus momentos de lucidez, Mirord me disse que lutou com homens e não animais.</>

Lenór olhou para o fundo vazio do seu cálice e o depositou ao lado da coroa de Mardus. O pergaminho, havia algum tempo, repousava na mesinha, também. Ficou de pé e juntou-se a ele na janela.</>

— Você tem problemas com ratos no reino. — Afirmou ela. — E eles não querem que seus olhos e braços se estendam até o Abismo de Tenzin.</>

— Você acha?! — O rei foi irônico. — De início, acreditei que o problema era a rota do comércio. Talvez Laudus ou Etirefer não quisessem perder o lucro dos impostos cobrados aos comerciantes e viajantes e resolveram cortar o mal que os ameaçava pela raiz, ou seja, me matar. Só que, depois da terceira vez, Mirord e eu concluímos que o problema era mesmo o Castelo. Há algo lá que alguém deseja manter em segredo. Por isso, preciso da sua ajuda.</>

Mardus depositou o cálice vazio, que ainda segurava, no parapeito da janela. Ele tomou a mão de Lenór, que repousava sobre o mesmo descanso.</>

— Sinto muito, mas, além de Mirord, você é a única pessoa em quem posso confiar. Realmente, não era a minha intenção colocá-la no meio disso tudo. Na verdade, não sabia o que fazer até ver você chegar com os guardas que enviei à sua procura. Quando lhe pedi para usar a máscara e participar daquela audiência, desejava ver a reação deles à sua presença.</>

— Você acreditava que quem atacou Mirord havia informado ao seu mestre que não sobraram testemunhas capazes de identificar os agressores e, portanto, tudo seria tomado por uma tragédia. — Lenór supôs.</>

— Exatamente. — O rei confirmou. — Mas se alguém tivesse sobrevivido, no caso, Aisen, talvez o medo de ser desmascarado se revelasse em sua face naquele momento. Talvez esse inimigo invisível se sentisse abalado de alguma forma e viesse a cometer um erro.</>

— Conseguiu algo com o seu teatro?</>

— Não muito. Então, resolvi mudar de estratégia. Novamente, me desculpo pelo que fiz. Convoquei Vanieli Kamarie para esse encontro para liberá-la oficialmente do compromisso de casar com um membro do Clã Azuti. Depois de Mirord e seu pai, Lord Kanor, não havia mais nenhum nome suficientemente importante para refrear o ódio entre os dois clãs através de um matrimônio, afinal, Dyon ainda é apenas uma criança. Mas então, durante o correr da reunião, percebi os olhos de Vanieli em você. E uma ideia louca começou a se formar na minha cabeça. Talvez, nem tudo estivesse perdido. Eu poderia matar vários coelhos com uma única cajadada.</>

Ele olhou para os dedos longos de Lenór. Ela tinha mãos surpreendentemente suaves para alguém cuja espada se tornou uma companheira fiel. Ela mal tinha completado quinze anos quando decidiu se candidatar a uma vaga na Guarda Real de Barafor. Mardus riu dela, achando ser uma piada. Depois, ao perceber que falava sério, tentou demovê-la da ideia, alegando que, dentro de dois anos, teria idade suficiente para entrar para a Ordem e seguir os passos das pessoas que a salvaram.</>

Entretanto, Lenór não queria esperar para se tornar alguém de valor, uma pessoa em quem os outros podiam confiar e que não iria falhar com eles. Um ano era pouco para apagar tudo o que Lorde Kanor lhe fez, mas já tinha adquirido confiança em si mesma e entendido que seu futuro agora só dependia dela. Mardus a aconselharia, contudo não imporia sua vontade. Ela era livre para tomar suas próprias decisões.</>

— Poderia mudar algumas tradições relativas ao casamento, como expliquei para Vanieli. — Continuou o rei, soltando a mão e fixando o rosto sério dela. — Você poderia retornar para Cardasin de uma forma justa, livre da obediência ao seu pai. Eu teria alguém de confiança ao meu lado, que poderia herdar os títulos de Mirord e é perfeitamente capaz de liderar seus homens em campanha. Além disso…</>

— …é alguém que está tão interessado quanto você em descobrir a verdade sobre a morte de Mirord e punir os culpados. — Lenór complementou.</>

— Correto! — Ele mostrou um sorriso brejeiro e satisfeito com a artimanha. — E como você é filha do líder do Clã Azuti, haverá paz entre os clãs.</>

Lenór afastou-se dele. Passou a mão na testa, deixando a ironia verter em cada palavra:</>

— É, você está certo, Majestade. É uma ideia louca! Com coroa ou sem coroa, você está sempre brincando com a vida das pessoas, Mardus. — O acusou.</>

— Não é bem assim, Lenór. Você me conhece, sabe que estou tentando fazer a coisa certa.</>

Ela se voltou para encará-lo.</>

— Me sinto na obrigação de avisá-lo que, sempre que você tenta se desculpar por algo, suas palavras têm um tom ridiculamente falso, mesmo quando são sinceras.</>

— Pelos deuses, Lenór! Sim, foi tudo de improviso, mas há lógica nesse plano. Vai me dizer que não quer voltar para cá, para o seu reino natal? Vai negar que quer vingança por Mirord tanto quanto eu? Ou que não se divertiu ao ver o rosto contrariado do seu pai ao descobrir que Mirord fez de você sua herdeira? Vamos! Negue que você, que conheceu os reinos de Amarilian, em especial Barafor, e usufruiu da liberdade de ir e vir, de escolher a profissão que quisesse, de estar com o parceiro ou parceira que desejasse, também não sonha com o momento em que Cardasin possa se tornar um lugar assim?</>

Um sorriso torto surgiu nos lábios dela.</>

— Deuses, você é bom, Mardus! Como um bom monarca, sabe usar as palavras. No entanto, não precisa desperdiçá-las comigo. Sabe bem que, apesar de estar zangada com a situação em que me meteu, eu irei ajudá-lo, afinal, também lhe devo muito…</>

O soberano se empertigou, demonstrando desconcerto. Deixou um tom magoado vir às palavras:</>

— Não quero sua ajuda porque acha que me deve. Não exigiria algo assim.</>

Ela semicerrou os olhos, passando a mão pela têmpora direita. Seus cabelos eram muitos curtos ali, quase raspados, enquanto o topo da cabeça ostentava uma trança grossa que finalizava na nuca.</>

— Não, não mesmo. Você é nobre demais para dizer isso. Mas eu não terminei o que dizia, não seja apressado! Eu participarei desse teatro para ajudar um bom amigo, não um rei. Além do mais, como disse há pouco, meu irmão merece justiça e não há melhor maneira de honrá-lo do que descobrindo e punindo o mentor da sua morte. Quanto ao resto, Mardus… São os seus sonhos, não os meus. Cardasin não fez nada para me proteger quando eu precisei, não devo nada a este reino. Contudo, irei ajudá-lo por causa do homem que está no comando dele e, também, pelo irmão que perdi e amava esta terra.</>

Os ombros do rei relaxaram e ele deixou-se cair na cadeira, aliviado.</>

— Obrigado, Lenór.</>

Passou a mão no queixo, entristecido.</>

— Ouso lhe pedir mais um favor. Não julgue Cardasin pelo que Lorde Kanor fez. Você, mais que qualquer outro, sabe o quanto as amarras das tradições limitam a nossa visão. Somos condicionados a acreditar que não existe outra opção. Você se tornou esta mulher à minha frente, porque Mirord ousou lhe mostrar um caminho diferente. Agora, você será a guia para outras mulheres. Juntos, nós vamos mudar Cardasin!</>

Um sorriso irônico bordou os lábios dela. Mardus havia mesmo nascido para ser um líder. Contudo, ainda que ele achasse que a conhecia, não fazia ideia do quanto estar naquele reino, outra vez, a feria. Mirord tinha uma boa ideia sobre isso, porém seu egoísmo fez com que insistisse em ter a presença da irmã em seu casamento, mesmo sabendo que estava reabrindo as feridas que ela nunca conseguira fechar.</>

Os ombros dela subiram e desceram em um gesto de descaso.</>

— Se quer tanto assim fazer diferente, comece a mudança pelos seus planos. — Lenór cruzou os braços, sentindo a agradável brisa que entrava pela janela. — Ela precisa saber, Mardus. Você ofereceu sinceridade para nós, no tocante ao casamento. Faça o mesmo com o resto. Ao se casar comigo, aquela Kamarie também se tornará um alvo.</>

O rei balançou a cabeça, concordando, todavia se mostrou um pouco reticente ao questionar:</>

— Acha mesmo necessário?</>

— Sou eu quem deve perguntar. Você acha mesmo que eu conseguiria fazer algo às escondidas da minha esposa?</>

A última palavra lhe soou desagradável e ela pigarreou antes de continuar:</>

— Eventualmente, ela ouvirá e verá coisas. Talvez, interprete algo errado ou, pior, saia por aí comentando. Então, é melhor que saiba de todo o contexto no qual nosso casamento está inserido e que decida se realmente quer fazer parte disso. Se a ideia me agrada? Esteja certo que não. Eu não confio facilmente nas pessoas, você sabe.</>

Passou a mão na face, fitando o desconcerto na postura do amigo.</>

— Se vou me casar, será nos meus termos, não nos de Cardasin. — Enfatizou. — Não quero ninguém ao meu lado que não saiba no que está se metendo. Tampouco desejo ter sangue inocente nas mãos.</>

Mardus conteve a vontade de sorrir. Não poderia esperar menos dela e concordou com a sua opinião. Decidiu que falaria com Vanieli Kamarie antes da nova reunião com os clãs e contaria seus planos.</>

— Assim será. — Garantiu o soberano, antes de fungar, aliviado. — Entretanto, admito o meu desconforto em revelar tantas informações para uma moça que mal conheço.</>

— Não era você quem dizia que, para se viver, é necessário assumir riscos?</>

— E eu que achava que você não prestava atenção ao que eu dizia. — Ele riu.</>

— Às vezes, você falava coisas úteis. — Enfiou as mãos nos bolsos da túnica, cerrando os punhos. — Converse com ela. Algo me diz que não terá uma resposta negativa.</>

Ele olhou para a máscara largada sobre a mesinha. Arqueou uma sobrancelha ao ouvir o comentário e indagou:</>

— Por que diz isso?</>

— Ela parecia muito satisfeita, quando conversamos no salão do trono. Aceitou nosso compromisso rápido demais. Até você deve ter percebido isso.</>

— De fato. — Mardus concordou. — Mesmo assim, não quer dizer que a resposta será a mesma após ouvir tudo o que acabo de lhe contar.</>

Parada, no meio do quarto, Lenór acariciou o cabo de uma das espadas em sua cintura. Deixou sua mente vagar para os impressionantes olhos dourados de Vanieli Kamarie e como eles foram da confusão e receio pela proposta de Mardus, para a certeza absoluta quando ele definiu um prazo para o fim do compromisso, adicionando algumas vantagens como títulos e posses.</>

Lenór já vira um olhar como aquele em seu próprio reflexo, nas águas escuras e frias de um lago, onze anos antes. Suas feições exibiram o mesmo ar de felicidade contida, quando Mirord lhe disse que, quando a noite chegasse, ela estaria longe das garras de Lorde Kanor.</>

— Acredite em mim. Ela dirá “sim”. — Declarou.</>

Mardus riu baixinho com a certeza nas suas palavras. Deu o assunto por encerrado e decidiu satisfazer uma curiosidade. Descansou o rosto no punho fechado e, com a mão livre, apontou para a mão dela, onde um anel de prata brilhava, solitário.</>

— Serão dois anos de casamento, Lenór. Creio que é tempo mais que suficiente para que todas essas mudanças comecem a surtir um efeito positivo no povo. Contudo, preciso saber, isso aí não será um problema? Se a memória não está me pregando uma peça, é um anel de compromisso baraforniano.</>

Lenór enrijeceu a postura, fitando o anel por um longo momento, então ergueu a mão  mostrando a palma e disse:</>

— Não é nada com o que precise se preocupar. — Garantiu.</>

Mardus observou o aro prateado com atenção, notando uma particularidade nele. Não disse mais nada, porém assentiu com um balançar suave de cabeça. Agora, estava muito curioso sobre aquele anel, mas conhecia Lenór o suficiente para saber que ela só falaria a respeito quando desejasse. </>

<p “text-align: center;”>II</>

Vanieli interrompeu a caminhada por um dos corredores abertos do palácio quando avistou Lenór diante de uma fonte, no jardim. A comandante parecia estar concentrada na troca da guarda junto aos muros que envolviam o palácio, dezenas de metros adiante.</>

Aquela era a primeira vez que a via depois da visita que ela e o rei lhe fizeram.</>

Era madrugada quando bateram na porta dos seus aposentos. O rei pediu permissão para entrar, escolheu um lugar para sentar e discorreu sobre seus verdadeiros intentos para o reino. Depois, falou sobre o casamento.</>

Explicou que a união delas estaria sob atenção constante do povo e dos clãs e que, para cumprir sua missão, Lenór iria precisar se ausentar da capital com frequência e por tempo indeterminado. Se Vanieli ficasse sozinha, era provável que as pessoas começassem a enxergar o compromisso delas com mais desconfiança do que a esperada.</>

Se o povo acreditasse que o laço delas não era forte, seria apenas uma questão de tempo para fofocas surgirem e delas novos conflitos se delinearem. Portanto, Mardus esperava que elas agissem e se parecessem com um casal o máximo possível. Para isso acontecer, seria necessário que Vanieli acompanhasse Lenór aonde ela tivesse de ir.</>

Quando encerrou seu monólogo, o rei indagou se ela, Vanieli, aceitava colocar sua vida em risco daquela maneira. E, assim como Lenór previra, a moça não titubeou ao dar sua resposta:</>

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— </>Sim!</></>

</>

Quando o rei quis saber o motivo, ela também decidiu ser sincera:</>

</>

— Eu tenho um sonho, o qual acreditava que jamais poderia realizar, até o senhor me dizer que, se aceitasse me casar com ela, — mirou Lenór rapidamente — poderia desfazer esse laço ao fim de dois anos e que teria posses e liberdade para decidir sobre a minha vida. Eu quero ir a um determinado lugar. Porém, isso jamais será permitido por meu pai e, certamente, não acontecerá se vier a me casar com outra pessoa. Ajudá-lo a realizar os seus anseios, é me ajudar a alcançar os meus.</></>

</>

E quando Lenór se aproximou dela com uma expressão que parecia quase colérica e perguntou:</>

</>

— Você entende o que está fazendo, Kamarie? Compreende que essa união será respeitada pelos dois clãs e que eles cessarão suas disputas, mas que, em contrapartida, você e eu seremos rechaçadas, desprezadas, odiadas, por eles e todos os outros clãs? Nós seremos um casal diferente. Embora todos saibam que esse casamento tem por intuito pacificar o reino, nós ainda estaremos representando uma minoria marginalizada pelas leis arcaicas de Cardasin. Está preparada para receber todo esse ódio?</></>

</>

Vanieli retrucou com a mesma firmeza:</>

</>

— Estou bem ciente das consequências, mas não temo o ódio e o desprezo. Porque, quando nosso casamento findar e eu, finalmente, alcançar a liberdade que desejo, partirei de Cardasin para sempre.</></>

</>

Quase três semanas haviam se passado, desde então. Vanieli se tornou oficialmente uma hóspede do palácio durante esse período. Já que não valia a pena enfrentar uma viagem desgastante até Daquir, sua província natal, para acabar regressando poucos dias depois, uma vez que o casamento aconteceria na capital.</>

Além disso, as melhores costureiras do reino estavam ali, em Nazir. Seguindo as tradições, um novo traje de casamento deveria ser confeccionado para Vanieli. Pois, era considerado um mau agouro, além de um desrespeito, que uma noiva se casasse usando o mesmo vestido que seria destinado ao matrimônio com outro homem. </>

— Algum problema? — Perguntou a mulher que andava ao lado dela, antes de perceber a direção que o olhar da moça tomou. — É ela?</>

— Sim. — Respondeu para a mãe.</>

Um passo atrás delas, Darlan fez um barulhinho estranho com a garganta. Vanieli não precisava ver seu rosto para ter a certeza de que exibia uma expressão de poucos amigos.</>

Na primeira oportunidade que teve de ficar a sós com ela, o rapaz se mostrou tão indignado quanto todos os lordes a respeito das intenções do rei. Então, voltou a sugerir que os dois fugissem juntos. Coisa que Vanieli sequer se deu ao trabalho de pensar para rechaçar, todavia foi delicada ao fazê-lo, a fim de evitar alguma animosidade por parte do amante.</>

Ele pareceu conformado no momento, todavia repetia os mesmos argumentos todos os dias na esperança inocente de convencê-la. O fato era que não importavam os argumentos que Darlan usasse, nem a quantidade de charme que aplicasse no sorriso e palavras, ela não mudaria de ideia.</>

O que Darlan nunca conseguiu entender era que Vanieli gostava dele, mas esse gostar nunca passaria da satisfação da sua companhia em momentos de prazer. Ela tampouco tinha intenções de explicar isso ao rapaz, ciente de que ele não entenderia que seu espírito não poderia ser domado por homem algum, ainda que viesse a se casar com uma dezena deles e se mostrasse uma esposa dócil.</>

Seu amor só pertencia a ela mesma, ninguém mais. E se havia uma chance de que pudesse decidir seu próprio destino sem ter de responder às vontades do pai ou de um marido indesejado, ela não a perderia por ele ou qualquer outro.</>

— Ela parece tão comum.</>

Vanieli fitou a mãe, com o cenho franzido. Damna Jeine, por sua vez, continuou encarando a mulher junto à fonte que, agora, observava seu reflexo na superfície da água com apuro.</>

— O que esperava? — Quis saber, visto que a mãe raramente expressava sua opinião sobre algo ou alguém.</>

Damna Jeine mostrou um sorriso desconcertado.</>

— Não sei. Falam tantas coisas ruins sobre as </>daijins</>. </>Acho que esperava algum tipo de monstro, embora me recordasse de que era uma criança bonita.</></>

O vinco na testa da moça se tornou mais evidente.</>

— Não fazia ideia de que a conheceu nessa época.</>

— Só a vi uma vez. — A mãe fez um gesto de descaso. — Foi durante o funeral do Rei Arnand, avô do Rei Mardus. Ela me pareceu uma menina tímida e solitária. Imaginei que o motivo era a deficiência na perna. Lembro que mal ficava de pé sem o auxílio do irmão.</>

Vanieli tornou a observar Lenór. No pouco contato que tiveram, havia notado que ela mancava com frequência, mas creditou o fato a algum dos ferimentos que sofreu durante o ataque que vitimou seu irmão, Mirord. Com efeito, quando o rei visitou seus aposentos e revelou os verdadeiros planos, não chegou a lhe esclarecer que Lenór nunca esteve nas Terras de Aman. Portanto, continuava a acreditar que era uma </>daijin</>.</></>

— Após Lorde Kanor declarar que a filha caçula morrera durante uma investida de assaltantes, houve quem dissesse que ele próprio a matara. — Damna Jeine revirou suas memórias, enquanto admirava a pele bronzeada da futura nora. De fato, ela mal recordava a menina que conheceu.</>

— Por quê?</>

— O temperamento ruim de Lorde Kanor é famoso; isso serviu de combustível para as fofocas. O que sei, ouvi de muitas bocas. — Encolheu os ombros. — Eles retornavam de Everes. Lorde Kanor a tinha levado para conhecer seu prometido. Um dos lordes das montanhas, creio. Disseram que ele a rejeitou no momento em que a viu. Não queria se casar com uma “aleijada”. As más línguas afirmaram que Lorde Kanor ficou furioso, não com o rapaz, mas com a menina. E quando ele retornou para Cardasin com a notícia da sua morte, os boatos de que ele a assassinara se espalharam e ganharam força por não haver um corpo para os rituais funerários.</>

Ela sorriu para a filha e deu de ombros.</>

— São apenas histórias, que já não tem valor algum, visto que a moça está bem viva à nossa frente.</>

Na fonte, Lenór notou que era observada e dirigiu um cumprimento de cabeça para elas, antes de se afastar. Ela tomou o rumo da entrada norte do palácio, considerado o caminho mais bonito até os alojamentos da Guarda Real e seu local de treinamento. Era também, o caminho mais solitário, já que poucas pessoas circulavam por lá.</>

Vanieli acompanhou os passos ligeiramente claudicantes dela, pensativa. Passou os olhos onde a futura esposa estivera de pé com uma estranha sensação a lhe assaltar. A história que a mãe contou não lhe caiu bem, contudo era uma realidade para as mulheres naquela parte do mundo. Os homens as escolhiam como se estivessem decidindo qual égua seria uma boa procriadora.</>

Pousou uma mão trêmula sobre a balaustrada e Damna Jeine atentou-se ao movimento e a expressão débil que lhe tomou as feições, enquanto uma gota de suor escorria pela sua face até despencar no vazio.</>

— Está uma tarde muito quente e não me sinto bem. — Disse, de repente. — Vou me recolher.</>

— Irei acompanhá-la até seus aposentos. — Prontificou-se Darlan.</>

A moça fez um gesto de descaso, como se atirasse algo no vazio.</>

— Não é necessário. — Garantiu, já se afastando.</>

<p “text-align: center;”>III</>

</>

Lenór enxugou o suor da face com as costas da mão. Apesar de caminhar sob a copa das árvores, que eram numerosas naquele ponto dos jardins, o calor era intenso.</>

Após uma curva no caminho, ela avistou os lordes Timerio e Aulos. Eles estavam recostados em uma árvore e abandonaram o apoio para cruzar o caminho dela. A ausência dos seus guardas pessoais, deixou claro que aquele encontro não fora um acaso.</>

O vento que soprou carregando as folhas secas no chão e aliviando um pouco do calor, levou para ela o cheiro do vinho que eles tinham tomado há pouco tempo e uma mistura peculiar de ervas.</>

— Imagino que não estão aqui para me dar as boas-vindas. — Ela falou.</>

Após o anúncio oficial do casamento, ela deixou Cardasin e retornou para Andalus com o intuito de pôr em ordem seus negócios por lá, além de resolver questões pessoais. Sua viagem também envolveu uma rápida, mas proveitosa, passagem pelo Reino de Padrus. Havia chegado à capital Nazir naquela manhã, para a alegria de Mardus, que já estava preocupado com a possibilidade dela ter desistido de se casar.</>

Timerio se aproximou e atirou uma bolsa de moedas aos pés dela, que fitou-a com um leve arquear de sobrancelhas. Pelo tamanho, havia uma fortuna considerável ali. Possivelmente, o suficiente para que nunca mais necessitasse trabalhar na vida.</>

— Nós entendemos o que o rei está fazendo. — Disse ele. — Concordamos que é preciso haver paz no reino, mas não assim. Não às custas das nossas tradições e através de depravações. Pegue esse dinheiro e viva em paz onde bem entender, desde que seja longe de Cardasin.</>

Ela inspirou fundo, abandonando a contemplação da bolsa.</>

— É muita gentileza, Lordes. Pena que tenham perdido o seu tempo. — Fez um gesto suave com a cabeça e passou por eles, orgulhosa. — Espero que desfrutem a cerimônia de amanhã.</>

— Você pode não acreditar, mas nós não somos os vilões, mulher. — Timerio catou o dinheiro. — Depois de amanhã, você e aquela moça não terão um minuto de sossego. Estamos apenas tentando evitar uma tragédia maior. Consegue imaginar quanto sangue um casamento como o seu pode derramar, quando aqueles que verdadeiramente se opõem aos ideais do rei conseguirem fazer de vocês um exemplo? Pegue o dinheiro e parta.</>

Ele atirou a bolsa na direção dela, que se esquivou. A bolsa caiu no chão e o impacto desfez o laço que a mantinha fechada, derramando algumas moedas pelo caminho.</>

— “Exemplo” não é bem a palavra certa para usar. — Lenór falou. — O que você quer mesmo dizer, Lorde, é que irão tentar fazer de nós mais um motivo para haver outra guerra entre os clãs.</>

O homem deixou-se mostrar surpreso pela perspicácia dela, que continuou:</>

— É irônico, não é? Um casamento para trazer a paz, que também pode gerar uma guerra. — Agachou-se e catou as moedas, colocou na bolsa e devolveu ao lorde. — Mas a paz também se conquista através da guerra. E aqueles que você chamou de “opositores ao rei” vão descobrir que não é com ele que precisam se preocupar.</>

Timerio bufou, apertando a bolsa entre os dedos rechonchudos.</>

— Não viemos até aqui como seus inimigos e, sim, como pessoas tentando encontrar uma solução pacífica para um problema. E você acabou de jogar uma grande oportunidade fora. Mas, se é assim que deseja, não podemos fazer mais nada para ajudá-la.</>

Antes de se afastar e tomar a direção da qual ela viera, concluiu:</>

— O que acontecer a partir de agora, está além do nosso poder de intervenção. Então, faça uma boa viagem até às terras imortais.</>

Lorde Aulos não o acompanhou. Em vez disso, encarou o rosto inflexível de Lenór, que o mirou de volta, curiosa. Um instante se passou até que a presença de Lorde Timerio não pudesse mais ser percebida por ambos e tivessem a certeza de que estavam a sós.</>

— Nem todo mundo se desagrada do que o rei está tentando fazer, nem do seu casamento e tudo o que ele representa para Cardasin. — Disse ele, enfiando uma mão entre os cabelos prateados nas têmporas. — Viver nas sombras e em silêncio… Às vezes, é só isso o que resta para alguns neste reino.</>

Fez um gesto vago, mostrou um sorriso estranho e depois voltou a seriedade.</>

— Todavia, creio que este não é o melhor momento para as coisas mudarem, não quando todos os assuntos se resumem a guerras. — Sorriu outra vez. — Sei que já tomou sua decisão e que não é o tipo de pessoa que se dobra perante ameaças ou esquece seus valores diante do dinheiro. Tentei avisar Timerio sobre isso, mas ele é um tanto teimoso.</>

Trocou o peso entre as pernas, ligeiramente desconfortável com o silêncio dela. Entretanto, isso facilitava as coisas para ele, que não estava muito disposto a falar mais do que aquilo.</>

— Não interprete o que ele disse como uma ameaça e, sim, como um aviso. O Conselho dos Lordes não tem poder contra a decisão do rei. Pelo menos, não sem voltarmos à palavra “guerra”. De todo modo, já foi deliberado que não haveria mais tentativas de dissuadí-lo. Contudo, isso não significa que alguns desses lordes não tenham resolvido agir por conta própria. — Endireitou-se, elevando os ombros, quase como se fosse um soldado da guarda perante seu comandante. — Você pode ter a certeza de que nós dois somos os mais pacíficos. Não posso dizer o mesmo de Lorde Taniel, Lorde Aidar e, principalmente, Lorde Kanor. Meu conselho, “Comandante”, é que você e a sua esposa durmam de olhos bem abertos.</>

Ele fez uma reverência suave, inclinando o corpo para a frente rapidamente. Então, partiu.</>

Lenór permaneceu de pé, deixando-se envolver pelo vento agradável que percorria o lugar. Ela pousou as mãos na cintura, com um pequeno esgar, e focalizou uma árvore de tronco grosso, cuja folhagem baixa oferecia um bom esconderijo.</>

— O recado foi dado de forma bem explícita. Agora, pergunto: </>Você ainda quer se casar amanhã, Kamarie?</></>

Um instante se passou antes que Vanieli se deixasse ver, saindo de trás da árvore que ela olhava.</>

— Desista você, se é o que deseja. — A moça retrucou.</>

Os ombros da comandante balançaram suavemente, como se ela estivesse rindo. Entretanto, nenhum som lhe escapou, tampouco sorriu.</>

<img ” wp-image-12982 aligncenter” src=”https://www.lesword.com/wp-content/uploads/2020/09/LENOR_CAP-3-1024×683.jpg” alt=”” width=”553″ height=”369″ /></>

— Não é da minha natureza desistir. Nos vemos amanhã, Damna. — Lenór respondeu, voltando ao seu caminho.</>

— Você não tem medo? — Vanieli a inquiriu, antes que se afastasse muito.</>

Estava verdadeiramente curiosa sobre ela. Tanto que, em vez de ir para seus aposentos como disse para a mãe e Darlan, tomou os rumos dos jardins. Com efeito, uma ação que lhe renderia alguns problemas caso alguém as visse. Os costumes deviam ser honrados. Não era permitido que ficassem inteiramente a sós antes de se casarem, embora Vanieli achasse isso um exagero naquele caso. Afinal, eram ambas mulheres.</>

As pedrinhas sob os pés de Lenór fizeram barulho quando ela se voltou.</>

— Medo?</>

Falou, como se a palavra fosse estranha aos seus ouvidos.</>

— Sim… Eu já tive medo, mas não agora, e certamente não disso — fez um gesto que englobava as duas, indicando o compromisso que assumiriam no dia seguinte — ou dessas pessoas. Eu quero vingança e a terei com ou sem a sua ajuda. As intenções nobres, nessa história, pertencem somente ao rei.</>

Inclinou o corpo levemente, cumprimentando-a, e partiu de vez.</>


Olá, amores!

Obrigada pelo retorno carinhoso. Infelizmente, não deu tempo de completar a ilustração da Lenór, no fim do capítulo, mas espero que isso não tenha atrapalhado a visão que queria mostrar dela. Quanto ao mapa. Pretendo fazer outro somente de Cardasin, contudo, acho que deu para vocês terem uma ideia geral do terreno e não ficarem completamente perdidas na conversa do Rei e Lenór.

Então… Leu, gostou, comentou ou curtiu. Beleza?

Beijos e até a semana que vem.

Táttah



Notas:



O que achou deste história?

10 Respostas para 3.

  1. Táttah, estou fascinada!
    Amei todo o enredo e em como você coloca questionamentos sociais, tão relevantes na nossa própria sociedade, num texto tão empolgante de fantasia. Os meandros, as nuances de cada parágrafo, são maravilhosos!
    Manda ver, Maga!
    Beijão pra ti!

    • Mestraaaaaaa…

      Nossa, que alegria ter você por aqui. Adoraria dizer que esses questionamentos são apenas coisa da minha imaginação, infelizmente, é o contrário. Embora a sociedade do nosso país seja muito mais liberal em relação a outros lugares do planeta, certas coisas persistem.

      Nos resta torcer e trabalhar para mudar isso.

      Bem, te espero nos próximos. Se bem que sei que isso pode acabar demorando um pouquinho já que você anda aprontando a continuação de um certo texto que eu, particularmente, adoro e estou mais que ansiosa pra ler. Hehe…

      Beijão!

    • Hehe, alguns desses mistérios têm resoluções bastante simples, Carla. Outros, nem tanto. Mesmo assim, espero continuar tendo a sua companhia por aqui!

      Beijos!

  2. Tô adorando essa história. A cada capítulo curtindo mais essas duas personagens e o rei. Já tô com muita vontade de ver quando essas duas começarem a se apaixonar. Eu fiquei me perguntando pra onde será que a Vanieli quer ir depois desses dois anos, ela tem o desejo de ir pra ordem? E falando em ordem eu tô com uma curiosidade enorme de saber em que tempo está a história com relação a “A Ordem”, Se o tempo está um pouco antes ou depois dos acontecimentos de “A ordem”… Obrigada, autora. Sua história é muito boa. Tenha uma boa semana.

    • Flávia,

      Muito feliz que está curtindo. Então, vou deixar uma das suas perguntas sem resposta para não dar spoiler, embora você tenha uma teoria bastante interessante sobre ela. rs…

      Enfim, a história está se passando 5 anos após a guerra em Flyn. Haverá um comentário sobre isso nos próximos capítulos.

      Obrigada por tirar um tempinho para ler e comentar.

      Beijo grande!

  3. Uau,

    Eu não me admiro mais ao ler teus caps. o q gostaria de saber é
    existe um patamar? Pq a cada cap. fico mais enamorada, pela história
    e pelas gurias… Lenór e Vanieli… um lindo casal…

    Só não me agrada essa coisa de até semana q vem. Isso é mto tempo.

    Tattah, maravilhoso e as ilustrações uma melhor q a outra.
    ? ? ?

    • kkkkkkkkkkkkk…

      Owww, Nádia, uma semana passa tão rápido… É tempo suficiente para a autora arrumar o texto bagunçado e desenhar algo legal para vocês. Hehe…

      Obrigada pela tua companhia, sempre.

      Beijos!

  4. Gostou?! Eu queria era ter o livro inteirinho na minha mão para devorar sem parar para comer, beber ou dormir, afinal a história têm mistério, romance, paixão, ciúmes, aventura e muito assunto atual. hahaha

    Ah, tô adorando as ilustrações!

    Bjãoooooo

    • Haha… Preguicella, já vi que somos parecidas quando o assunto é ler. kkkk… Também não consigo parar até chegar à página final.

      Obrigada pela companhia.

      Beijos!

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