Nosso Estranho Amor

8. Um segundo sumiço?

Acordei com um corpo grudado nas minhas costas, estava dolorida isso é óbvio, mas quem disse que estava reclamando? Com muito custo me afastei da Ágatha relembrando os momentos deliciosos que tivemos, a mesma dormia como uma pedra, com o cabelo ruivo esparramado pelo travesseiro e um olhar tão sereno que nem parecia aquela diabinha que esgotou minhas energias. Eu estava muito cansada fisicamente, mas já era pouco mais de 06:00H, não teria tempo para voltar a dormir, 07:30H já deveria estar em sala de aula.

Tomei um banho rápido, me arrumei e fui preparar nosso café da manhã, nada da Ágatha acordar. Coloquei tudo em uma bandeja e levei até o meu quarto.

–Minha linda, já tá na hora de você acordar. -respondi beijando o pescoço da ruivinha, percebi seus pelinhos arrepiarem e seus gemidos, mas a Ágatha continuava a fingir que dormia, então fui além… Desci distribuindo beijos pelos seus seios que eram minha perdição, então ela me agarrou pela cintura e rolamos pela cama.

–Acho que morri e fui pro céu. Já acordo e vejo um anjo. -ela disse me deixando tímida. -Me dá um beijo pra eu ver se é real.

–Melhor não meu anjo, eu já estou arrumada.

–Se o problema for esse, prometo escovar meus dentes e tomar um banho, será que tô fedendo muito? -não acreditei nisso e comecei a rir.

–Não é nada disso sua boba, mas daqui a pouco preciso estar na escola. Prometo te recompensar depois.

–Minha memória é muito boa, vou cobrar essa promessa com juros depois.

–Como queira, agora vamos tomar nosso desjejum.

–Meu Deus! O que mereci pra ganhar café da manhã na cama? -vi um brilho de felicidade no olhar da Ágatha e ali já percebi que meu dia iria valer muito a pena.

–Só por você estar me fazendo feliz merece isso e muito mais. -disse lhe dando um beijo que aos poucos foi tomando mais vida.

–Vamos deixar o melhor pra depois, você mesma disse que precisa chegar logo ao colégio. Podemos nos ver mais tarde?

–Hoje meu dia é ainda mais corrido que ontem, então…

–Já sei, vai dizer que não dar. -notei o mau humor da Ágatha e me controlei para não rir.

–Tem certeza que a marrenta sou eu? Ia sugerir que almoçássemos juntas no restaurante perto da escola, que tal?

–Amei a ideia. De noite quer que eu venha dormir aqui?

–Eu adoraria, mas o apartamento é do meu irmão, essa noite demos sorte que ele dormiu na casa da namorada, mas com você por aqui ele vai fazer várias perguntas.

–Tá bom, princesa. Com o passar do dia vamos vendo como vamos nos encontrando.

–Promete pra mim que não vai sumir do mapa de novo? -não queria mais ficar longe da Ágatha, não me importaria de dividi-la com outras mulheres.

–Juro, não farei essa besteira novamente.

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Naquela manhã meu bom humor não passou despercebido pelos colegas de trabalho, na verdade meu irmão logo notou o quanto estava alegre para uma terça-feira, aquele ali nunca aguentava a curiosidade, então não foi surpresa quando na hora do recreio o Renan veio me abordando com várias perguntas na sala dos professores.

–Maninha, o que te deu? Você é a pessoa mais mal humorada que conheço pelas manhãs e agora tá esbanjando alegria por todos os poros.

–Renan, há pessoas que simplesmente têm o poder de arrancar o nosso melhor pelo simples fato de existir. -disse suspirando.

–Com essa cara de boba e sorriso de orelha a orelha posso dizer que o assunto é muito sério, acho até que andou transando, sua pele tá mais corada.

–Quando te dei liberdade pra me tratar dessa forma? O que faço ou não faço na minha intimidade não lhe diz respeito, não ando perguntando o que você faz ou deixa de fazer com a Rebeca. -respondi energicamente.

–Calma Giovanna! Não tem motivo pra ficar aborrecida. Apenas como seu irmão mais velho prezo muito pelo seu bem-estar, não quero te vê sofrendo por ninguém, sempre prometi que cuidaria de ti. -neste exato momento me arrependi de como tratei meu irmão.

–Desculpa mano. Agradeço muito a sua preocupação comigo, você e nossos pais sempre cuidaram muito bem de mim, claro que da parte deles mudou depois que comecei a namorar com a Pietra, mas eu já tenho 27 anos, preciso aprender a lidar com as quedas e tristezas sozinhas quando aparecerem, tá na hora de eu caminhar com as minhas próprias pernas. Não entenda isso como algo ruim, mas como parte do meu amadurecimento humano.

–Preciso mesmo entender que a minha caçulinha cresceu e fico muito orgulhoso, mas pode contar comigo sempre. -o Renan me abraçou emocionado e ali mesmo demos esse assunto por encerrado.

O restante da manhã foi passando a passos muito lentos, a realidade é que não sei se o dia estava passando devagar ou se eu é que estava eufórica demais para me encontrar com a Ágatha, talvez fosse um pouco dos dois. Por sorte, minha última aula foi com a turma do quinto ano B, eles eram a melhor turma para dar aula, bastante inteligentes, empenhados, prestavam atenção e nem faziam barulho, com todos esses pontos a favor pude liberá-los mais cedo.

Pouco antes do meio-dia já estava feliz da vida indo para o restaurante onde havia combinado de me encontrar com a ruiva, tratei de escolher a mesa que tinha o melhor campo de visão, fiquei aguardando ansiosamente pela presença da Agatha, uma expectativa positiva que se transformou em decepção depois que se passaram mais de uma hora de relógio e nada dela chegar, até liguei para o seu celular que estava desligado.

Sim, havíamos transado, ela deve ter me achado fácil demais, talvez nem tenha gostado da transa, prometeu que iria almoçar comigo, mas no final das contas a Pietra e a Ágatha deveriam ser farinha do mesmo saco. Com tudo isso até perdi a fome e nem almocei, faltando pouco mais de vinte minutos para começar o turno da tarde me encaminhei à escola.



Notas:



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