16. Capítulo: Surpreendentes segredos.
__ Ei! O que aconteceu? Dá pra você diminuir o passo? Me explica. – Luna pedia explicações em quanto tentava acompanhar os passos da amiga.
Mia não disse uma palavra. Ao chegar em sua suíte, preocupou-se em arrumar as malas. Luna segurou-lhe as mãos.
__ Calma Mia. – Ao ver a amiga desabar num choro sentido, abraçou-a. __ Se acalma e me diz o que aconteceu.
Após derramar todas as lágrimas que podia, Mia acalmou-se e passou a relatar o ocorrido.
__ Ela não me ama, Luna. Não sente nada por mim além de desejo. Não é uma medrosa como eu pensei, ela é bem segura do que faz. É fria e calculista e sua única preocupação é me provar que eu não posso tê-la. – Levantou-se. __ Como eu fui burra! A verdade é que ela nunca mentiu sobre suas intenções. Sempre admitiu que sentia desejo por mim, mas nada além disso, eu que me deixei iludir, mas chega! Isso acaba hoje.
__ Tenha calma Mia! Você sabe que não podemos ir a lugar algum a essa hora da noite. Tem o seu trabalho que precisa ser concluído e você não pode por tudo a perder por causa dessa mulher. – Ao ver que Mia caía em si, continuou. __ Você precisa de um banho e de descanso agora, amanhã decidiremos o que vamos fazer, ok? – Mia concordou.
A morena tomou um banho demorado e deitou-se. Luna ficou ao seu lado afagando seus cabelos até adormecer. Ao ver que a amiga dormia, Luna pegou o celular e discou um número.
__ Podemos nos encontrar na piscina?
__ Claro, te vejo lá.
Minutos depois.
Luna aproximou-se de Renata, que já estava a sua espera.
__ Quando você me pediu o número lá no luau, não imaginei que ligaria tão rápido. – Renata disse descontraída.
__Infelizmente o motivo da minha ligação não é o mesmo que me fez pedir seu número. – Disse séria. __ Renata eu cheguei aqui com um objetivo que era ajudar minha amiga a conquistar uma mulher, só que eu não sabia que o caso era tão sério. Eu nunca vi a Mia do jeito que está agora: Desprotegida, insegura, confusa e perdidamente apaixonada. – Deu uma pausa. __Bem… Eu te chamei porque soube que você também se propôs a ajudar, mas pelo que tenho visto, a Mabhe não sente o mesmo pela Mia e eu não estou gostando nada de ver minha amiga nesse estado, então me diga: O melhor a se fazer é levar a Mia daqui e ajudá-la a esquecer essa ruiva ou acreditar que existe um amor recíproco precisando apenas de uma ajudinha pra se revelar?
__ A Mabhe está apenas confusa, Luna. Eu acredito que ela ama a Mia, dá pra ver em seus olhos. Sabe… A Mia não foi a primeira mulher a se apaixonar pela Mabhe. – Baixou os olhos. __ Quando eu cheguei a Veronna, a contra gosto de Pierre, ela me acolheu e foi tão carinhosa que foi impossível não me apaixonar. Eu ficava fascinada com sua beleza e sua vitalidade. Dia após dia eu alimentava um amor platônico. Um dia eu não consegui segurar e acabei roubando-lhe um beijo. Ela se assustou, mas depois que contei tudo que eu vinha passando, ela me entendeu e me ajudou a descobrir que isso não passava de carência e nos tornamos mais amigas. – Pausou.
Luna ouvia atentamente.
__ Ao longo do tempo, homens e até mulheres se encantaram pela mergulhadora do hotel Lumiére La Vi, mas mesmo sofrendo com a arrogância do meu irmão e o jeito bruto do qual era tratada, ela permaneceu fiel e indiferente a qualquer tipo de aproximação, até a Mia aparecer. Eu não sei bem até onde a Mia conseguiu chegar, mas pelo que conheço da Mabhe, foi além do que qualquer pessoa conseguiu.
__ Eu não entendo. Já que o marido dela é um sacana e ela gosta da Mia, por que age dessa forma? Por que não é honesta consigo mesma?
__ Porque Pierre é um manipulador ordinário. Assim que casaram, a mãe da Mabhe sofria de um câncer de mama. Ele custeou todo o tratamento e por meio disso, ela conseguiu mais alguns anos de vida. Hoje a Mabhe se sente em dívida com Pierre e ele usa isso para chantageá-la.
__ Isso é um absurdo. Ela não pode deixar de viver por causa disso.
__ Mas o que realmente a impede de tentar é seu descrédito no amor que a Mia diz sentir. – Concluiu.
__ Mas eu não sei o que ela quer que a Mia faça para provar esse amor, na verdade eu nem sei mais se minha amiga faria alguma coisa depois dessa noite. A Mia estava fora de si, acho que se fosse de dia, já estaríamos longe daqui.
__ Vocês não podem partir amanhã, Luna. Tire isso da cabeça da Mia, acharemos um jeito de juntar essas duas. – Disse convicta.
__ Vou fazer o possível, agora… – Aproximou-se da morena. __ Mudando um pouco de assunto… A sua boca é um convite tentador. – Tocou nos lábios de Renata.
__ Aqui é perigoso, podem nos ver. – Levantou-se. __ Vem comigo. – Estendeu a mão que foi rapidamente tomada pela loira.
****
Mia acordou com Luna abrindo as cortinas deixando o sol tomar todo o quarto.
__ Droga Luna! – Disse enfiando o travesseiro no rosto.
__ Acorda dorminhoca, Temos que pegar nossa amiga “japa” no aeroporto. – Disse tirando o travesseiro do rosto da amiga.
__ Samantha?! – Assustou-se.
__ Temos outra amiga “ japa”?
__ Peraí Luna, ela não nos avisou. – Pulou da cama. __ Ela não pode vir… Estaremos voltando pro Rio hoje. – Pegou o celular. __ Vou ligar e mandar ela desistir. – Luna tomou o celular de sua mão.
__ Eu liguei pedindo que ela viesse. São onze horas da manhã e ela já deve estar chegando ao aeroporto a essa hora. – Mia estava estática enquanto Luna caminhava pelo quarto totalmente segura dos seus atos. __ Portanto corre já pro chuveiro, se não, vamos nos atrasar.
__Enlouqueceu, Luna!? – Berrou. __ Te disse que estaríamos voltando hoje! Você não deveria ter ligado pra Samantha. – Enquanto Mia berrava, Luna tapava os ouvidos. __ O que deu em você? Veronna torrou seus neurônios por acaso?
__ Pronto? Parou de berrar? – Disse ao ver Mia parada a espera de uma resposta. __Bem… Eu decidi que não iremos embora…
__ Você o quê?? – Gritou.
__ Isso que você ouviu. Não iremos embora por causa dessa mergulhadora. Você tem um contrato a cumprir e se não se lembra, te refresco a memória, sua revista está no vermelho e você não está em condições de se indispor com esse tal de Pierre, sendo assim, a senhorita vai trabalhar esses quatro dias que te restam como uma boa moça e eu e a Sam iremos nos encarregar de te manter longe de problemas. – Finalizou a frase com um sorriso luminoso impedindo Mia de contra argumentar.
***
Avistaram Samantha. As três se abraçaram por longos minutos. Mia pediu que Guto levasse as malas de Samantha para o carro e as aguardassem lá.
As amigas seguiram para um restaurante dentro do aeroporto. Conversavam animadas quando Mia reconheceu a silhueta de uma mulher bastante conhecida.
__ O que a Melania faz aqui? – Luna e Samantha, que estavam sentadas de costa para a mesa de Melania, viraram-se para ver. Minutos depois surgiu Pierre La Vi e sentou-se na mesma mesa que a mulher.
__ Pierre? – Surpreendeu-se.
__ Se esse é o dono do hotel, talvez estejam numa reunião de negócios. – Disse Luna.
__ Vou ligar para o Sal e verificar isso agora. – Mia discava os números quando Pierre e Melania trocaram um ardente beijo na mesa em frente.
