Nos Corais de Veronna

Capítulo 11 – Ciúme é alimento para o ego

11.Capítulo : Ciúme é alimento para o ego.

Mia devorava o sexo de Renata que gemia alto. O local escolhido fora um gramado próximo ao riacho, estrategicamente distante da trilha.
Mabhe se aproximava pela trilha a passos largos. Foi seguida pelos gemidos de Renata, que no momento grudara nos cabelos da fotógrafa incentivando-a a continuar.

__ Ahhh Mia… Que gostoso… Não para… ahhh… Eu vou… ahhh… Vou…
__ Vai levantar daí agora e vestir suas roupas! – Mabhe estava parada em frente as duas, de braços cruzados e visivelmente fora de si.

__ Mabhe! – Assustou-se a instrutora. Mia simplesmente sentou na grama e com um meio sorriso nos lábios, passava a língua no canto da boca, saboreando o gosto da morena.

Renata levantou-se de sobressalto. Vestia-se apressadamente.

__ É esse o tipo de trabalho que costuma desempenhar no hotel?
__ Eu… Eu não…
__ Não se dê ao trabalho de explicar, Renatinha. Não pra mim. Guarde suas explicações para Pierre. Ele sim vai adorar saber o que a irmãzinha caçula dele anda aprontando nas dependências do hotel.
__ Irmã?? – Dessa vez foi Mia que levantou-se sobressaltada.
__ Exatamente, senhorita Maria Anastácia. – Voltou a atenção para Mia. __ Renata La Vi. A irmã rebelde do meu marido e pelo que me consta, está se reabilitando aqui no hotel. – Lançou um olhar reprovador para a moça.
__ Mabhe… Por favor… Não conta nada pro Pierre. – Suplicava.
__ Vai para o hotel Renata. Conversaremos lá. – Disse friamente. A outra obedeceu.

Mia ainda se recuperava da revelação.

“Mais uma La vi meu Deus?! Que mal eu fiz pra merecer isso?” – Pensou.

Estava imersa em seus pensamentos e não se deu conta quando Mabhe se aproximou e ficou parada na sua frente com as mãos na cintura. Tinha um brilho estranho nos olhos que Mia identificou como : Ira.

__ Ok, Ok! Eu errei ta? Mas eu não sabia que ela era a “irmãzinha” do seu “maridinho” Ela não me parece francesa. – Ironizou. __ Todo mundo nesse hotel é da mesma família por acaso? – Sentiu o olhar da ruiva pesar sobre si. __ Para de me olhar assim! Eu simplesmente transei com uma pessoa e ela não estava com uma etiqueta dizendo: “Irmã do magnata, não toque” Te garanto que já tive problemas demais com uma La Vi, não cometeria o mesmo erro se soubesse. – Fixou os olhos da mulher a sua frente. __ Agora vai! Faz o que você tem que fazer que eu já sei o que devo fazer também: Minhas malas. – virou-se para pegar seu equipamento, Mabhe a impediu.

__ Você é uma cadela no cio. – Disse segurando no braço da morena. __ Pouco me importa se foi com a Renata. – Olhou com os olhos mareados de lágrimas. __ Poderia ser com a faxineira, a cozinheira, com quem diabos fosse! – Chorava. __ Você é uma vagabunda e isso eu já deveria saber desde que te vi.

A fotógrafa não esperava tal reação. Estava claro que o descontrole de Mabhe era causado pelo ciúme. Sentiu que o amor, que tentara sufocar nos últimos dias, aflorava do seu peito mais intenso que antes. Impulsivamente abraçou Mabhe.

__ Se me ama por que me rejeita? – sussurrou em seu ouvido. A outra desvinculou-se rapidamente.
__ Não me toca! Para de dizer que me ama. Isso que você chama de amor, eu chamo de desejo pelo que não se pode ter. – Limpou as lágrimas que caíam compulsivamente. __ São caprichos de uma menina mimada.
__ Quem é você pra me julgar? Que tipo de mulher virtuosa se deixa seduzir por uma menina mimada, apenas para mudar a rotina de um casamento fracassado? Heim? – Gritava. __ Onde está a virtude nisso, senhora Mabhe La Vi? Me responde! – A mergulhadora calou-se. __ Você é tão vagabunda quanto eu se pensa que vou servir de válvula de escape! – Sentiu as lágrimas escorrerem. __ Dane-se o seu ciúme! Eu não sou seu brinquedinho. Saio transando com quem bem entender e nunca me sentirei suja ou vadia e sabe por quê? Por que faço tudo com a consciência limpa de que não estou traindo ou iludindo ninguém.

Pegou os equipamentos jogados no chão.

__ Agora vai contar para Pierre. Eu precisava mesmo de algo que me arrancasse daqui. – Guardou seus materiais na mochila que levava e virou-se em direção a trilha. Parou confusa. Não sabia qual caminho pegar.

O sol não mais brilhava alto. A noite chegara lentamente de forma que as duas mulheres não perceberam.
Mabhe tentava se controlar. Nunca antes tinha agido tão impulsivamente. Mia mexia com seus sentidos. Observava a morena a sua frente e não conseguia parar de desejá-la. Passou a mão nos cabelos, como se pudesse afastar da cabeça seus pensamentos voltados a mulher, que no presente momento, parecia fazer “unidunitê” para escolher em qual caminho seguir. Moveu-se ao vê-la tomar um caminho errado.

__ Você vai se perder. – Aproximava-se.
__ Já estou perdida. – Disse sem voltar-se para Mabhe.
__ Não se preocupe. Não direi nada á Pierre. – Parou ao lado da fotógrafa.
__ Não me referia a ele. Estarei perdida enquanto estiver em Veronna. – Buscou os olhos da ruiva.
__ Essa é a trilha que devemos pegar. – mudou de assunto. __ Temos que andar depressa antes que a noite caia completamente. – Seguiu na frente.
__ Se não acredita no meu amor, por quê o alimenta dando crises de ciúmes? – Retomou o assunto.
__ O ciúme alimenta apenas o ego de quem ele é direcionado, Mia. – falava calmamente enquanto guiava o caminho.
__ Meu ego é convalescente ao seu lado. – Pensou em voz alta. Ouviu a ruiva a sua frente dar um risinho tímido. __ Já o seu é massageado até não poder mais, perto de mim né? – irritou-se por seus comentários impulsivos e apaixonados. “Sou uma idiota mesmo” – Pensou.

Mabhe virou-se.

__ Não só o meu ego é massageado, como a minha vida retoma as cores ao seu lado. – Afastou a meia franja que cobria os olhos de Mia.
__ Você me confunde, mulher. Eu estou pagando todos os meus pecados com você. – Tocou a face da ruiva. __ Não faz joguinho comigo, por favor. Eu estou sofrendo. – Encostou a testa na dela. __ Me liberta ou me prende de vez, mas não fica brincando comigo.
__ Não quero brincar com você meu anjo… Minha diaba. – Sorriu melancolicamente. __ Simplesmente não posso viver essa relação. – Afastou seu rosto de Mia. __ Temos que continuar ou não enxergaremos mais o caminho.

Mia desistiu de tentar argumentar. Estava cansada demais pra isso. Precisava de um banho e de sua cama. Não sentia vontade de comer ou de imaginar planos mirabolantes para conquistar a mergulhadora. Ao menos não naquela noite. Seguiu em silêncio o restante do caminho.
Ao aproximarem do hotel, Mia quebrou o silêncio.

__ Ficarei apenas mais essa semana em Veronna. Se mudar de ideia, não me importarei de levar mais uma mala. – Brincou.
__ Palhaça. – Sorriu.
__ Falo sério. – Recobrou a seriedade.
__ Não conte com isso Mia. – Advertiu calmamente. __ Boa noite.



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