It´s a love story, baby, just say yes

Capítulo 14: Tão perto e tão longe…

 

– Amor, você tem certeza que devemos deixar as crianças viajarem sozinhas mesmo?

– Elas não vão sozinhas amor, a madrinha dos dois estarão lá.

– Mesmo assim. Você acha que as duas darão conta desses adolescentes todos?

– Amor, elas nem vão ver esses meninos, eles vão ficar o tempo todo na rua, na praia, sei lá….

– Isso é pra me tranquilizar? – Dulce sorriu antes de a responder.

– Meu amor, o que a gente vai fazer? Trancar eles dentro de casa? Pelo menos terão dois adultos junto….

– Eu falei com a Mai, ela também está preocupada…..os dois juntos lá….

– Annie, eles não vão dormir juntos.

– Eu sei, mas….você já se esqueceu da gente nessa idade? Eles dão um jeito.

– Eu sei, mas o Matheus não é assim, ele respeita ela. Até porque isso eles poderiam fazer em qualquer lugar e não fizeram até então…. A gente tem que confiar neles, até porque a casa vai estar tão cheia que duvido que consigam fazer algo….

Anahi suspirou em dúvida….sabia que provavelmente a mulher estava certa, mas ficava preocupada, eram só crianças ainda….

– Fora que….- Dulce falou com um sorriso e Anahi a olhou percebendo a mudança na voz da mulher- eu preparei umas coisinhas pra esse fim de semana….

– Coisinhas? Que coisinhas?

– Surpresa. – Dulce sorriu ao falar e mordeu o lábio inferior- Mas posso te adiantar umas coisas….

– Tipo? – Anahi perguntou chegando um pouco mais perto dela, com as mãos apoiadas na cama.

Dulce a segurou pela nuca e num ato rápido a puxou a virando na cama e passando uma das pernas entre as da mulher que deu um gritinho sem esperar a ação dela.

– Tipo uma lingerie….muito vinho e dança….- sussurrou e aproveitou deu uma mordida no pescoço.

– Lingerie é? – Anahi sussurrou sentindo a mão da mulher entrar por baixo da sua blusa.

– Aham…- Anahi deu um leve gemido ao sentir a mão da mulher apertar seu seio direito enquanto sentia Dulce pressionar sua coxa contra a dela.

Elas ouviram a voz de Giovanna atrás de Lupita que ainda “trabalhava” lá, na verdade ela ficava porque queria, já tinha mais de 70 anos, mas dizia que não queria largar pois elas eram a sua família e tinha um carinho enorme especialmente pelas crianças que a chamavam de “Ba” até hoje. E foi o que elas ouviram, Giovanna gritando a “Ba” lá da escada.

– Quando essas crianças vão viajar mesmo? – Anahi perguntou após respirar fundo tentando se controlar.

– Amanhã. – Dulce riu ao falar e voltou a sentar na cama.

– Onde você vai? – Anahi ainda estava inebriada.

– Daqui a pouco um deles entra aí, a porta está aberta. – explicou e não demorou muito pra que isso acontecesse.

Ouviram batidas na porta e logo a filha entrou falando das roupas que queria levar, ela estava atrás de uma blusa e não achava.

– Mãe, me ajuda por favor!

– Filha, deve estar lá pra lavar….- Dulce falou com ela.

– Não está lá, mãe. Por favor?? – fez sinal com as mãos na frente do rosto e Dulce riu.

– Ok. Vamos lá.

– Mamãe, você está bem? – perguntou pra Anahi que ainda estava escorada na cama, Dulce olhou pra mulher e riu mas Giovanna não percebeu pois olhava a mãe.

– To. Por que? – nessa hora Anahi se sentou se ajeitando.

– Tá com uma cara estranha….

Dulce riu e puxou a filha de lá.

– Vamos logo ver essa mala, vem filha. – saíram de lá e Anahi conseguiu respirar aliviada.

No dia seguinte, Anahi foi levar os meninos no ponto de encontro, na casa de Sophie e Fuzz, pois elas tinham alugado uma van pra levar todos.

– Tá tudo certo? – perguntou pra Fuzz, as duas estavam na porta da van conversando.

– Acho que tá….- Fuzz sorriu e deu uma olhada lá pra dentro da van, uma gritaria só- Tem certeza que você não quer ir junto?

– Não, obrigada. – Anahi riu ao falar- Fora que segundo a Dulce, ela está preparando alguma coisa pra esse fim de semana….

– Ah, então você vai passar o fim de semana melhor que eu….- as duas riram.

– Com certeza! – elas pararam de falar porque ouviram umas gritarias lá dentro mas não era nada, apenas gritaria normal de adolescentes. As duas se entre olharam e Anahi riu- Vocês são loucas, sabia?

– Hahaah. O que a gente podia fazer? A Mel quando coloca uma coisa na cabeça é difícil tirar….- Anahi balançou a cabeça rindo porque conhecia muito bem a afilhada- Às vezes eu acho que ela deve ter o DNA da Sophie, porque não é possível…. É difícil argumentar com ela!

– Hahahaha. Sei como é….

– Vamos, amor? – Sophie apareceu ali ao lado delas.

– Vamos.

– Boa sorte viu e liguem avisando quando chegarem por favor…. Eu pedi à eles mas sabe como é né?

– Hahaha pode deixar. – Fuzz falou e as duas se despediram e Anahi deu um tchau geral pros filhos, afilhados e o resto dos que lá estavam e então foi pra casa.

Quando Anahi chegou em casa, parou na cozinha pra beber um copo d’água, estava voltando pra sala quando ouve passos na escada, ao olhar pra cima viu Dulce descendo já nos últimos degraus apenas de biquíni e por cima um roupão transparente, Anahi ficou boquiaberta pois não estava esperando…. Dulce sorriu pra ela e desceu os últimos degraus da escada.

– Já chegou, amor?

– Cheguei….- Anahi falou ainda boquiaberta e viu Dulce sorrir.

– Que bom. – Dulce passou os braços pelo seu pescoço ao falar- Sabe, estava pensando….você não está com calor não?

– To ficando….- falou olhando pro corpo da mulher e Dulce sorriu.

– Que bom. Então por que você não vai lá em cima e se troca? – Anahi apenas concordou com a cabeça e Dulce mais uma vez sorriu, satisfeita- Te espero na piscina tá? – passou por ela rebolando e Anahi apenas a seguiu com o olhar.

Quando Dulce desapareceu de sua vista, ela subiu se trocando. Pôs um biquíni e um vestido qualquer por cima.

Ao chegar na área da piscina viu a mulher deitada em uma das espreguiçadeiras de óculos escuros e uma das pernas flexionadas a dando uma visão completa das suas, deu um sorrisinho e foi até ela, Dulce sentindo a sua presença a olhou e ao vê-la ali sorriu.

– Quer? – sentou-se oferendo o drink que tinha preparado pra ela, Anahi pegou dando um gole e sentou à frente de Dulce.

– Não está meio cedo pra gente começar a beber?

– É só um drink….- Anahi sorriu dando mais um gole e então aproximou o rosto sussurrando em seu ouvido.

– Cadê os empregados?

– Dei folga, só voltam segunda.

– Ah é? – Anahi continuava na mesma posição e deixou sua mão descer pela barriga da mulher, deixando a unha a tocar pra que a arrepiasse.

– Uhum. – Dulce respondeu adentrando a mão pelos cabelos próximos a nuca da loira e recebeu um apertão em sua cintura.

Anahi ía a beijar mas Dulce desviou e se levantou.

– Vamos entrar? – disse e em seguida se virou de costas deixando o roupão cair, em seguida ela mergulhou na água. Anahi ainda a olhava do lado de fora- Não vem amor?

Ela não respondeu, deu mais um gole do seu drink e em seguida o deixou ao lado, retirou sua roupa e em seguida entrou na piscina. Assim que ela entrou, Dulce se aproximou dela a abraçando pelo pescoço ao mesmo tempo que Anahi a abraçou e então Dulce passou as pernas envolta da cintura da mulher. Finalmente se beijaram.

Anahi a levou a empurrando contra a borda da piscina e em pouco tempo as duas estavam sem nada se amando na piscina.

– Há quanto tempo a gente não fazia isso na piscina? – Anahi falou ainda ofegante e se livrando da cinta com o dildo.

– Muito tempo! Não lembro nem quando foi a última vez que eu tomei um banho de piscina a sós com você…. – as duas sorriram ainda abraçadas.

Mais tarde, após o banho, elas estavam deitadas na cama, Anahi estava deitada de bruços com apenas a toalha a cobrindo enquanto Dulce terminava de passar um hidratante nas pernas.

– A gente está velha mesmo amor….- Anahi falou e Dulce a olhou e então a loira sorriu.

– Por que? – Dulce deitou atrás dela ao perguntar.

– Porque se fosse há um tempo atrás, a gente tinha transado na piscina, no banho e já estava querendo mais aqui na cama….- as duas riram- mas eu to morta! – Dulce voltou a rir e deu um beijo no pescoço dela antes de a responder.

– Pois eu tenho uma coisa pra te falar.

– O que? – Anahi virou o rosto a olhando.

– Não sei se a gente está velha, mas eu sei que você continua muito gostosa….- Anahi sorriu- E eu continuo te desejando muito….- Anahi fechou os olhos ao sentir os toques da mulher pelo seu corpo enquanto a abraçava pela nuca- E te amando mais ainda! – Anahi abriu os olhos ao ouvir e deu o mesmo sorriso bobo que sempre deu ao ouvir isso, Dulce acabou acompanhando o sorriso dela.

– Como pode depois de todos esses anos você ainda conseguir arrancar esse mesmo sorriso de mim quando você fala essas três palavrinhas?

– Muito amor, eu acho….

– Muito amor. – as duas sorriram antes de se beijarem.

Recomeçaram. Passaram o fim de semana se curtindo.

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Já instalados, Mel foi no quarto das mães avisar que eles estavam indo pra praia, a casa era literalmente de frente pra praia.

– Ok, podem ir que já já estamos indo…- Sophie respondeu.

– Tá bom. – Mel respondeu e saiu de lá puxando Mari pela mão com medo que a mãe mudasse de ideia.

Foram todos pra praia, assim que lá chegaram Matheus, Ricardo e Dani já foram jogar altinha com a bola que tinham trazido. As meninas sentaram nas cadeiras.

– Mel, como a gente vai fazer pra beber com as suas mães com a gente direto? – uma das meninas, Priscila, perguntou. Mel tinha convidado duas meninas da sua sala, além de Giovanna, Mari e Alice, não quis chamar muita gente, só as mais amigas mesmo.

– Credo gente, acabamos de chegar, vocês já estão pensando nisso? – Giovanna.

– Só perguntando Gih….temos que armar um esquema…- a mesma menina respondeu.

– Relaxa que vamos dar um jeito…. Mais tarde vamos pra festinha aí rola….

– Festinha? Oba! – Carol e Priscila falaram e as outras as acompanharam na animação.

– Não sabia que ía rolar festinha….- Alice.

– Eu mandei no grupo pra vocês. Não viu? – Mel a olhou.

– Ah eu vi mas nem olhei Mel, desculpa…- Mel a olhou brava- Foi mal, eu estava fazendo outra coisa na hora e depois acabei esquecendo….

– Imagino. Devia estar se agarrando com o Diego. – Carol e Priscila riram.

– Nem estava.

– Ué, vocês não estavam juntos? Namorando sei lá? Por que essa cara?

– Não estávamos namorando, foram só algumas vezes.

– Ah, pensei…. Porque você contou pra gente né….- Alice a olhou séria com medo dela falar sobre o que tinha contado na frente das meninas que não tinha tanta intimidade assim….eram conhecidas mas não tão amigas assim.

– Não. – Alice respondeu e uma das meninas falou mudando de assunto.

– Mas então? Qual dessa festa Mel? Espero que tenha muitos gatinhos….- Priscila.

– Vai ter com certeza! Pelas fotos que vi, só tem gente bonita nessa festa….- Mel falou e todas se animaram, menos Giovanna que olhou pra Mari que olhava pra baixo…

– Ai, espero que a gente possa ficar então né….que a mãe de vocês não mande a gente voltar cedo….- Carol.

– Elas não vão mandar voltarmos cedo, ok que não vamos poder ficar até cinco da manhã mas também não será cedo. Relaxa, que daremos um jeito….- Mel falou dando aquele sorriso convincente.

– Ai Mel, vê se não vai nos meter em confusão, vou ficar super sem graça com a mãe de vocês. – Amanda falou e Mel respondeu sem muita paciência hahah.

– Relaxa que não vamos nos meter em confusão, Amanda. – Mel desviou o olhar pra Mari e revirou os olhos. Não tinha muita paciência pra namorada do irmão.

– Que bom então! Vou pegar um sol então pra ficar mais gata hoje à noite….- Carol falou e as outras a acompanharam.

Um tempo depois Mel recebeu a mensagem da mãe que elas não desceriam e as esperariam na piscina mas pediu que não demorassem muito, pois logo serviriam o almoço. Após o almoço ficaram na piscina e mais tarde, como combinado com as mães, elas foram na tal festa.

– Ainda acho que a gente devia ter ído com eles amor….

– Nada disso. – Fuzz a puxava pelo braço na direção da escada- Temos outra festa pra ir….

– Temos? – Sophie a olhou confusa.

– Aham.

– Aonde?

– Vai ser ali naquele primeiro quarto à esquerda….- Sophie riu da cara de safada da mulher enquanto era puxada pela mão.

– Ah é? Estava sabendo não….

– Não te convidaram? – Sophie fez que não e Fuzz continuou na brincadeira fazendo uma cara de quem estava em choque- Que absurdo! Vou ter que falar com a dona da festa então….

– Um absurdo mesmo! – Sophie disse antes de sentir suas costas baterem contra a parede.

As duas foram pro quarto fazer a “festa” delas e por isso nem perceberam que eles só chegaram quase três da manhã….

No dia seguinte, era sábado, o dia do aniversário dos dois. Sophie e Fuzz tinham resolvido fazer um café da manhã com todos pra cantarem os parabéns, porque não tinham como ir no quarto os acordar e dar os parabéns como faziam quando eram crianças porque estavam cada um em um quarto, e aí não queriam se separar e nem dar pra um antes do outro pra não rolar ciúmes….então tinha armado com todos pra fazerem eles descerem. Mel ainda estava acordando e Mari resolveu descer pra saber como estava tudo….

– Ai Mari, que susto, achei que era ela….- Sophie.

– Ainda não. Vim saber se podemos descer já….

– Pode. O Matheus acabou de mandar mensagem que já estão descendo….- Fuzz- Ela já acordou?

– Tá acordando tia….sabe como ela é né…- as duas sorriram e Mari subiu em seguida pra apressar Mel.

Cantaram os parabéns e depois foram pra praia, mas hoje acabaram voltando mais cedo porque estavam cansados por terem chegado de madrugada no dia anterior e hoje sairiam pra comemorar realmente o aniversário deles.

Alguns estavam descansando, outros na piscina…. Mel estava sentada numa namoradeira que tinha no segundo andar da casa na varanda, batia um ventinho gostoso e ela estava ali viajando se lembrando de alguns dias atrás, mais especificamente o último dia de aula.

– Oi.

– O que você quer, Mel? – Duda se virou encontrando ela sorrindo.

– Calma, só vim me despedir de voc~e, não é seu último dia aqui?

– Esse ano é.

– Não entendi.

– Vou continuar dando aula pra vocês ano que vem.

– Sério? Que bom! – Mel sorriu mas Duda ficou imóvel, viu Mel se aproximar dela.

– O que você está fazendo?

– Me despendido da minha professora ou será que não posso?

– Mel….- Duda tentou fugir mas a menina já tinha a abraçado.

– Se você não me abraçar de volta vai ficar estranho….- Duda fez o que ela falou pois ela tinha razão e Mel se arrepiou toda ao sentir o toque dela, aproveitou a proximidade e sussurrou: Quero te beijar de novo….- Duda se arrepiou mas a afastou imediatamente.

– Para com isso. – Duda sorriu.

– Vou te esperar no banheiro daqui a dez minutos.

– Tá doida?? Eu não vou. – Mel apenas sorriu e saiu dali.

Mais tarde, Duda recebeu uma mensagem no celular:

“To te esperando.”

Mais alguns minutos na porta do banheiro….

– Achei que não viesse….

– Eu não vinha. Aliás, eu não sei o que eu vim fazer aqui. – Duda já estava saindo mas Mel foi mais rápida.

– Eu sei. – a puxou ali pra trás, era escondido, estavam embaixo da escada.

Mel encostou na parede puxando Duda e pela primeira vez a mais velha tomou as rédeas do beijo, prendeu as duas mãos da outra acima da cabeça dela entrelaçando as mãos, o beijo era urgente demais, Duda se esfregava nela e Mel estava amando ser comandada no beijo, isso raramente acontecia, ela sempre gostava de comandar, mas Duda a tinha deixado de pernas moles já. A professora desceu as mãos pra nuca da loira a segurando com vontade, Mel a puxava pela cintura grudando mais ainda os corpos sentindo a pegada em sua nuca. As duas ofegavam e as línguas travavam uma batalha, Duda ouviu algumas vozes ao longe e se assustou, principalmente em como estava alterada e molhada, olhou pra menina que parecia estar no mesmo estado que ela, o peito subindo e descendo rápido e sem aquele sorrisinho superior ou alguma gracinha pra soltar, ela apenas a olhava….

– Fica longe de mim. – Duda falou e saiu dali completamente atordoada, Mel não se mexeu, mal conseguia, deu graças a Deus por estar encostada numa parede….”

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– Tá fazendo o que aqui sozinha? – Mari chegou falando a trazendo de volta à realidade, sentou ao lado dela.

– Nada. Estava só pensando na vida….

– Pensando em que? – Mari a olhou e Mel riu, um sorriso que a amiga conhecia bem- O que você está aprontando, Mel?

– Nada. Estava só me lembrando de umas coisas….- Mari a olhava e Mel continuava com o sorrisinho- Você sabia que a Duda vai continuar na escola ano que vem?

– Mel! Por favor! Para, isso vai dar merda!

– Relaxa Mari, você é muito nervosa. Qual o problema de uns beijinhos?

– Que ela é sua professora….

– Nem sei se vai continuar sendo ano que vem….- Mari suspirou e balançou a cabeça, a amiga não tinha jeito mesmo- Mas deixa isso pra lá. – Mel a olhou- Quero saber é por que você não terminou com o Matheus ainda?

– Shh! Tá louca? Fala baixo. – Mari tapou a boca dela preocupada mas não tinha ninguém ali.

– Tem ninguém aqui, sua louca! – Mel arrancou a mão dela de sua boca e Mari olhava em volta se certificando de tudo- Relaxa. – Mari respirou fundo passando a mão pelos cabelos- Hein? – a olhou- Por que não terminou?

– Eu não disse que ía terminar com ele….

– Deveria. O Matheus é um garoto legal e não merece isso, você ficar fazendo ele sofrer….

– Eu não to fazendo ele sofrer! – Mari se defendeu.

– Mas vai, quando ele descobrir….

– Ele não vai descobrir. – ela falou e então Mel a olhou.

– Deviam disfarçar melhor então….

– Do que você está falando?

– Eu vi, vocês duas se beijando, no dia do food truck….

– Viu?? – perguntou nervosa e Mel só fez que sim com a cabeça.

– Será que mais alguém viu??

– Acho que não, senão seria maior confusão né. – Mari suspirou esfregando as mãos no rosto.

– Não sei o que fazer! Eu não ía, a gente não ía, mas….- ela parou de falar e afundou a cabeça entre as mãos.

– Você tem que resolver essa situação, Mari. Já disse, termina com ele. – Mari a olhou- O que não dá é você namorar com ele e sentir ciúmes da Giovanna ao mesmo tempo.

– Eu não tenho ciúmes dela! Da onde você tirou isso??

– Ah não?! E por que você me proibiu de chamar a Nina então?

– Porque não tem nada a ver! Você nem conhece essa garota direito.

– Conheço sim. Já conversei com ela algumas vezes, ela é legal. – Mari revirou os olhos- É sério. Quando ficava com a Lívia saímos algumas vezes e ela parece ser bem legal….

– Aff! Me poupe Mel!

– Ué….- Mel a olhou rindo porque Mari estava puta, viu a amiga se levantar- Onde você vai??

– Por que você não vai atrás da Giovanna e ficam conversando como a Nina super legal?! – ela saiu puta.

– Mari, para. Mari! Mariana! – a chamou mas ela não deu ouvidos e voltou pra dentro da casa. Mel ficou lá rindo dos ciúmes dela.

Mais tarde, elas foram pra tal festa, seria na beira da praia, Fuzz e Sophie dessa vez foram com eles por ser o aniversário dos filhos mas não ficaram muito tempo, logo voltaram pra casa.

– Já era por volta de meia-noite quando Matheus tentou novamente ficar a sós com Mari, mas ela mais uma vez dava uma desculpa….

– Mari, o que houve? Por que você está assim?

– Assim como?

– Se esquivando de mim toda vez que eu chego perto ou te beijo.

– Não to fazendo nada disso Matheus, não viaja.

– Tá sim. – ela que estava de frente pra parte de dentro e conseguia ver os amigos, suspirou sem saber o que dizer- Eu fiz alguma coisa?

– Não Matheus, claro que não. Eu só….sei lá, nem percebi….- o olhou ao fim da frase.

– Você nem percebeu que a gente mal ficou junto hoje, aliás desde ontem, você só quer ficar com as meninas….

– Mas é aniversário da Mel! Eu tenho que ficar com ela ué, ela é minha melhor amiga.

– Ok, eu sei. Mas não pode me dar atenção por causa disso?? – Mari o olhou e percebeu como ele estava chateado. Suspirou e acabou ponderando que talvez ele estivesse certo porém ela nem se tocou disso….

– Desculpa…- pediu sinceramente e ele sorriu se aproximando dela, Mari sentiu ele o beijando e fechou os olhos tentando embarcar no beijo e travar sua mente nas comparações, mas era impossível! Não sentia nem de perto o que sentia quando Giovanna chegava perto dela.

Instintivamente abriu os olhos e viu Giovanna os olhando, ficou tão surpresa que parou o beijo, Matheus percebeu e voltou a puxá-la com mais força e continuaram o beijo, quando ela voltou a olhar, Giovanna não estava mais ali olhando. Mas logo depois eles voltaram lá pra dentro, por ironia do destino ou não, eles pararam logo perto dela porque Matheus ficou ali perto da irmã e Alice que esperavam Ricardo voltar do banheiro. Mari ficou sem graça porque não sabia se Giovanna tinha ficado chateada ou não, apesar de não poder, mas a loira não a olhava, então ficou sem saber o que fazer. Logo depois que Ricardo voltou, Mel os chamou super animada pois queria tirar uma foto com todo mundo, ela já estava um pouco animada e quando a pessoa que estava batendo pediu pra se apertarem mais na foto pra caber todo mundo, acabou que Mari se desequilibrou por ela ter meio a empurrado, quem a segurou foi Giovanna que estava atrás dela, segurou firme em sua cintura. Elas não se olharam, mas Mari apoiou a mão sobre a dela em sua cintura pra a manter ali. Bateram varias fotos.

Quando todo mundo dissipou as duas ainda estavam perto, Mari se virou pra ela e sorriu.

– Obrigada.

– Pelo que?

– Por ter me segurado….quase caí em cima de você.

– Sem problemas. – Giovanna sorriu o que fez Mari fazer o mesmo, elas estavam se olhando ainda, Mari acabou rindo de uma forma diferente que não passou despercebido pela loira- Que foi?

– Estava lembrando da época que nós éramos só amigas…que você me contava tudo e que você não sumia.

– Eu sumo?

– De vez em quando….- Mari falou e então sorriu, Giovanna teve que sorrir junto porque ficou perdida no sorriso dela e foi só nesse instante que ela percebeu que ainda estava a segurando pela cintura. Acabou soltando.

Nesse instante, ouviram o dj trocando o estilo da música e tocou uma meio lenta. Elas se olharam meio sem graça mas antes de dar tempo de pensarem qq coisa, Matheus apareceu ali chamando a namorada pra dançar, ela só olhou pra Giovanna antes de pegar a mão que Matheus a estendia.

Giovanna se afastou dali e sentou perto do bar, pediu uma cerveja pro barman, a primeira da noite, não estava bebendo até então. Bebia sozinha e tentando não olhar pra pista porque não tinha necessidade de ficar olhando aquilo….

– Tá fazendo o que aqui? – Alice perguntou sentando ao lado dela.

– Nada. Estava só aqui….- ela desviou o olhar pra Alice não perceber nada, mas ela já tinha percebido.

– Fingindo que não estava vendo? – Giovanna a olhou mas não teve coragem de negar. Alice desviou o olhar pra pista e viu os dois dançando abraçadinhos- Achei que vocês íam se beijar ali na pista….

– Não viaja Alice! – ela desconversou e deu mais um gole da sua cerveja.

Nisso o celular dela que estava em cima do bar apitou, era um WhatsApp da Nina, ela olhou, sorriu e então deixou pra lá.

– Quem é?

– A Nina. Mandou uma foto com o pessoal bebendo.

– Por que ela não veio?

– Porque a Mel não chamou, não era pra ser só a gente? – a olhou.

– É, acho que sim…. E você não vai responder?

– Não, depois eu respondo. – Alice não falou mais nada e a viu apoiar os cotovelos na bancada e suspirar ao enterrar as mãos ali- O que eu faço? – a olhou ainda na mesma posição. Alice deu de ombros.

– Já te falei….

– Fácil falar. – Giovanna suspirou mais uma vez e dessa vez chegou o corpo pra trás se desapoiando dali- Eu tentei, eu tento me afastar mas….

– O que você quer fazer então?

– Queria voltar no tempo, pra dizer não ao Theus quando ele pediu ajuda com ela. Eu estava bem! Ótima, sem sentir nada disso! – desabafou e Alice apenas deu um sorriso de canto.

– Você está apaixonada por ela?

Não deu tempo de resposta, dois meninos chegaram ali falando com elas, como Giovanna não estava com saco pra aquilo e Alice parecia estar gostando do outro menino, ela deu uma desculpa e saiu. Foi lá pra fora na tentativa de respirar um ar….

Chegaram em casa por volta de umas duas da manhã, todo mundo foi dormir mas Giovanna não conseguiu, como ela foi a última a tomar banho, se trocou e invés de deitar, foi lá pra fora. Deitou na namoradeira ali na beira da piscina e ficou observando o céu, estava lindo e estrelado…. Um tempo depois, ela ouviu passos, ao olhar, viu Mari encostada na porta, ela estava de short curto e uma blusa regata preta, a única reação que teve foi sorrir, isso encorajou a morena a se aproximar.

– Posso?

– Claro. – ela se encostou ao lado da loira mas não se olharam, Giovanna resolveu puxar assunto- Como foi o seu Natal? – elas continuavam a não se olhar, olhavam pra frente mais precisamente, pro céu.

– Foi bom! – Mari respondeu e a olhou sorrindo- E o seu?

– Muito bom! – Giovanna disse realmente feliz, com sorriso de orelha a orelha. Mari também sorriu vendo a felicidade da amiga- Ganhei o presente que eu mais queria! Você viu aquela guitarra?! – olhava animada pra Mari.

– Vi. – ela também sorria vendo a felicidade de Giovanna, sentia saudade de a ver sorrindo assim, de forma verdadeira- Vai arrasar mais ainda no shows agora!

– Se as minhas mães deixarem né….

– Ah, mas elas estão deixando você fazer uns shows agora né?

– Mais ou menos né…. Mas claro, estão bem melhor agora.….

As duas conversavam meio de lado uma pra outra, mas aos poucos os corpos íam se aproximando mesmo que ainda de lado. Mas era possível sentir o calor uma do corpo da outra, era uma eletricidade gostosa e a aproximação era feita mesmo sem se darem conta.

– Eu não entendo porque elas implicam tanto….. Elas passaram por isso, deveriam ser mais abertas a isso né? – Giovanna a olhou ao falar.

– Vai ver que é por isso mesmo. Minha mãe também sempre fala que dá graças a Deus por eu não querer ir por esse caminho….- a olhou.

– Não entendo Mari.

– Sei lá Gih, vai ver que elas já viram algumas coisas erradas ou estranhas nesse meio, não sei, não tem como sabermos né?

– É, acho que não. – elas voltaram a olhar para frente- Então você pretende mesmo fazer faculdade de jornalismo?

– Pretendo não, eu vou fazer Gih. – a outra riu- E você?

– Não sei, não resolvi.

– Você não gosta de nada?

– Música. Hahaha.

– Faz faculdade de música, ué.

– Ah tá, minhas mães me matam. Principalmente, a mãe Anahi.

– Você acha? – Giovanna balançou a cabeça fazendo que sim com um sorriso no rosto.

– Eu não acho. Eu acho que o problema todo delas é você ficar cantando por aí numa banda à noite, mas fazer faculdade música não, é diferente.

– Não sei. Quem sabe né….

– É.

O assunto morreu mas elas ainda ficaram se olhando sem nada dizer, apenas se olhando como tinha virado costume ultimamente. Mari viu um clarão e então se vira pra frente.

– Você viu isso? Era uma estrela cadente!

– Não vi.

– Como assim você não viu?! Era sim, com certeza eu vi. Faz um pedido, Gih. – a olhou. Giovanna ria da animação da garota. Mari voltou olhar pra frente e logo em seguida olhou de novo pra Giovanna- Fez?

– Aham.

Então Mari voltou a se encostar na namoradeira.

– Você está toda torta aí…. Encosta aqui. – Giovanna apontou pro travesseiro ao lado dela, pois realmente Mari estava meio torta enquanto ela estava deitada reta e encostada no travesseiro.

– Aí? – Mari a olhou meio surpresa pois o travesseiro era praticamente colado ao dela.

– Sim, qual o problema?

Mari nada respondeu, deitou onde ela tinha indicado, percebeu que a outra tinha passado o braço por trás da cabeça dela, então ela se ajeitou o que fez com que ela ficasse com a cabeça apoiada no braço da loira. Elas ficaram em silêncio, ambas olhavam pra cima, pro céu estrelado, Giovanna quem fez o primeiro comentário.

– Você lembra quando a gente era menor que a gente ficava vendo as estrelas? Seu pai ensinava pra gente o nome de quase todas, até pouco tempo atrás eu sabia os nomes, agora acho que eu já esqueci…..

– Lembro. – Mari disse sorrindo.

– Vocês ainda ficam olhando as estrelas?

– Não. Bem pouco….

Voltaram a ficar em silêncio, Giovanna volta e meia desviava o olhar do céu pra amiga, elas estavam tão perto assim e no fundo também sentia falta da amizade, mas a verdade é que tê-la tão perto assim a deixava nervosa mas ao mesmo tempo, querendo por mais, mesmo sabendo que não podia. Mari se sentia da mesma forma, queria mais contato mas achou melhor não falar nada nem forçar, pois Giovanna já tinha deixado bem claro que o melhor era elas se afastarem. Porém, o corpo de uma respondia ao da outra.

E foi percebendo isso que em uma das vezes que Giovanna a olhou, percebeu alguns pelinhos do braço dela arrepiado.

– Tá com frio Mari?

– Não. Por que? – a olhou.

– Pensei…. Se você tiver….

– Você quer entrar? – Mari falou a cortando.

– Não, eu ia falar que se você estivesse com frio, eu podia te esquentar….- Mari a olhou, não estava esperando essa frase nunca e quando Giovanna se tocou do que falou, tentou consertar- Quer dizer, não é nada disso. Desculpa….- ela virou o rosto pra frente, passou a mão no rosto envergonhada- Não foi isso que eu quis dizer! – disse ainda sem a olhar- Eu só….- tomou coragem e a olhou, Mari sorria vendo como ela tinha ficado envergonhada e até com as bochechas levemente vermelhinhas- Você deve estar me achando uma tarada né? – ela ainda sorria sem graça e Mari a estava achando cada vez mais fofa.

– Não. Não precisa ficar sem graça assim toda vermelhinha….- Giovanna ficou mais sem graça ainda e abaixou a cabeça.

– Eu só quis dizer que se você estiver com frio e não quiser entrar ainda, a gente pode ficar aqui. Eu te abraço e quem sabe assim, melhore o seu frio….- elas ficaram se olhando por alguns poucos segundos, o coração da Mariana tinha disparado e Giovanna continuava a olhando nos olhos.

Mari não respondeu nada mais deitou de forma que ficasse com rosto encostado no ombro da loira. O silêncio voltou a reinar, Giovanna a abraçou passando seu braço pelas costas dela, Mari repousou a cabeça em seu peito onde ela conseguia ouvir perfeitamente as batidas do seu coração e a outra mão apoiou acima do seio da amiga e ficou ali fazendo carinho.

Os corpos quentes, olhos fechados e uma aproveitando o contato da outra. Depois de um tempo, Giovanna perguntou:

– Tá melhor?

– Uhum. – Mari nem se mexeu ao responder, mas sentia seus dedos provocando os mesmos arrepios assim como o coração de Giovanna estava disparando da mesmo forma que o seu.

Ela continuava com os carinhos na pele da menina assim como passava a ponta dos dedos pelo braço dela e de vez em quando subia pra nuca, em momento algum, sentiu qq resistência, pelo contrário, ouvia a loira suspirando de vez em quando….. Levantou o rosto e viu que ela estava de olhos fechados, sem resistir deixou sua mão tocar no rosto dela e fez carinho nas bochechas, Mari sentiu como ela prendia a respiração e a própria suspirou, então sem aguentar mais, a abraçou ficando com uma perna entre as outras da loira e em cima dela, praticamente.

– É tão desesperante ter você tão perto e ao mesmo tempo tão longe…- sussurrou grudada ao ouvido de Giovanna. Respirou fundo e ouviu o mesmo dela assim como seus braços a abraçando- Eu queria te abraçar….

– Abraça. – Giovanna a apertou entre seus braços e as duas suspiraram, Mari deu alguns beijos no ombro dela e ficou ali, fazia carinho na nuca da outra.

Giovanna também fazia carinho nela, na nuca e percebia os arrepios que provocava tanto nela quanto em Mari, suspiros e sussurros eram ouvidos. Deixando a vontade falar mais alto, ela desceu uma das mãos até apoiar na cintura da morena, deu um aperto de leve mas que foi o suficiente pra provocar um gemido que saiu meio abafado contra seu ouvido, o que a arrepiou fortemente. Mari suspirou e deixou seu rosto roçar no dela, mais um aperto foi sentido e a blusa larga subiu levemente. As coisas começavam a sair do controle…..

Mari ousou e passou os lábios pela curva do pescoço loirinho e viu ela respirar mais forte, o gemido abafado foi liberado pela morena ao sentir a outra mão acariciar a sua nuca. Com isso, Giovanna a segurou mais forte pela nuca e Mari roçou os rostos fazendo esse movimento na direção do queixo enquanto também apertava os dedos na sua nuca. Giovanna subiu a mão da cintura dela esfregando pela blusa e a apertando, Mari não conseguiu esconder os gemidos agora.

Deixou os olhares se cruzarem e ambas pegavam fogo. O beijo foi inevitável e louco!

Há quanto tempo? Nem lembravam. Parecia a eternidade!

A princípio elas apertavam uma a nuca da outra, as línguas tentavam se encontrar de tão frenético que era o beijo, Giovanna a puxou e conseguiu que ela sentasse em seu colo, foi direto ao pescoço da morena causando arrepios e traços de saliva por ali, Mari achou que iria desfalecer ali mesmo, jogava a cabeça pra trás e sentia sua calcinha úmida. O pescoço foi atacado dos dois lados até voltarem a juntar os lábios, o beijo provocava um bailar dos corpos que íam pra frente e pra trás tamanha a vontade. Mari ganhou a “queda de braços” e empurrou Giovanna contra o encosto e esfregou seu corpo ao dela enquanto provocava os mesmos estragos que Giovanna tinha feito em seu pescoço, só que dessa vez Giovanna levou os dedos às costas da morena a provocando mais e mais arrepios. Elas paravam de vez em quando só pra respirar mas voltavam mais intensas ainda.

Giovanna agarrou nas duas coxas que estavam a mostra da menina, apertou e deixou seus dedos se apossarem daquela pele, provocou mais arrepios ao aproximar seus dedos do short dela. Os gemidos eram altos já! Ninguém se controlava mais.

Então, num ato de quase desespero por mais contato, Giovanna conseguiu se erguer com ela, as duas caíram deitadas na almofada, Mari por baixo dela. Não perderam tempo, voltaram a buscar as bocas, pescoço, a pele acima dos seios de ambas, ombro, tudo que estava à mostra era atacado, sem deixar de buscar um atrito maior entre os corpos. Elas mal sabiam como faziam, só sabiam que faziam e o contato se tornava cada vez mais urgente e necessário, Giovanna olhou pra Mari mordendo o lábio inferior quando sentiu sua calcinha em contato direto com o short de lycra dela, a vergonha não foi maior que o tesão. Giovanna buscou o maior atrito e deitou a cabeça junto ao ombro da outra, Mari ao sentir seu sexo por cima do short ser pressionado, soltou um gemido alto e que molhou mais ainda a menina loira, nunca tinha ouvido nada parecido e nem tão gostoso, a própria mordeu o lábio e chupou o pescoço alheio.

Elas voltaram a se beijar enquanto íam sentindo as sensações desconhecidas, mas aquela eletricidade e aquela necessidade de se fundirem uma à outra fazia todo o sentido e era só isso que importava. Elas gozaram sem se tocarem, só se roçando, o beijo foi ficando impossível de se manter e Giovanna desceu os lábios até o queixo e gemeu alto com a cabeça encostada no peito da outra.

As duas ficaram um tempo assim, atadas, com uma sensação única e uma anestesia louca…. Demorou alguns segundos pra loira conseguir se mexer e sair de cima da outra, ajoelhou no colchão e a olhou, a razão foi batendo e quando Mari abriu os olhos viu o desespero nos olhos da menina. Giovanna começou a balançar a cabeça, depois cobriu o rosto com as mãos.

– Desculpa. Eu….desculpa. Eu não devia. Meu Deus! – e então saiu correndo pra dentro da casa.

Mari apenas teve forças pra se virar no colchão ficando de lado, havia acabado de ter um orgasmo maravilhoso, o primeiro de sua vida com a garota que ama e ela simplesmente sai correndo depois de pedir desculpas?! Se sentiu uma merda, um nada! Se virou e chorou.

O dia seguinte seria o dia que voltariam, mas um pouco mais tarde, estavam ali aproveitando a piscina. As duas mal se olharam, estavam quietas, na delas, tanto Mel quanto Alice tinham perguntado mas as duas disseram que não era nada, apenas cansaço….

Quando percebeu que só tava ela e Giovanna na piscina, Alice resolveu puxar assunto de novo.

– Vai me contar não o que aconteceu? – ela sussurrou porque Giovanna estava com a cabeça apoiada na borda escondendo o rosto.

– Eu fiz a maior merda da minha vida!

– O que você fez? – Giovanna se levantou a olhando e Alice percebeu que ela tinha chorado.

– Ontem quando a gente chegou….- respirou fundo criando coragem, sem olhar a amiga ela continuou: Eu vim aqui fora porque estava com a cabeça cheia pra dormir….enfim, a Mari apareceu, a gente conversou, se beijou e….

– E? – Giovanna a olhou aflita.

– A gente meio que transou, Alice….

– O que?? – a menina gritou etada e viu Giovanna abaixar a cabeça- Como assim meio? Ou transou ou não.

– Foi mais um amasso, digamos assim….

– Mas por que você disse que transou então? – Giovanna apenas a olhou- Vocês….- ela confirmou de cabeça baixa- Uau. Sério?? E aí?

– E aí que eu to me sentindo uma idiota! Eu não podia ter feito isso! O Matheus….meu Deus! – passou a mão nos cabelos tapando o rosto em seguida.

– Vocês conversaram?

– Não. Fiquei tão nervosa quando percebi o que tinha acontecido que….- ela suspirou balançando a própria cabeça- Pedi desculpas pra ela e saí correndo!

– Você pediu desculpas?? – Alice ficou injuriada- Tá de sacanagem né??

– Não! O que você queria que eu fizesse??

– Qualquer coisa menos pedir desculpas depois de ter transado com a menina né… Bom, teoricamente vocês transaram, sei lá, mas de qualquer forma não se pede desculpas né, Gih!?!

Giovanna apenas abaixou a cabeça suspirando.

– Vai falar com ela, Gih….

– Ela não está nem olhando na minha cara….

– Também né…. Eu também não olharia.

– Só to fazendo merda né?

– Ainda bem que essa você pode consertar….- Alice sorriu- Vai lá conversar com ela, antes que a gente tenha que ir.

– Ok. Sabe onde ela tá? – perguntou já saindo da piscina.

– Não vi.

– Ok, vou procurar. – pegou uma toalha se secando e deixou Alice sozinha lá indo atrás de Mari. Achou ela sentada num banquinho no jardim.

– A gente pode conversar? – Giovanna pediu a olhando, meio nervosa, segurando as mãos e apertando os dedos.

– Fala. – Mari olhou pra frente ao falar, dando de ombros.

– Será que a gente pode sair daqui? – Mari a olhou- É por causa do Matheus, vai que ele sai aí….- Mari bufou irritada com aquilo- Por favor?

– Ok.

Ela seguiu Giovanna, elas entraram numa porta das dependências que ficava ali perto da piscina. Era um quarto mínimo onde se guardavam os materiais da piscina. Giovanna trancou a porta e Mari entrou parando no meio do quarto, cruzou os braços e olhou esperando por algo.

Giovanna começou a falar.

– Eu queria….bom…- ela limpou a garganta, Mari a olhou- er…sobre ontem, eu queria pedir desculpas e…- Mari a interrompeu.

– Já entendi Giovanna, ontem você já falou isso.

– Eu sei mas….- ela respirou fundo- me desculpa mesmo, eu não devia ter feito aquilo e saído daquela forma.

– Eu já entendi que você não queria Giovanna, está tudo bem!

– Não! – ela deu um passo se aproximando da amiga- Não é isso! Não to dizendo que não queria.

– O que você está dizendo então? – a olhou nos olhos e elas estavam perto.

– Eu não devia ter feito isso Mari….não podia, não era certo. O meu irmão….- Giovanna parou de falar porque viu Mari revirando os olhos.

– O Matheus, já entendi! Você não pode, não quer, sei lá! Pode deixar que já entendi que é pra esquecer tudo isso! Eu que sou burra e ainda espero algo e….- ela parou de falar suspirando.

– Não é isso Mari….

– É sim! E quer saber?! Não quero mais falar disso, cansei! Tchau Giovanna. – nisso ela se afastou e Giovanna vendo que ela ía sair a segurou pelo braço.

– Tenta me entender, por favor? É meu irmão.

– Ok. – mais uma vez Mari respirou fundo e pretendia se afastar mas Giovanna a segurou a impedindo.

– A última coisa que eu senti depois de ontem foi arrependimento. – Mari respirou fundo e deu um leve sorriso. Giovanna não aguentou e a puxou pra um abraço.

– Eu achei que você tinha se arrependido…- sussurrou no abraço- Me senti tão mal, quando você saiu correndo de lá….

– Me perdoa! – Giovanna a olhou nos olhos ao pedir, as duas mãos segurando o rosto de Mari e as testas coladas- Me perdoa! Eu fiquei sem saber o que fazer.

– Foi a minha primeira vez e você saiu daquele jeito e….- ela parou de falar sentindo o abraço apertado da outra, roçou o rosto no da loira no abraço sentindo o cheiro e aquele toque que tiravam sua razão.

– Também foi a minha….- Giovanna a olhou ao falar com as testas coladas.

– Eu sei. – Mari sussurrou ainda sem a olhar.

– E eu não me arrependi Mari, eu nunca….- ela respirou fundo e então a olhou- nunca senti aquilo que senti ontem com você, eu nem sabia que dava pra sentir algo tão intenso assim! Meu corpo inteiro reagiu à você.

– O meu também….- Giovanna sorriu e a abraçou novamente.

– Por que?

As duas ficaram um bom tempo nesse abraço, seguraram as lágrimas, trocaram carinhos mas não se beijaram, o que no momento, foi o de menos na verdade. O sentimento ía muito além de um beijo….

Quando as duas se recuperaram um pouco das emoções, Mari resolveu se afastar um pouco.

– Acho melhor a gente voltar né? Já devem estar sentindo nossa falta….

– Ok, vamos.



Notas:



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Uma resposta para Capítulo 14: Tão perto e tão longe…

  1. Eh Mari…infelizmente não dá pra abraçar o mundo com as pernas! Já dizia minha vó, quem tudo quer, nada tem! Juízo meninas!! (Este é o conselho que eu gostaria de ter recebido há uns anos…hahahahahaha.) A estória está ótima, Escritora, como sempre!!!

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