FREYA: A RECONSTRUÇÃO

Capítulo 33 – Epílogo – Parte 1

Freya: A Reconstrução

Texto: Carolina Bivard

Revisão: Naty Souza e Nefer

Ilustrações: Táttah Nascimento


Epílogo – Parte 1

Alguns meses depois…

Kara e Bridget entraram na sala de audiência, onde acontecia a apuração de tudo que ocorrera desde o primeiro ataque à Ministra. Era a quinta vez que a comandante era chamada para dar explicações de seus atos aos parlamentares. Levaria algum tempo para que tudo voltasse ao normal em Freya. Leis eram questionadas e a população começou a tomar ciência do que o ministro Kevin e seus seguidores fizeram. 

Em poucos dias, começaria o julgamento de todos os que foram presos e seria transmitido em rede nacional. Havia um mal-estar, não só na população, bem como no próprio governo. O clima de desconfiança entre alomares e freynianos típicos começava a incomodar a Olaf. Ela sabia que levaria algum tempo para que os ânimos se acalmassem e escutou as sugestões de Javer e Vertana; proporia a votação no plenário de uma política de integração mais contundente.

— Senhora, a Ministra Lucrétia e a comandante Nícolas estão aqui para vê-la.

— Obrigada, Elisa. Mande-as entrar.

Bridget e Kara entraram no gabinete da Olaf. Helga levantou para recebê-las.

— Dessa vez não demoraram na comissão do parlamento. Vão encerrar a apuração?

— Finalmente! – Bridget exclamou, jogando-se no sofá. – Nunca entendi essa enrolação. Eles já tinham tudo em mãos para nos liberar.

Helga riu da amiga e se encostou no tampo de sua mesa cruzando os braços descontraidamente, vendo Kara se sentar ao lado da noiva.

— Depois de tudo que aconteceu, Brid, querem garantir que o governo se livre de todos que participaram. Tudo anda muito tenso. Se você é alomar, freynianos típicos olham atravessado, se é freyniano típico, alomares se calam desconfortáveis, porque percebem o que passa na mente dessas pessoas.

Bridget deu um tapa com ambas as mãos no assento do sofá, levantando-se.

— Precisarão reconstruir essa confiança e sabe que o maior passo para isso, são atitudes que aproximam mais os típicos do governo, não sabe?

— Sei sim. O problema é lidar com extremos e balancear a coisa toda. Extremistas existem de ambos os lados e os considero um perigo, mas temos que lidar com eles de forma a diminuir a animosidade.

— Você vai conseguir. – Bridget afirmou com segurança. – Passamos aqui para te pegar. Vai ou não?

— Claro! Pedi desde ontem para Elisa fechar a agenda. 

Helga acionou a comunicação. 

— Elisa, tudo pronto para irmos?

— Já tranquei o gabinete, Olaf.

Escutaram a assistente falar da porta. Elisa estava pronta para saírem. Pegaram o elevador privativo até o estacionamento e entraram no veículo de Kara e Bridget. Em poucos minutos, saíam pela rua principal, tomando o rumo da estrada para fora da cidade.

Entre conversas variadas e brincadeiras, chegaram ao sítio das anfitriãs, estacionando o veículo na parte da frente. Saíram e puderam ouvir os zum-zum-zum que vinha da parte detrás da casa. 

— Vamos pela lateral da casa. Esse povo já deve estar bêbado para falar tão alto. 

O comentário de Bridget estava carregado de expectativa e alegria. Era a primeira vez que reunia todos os amigos e estava ansiosa. Viraram a esquina da casa e se abriu um belo jardim com gramado e canteiros floridos. O cheiro da carne assando chegava aos olfatos, atiçando a fome e grupinhos de pessoas se espalhavam pelo quintal.

Algumas pessoas conversavam distraídas, com copos de bebidas diversas nas mãos, enquanto outras comiam petiscos dispostos em uma mesa mais afastada. 

— Ali estão eles.

Bridget apontou para a amiga-IA, que parecia discutir com Oton. Brigavam por discordar de como a carne estava disposta na tal “churrasqueira” que a comandante tinha montado para assar a carne ao ar livre. 

— Brid, fala com ele! – Decrux reclamou. – Desse jeito que está, vai queimar a carne. Eu tô monitorando a temperatura do fogo!

— Quem vai fazer esse churrasco sou eu. 

A comandante decretou e se aproximou, pegando o garfo longo para verificar a carne. 

— Você dois, – ela apontou para seus oficiais – tratem de ficar com suas famílias e se divertirem. 

— Eu estou com a minha família. 

Decrux abraçou Helga e a beijou brevemente. A esposa de Oton se aproximou, beijando o rosto do subcomandante, abraçando-o também.

— Como atura esses dois em sua nave, Brid? Parecem crianças. 

— Sabe, Miraya, tenho um truque: Ignoro. 

Quem estava ao redor riu e Bridget não pôde deixar de reparar que a barriga de gestação da amiga tinha aumentado na última semana.

— Que barrigão é esse? Não estava assim, semana passada. 

— Parece que esses dois resolveram despertar e crescer de uma vez só. Tô sentindo como se fosse um produtor de alimento automático. Quanto mais eles crescem, mais me sinto cansada e com fome, coisa que nunca senti na vida. – Decrux alisou a barriga. – Mas tudo bem. Daqui a algumas semanas, serei uma produtora automática de alimentos que estará com os “consumidores” nos braços. 

Bridget riu da amiga e olhou à volta, enquanto virava as carnes na grelha. Os amigos pareciam se divertir e essa era a sua satisfação. A felicidade da comandante não dependia de muitas coisas. Ela só necessitava ter seus maiores amigos por perto e seguros. 

— Que tipo de festejo é esse, Brid?

Helga perguntou, abraçando a sua esposa por trás, pousando a cabeça em seu ombro. 

— Bom, estou inaugurando minha produção de cachaça e como tal, achava que valia uma comemoração à moda do planeta Brasilis. Eles chamam de churrasco. Consiste em beber, se divertir, conversar com amigos e comer carne assada no calor do carvão.

— Bom, o cheiro está delicioso e creio que as pessoas estão se divertindo e bebendo, então, o tal “churrasco” está funcionando.

— Qual a sentença que acha que darão aos golpistas, Helga?

— Não sei, Oton, mas o julgamento será coletivo, pela característica do crime. Depois, as partes poderão apelar para revisões individuais. Nosso maior problema será o transporte dos acusados. Eles estão em um presídio em Ugor, até terminarmos de construir o nosso. – Helga suspirou. – Só tínhamos carceragens em delegacias e um pequeno presídio. O projeto de um presídio-colônia não estava na pauta do governo por agora. Imaginávamos que por tudo que Freya passou, não teríamos complicações grandes tão cedo.

— E a tal história de que traidores da nação são executados? 

— Os cabeças da operação já morreram, Brid. Não acredito que algum juiz dará alguma pena maior do que a prisão perpétua. 

— Eu não comungo de seu otimismo, Helga. – Kara fazia uma expressão cética. – Ainda haverá muita coisa acontecendo até o julgamento. Soube por Javer que pessoas do judiciário foram presas também.

— Não concordo com o que Saga pensava, mas nesse sentido, ela tinha razão. Não somos o tipo de sociedade que mata seus adversários e tenho orgulho disso. – Helga falou enfática. 

— Ei, calma aí, mocinha! – Bridget ralhou com a noiva. – Está bebendo muito.

A comandante se distraiu com a noiva e  tentou retirar o copo da mão dela sem sucesso. Kara escondeu o copo de “shot” atrás das costas.

— Quem mandou fazer uma cachaça tão boa?

Kara deu um beijo estalado no rosto da comandante.

— Sinceramente, você acertou em cheio. Está muito melhor do que muitas que a gente já comprou no pub.

Bridget sorriu, se virou para a churrasqueira para retirar uma peça de carne da grelha e a pousou em uma tábua de carne. Helga avistou Javer conversando com Elisa, Edith e seu marido, enquanto Marechal Hermes, Barbien e as esposas conversavam com Caeté. Alguns adolescentes estavam em um grupo um pouco mais distante, próximo ao cais da lagoa. Pareciam à vontade. Riam uns dos outros. Mais adiante, crianças brincavam de correr e Vertana discutia calorosamente com um grupo, que parecia um híbrido de freynianos e nativos de outros planetas.

— Aqueles ali quem são, Brid?

— Que Olaf mais relapsa é você, Helga! Não conhece a tripulação da nave Decrux? Eles são pagos pelo seu governo, sabia? – Bridget chacoteou a amiga. – São engenheiros, cientistas e técnicos da nave. São a tripulação para as expedições antropológicas.

A comandante distribuiu as carnes que havia cortado em bandejas e chamou o filho mais velho de Oton.

— Caíque! Vem aqui, rapidinho.

O rapaz se aproximou, ainda rindo de algo que tinha escutado em seu grupo de adolescentes.

— Diz, tia!

— Já falei pra não me chamar de tia, seu moleque. – Deu um falso cascudo na cabeça do garoto. – Pega essas bandejas e pede ajuda para seus amigos para servir as pessoas. Diz que é só um petisco para experimentar e que daqui a pouco coloco a carne assada na mesa para fazerem os pratos. 

O rapaz pegou duas bandejas e saiu para fazer o que Brid havia pedido. Chamou os amigos para ajudar e alguns deles resmungavam por serem tirados de seu confortável círculo, enquanto outros atenderam rapidamente, na perspectiva de comerem algo diferente, antes que a maioria dos convidados.

Helga fez um sinal para que Javer e Elisa se aproximassem. Estava feliz pelos dois. Eles começaram a namorar, pouco depois de tudo ter acontecido. Viu quando ele chamou Edith, Hermes, e os cônjuges. Se cumprimentaram e todos pareciam alegres e descontraídos. A exigência de Bridget é que viessem em trajes de passeio e não fardas. Era uma comemoração.

— Javer, acha que vão executar alguém? 

Helga perguntou, intrigada. Há dias que não se inteirava das notícias do governo. Havia tirado alguns dias de folga para acompanhar Decrux a Ugor, onde ela fazia todos os exames antes do nascimento das crianças. 

— O que esperava, Helga? Após as apurações, viram que havia mais integrantes da cúpula do governo no golpe. Não eram somente Kevin, Murchada e Knut. Havia juízes e altos oficiais, fora os parlamentares. O judiciário fará a separação deles e dos subordinados.

— Sabem a minha opinião. Não tenho nenhuma pena. — Bridget sentenciou.

— É, eu vi!

Kara declarou, comendo um pedaço de carne que pegou na bandeja que a noiva abastecia para os adolescentes passarem pelos convidados.

— Ah, qual é, Kara?! Vai falar que teve peninha da Saga?

— Pena dela, não. O que me chocou, foi a forma como ela se matou. Foi sangue pra tudo que é lado, Brid!

— Mesmo assim, não sinto pena. Continuo achando que foi a coisa mais sensata que ela fez na vida.

Bridget foi taxativa, arrancando um riso de Edith. A Tenente-brigadeiro, tomou um gole de seu copo na tentativa de parar o riso.

— Tá rindo do que? Você demorou uma eternidade para chegar, viu? 

Helga lançou um olhar de reprimenda na direção da comandante. Não era hora de revelar que elas sabiam sobre o ataque cibernético que Kevin havia perpetrado contra Ugor. Bridget se calou, engolindo o riso debochado.

Vertana se aproximou, acompanhada por Caeté e o marido. Escutaram a última parte da conversa.

— A comandante não pode falar muito, não. Chegou no final e ficou de fora apreciando. 

Bridget parou o que fazia para olhar de soslaio a comandante da frota de Freya. Ela tinha uma expressão de ligeira embriaguez e levava um copo de caipirinha na mão, que estava quase no final.

— Quantas dessa você tomou?

A anfitriã perguntou apontando para o copo com a ponta da faca. 

— Só umas três. 

A voz ligeiramente mole fez com que a gargalhada geral ganhasse o ar.

— Só perdoo pelo que disse, Vertana, porque você é a premiada por ser a primeira a se embebedar no churrasco com a minha cachaça. 

As pessoas à volta voltaram a rir e a comandante da Frota de Freya tentou imediatamente se recompor. Largou o copo em uma mesinha próxima e pegou uma garrafa de água descartável em um balde de gelo. Bebeu um grande gole.

— Relaxa, comandante. Está em uma festa entre amigos. 

O comentário de Bridget para a comandante da frora pareceu despertar a oficial.

— É porque não sabe como fico quando estou bêbada. Fico muito chata.

— Aliás, já algum tempo estou para perguntar para você; O que a levou a pensar na manobra de explodir a nave dentro do casulo, Vertana?

— Não sei exatamente. Talvez o fato de ver que não estávamos conseguindo transpor a barreira que fizeram. Pensei que uma tática de defesa como a deles, só poderia ser derrubada de dentro para fora. – Vertana respondeu para a anfitriã.

— Você disse que contaria a história do tal “Cavalo de Troia”, que mencionou quando viu a tática de Vertana. Conte para nós.

A Olaf pediu, enquanto enlaçava mais a cintura de Decrux.

— Ih! Histórias são para fim de festa e não começo delas, Helga. 

Bridget, resmungou, mas não deixou passar a oportunidade.

— Eu vou resumir. É uma história mitológica contada num livro muito antigo da civilização terráquea. Ela é uma história de amor e de guerra.

— Duas grandes paixões universais.

A Tenente-Brigadeiro de Ugor falava como se fosse uma constatação e despertou o certa contrariedade por parte da Ministra Espacial. 

— Por Eiliv! Que tenebroso, Edith!

— Não é tenebroso, Kara. É real, infelizmente. – Edith declarou. – Veja como tudo ocorreu aqui. Freya teve uma grande guerra civil há mais ou menos mil anos, onde a espécie quase se extinguiu. Viveram em paz e progredindo e, de repente, surgem uns doidos que explodem o planeta e depois, no novo planeta tramam um golpe. Isso já aconteceu com Ugor e com muitos planetas que conhecemos. Parece que seres sencientes nunca estão satisfeitos.

— Ok! Não vamos filosofar agora, pois eu quero escutar a história. – Miraya, esposa de Oton, reclamou.

— Tudo bem! Tudo bem! Continuando… – Bridget pacificou a discussão. – Havia um tempo na Terra em que muitos deuses eram cultuados. Era em um lugar chamado de Grécia antiga. 

A comandante iniciou a história, enquanto tirava novas carnes assadas da churrasqueira, passando para o grupo de adolescentes servir.

— Três Deusas, numa disputa para ver quem era a mais bela de todas as Deusas, chamaram um príncipe de um reino para decidir. A que era chamada de Afrodite foi escolhida por ele. Ela resolveu presentear Páris, o tal príncipe e irmão do rei de Troia, com a mulher mais bonita do mundo conhecido. Helena, que era a mulher considerada a mais linda, esposa de Menelau, um rei grego, se apaixonou perdidamente por Páris e ele, por ela. Ambos fugiram, para se refugiarem em Troia para viverem o seu amor.

Bridget tomou um alento para fazer certo suspense. Via que sua história atraía a atenção de todos. 

— E o que tem o Cavalo de Troia a ver nessa história?

— Você está muito ansiosa, Mia. Calma. Chegarei lá.

 Bridget sorria disfarçadamente, pois a adolescente havia parado para escutar a história, quando fora pegar a bandeja, assim como os outros do grupo dela. A comandante continuou.

— Menelau não se conformou e montou um exército para invadir Troia e trazer a esposa de volta.

— É um idiota! – Caíque, filho de Oton opinou. – Se minha namorada fugisse com outro, eu sentiria pena dele, porque ela seria a maior falsa.

— Ela tava apaixonada pelo tal Páris, por conta da Deusa. Não é falsa. E mesmo que não fosse pela tal Deusa e se ela se apaixonasse por outro? Qual é o problema de se separarem? – Outra adolescente comentou.

— Ela falasse para ele e não fugisse com outro! – Caíque respondeu.

— Isso na sociedade que você conhece. – A menina respondeu. – Em “Mirnes” as mulheres são presas em correntes.

A garota contestou, lembrando um planeta em que a sociedade era arcaica e os homens prendiam suas esposas e filhas.

— Ei! Depois vocês podem discutir sobre costumes e sociedades. Agora quero escutar a história. 

Edith interrompeu os adolescentes, interessada no desfecho. 

— Voltando. – Bridget falou. – As tropas de Menelau chegaram nos portões de Troia, mas a cidade era extremamente protegida por uma grande muralha e que permitia que os soldados troianos não se desgastassem. Eles somente defendiam os ataques das tropas de Menelau, matando os soldados que se aproximavam, sem permitir que chegassem aos portões. A Guerra durou dez anos. Muitos eventos aconteceram e muitas mortes dos dois lados, até que os gregos fizeram um grande cavalo de madeira para presentear aos troianos. Desconfiados, os troianos resolveram aceitar o presente, mas sem a presença dos gregos. Comemorariam a vitória, sem dar as mãos ao inimigo. 

— Que idiotas.

Quando Vertana falou, Bridget viu que ela havia pegado mais um copo de bebida. 

— Por que acha que são idiotas, Vertana? – A antropóloga-comandante perguntou divertida.

— Após dez anos de guerra e ódio, recebem um presente desses? É lógico que é armadilha!

Bridget gargalhou.

— E está certa.  Os troianos comemoraram a vitória bebendo e comendo em um grande banquete. O Rei mandou preparar comida boa para as tropas e vinho. Os soldados que estavam de vigia, observavam as tropas de Menelau se retirarem aos poucos. Quando a madrugada já estava alta e os soldados dormindo bêbados por todos os cantos da cidade, uma portinhola se abriu e muitos soldados gregos saíram de dentro do cavalo de madeira. Em silêncio, abriram os portões da cidade e as tropas restantes de Menelau, que haviam se escondido, entraram e tomaram a cidade, resgatando Helena. 

— Eu falei que era armadilha!

Vertana falou empolgada.

— Durante muito tempo na antiga Terra, esse tipo de estratégia ficou conhecida como “Cavalo de Troia”. – Bridget olhou ligeiramente para Vertana. – E foi o que você fez na batalha.     

Uma adolescente se emburrou.

— Não gostei dessa história. A Helena não é um objeto para ser levado de um lado a outro, contra a própria vontade.

— É só uma história mitológica, Breta.

O filho de Oton tentou confortar a amiga.

— Não se engane, Caíque. – O pai o alertou. – Essas histórias mitológicas, como você fala, são reflexo daquelas sociedades. Na verdade, as mulheres não tinham voz e eram tratadas como propriedade.

— Estudar esses povos, nos permite ver como eram e as suas culturas. A gente não precisa agregar a forma como viviam para a nossa sociedade, mas, o fato é que nos traz conhecimento para ver o que é bom e o que é ruim para nós mesmos. 

Bridget sentenciou. Edith que pensava sobre a história e o que acabara de ouvir, resolveu contar a sua experiência no planeta Terra.  

— Você sabe que estive no planeta de seus ancestrais, não sabe?

— Sim. – A comandante respondeu. – Você foi pegar os “caras maus” que estavam lá para nos matar.

Bridget falou brejeira.

— O que não sabe, é que pousei no planeta e pude colocar os pés, sem nenhuma proteção. Tem água potável, matas e animais e, toda uma história da sua civilização que está escondida pelas florestas. O ecossistema se refez.

Todos olharam para Bridget, que parara de colocar mais carne na churrasqueira para escutar o que Edith falava. O interesse da antropóloga-comandante era visível, causando satisfação à Tenente-Brigadeiro.

— Não brinca com essa coisa, Edith. Não sabe o quanto gosto de ler sobre meus ancestrais. – Bridget balançou a cabeça. – Eles eram uns imbecis, é verdade. Dilapidaram as reservas naturais do planeta e produziram tanto lixo tóxico, ao ponto de não haver mais ar respirável ou clima estável. Catástrofes sismológicas e climáticas começaram a varrer o planeta, além da radiação.

Bridget largou o garfo-forquilha e a sua função como “gourmet-churrasqueira”, tomando um alento para prestar atenção ao que a Tenente-Brigadeiro falava.

— Não estou de brincadeira, Brid. – Os olhos de Edith pareceram brilhar. – O planeta Terra é lindo. Se alguma dessas coisas de que falou aconteceu, ele simplesmente se recuperou nessas centenas de anos que ficou sem a presença de humanos.

A antropóloga se apoiou na mesinha montada para amparar os alimentos que retirava do fogo. O grupo ficara mudo, reparando na amiga, que parecia deixar a mente vagar pelo que ouvia nas palavras ditas pela tenente-brigadeiro.

— Me conte mais do que viu, Edith.


Nota: Hoje, só vim deixar um beijão para vocês e uns toques.

Uma nova cepa do coronavirus já está no Brasil, que é a cepa da Índia. Ela tem uma transmissibilidade maior que as outras e parece ser mais letal. Ainda não sabem que vacinas imunizam contra ela. Então, divirtam-se, mas sem deixar os cuidados de lado. 

Bom fim de semana!



Notas:



O que achou deste história?

6 Respostas para Capítulo 33 – Epílogo – Parte 1

  1. Reunião com amigos… ooo saudade já! Infelizmente os humanos podem levar ao planeta tudo que a comandante disse, mas a Natureza é imbatível e se refaz, embora muito lentamente. Hoje já soubemos de uma outra cepa além da indiana, cuidados redobrados e esperar mais um pouco para rever ao vivo, pessoalmente os amigos. Pena que, acho, deva ter só mais um capítulo! Grata por mais esta história.
    Bjs

  2. 👏👏👏👏😍😍
    Fantástico!!!
    Não tenho muito o que falar, só que me descobri apaixonada por estórias de aventura, ação e um pouquinho de romance, mas tudo junto e misturado.

    Será que teremos novas aventuras, com a Nave Decrux em terra Brasilis🤔!?

    Parabéns por mais esse capítulo Carol
    Boa semana, bjs

  3. Carol,

    Lindoooo…

    Quero uma continuação com o despertar da Nova Terra.

    Obrigada; tua companhia durante a pandemia me é especial,
    sei q ainda tem mais um cap, mas já sinto o sabor da despe-
    dida.
    Até semana q vem,
    bjs,

  4. Oie, Carol!!
    Obrigada pelo capítulo, tava precisando.. aqui,tamos na fase 1 de novo. Alberto decretou ontem até junho, mas já sabe..como se o povo ligasse.!!

    Mas continuo aqui como sempre…ansiosa,mas cuidando-me sempre junto a Nina!!
    Fica bem e se cuidem tb e todos por aqui!!
    Beijão até quinta que vem!!
    Ótimo caps!!Pena q termina..rs

    • Oi, Lailicha!
      Então, aqui a gente está na mesma. Outra cepa de vírus e temos que ter mais cuidado ainda.
      Bom que consegui dar um alento pra você com a história.
      Não se liga, que uma hora isso tem que acabar. Vamos ter fé e força.
      Um beijo grandão, minha amiga! Hoje nossa saga de Freya acaba.

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