FREYA: A RECONSTRUÇÃO

Capítulo 30 – Sombras

Freya: A Reconstrução

Texto: Carolina Bivard

Revisão: Naty Souza e Nefer

Ilustrações: Táttah Nascimento


Capítulo 30 – Sombras

Em segundos, um enorme cruzador de guerra surgiu ao lado da nave Decrux, assustando até mesmo a comandante.

— Estamos camuflados… Você mandou a nossa localização para a frota?

Bridget perguntou preocupada e Decrux simplesmente sorriu. Outras naves de guerra, um pouco menores que o cruzador, foram surgindo e o tumulto começou. 

As naves golpistas ainda protegiam, em forma de casulo, a nave de Kevin e começaram a disparar. Algumas naves da frota explodiram na entrada da dobra, indicando que ainda havia algumas que não estavam ajustadas à nova tecnologia. O espaço virou um caos completo e a única certeza era de que Kevin não tomaria o planeta tão facilmente.

As naves freynianas deslocavam-se lateralmente, depois para frente e por último para trás. Faziam uma dança sincronizada para fugir dos torpedos e disparavam na mesma intensidade contra o casulo, na tentativa de derrubar os escudos da frente de defesa da frota golpista. O cruzador focou seus disparos no centro, tentando abrir espaço até a nave do Ministro. 

— Decrux, acompanhe o ritmo do cruzador de Vertana e Oton, dispare contra as naves do centro. Temos que derrubar o bloqueio de proteção contra a nave Hide. 

Sentiam alguns solavancos, quando torpedos atingiam o casco da nave. 

— Escudos suportando. – Decrux relatou.

Bridget observava o movimento de todos os lados e algo a despertou.

— Caeté, abrir comunicação com o cruzador de Vertana.

— Feito comandante.

— Vertana, as naves golpistas estão mudando de posição ininterruptamente. Estão trocando o posicionamento dentro do próprio casulo de defesa.

— Não estamos conseguindo furar o bloqueio. Embora sejam naves menores que as nossas, estamos em menor quantidade e os torpedos deles estão enfraquecendo nossos escudos. Não sei quanto tempo conseguiremos segurar a nossa posição.

— Tem como metade da frota reposicionar para trás da linha de defesa deles? Se conseguir, atingiremos o casulo pelos dois lados e não daremos tempo para eles recuperarem os escudos. 

Não será fácil, comandante Nícolas. Preciso de uma distração. Não posso arriscar entrar em outra dobra ponto-a-ponto. Perdemos algumas naves na primeira e não quero perder mais naves e gente, em uma segunda. 

— Tudo bem. Se prepare, pois partirei para o outro lado e atacarei. Eles se distrairão e terão somente alguns segundos para se reposicionar. Minha camuflagem não funciona enquanto estou atirando e ficarei visível.

— Perderá a sua vantagem, comandante. É arriscado. 

— Não se preocupe. Decrux tem uma excelente velocidade de reação e nos tirará do alcance dos torpedos, assim que os alvejarmos. Apenas se lembre de que terá segundos para reposicionar a frota. Será apenas uma distração. Prepare-se, ao meu sinal.

— Certo. Me dê uns segundos para preparar a frota, comandante.

— Entendido.

Bridget somente fitou a IA e o seu subcomandante que acenaram afirmativamente para ela. Sabiam o que fazer.

Os segundos pareciam horas, visto que observavam a batalha desenrolando. Uma nave da frota explodiu, chamando a atenção da tripulação da Decrux. A tática de defesa dos barnorianos era eficaz. A troca de posições das naves golpistas, mantendo a formação de casulo, permitia que as naves com escudos enfraquecidos migrassem para a retaguarda para se recuperarem. Infelizmente, a frota de Freya não tinha naves suficientes para formar um círculo em torno do arranjo de defesa.

— Em posição, Comandante!

— Ao meu sinal, Vertana. 

Bridget sinalizou com a cabeça para que Decrux e Oton executassem a manobra. 

— Agora!

A nave Decrux se deslocou para o outro lado e a IA tirou a camuflagem num voo rasante, se aproximando de várias naves golpistas que haviam tomado posição na retaguarda da linha defensiva. Oton foi inclemente, disparando vários torpedos consecutivos. Decrux os colocou novamente em camuflagem, se retirando do local. Sentiram o impacto de vários torpedos, antes de atingirem um limite seguro. 

Muitas explosões ocorreram na ponte e alertas de avarias foram disparados. Estava um pandemônio. Bridget havia caído da poltrona, batendo com a cabeça. Levou um tempo para se recuperar e conseguir que seus olhos voltassem ao foco. Colocou a mão na nuca, sentindo um líquido quente escorrer. 

O sangue não era muito, porém o suficiente para que enjoasse com o cheiro. Olhou o entorno, para tentar ver o que tinha acontecido. O silêncio das vozes se contrapunha ao estalar das explosões de equipamentos em toda a parte.

— Decrux! Está bem?

A comandante perguntou, arrastando-se até a amiga, que havia caído da poltrona de pilotagem e permanecia inerte no chão.  

— Por que você sempre tem uma ideia para livrar a cara dos outros e colocar a gente em encrencas? – A IA reclamou, abrindo os olhos. – Estou bem. Onde está Helga?

Bridget procurou por toda a ponte e pôde observar que Caeté se levantava do chão para acudir Oton, que parecia estar desacordado. Seguiu com o olhar e encontrou a Olaf atrás da poltrona de comando, levantando-se aos poucos. Estava atordoada.

— Como Oton está, Caeté?

Ele acordava e a engenheira de comunicações o sondava com um plate médico que havia pegado no kit de primeiros socorros.

— Parece que está inteiro. Só desacordou com o impacto do bombardeio, como todos nós.

— Kara, você está bem?

A comandante chamou a noiva pelo comunicador. Não houve resposta.

— Bridget para Kara; está me ouvindo?

Novamente o silêncio… E quando ia se levantar para correr para o hangar, escutou a voz que ela, definitivamente, não gostaria de ouvir.

— Ela está bem, comandante. Não se preocupe. Estava desacordada, mas fiz uma varredura médica. Está inteira. Felizmente, tinha um kit de primeiros socorros aqui no hangar e dei um sedativo para ela. Está dormindo como uma criança.

Bridget se levantou, procurando a detenta nos escombros da ponte, como se quisesse que aquela voz fosse somente uma alucinação. Saga não estava.

— Se fizer qualquer mal à ela, eu juro pelo cosmo que nunca mais terá paz, Saga. Caçarei você até os confins do universo e a matarei com minhas próprias mãos!

— E eu acredito, comandante, mas não se preocupe. Tenha certeza de que meus objetivos, agora, estão bem alinhados com os seus. 

Saga interrompeu a comunicação.

Bridget, desesperada, não lembrava e não queria mais saber o que acontecia na guerra do espaço. Queria somente encontrar Kara. 

— Espera! Vou junto.

Helga se prontificou, igualmente desesperada para saber se sua amiga estava bem. 

— Se acalmem! Kara está bem. Eu monitorei. – Decrux informou. — E Saga, não está mais na nave.

— Como assim “não está mais na nave”?

— Ela se transportou, Brid. E antes que perguntem; não, não sei onde foi, pois não tenho ligação com a T.I.M., mas tenho uma boa ideia. 

— Se transportou para a nave de Kevin?

A pergunta foi feita por Helga. Ela estava confusa. Jurava que conseguira ver a revolta de Saga perante as atitudes do Ministro. Acreditava que a rebelde estava vendo o mal que ele havia feito ao planeta.

— Só poderemos saber quando chegarmos ao hangar, mas se vale uma predição com base em probabilidades, diria que sim. Era o único local nesse espaço que Kara mantinha canal aberto na T.I.M.

— Como está a batalha, Decrux? 

Bridget perguntou somente para aliviar a sua consciência. Queria que a Decrux a confortasse, dizendo que nada mais poderiam fazer. Só pensava em chegar ao hangar.

— A frota de Freya conseguiu se reposicionar e estão resistindo. Estão conseguindo destruir algumas naves e isso dará tempo para que alguém chegue para auxiliar. Vá para o hangar ver Kara. Eu fico na ponte, Brid, e verei como o resto da tripulação está. 

— Obrigada. 

Bridget saiu para o corredor apressada e Helga a acompanhou.

— Ah! Ficar aqui será mole. A gente tá destruído mesmo… Tenha certeza de que não sairemos do lugar durante um bom tempo.

Decrux reclamou, fazendo a sondagem para ver a extensão do estrago na nave. 

— Droga! O deck três inteiro está sem energia. Os relês estouraram. 

— Caeté para a enfermaria. Fredrik, vocês estão bem?

Silêncio completo. 

— A ala leste deste deck também está com algumas falhas de energia, Caeté. Talvez seja melhor alguém ir até lá. 

— Eu vou. – Oton se prontificou. – Fiquem aqui e vejam se conseguem comunicação com Vertana e os outros. 

— Está bem para voltar ao trabalho, Oton?

— Estou sim. Se sobrevivi a Rurik, esse baque que recebemos não foi nada. Quero que essa guerra acabe logo. Tô com saudades de trabalhar só com expedições antropológicas…

Em poucos minutos, a comandante e a Olaf chegaram ao hangar e assim que entraram, puderam ver Kara desacordada perto da plataforma da T.I.M. Bridget agachou para ver como ela estava e Helga pegou um plate médico de diagnóstico para verificar as funções fisiológicas da amiga. 

— Ela está bem. Saga falou a verdade. Está somente sedada. 

Bridget se sentou e pousou a cabeça da noiva no colo. Fazia um carinho suave nos cabelos prateados da Ministra. 

— O que houve com Saga? Ela poderia ter matado Kara, facilmente. E por que quis se juntar a Kevin novamente, depois de tudo que ele fez com ela?

— Eu realmente não sei, Brid. Ela não tinha sentimento nenhum de revolta contra nós, mas quando viu o vídeo de Kevin planejando a morte dela, parecia ter ficado transtornada. 

— Eu não sei, Helga… Mesmo com bloqueadores e com a sua percepção agindo sobre ela, não confio nessa mulher.

— Acha que ela consegue simular ou mesmo controlar emoções e sentidos?

— Saga tem um jeito próprio de encarar as coisas. Talvez não precise simular nada.

— Tem razão. Olhe como ela colocou Kara deitada. Parece até que queria preservá-la ou cuidar dela. Colocou um casaco sob o pescoço para amparar a cabeça.

— Singular sim, mas querer cuidar de Kara? O que menos essa mulher fez na vida foi cuidar de alguém. É como se a natureza dela só a deixasse matar e matar mais.

— Vamos acordá-la. Precisamos saber se Kara tem como rastrear o paradeiro de Saga. 

 — Nós estamos fora de combate, Vertana. Provavelmente, só daqui a duas horas poderemos voltar para a frente de batalha. Estou reparando algumas avarias, mas estou limitada para fazer consertos mais extensos.

— Vocês nos deram alguma vantagem, Decrux, e as naves de combate do hangar espacial chegaram. Não são muitas, mas estamos resistindo e causando algumas baixas na frota golpista. Espero que Ugor não demore a chegar, pois essa tática deles de defesa em casulo os faz bem resistentes. 

Bridget chegou na ponte acompanhada de Helga. Tomou seu lugar na poltrona de comando.

— Kara já está na engenharia para fazer alguns reparos físicos. Saga foi para a nave de Kevin. 

— Essa mulher é louca. – Caeté jogou a frase no ar. – Kevin queria matá-la e não acredito que ele mudará de ideia.

— Talvez ela queira matá-lo também. De qualquer forma, concordo com você: ela é louca. Mesmo que tenha chegado à nave dele sem ninguém perceber, aquilo lá está cheio de alomares e ela está sob efeito de bloqueadores. Não sei como vai se virar… — Bridget comentou. — Onde o Oton está?

— Foi para a enfermaria para ver como Fredrik e Kiara estão e começar alguns consertos lá também. Eu estou reparando o que posso, com a minha integração orgânica à nave, mas não vou arriscar mexer com a energia do núcleo do motor. 

— Não se preocupe, Decrux. Estamos fora da área de tiro. Conserte o que puder no seu tempo. – Bridget acionou o comunicador. – Bridget para Oton.

O silêncio completo.

— Bridget para Oton, está na escuta?

Outra vez o silêncio se prolongou por segundos que pareceram minutos. 

— Bridget para enfermaria. – Não obtendo resposta Bridget se levantou da poltrona – Caeté, venha comigo. Tem algo errado acontecendo.

— Merda! – Decrux se exaltou. – Olsson…

— O quê? Não pode ser. Ele está…

Quando Bridget iria completar a frase, se atinou que no caso da energia ter falhado na enfermaria, a energia auxiliar da câmara de estase falharia em poucos minutos.

— Fredrik e Kiara devem tê-lo tirado da estase para que não morresse. – Concluiu. – Merda! – Virou-se para Decrux. – Assim que sairmos, sele essa porta e mantenha a ponte em um campo de força magnética. Em hipótese alguma ele pode entrar aqui. – Voltou-se para Helga. – Ali, naquele console tem um armário de armas. – Apontou o local. – Pegue armas para você e Decrux. Se protejam. 

Caeté verificou seu coldre para se certificar de que estava com a sua pistola e, logo depois, tocou a luva de sua faca de campanha.

— Estou pronta. Vamos.

Elas saíram da ponte e Decrux imediatamente travou a porta. Helga pegou dois “rifles de incursão”. Eram armas de alcance médio e mais curtas do que “rifles de assalto”, utilizados em áreas abertas.

— Pegue duas pistolas também. Manejo-as mais fácilmente. – Decrux pediu.

— E eu não uso uma dessas desde a época de academia. Não era uma exigência que uma pretendente a Olaf necessitava. Eu sempre odiei armas. 

Decrux se aproximou da esposa e a beijou, carinhosamente. 

— Esse é um dos motivos pelos quais te amo tanto. – Fez um carinho no rosto da Olaf. – É uma mulher que busca uma solução pacífica para tudo que faz, sem deixar de observar a maldade que uma pessoa pode carregar consigo.

— Isso me faz uma Olaf idiota. Me enganei redondamente com Kevin.

— Ele não conta, meu amor. Enganou a muitos, não só a você. – Beijou-a novamente. – Vem. Me ajuda a tentar rastrear Olsson para dar uma vantagem à Bridget e Caeté.

— Espere. A Kara não sabe o que está acontecendo. Está desprotegida na engenharia.

— Sabe, sim. Escutei Brid falando com ela. Eu ainda sou a IA dessa nave, sabia?

— E por que não está conseguindo saber onde Olsson está?

— Porque ele deve estar em alguma parte da nave sem energia. Eu poderia até procurá-lo mais… 

Decrux passou a mão sobre o abdômen e Helga seguiu seu gesto. Toda aquela situação mudou completamente o eixo de suas vidas. 

As duas oficiais se aproximavam da entrada da enfermaria com armas em punho. Bridget seguia na frente e fez um gesto para que Caeté parasse. A porta estava aberta e o caminho em completa escuridão. Bridget optara por utilizar óculos de visão noturna, em vez de lanternas para não alertar o criminoso da presença das duas e Caeté agradecia internamente à comandante por ser tão paranoica com normas de segurança. Em cada corredor da nave havia um armário de segurança, onde se podia encontrar máscaras de oxigênio, comunicadores, óculos de visão noturna, lanternas e outros itens.

A comandante fez um gesto com os dedos para que Caeté passasse para o outro lado do portal.  Espichou a cabeça para dentro da enfermaria e retornou. Parecia que não havia ninguém, mesmo assim as duas entraram em posição de defesa, caminhando cuidadosamente lado a lado, apontando a pistola para verificar o perímetro. 

— Não há ninguém aqui… 

Caeté concluiu após averiguarem todo o ambiente. 

— Não, não tem. Mas tem muito sangue…

Bridget retirou os óculos e acendeu a lanterna. Ela havia pisado em uma poça quando se aproximou da câmara de estase. As luzes de emergência ligaram e as duas puderam ver toda a enfermaria. 

— Kara pra Bridget.

— Na escuta.

— Consegui religar as luzes de emergência da ala leste do deck, mas levará um tempo para conseguir consertar a energia principal. Tive que desligar o motor do núcleo para que não desestabilizasse e explodisse. Toda a nave está em energia de emergência. 

— Isso significa que Decrux está inoperante para procurar Olsson. Ela consegue manter os campos de força magnética em torno da ponte e da engenharia?

— Consegue sim. Os campos de força estão atrelados à energia secundária, mas não poderá rastrear Olsson.

— Isso podemos fazer à moda antiga. Não abra a engenharia para ninguém. Olsson é um alomar e não quero arriscar.

— Entendido. 

Após desligar, Bridget acompanhou os passos de Caeté e do rastro de sangue, que levavam às câmaras de criogenia. Caeté abriu duas, encontrando Fredrik e Kiara. A comandante cerrou os olhos fortemente. Os dois cientistas tinham a garganta cortada.

— Quando os médicos o tiraram da estase, para preservar a vida dele, Olsson deve ter percebido que foi ludibriado. Estávamos sendo bombardeados e isso o alertou para uma possível reviravolta.

Caeté conjecturou, entristecendo-se pelos companheiros de viagem. Fechou os olhos de ambos. Pela expressão do semblante, foram pegos de surpresa.  

— Ele os enganou e os matou a sangue frio… Temos que encontrá-lo rápido.

A engenheira de comunicações quase pôde ouvir o ranger dos dentes da comandante quando falou.

— Vamos para a ponte. Lá seria o primeiro local que eu iria se estivesse no lugar dele.

— Pois eu não. – Bridget rebateu a companheira. – Eu iria para um lugar onde pudesse acessar os diários de bordo para me inteirar do que estaria acontecendo; e depois para um local onde pudesse pegar armas. 

— E onde seria isso?

— Se fosse ele, Caeté, iria para os aposentos. 

— Entendi, Brid. Ele como um infiltrado na nave, certamente deve ter guardado as armas dele lá.

— Não só as armas, mas também dispositivos que certamente trouxe para acessar nossos sistemas. Lembre-se que Saga conseguiu invadir nossas comunicações. Vamos. Estamos perdendo tempo.

A nave inteira estava em energia de emergência e os corredores que estavam às escuras mais cedo, eram iluminados por uma luz branda. Apesar de caminharem a passos largos, tentavam tomar cuidado e não fazer barulho. Estavam no andar do aposento do agente, entretanto, teriam que alcançar o outro lado daquele deck e não poderiam chegar de “peito aberto” à porta dele.

Escutaram um barulho após a curva do corredor e Bridget recuou, escondendo-se em um vão destinado a um console de manutenção. Puxou Caeté para se alojar, espremendo-se atrás dela. Pistola na mão, cuidadosamente espichou o pescoço colocando parte do rosto colado ao canto da parede que as escondia para observar o caminho. 

Não viu nada e, aos poucos, voltou ao corredor andando com mais cautela. Já na curva, espiou rápido o outro lado e como não viu movimento, caminharam até alcançarem a entrada do alojamento de Olsson. Cada uma se postou de um lado da porta e Bridget digitou a sua senha mestra no painel. A porta se abriu e ambas entraram com as armas apontadas uma para cada canto do quarto. Não havia ninguém.

— Ele já esteve aqui. Olhe.

Bridget apontou para a mesa de trabalho, que tinha um dispositivo conectado ao sistema de comunicação. Caeté colocou a sua pistola no coldre e se aproximou, sentando-se na cadeira. 

— Deixe-me ver o que ele acessou.

Ela correu pelas informações e viu que o agente apurou o que ocorreu com a nave, durante o tempo que ele havia ficado em suspensão.

— Fez exatamente o que disse que ele faria, Bridget.

— Tem algo que possamos usar para saber onde ele pode estar agora?

— Tem sim. Ele demorou mais para ler as informações pertinentes a Knut e a T.I.M.

— Merda! Vamos para a carceragem, Caeté. – Bridget acionou o comunicador. – Bridget para Decrux.

— Na escuta. 

— Tem como ver se Knut ainda está preso, ou se na queda de energia a cortina magnética da cela caiu?

— Infelizmente não, Brid. É extremamente constrangedor para mim falar que estou às escuras, mas é isso que está acontecendo. Imagine para mim o que é falar com vocês através do sistema comum de comunicações? Desde que rompemos meu link de segurança com a nave, me conecto pelo sistema ligado ao núcleo principal ou, na pior das hipóteses, pelo sistema primário. Estamos em “stand by”, utilizando a energia secundária.

— Tudo bem. Vocês duas fiquem atentas e não abram a porta para ninguém e muito menos desativem o campo de força. Já avisei a Kara também. Olsson está à solta e é provável estar na carceragem para soltar Knut. Os dois são alomares e não quero surpresas. 

— Entendido.

— Vamos, Caeté. Temos que chegar ao hangar.

— Ao hangar? 

— Ele já deve estar na carceragem e quero ficar um passo à frente dos dois.

— Melhor a gente descer pela escada de manutenção, Brid. Os elevadores fazem barulho quando a porta se abre e certamente foi o barulho que escutamos no corredor ainda há pouco. 

— É verdade. Ele devia estar descendo àquela hora. 

As duas tripulantes foram até a entrada do duto da escada de manutenção, abriram a porta do compartimento com cuidado e começaram a descer. Caeté, que entrou após a comandante, trancou a porta. Eram três decks até chegarem ao hangar e carceragem.

O duto não era confortável e os degraus pareciam ser infinitos, pois a penumbra das luzes de emergência não deixava que vissem muito abaixo de onde estavam. Embora cada deck tivesse um pé direito de três metros, a altura triplicava, visto que, entre cada deck, havia corredores de manutenção e um aglomerado de equipamentos, tubos, dutos e outras utilidades que faziam a nave funcionar.  

Devagar, chegaram à metade do segundo deck e uma explosão em alguma área da nave fez com que as luzes de emergência se apagassem. Ficaram na mais completa escuridão.


Nota: Desculpem o atraso da história, mas ontem fiquei sem internet e não consegui postar, pessoal. 

Beijão!



Notas:



O que achou deste história?

10 Respostas para Capítulo 30 – Sombras

  1. Nossa!!
    Tô revoltada com a baixa na nave, cretino, assassino miserável, desejando que Brid o mate com requinte de crueldade é o mínimo que peço.
    Boa semana
    Bjs e esperando ansiosa o próximo

  2. Capítulo eletrizante!!!
    Saga sozinha com Kara, que perigo! Mas parece que desta vez ela não fez nenhuma maldade. E espero que essa fuga dela para a nave de Kevin seja para tirá-lo da jogada.
    Fredrik e Kiara mortos? Que a morte de Olsson seja lenta e dolorosa.
    Será que a intenção de Olsson é destruir a nave com todos dentro e fugir com Knut?

    “…O sangue não era muito, porém o suficiente para que enjoasse com o cheiro…” 🚨🤔 Brid é uma mulher acostumada com mortes sangrentas. Ou seja, já sentiu muito esse cheiro, deveria estar acostumada. Só acho. rs

    Beijo, Carol

  3. Ai meu Deus! Acho que Saga vai se vingar, dentro da nave de Kevin. Mas a situação da nave das meninas, este cretino assassino solto… tá de arrepiar!
    Bjs

    • Oi, Ione!
      Bom os assassinos estão à solta! rsrs E quanto a Saga, vamos ver o que a louca é capaz. Sabe-se lá? rs
      Obrigada Ione, pelo carinho de sempre
      Um beijão!

  4. Carol,

    Sensacional é pouco, um cap. q me deixou mto tensa. k k k

    Parabéns, tô amandoooo…

  5. Vc ser estudasa é ótimo!!
    Esconderam pq sabem que qndo se juntam coisa boa n sai kkkk
    Agora entendi o lance da percepção entrelinhas….caracaaaaa,sou foda mesmo!! Hahahaha. Cadê a humildade, Lai rs
    Sei como vc escreve, Bi! São anos de investigação kkk.
    Sagaaa fugiu mesmooo, o paí ó!!!
    Vixe, Olssom tá solto e Knut logo poderá estar, que perigo!! O cara explodiu no lugar certo,foi inteligente. Brid deu mole dessa vez…ela tá mt mimimi, só digo!! Mas vc n sabe como tô feliz com as pancadas na nave, ficou mt bom,afé liberou serotonina e kara desmaiada, adoro ver Brid desesperada e enfurecida qndo se trata de kara…seja qq situação, mas essa foi ótima!!rsrs.
    Gente, se esses dois alomares se soltam… vai dar muito mal, estão cegos,Detrux tá impossibilitada pelos bebês tb…
    Agodr, a coisa tá andando!!! Mas vc gosta de terminar um capítulo assim,viu?!! Explode algo, alguém desmaia, bate a cabeça,é sequestrado…e deixa a gente na pista..
    Muito bom o cap, Bi! Amei!! Adoro uma estória estilo Star Trek rsrs.
    Ahhh, vc matouuuuu esses dois, Ca!! N acredito, n esperava por essa…esses dois, n!! Malévola vc!!!! Kkk
    Ótimo,mara,amodorei!!
    Se cuidem, beijãoooooo!!!!!!!

    • Oi, Lailicha!
      Não falei que você tinha ido pelo caminho certo? rs
      Esses dois são alomares e isso é problema na certa, Lai. Vai ver hoje. Não vou dar spoiler. rs
      Hoje tô na correria aqui em casa e vim deixar só um beijão pra você, ok?
      Fica na paz, Lailicha

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