Freya: A Reconstrução
Texto: Carolina Bivard
Revisão: Naty Souza e Nefer
Ilustração: Táttah Nascimento
Capítulo 20 – Aliados e Acordos
— Está confortável, coordenador?
— O que está acontecendo aqui? Por que estou preso?
Finalmente ele conseguiu focar no rosto de quem o aprisionava.
— Espero que tenha uma boa desculpa para essa atitude, comandante Nicolas.
Ele não sabia o que pensar. Supostamente a nave Decrux estaria em curso para o planeta Terra. Pelo menos era o que haviam identificado, e agora se encontrava preso numa cela da nave por aquela mulher. Tinha que ganhar tempo para saber o que acontecia.
— É simples a resposta: prendi você, não está vendo?
Bridget respondeu, sarcástica. Eram nesses momentos em que ela mesma se considerava uma sádica. Tinha prazer em ver o sofrimento psicológico que imputava em pulhas como aquele.
— O que está acontecendo? Responda-me! Eu exijo!
— Não está em posição de exigir nada, coordenador. Não sei se percebeu, não considero você mais meu amiguinho. Vasculhe em sua consciência e busque o motivo.
Ela se sentou novamente e cruzou os braços, pendendo a cabeça de lado como se as falas de seu prisioneiro não significassem nada. A indiferença da comandante, juntamente com o que sentia emanando dela, o deixava temeroso.
— Não tem motivo algum para eu estar aqui.
A voz vacilante fez Bridget ver que ele estava com medo e elevou ligeiramente uma de suas sobrancelhas. Adorou sentir a ansiedade que permeava todos os gestos de seu cativo.
O rosto da comandante ganhou um ar de incredulidade diante da resposta do coordenador. Espalmou as mãos nas coxas, levantando-se calmamente e suspirou. Sua expressão corporal aparentava calma, o que, na verdade, enervava o prisioneiro, pois ele captava muita raiva emanando dela. Retirou sua pistola do coldre.
— Eu vou entrar e, se por acaso se atrever a me atacar, vou atirar em você sem remorso.
— Se atreveria a matar um agente do governo de Freya? Caçarão você até o fim do universo!
— Matar? Quem falou em matar, coordenador?
Ela repuxou os lábios de lado, destravando o painel de entrada, desabilitando a cortina magnética que trancava a cela. Pegou um bastão ao lado do portal e entrou.
— Essa belezinha aqui, – apontou a pistola para ele e o viu se retrair em cima da cama – dispara feixes mortais, feixes para tonteio e, também, cargas elétricas.
— Uma arma que causa dor na vítima? Isso é inadmissível! É uma barbárie!
— Ah! Agora você pensa em civilidade? E onde estava sua civilidade quando ajudou uma louca a violar minha noiva? Pensou em civilidade quando permitiu que a Olaf fosse pega pela República e por Cursaz, anos atrás?
Ela avançava milímetros a cada movimento que fazia. Seria quase imperceptível que o prisioneiro não visse que, em cada diálogo, ela parecia estar mais próxima a ele.
— Do que está falando? Não tive nada a ver com o que está me acusando!
Ele começou a suar a olhos vistos e parecia que seu rosto alvo passava para a cor rosada, ganhando tonalidades mais acentuadas a cada segundo. Bridget soltou uma gargalhada divertida, sem deixar de fora um tom maquiavélico, assustando-o mais.
— Está tentando se transmutar em um humanoide grande e forte, coordenador?
Ela transferiu o peso de seu corpo para uma das pernas, encarando-o com um olhar de atrevimento.
— Vou lhe contar um segredo. Sabe todos aqueles experimentos que a República e Cursaz fizeram com a sua Olaf? Pois é, eu tinha todas as substâncias que usaram nela, na base de dados daqui da nave e foi autorizado pelo parlamento de Freya, para que tivéssemos um arquivo para combater outras práticas como aquelas. Felizmente, tenho dois médicos-cientistas na nave que puderam sintetizar um dos inibidores. Você não poderá se transmutar enquanto estiver sob o efeito dele.
— Ah, você! Sua…
— Vagabunda?!
Ela desferiu um golpe forte com o bastão na palma da mão do prisioneiro, que havia levantado e partido na direção dela. Ele recuou imediatamente, pois a ponta do bastão era crivada de agulhas tão finas e pequenas, que não se via se não estivesse olhando de perto. Na mão atingida, começaram a surgir pequenas gotículas de sangue.
— Esse bastão é uma belezinha, não é? – Ela riu. – Sabe que a palma da mão é um dos locais que recebemos mais inervações de sensibilidade?
Ela deu uma pausa, vendo-o observar a palma direita borrar com a cor rubra do sangue.
— Não se preocupe, foi somente um golpe e a palma da mão tem muita vascularização e cicatriza rápido. Hoje mesmo terá somente pontinhos nela. Pena que ainda sentirá dor.
— Agrrh!
Ele partiu outra vez para cima dela, fazendo com que Bridget desse um passo para o lado, devolvendo a arma para o coldre e acertando um golpe muito forte no joelho dele. Knut caiu no chão, imediatamente. Enquanto o coordenador estava no chão, Bridget segurou a outra mão dele, num agarro firme, esticando seu braço. Prendeu-o no chão com a sola da bota em seu pescoço. Não esperou que ele se recuperasse e golpeou várias vezes a mão esquerda do coordenador com a ponta do bastão, fazendo inúmeras e micro perfurações por toda a palma.
Por fim, o coordenador berrou para que ela parasse.
— Ótimo! Estamos nos entendendo agora. Vou sair da cela.
Ela o largou e fez o que havia prometido. Ele tentava se levantar, mas não conseguia apoiar as mãos no chão, principalmente a esquerda.
— Deixei, para você, rações nutrientes militares e água. Estará bem alimentado. Se quiser me dizer quem está com você e o Ministro Kevin, é só chamar.
Ela se virou para sair.
— Como chamarei, se nem comunicador tem nessa cela?
Ela parou o passo e somente olhou para trás.
— Decrux – respondeu, apontando as paredes da carceragem – é toda ouvidos. Esqueceu que ela é uma IA orgânica integrada a toda a nave? Ah, e lembre-se de uma coisa, coordenador Knut, ainda não acabou. Agradeça a sua Olaf, pois ela odeia violência e prometi a ela que me comportaria… Por enquanto.
— Você chama isso de se comportar?
Os lábios de Bridget se esticaram em mais um sorriso diabólico.
— Você quer que eu lhe dê uma noção do meu mau comportamento, coordenador?
Ele balançou a cabeça em negativa. As agulhadas por toda a palma da mão esquerda doíam como navalhas. Não conseguia fechar a mão por algum tempo, e a direita, embora estivesse menos dolorida, também incomodava bastante. Ela saiu pela porta, deixando-o só. Foi para a ponte. Decrux a avisara pelo comunicador intradérmico de que Helga havia retornado.
— O que temos?
Bridget perguntou assim que entrou.
— Decrux estava certa. Conseguimos comunicação, com os dados que ela nos forneceu, mas os ugorianos não sabem que estamos aqui. – Oton respondeu.
— É lógico que estava certa. Fui criada aqui pelo maior cientista de Ugor. Eu conheço absolutamente tudo a respeito desse planeta.
— Ótimo. Então por que não nos colocou aqui, abaixo dessa marcita antes?
Bridget perguntou, elevando uma de suas sobrancelhas.
— Ah… Por que, para virmos para cá, temos que fazer dobra ponto-a-ponto e precisamos dela em outras ocasiões?…
Ela deu uma entonação de pergunta à frase, mostrando que realmente não havia pensado naquela possibilidade antes.
— Boa desculpa, Decrux, mas por que sinto que não é totalmente a verdade?
Bridget riu e sentou-se na poltrona de comando, fazendo um gesto de que não importava. Sabia que a amiga estava com restrições por estar grávida e, por orientações médicas, devia limitar a utilização dos attochips. Também não sabia, ou melhor, ninguém sabia o que a maturação completa de seu sistema orgânico poderia ter afetado em sua capacidade de análise. Ela agora era um ser vivo completo e, apesar de ser infestada de attochips cibernéticos, também contava com as emoções inerentes a um humanoide.
— Vamos ao que interessa. Temos que fazer contato com Ugor. Precisamos fazer a troca tecnológica para vasculhar as comunicações de Freya e pegar quem está por trás de tudo. – Virou-se para Caeté. – Estamos prontos para abrir o canal de comunicações?
— Estamos sim, Brid. Eles não conseguirão rastrear nossa localização.
— Ótimo! Então faça o contato e abra o canal para a tela.
Caeté fez a primeira tentativa e o gabinete do Marechal Hermes não atendeu. Tentou a segunda vez e mais outra, até que conseguiu. Na tela central surgiu a imagem de um militar.
— Aqui quem fala é a comandante Nícolas da nave de pesquisas antropológicas Decrux. Necessito falar com urgência com o Marechal Hermes ou a Tenente-Brigadeiro Edith. Creio que estejam esperando um contato meu.
— Sim, eles aguardavam seu contato, comandante. Só um momento.
Levou mais um tempo até que o rapaz retornasse.
— O Marechal Hermes pediu-lhe que ligue daqui a quinze minutos. Ele se reunirá com o Presidente Barbien e a Tenente-Brigadeiro Edith para falarem juntos.
— Entendido. Obrigada e desligo! – Bridget bufou. – Dai-me paciência! Odeio essas formalidades estúpidas que só atrasam.
Kara e Helga esboçaram um sorriso, diante da imperícia da comandante em lidar com questões diplomáticas.
— Calma, Brid, deixe que dessa parte nós cuidemos.
Helga falou, antes de pedir para Decrux o status da vigília ao esconderijo de Saga, no que a esposa informou que os agentes enviados por Kevin haviam chegado. Essa notícia deixou todos nervosos e atentos.
Passado o tempo que o atendente lhes deu para novo contato, conseguiram abrir novo canal de comunicações com o gabinete e transferiram a chamada para a sala de reuniões, assim todos poderiam participar. A imagem que se formou sobre a mesa, numa projeção, mostrou que os ugorianos estavam em uma sala de reuniões.
— Como vai, comandante Nícolas? Vejo que as confusões lhe perseguem.
— Nem imagina, Presidente Barbien. Eu pensava em levar uma vida tranquila até o fim de meus dias. Juro.
Todos sorriram, quebrando um pouco o clima e se cumprimentaram.
— Muito bem, então vamos ao que interessa. Como foi a experiência com o Transporte Molecular?
— Estou inteira e tenho um prisioneiro inteiro na minha cela. Ah, Helga também está inteira. Conseguiu se transportar para o gabinete dela em Freya para um encontro com um dos ministros dela.
— Pegaram Saga?
Bridget sabia que aquela pergunta de Edith não era em vão. Havia algo no tom dela e na fisionomia que alertavam a comandante para algo, que não conseguia identificar.
— Não, mas pegamos um comparsa dela. Saga é esperta, no entanto, nós também somos. Uma hora a pegaremos, Tenente-Brigadeiro. Por isso precisamos da tecnologia de R.A.C. Dessa forma, poderemos rastrear dentro do governo, quem a está apoiando.
Viu que o Marechal Hermes focou seu olhar brevemente em sua subordinada para, logo após, tomar a palavra.
— Não estamos conseguindo definir no que isso poderá auxiliá-las. É um equipamento estratégico de nosso governo e, pelo que vemos, conseguiram burlá-lo, já que não estamos obtendo parâmetros de suas comunicações.
Bridget tinha vontade de escarnecer do Marechal. Tinha muito apreço por ele, pelos bons tempos quando seus pais eram vivos. Compreendia que ele não facilitaria para elas. Obviamente aquela era uma vantagem tática-militar muito grande e de imenso valor para Ugor.
— Nós conseguimos esconder a nossa assinatura de comunicações, contudo, ainda precisamos do R.C.A. para descobrir quem de Freya consegue se comunicar com Saga.
— E mais, Marechal Hermes, – Helga intercedeu – temos que desmantelar a conspiração que há no governo de Freya. Ou querem negociar futuramente com pessoas que não conhecem e nem sabem se podem confiar? Certamente sabem o que está acontecendo em nosso governo, através do R.C.A.
Helga foi incisiva e olhou desconfiada e intensamente para o Presidente Barbien que, até então, permanecia de fora da discussão.
Era fato que Freya saber que tinham a tecnologia para vigiar todos os planetas do sistema solar de Ugor, não era um bom negócio, contudo Barbien não se intimidou.
Helga era casada com a IA e provavelmente já soubesse dessa tecnologia, sendo discreta durante os três anos de governo do novo planeta. Talvez ela esperasse por uma oportunidade para negociar a tecnologia e finalmente ela surgiu, mesmo que tenha sido num momento tão complicado politicamente para seu planeta.
— Sabemos, sim, Helga. Você tem razão. – Barbien saiu do silêncio. – Vejo que você foi bem-informada por sua esposa.
— Alto lá, senhor presidente! Nosso acordo, na época em que fizemos o pacto dos planetas do sistema para podermos nos assentar, era que não revelaria nada pertinente à estrutura do governo de Ugor, salvo em momentos de suma importância. Nunca revelei nada a minha esposa a esse respeito ou a qualquer outro que dessem a Freya vantagens táticas. – Decrux falava indignada. – Sou uma mulher de palavra, senhor presidente, além de ter um senso crítico e de responsabilidade, um pouco diferente dos humanoides comuns. Eu faço as contas direitinho do que é pertinente ou não, dentro de uma relação interplanetária. Nunca revelaria algo que pudesse balançar a boa relação de Freya com vocês. Tenho plena ciência de que uma informação como esta, poderia causar instabilidade entre os planetas do sistema, se fosse revelada em outro momento.
Decrux estava tão irritada com a alusão do Presidente de Ugor que os representantes do planeta se sentiram envergonhados.
— Vamos nos acalmar. – Helga intercedeu novamente, numa entonação serena. – Não estamos aqui para discutir, e sim resolver um problema que não afetará somente Freya.
A Olaf suspirou, antes de retomar a sua retórica. Enquanto isso, Kara e Bridget observavam caladas a tudo com atenção.
A comandante ansiava por compreender o que cada um do outro lado da transmissão pensava sobre o assunto, e a ministra, pensava em como auxiliar nas questões técnicas.
— Vocês concordam que, se outro governo conseguir se estabelecer em Freya, o sistema sofrerá com sanções comerciais? Nosso planeta começou a abastecer o sistema solar inteiro com vários insumos, não só agrícolas, como tecnológicos para diversas áreas e num bom preço de mercado. Alguns desses insumos eram importados de planetas de outros sistemas e, muitas vezes, com valores exorbitantes. Respeitamos todos os acordos comerciais, após entrarmos para o Pacto Comercial de Ugor. Quem garante que o novo governo respeitará?
— Não se trata somente de uma questão comercial, Olaf. – Marechal Hermes se colocou. – Trata-se da confiança que poderemos perder se a notícia de que temos esta tecnologia vazar.
— Então não deixaremos que ela vaze. – Helga foi enfática. – Hoje, só nós que estamos aqui nessa reunião sabemos dela e sei que pode ser frágil esse tipo de acordo. Então, proponho que, assim que conseguirmos retornar para o governo, após pegarmos todos que estão dentro da conspiração, faremos um anúncio conjunto para que os outros planetas da Adesão Planetária de Ugor saibam que “estamos desenvolvendo” – Helga fez um sinal de aspas no ar com os dedos – essas duas tecnologias e que assim que conseguirmos, liberaremos para todos os planetas do pacto.
— É uma boa proposta, senhores e senhora. – Kara se pronunciou. – Por tudo que vasculharam com a R.C.A., sabem bem em quem confiar. É lógico que a R.C.A. teria restrições de acesso dentre os planetas da Adesão Planetária futuramente. Entretanto, o sistema ficaria mais forte e coeso.
— Evidente que poderiam optar por não nos auxiliar e talvez, tratar com o novo governo. – Helga tomou novamente a palavra. – Poderemos não conseguir retomar o governo de Freya sem a sua tecnologia e sermos mortos… destruídos. O conhecimento dessa tecnologia morreria conosco e poderiam seguir com a vida.
Escutaram um ligeiro riso vindo da Tenente-Brigadeiro Edith, contudo, ela nada falou.
— Poderemos compartilhar com vocês tudo que conseguimos apurar com o R.C.A. – O Marechal afirmou. – Sem que precisemos liberar o acesso e a tecnologia para vocês. Teriam a mesma vantagem.
— Sim. E, em troca disso, poderíamos compartilhar com você o benefício de transportá-los, sempre que necessário, sem compartilhar a tecnologia da T.I.M. – Helga foi incisiva. – Precisamos estar com a R.C.A. para nos antecipar aos nossos adversários. Estamos nos escondendo e, cada vez que entramos em contato com alguém, é um risco para nós. Como disse antes, podem deixar que os conspiradores nos aniquilem e tomem o poder, se assim o desejarem, e não terão dor de cabeça conosco, com relação a R.C.A.
— Vocês sabem que não faríamos isso. Sabem bem que escutamos algumas conversas entre os conspiradores, desde que seu governo foi instituído. Não entendemos muita coisa, pois como bem descobriram, essa tal de Saga não aparecia em nossas comunicações, por utilizar uma tecnologia muito antiga.
— Edith!
— Desculpe-me, Marechal, mas não compartilho o otimismo de vocês em achar que elas cederiam uma tecnologia, sem darmos a nossa. Além do mais, elas sabem que não estamos conseguindo ver onde estão. Se elas se escondem tão bem de nós, se esconderão deles também. Trabalhei diretamente com elas e sei que são capazes de sair dessa enrascada, mesmo se não estiverem de posse da R.C.A., Marechal. E essa saída que elas deram não é ruim para nós. Na verdade, é um excelente acordo…
— Concordo com Edith, Marechal Hermes. Ter a R.C.A. oculta de todo nosso sistema, nos traria problemas futuros com os planetas. Já discutimos isso antes, em nossas reuniões da defesa. – O Presidente Barbien espalmou a mão sobre a mesa. – Muito bem. Passaremos os códigos de acesso para vocês e vamos consolidar um acordo por escrito. Mandaremos para vocês para que a Olaf assine. Assim que o acordo for assinado e verificarem o acesso a R.C.A., vocês nos passarão um tutorial de construção da T.I.M.
— Vamos acordar que o acesso deverá ser de administrador. – Helga se posicionou.
— Como?
Barbien perguntou etado e, mais uma vez, a Tenente-Brigadeiro riu, no que foi encarada pelos dois ugorianos.
— O quê? Eu não esperaria menos dela, senhor Presidente.
Impaciente, Barbien a contragosto concordou.
— Tudo bem. Entendo que um acesso limitado poderia nos colocar em vantagem sobre vocês. Assim será. Mandaremos o acesso de administrador e… não esqueçam de nossa boa vontade, Olaf.
— Não esquecerei, Presidente. Após meu retorno ao meu gabinete, faremos com que os planetas do sistema acreditem que são tecnologias em desenvolvimento e, com isso, teremos um tempo para aprimorá-las. Quando forem liberadas para todos os planetas, será como se houvéssemos construído do zero.
— Estamos acertados, então. – O Presidente Barbien decretou. – Agora vamos a outro assunto.
— Qual assunto?
— Nosso apoio a vocês. A Tenente-Brigadeiro quer fazer parte da sua missão. Como ela bem disse, não queremos que o governo de Freya mude sua gestão. É de nosso interesse apoiá-las, para que tenham êxito nessa empreitada. Entretanto, não faremos este apoio declarado até que obtenham sucesso.
Bridget gargalhou. Era evidente que todo aquele salamaleque era, unicamente, para extrair uma promessa para que a tecnologia da R.C.A. não fosse usada como vantagem de Freya em uma extorsão contra eles.
— Está com saudades de trabalhar conosco, Edith?
A comandante chacoteou, extraindo um sorriso da Tenente-Brigadeiro. Edith conhecia bem o jeito daquelas mulheres de atuar e gostava da posição dura, porém sincera.
— Claro que não, comandante. Estou querendo testar um protótipo de uma nave de combate. Ela é um caça em que estamos implementando a dobra ponto-a-ponto. Agucei a sua curiosidade, comandante? – Edith sorriu.
— Agora tem minha atenção, Tenente-Brigadeiro. Mas por que você? Pode colocar um bom piloto de sua frota para testá-la e nos acompanhar.
— E acha que a frota inteira sabe sobre esse projeto? Tenho que deixar alguém em meu lugar, e não pode ser Lars. Temos nossos entraves políticos também e, desde que nos casamos, ele trabalha em outra área.
— É justo. – A comandante opinou. – Se querem testar esse novo caça conosco, suponho que, se aprovado, será colocado na pauta da Adesão Planetária de Ugor.
— Erramos uma só vez, comandante. – O Marechal Hermes respondeu. – Não erraremos, novamente. Ter nosso sistema seguro em detrimento a outros sistemas, vale mais que nossa capacidade tecnológica em relação aos nossos associados.
— Está bem, mas o tempo urge para nós. Você consegue nos alcançar em Benglada IV em quanto tempo, Edith?
— Em três horas espaciais, talvez quatro. Tenho que acertar detalhes para a minha ausência.
— Então a receberemos em quatro horas espaciais. Mandaremos meia hora antes nossa localização.
— Certo.
Despediram-se e encerraram a transmissão.
— Foi arriscado, Bridget. Temos que sair desse buraco de marcita para alcançar Benglada IV a tempo e teremos que fazer outra dobra ponto a ponto. Ficaremos sem poder fazer a dobra por algum tempo.
Nota: Pessoal, hoje não deu para responder os comentários, mas no fim de semana colocarei em dia, ok?
Um beijão pro’cês
Hummm… Não senti muita firmeza nessa negociação com Ugor… eles me parecem “lisos” demais…
Cheguei a pensar em algum alomar se passando por Edith…
Aguardemos…
Nefertit! Que prazer tê-la aqui!
Então… Eles são lisos mesmo. rsrs Mas, em breve, muito breve, saberemos mais deles.
Coitada da Edith, ser hackeada por um alomar? Mmm… Vejamos, não é má ideia. he he he
Brigadão, minha amiga!
Um beijo muito grande pra você!
Um.. depois dessa acho que o coordenador irá pensar bastante antes de segurar qualquer informação.
Achei o governo de Ugor meio “osso duro”, dificultando as coisas. Mas não contavam com a expertise de Helga. Maravilha que cederam e ainda terão outra nave para apoio.
Beijo, Carol
Uma boa próxima semana, rs
Oi, Fabi!
Primeiro quero agradecer por tudo e depois, que você está certa. Fizeram jogo duro mesmo. O fato é que eles também não são santinhos. Em vez de planeta, imaginem no nosso mundo, aqui na terra: Um país ficar xeretando o nosso governo? Eu ficaria muito P. rsrs
Valeu, Fabi!
Um beijão pra você!
Rindo com gosto do medo que o coordenador sentiu da Brid, ela é a melhor e ainda nem usou 50% do que ela pode ser perversa.
Parabéns por mais um capítulo incrível
Oi, Blackrose!
Então, acho que ele merecia. rsrs Mas, sejamos civilizados. he he he O fato é que a Brid não está mais no Quadrante Delimitado e como tal, precisa se comportar minimamente. rsrs
Valeu, menina! Brigadão pelo carinho!
Beijão pra você!
Vamos aumentar os aliados, porque de inimigos está cheio! Agora vai, ou vem a reviravolta para os traidores. Até que enfim, uma boa notícia nesta caótica conspiração política! Amizade vence, amor vence iuhuuu… me adiantei muito?
Bjs
Oi WalKiria!
Não, não se adiantou muito não. A reviravolta está acontecendo, mas a gente nunca sabe o que esperar dos inimigos, não é?
E vamos caminhando! rs
Muito abrigada e um beijo grande para você!
Carol,
Mto bom guria…
Bjs
Valeu, Nádia!
Sempre é muito bom saber que está gostando!
Um beijão pra você!
Oieee!!
Superrr amei!! Brid é sádica, mas foi realmente boazinha! kkkkkkkkkk.
Aí, n gostei delas terem que compartilhar da tec delas com Ugor, porém, é um acordo pra eles soltarem o deles!!
Que seria isso de acesso administrador?
TÔ acchando isso mt fácil….desconfiando….e q tenete Brigadeiro realmente quer???!!
Até quinta que vem!!
Cuidem-se e bom finde! Beijocas!!!!!!
Oi, Lailicha!
Enfim, hoje tô conseguindo responder aos coments!
kkkk Você ama uma maldade das pessoas do lado claro da lua, né? kkkkkk
Então, o acesso administrador é quando você tem acesso a tudinho mesmo. Não podem simplesmente te chutar para fora do sistema. Não é um usuário limitado que acessa só algumas funções. rsrs
Bom, sobre a Tenente-Brigadeiro, veremos em muito breve. rsrs Isso quer dizer que é hoje. rsrs
Valeu, Lailicha!
Fica na paz e um beijão pra tu!