FREYA: A RECONSTRUÇÃO

Freya: A Reconstrução

Texto: Carolina Bivard

Revisão: Naty Souza e Nefer

Ilustração: Táttah Nascimento

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Capítulo 13 – Esconder-se nunca é fácil

— É o único modo das câmeras não verem vocês. Posso desabilitar as câmeras de vigilância também, mas discutimos isso antes. É arriscado, pois há sempre um agente na sala de vigilância observando. Desabilitar os sensores de movimento não indicaria falhas no sistema, para que alguém se alertasse, mas as câmeras sim.

— Se eu alçar voo não conseguirão me detectar?

— Se permanecer na área do prédio, não. Depois que pegá-las, aciono a dobra ponto-a-ponto e só existirá um retorno residual de energia.

— Decrux, não está conseguindo achar os pontos de sombra?  

Escutaram a pergunta de Kara e Bridget já acionava os propulsores da nave.

— Ela achou, Kara, mas para isso terão que permanecer onde estão. Vou buscá-las. 

— O quê? Estão loucas? – Helga perguntou alarmada.

— Não, meu amor. Acontece que Bridget está camuflada, mas vocês não. Sairão pelo alto. Acalmem-se que tudo dará certo. 

A discussão entre a IA e as duas mulheres disfarçadas ocorria sem que a comandante se intrometesse. Agora tinha que se concentrar para se posicionar planando e conseguir abrir a plataforma da nave de forma que as duas entrassem sem que aparecessem em alguma câmera. 

— Bridget, eu posso operar a nave auxiliar, mas conhece as limitações. 

— Que bom que ainda posso pilotar uma nave, Decrux. Não se preocupe. Vou tirá-las daqui. Se atenha à vigilância do prédio, me oriente para que a nave se interponha entre elas e a visão de alguma câmera e impeça que as vejam na hora em que subirem na plataforma de carga. 

— Na plataforma? Conseguirá plainar tão perto delas?

—Tenha certeza de que será melhor do que descer a escada da nave. Na parte de cima do prédio, tenho o domo da malha de segurança que não posso tocar, além do que, elas poderão ficar expostas para pegar a escada. Deixe isso comigo.

A comandante conseguia ver as duas mulheres paradas, quase que imóveis, próximas a uma antena de difusão.

— Merda! Não podia ser fácil…

Bridget reclamou, tentando manobrar a nave camuflada para que a porta de acesso ficasse na direção das duas. O espaço era mínimo, pois o beiral expandido da entrada do prédio, juntamente com a antena de difusão no lado oposto, limitavam sua aproximação a elas.

— Não se mexam, meninas. Terei que espremer a nave onde estão.

Não havia muito o que fazer, a não ser largar de mão os parâmetros que Decrux enviava. Bridget sabia que naquela hora, não havia mais o benefício de cálculos e sim a percepção de espaço. 

— Calma, comandante. Calma…

Falava para si mesma, enquanto manobrava, aproximando lateralmente a nave. Para Kara, parecia impossível que alguém conseguisse planar com uma nave e encaixá-la naquele espaço. Seu pavor não era maior, pois não estava vendo a aproximação, todavia sentia a onda de ar quente que se acercava delas. Retesou-se e sentiu que Helga apertava seu braço, que havia segurado momentos antes. Quando a porta da nave auxiliar abriu diante delas e a rampa de carga desceu praticamente a seus pés, subiram imediatamente e escutaram o comando de Bridget.

— Nos tire daqui agora, Decrux!

Segundos depois, um pouco atordoadas, abriram os olhos, vendo na tela principal que estavam na órbita de Vernes.

— Vocês estão bem?

— Sim.

Helga respondeu para a comandante e virou-se para Kara para conferir se havia dado a resposta certa. 

— Eu estou bem. Pelo menos fisicamente. Meu DNA não desestabilizou dessa vez.

Fitou a comandante. Seu olhar era de admiração e orgulho. 

— Psicologicamente, não sei. Só imaginava que seria esmagada pela nave que minha noiva estava pilotando. – Riu. – Juro que, dessa vez, duvidei que você conseguisse, Brid.

— Agora você me deixou triste, Kara. – Bridget se levantou da poltrona de piloto, indo de encontro às duas. – Duvidar do meu amor, até compreendo, mas duvidar da minha habilidade como piloto?

O gracejo da comandante abriu um sorriso maior na ministra espacial. Tentava recuperar o fôlego e aceitou o auxílio da noiva para levá-la até a poltrona. Após acomodá-la, Bridget se voltou para a Olaf para auxiliá-la também.

— Por que estamos na órbita da lua e não no hangar da nave?

— Porque quando faço isso, minha amada e querida esposa, eu calculo previamente cada incursão no tempo-espaço, numa segurança milimétrica. Você não queria aparecer entre uma porta de ventilação e um duto de manutenção da nave, queria?

— Claro que não!

— Pois era essa a configuração de possibilidades que eu tinha, se tirasse vocês de dentro do domo de segurança do prédio e transferisse diretamente para o hangar. Interferências infinitas de sinais da rede de segurança. 

Helga riu da esposa. Decrux era incrível como mulher e IA, no entanto, Helga a conhecia melhor que qualquer um e, muitas vezes, mesmo sendo jovial em sua personalidade, sabia que exigia de si mesma uma perfeição que não era possível. Principalmente após ter maturado totalmente seu lado biológico. Bridget balançou a cabeça, sabendo que Decrux se preocupara com o ocorrido. Depois conversaria com ela. Sentou-se na poltrona de pilotagem.

— Abra o hangar da nave, Decrux. Já, já chegamos e teremos muito para analisar e conversar. 

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— Como Olsson está?

Bridget começou a reunião, após a chegada e acomodação de todos na sala de reuniões e se dirigiu primeiramente aos médicos.

— Está numa câmara de estase. – Fredrik respondeu.

— Temos que ter cuidado com lesões cerebrais, principalmente em freynianos alomares. Eles dependem muito do equilíbrio entre as percepções, emoções e o pragmatismo da consciência lógica.

Foi a vez de Kiara responder e, por fim, o doutor Fredrik concluiu.

— Ele precisará de um tempo a mais. A lesão cedeu, visto que alomares tem uma capacidade de cura celular rápida, mas necessitará que as sinapses reestabelecidas lhe confiram um equilíbrio mental.

Bridget acenou com a cabeça, em concordância com os médicos. Voltou-se para Caeté.

— O que conseguiu extrair da análise de Decrux, em relação às comunicações?

— Não gostará muito do que extraí das conversas. Estão todos preparados para o impacto do que analisei?

— Pode mandar ver, Caeté. 

A engenheira de comunicação sorriu para a subcomandante e iniciou seu relatório.

— As comunicações foram feitas através de uma programação híbrida entre um sistema antigo de Freya e outro da Terra. 

— Da Terra? Tem certeza? A Terra foi extinta há mais de trezentos anos! Mesmo que nós terráqueos, do Espaço Delimitado, sejamos descendentes, muito se perdeu na devastação climática e na onda nuclear. É um planeta morto há séculos.

— Esqueceu que nós freynianos temos alta resistência à radioatividade? Não só os alomares, os freynianos típicos também.

— Espere aí, Kara… 

Bridget se endireitou na cadeira e seu cenho enrugou carregado, no que a comandante tocou a testa entre os dedos, espremendo-os.

— Kara, você está sugerindo que Saga foi até a Terra quando estava no Espaço Delimitado?

— É só uma hipótese. A Terra fica próxima ao quadrante do Espaço Delimitado. Os terráqueos a abandonaram quando houve o desastre, além do que, ela já estava condenada pela ação climática. Sessenta por cento era praticamente deserto. As colônias da terra absorveram toda a população na chamada “Arribação”. Planetas-colônias abraçaram seus pares étnicos e tudo ficou para trás. Já se passaram centenas de anos. Certamente, os níveis de radiação diminuíram e o planeta entrou em estágio de regeneração. 

— E a tecnologia antiga ainda está lá para ser explorada, mesmo entre ruínas. 

Bridget elevou o olhar para Oton. A fala dele era consistente, assim como a de Kara.

— Não vou sair daqui para pesquisar o que Saga buscou na Terra, se é o que querem me dizer. Não me convencerei disso. Temos que ir atrás dela e não ficar pesquisando o conhecimento que ela adquiriu nos anos de desterro.  

 — Acho que não está raciocinando de forma prática, Brid. – Helga contestou. – Você está insuflada pela raiva. Pense bem. Decrux pode traçar um curso para a Terra e…

— … Isso levará pelo menos dois dias ou três, mesmo com a dobra ponto a ponto. A Terra está muito distante, Decrux não pode fazer mais de dois saltos em longa distância. Sabem disso. Teremos que parar pelo menos oito horas para nosso metabolismo estabilizar para um novo salto. Isso sem contar que não sabemos o que poderá ocorrer a Kara, fazendo saltos consecutivos.

— E que pressa nós temos? Estamos em vantagem, Brid. Tudo que querem é me pegar. – Kara afirmou. – Daqui a dois dias os efeitos dos hormônios passarão e eu terei todo o controle sobre meu corpo. 

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— Rurik! – Saga berrou. – Temos que achar aquela nave agora! Entre em contato com nosso pessoal do ministério de segurança.

— O que aconteceu, Saga?

— Aquela porcaria de IA sobreviveu e fizeram uma reunião. Vão buscar as soluções de minhas incursões nas comunicações na Terra. Isso levará três dias e Kara já estará plena nas suas habilidades, fora que não estará mais com a genitália masculina ativa.

— Isso não é problema. Eu tenho os hormônios estimulantes. Se a pegarmos, basta que eu injete, outra vez.

— Você é um idiota, ou o que? – Ela ralhou com impaciência. – Sabe muito bem da capacidade dela agora. Viu o que fez lá na caverna e só descobrimos que aquele lobo era ela, porque temos os dispositivos de áudio instalados naquela nave. Quando agiram, eu pensava que era um lobo qualquer. Estamos nos distanciando mais de nossos planos.

— Esse é o problema dessa tecnologia antiga, Saga. Ou tem alguém escutando o tempo inteiro os áudios, ou escutamos as gravações depois. Ela não filtra o que é importante para nos alertar. 

— E acha que não sei? Lembre-se que foi essa tecnologia antiga que nos permitiu fazer tudo que fizemos até agora. O fato é que não podemos deixá-los se afastarem ou pegarem a nossa vantagem tecnológica para nos anular. Ligue para nossos aliados no Ministério de Segurança. Quero alguém aqui escutando o que acontece naquela nave. Quero agentes aqui comigo. 

— O que aconteceu com Olsson?

O agente Barns apenas observava a interação dos outros dois e perguntou. 

— Ele está ferido?

Barns reforçou a pergunta e Rurik respondeu.

— Parece que tiveram a baixa dele nas explosões. 

— Calem a boca e deixem-me pensar! – Saga interrompeu a conversa. – Eles não caíram na nossa armadilha dos galpões. Preferiram buscar essa merda de tecnologia. – Olhou para Rurik. – Sente-se aqui e fique escutando as conversas da nave. Quero saber exatamente onde eles estão e no momento exato. Vou falar com um contato meu para que disponham de naves de busca. Cada vez que soubermos da localização deles, transmitiremos para as naves.

Rurik a atendeu, sentando-se no console de transmissão, contudo reparou no estado da mulher.

— Só não entendo por que não falaram na ponte onde iriam… Por que não escutamos quando eles fizeram o salto? 

— Está insinuando que eu deixei passar essa informação, Rurik?  

— Você está extenuada, Saga. Não pode se recuperar, tendo tão poucas horas de sono. Tem que dormir um pouco mais. 

— Quando os agentes chegarem, eu dormirei. Preciso fazer uma coisa antes de descansar.

A criminosa respondeu sem mostrar a ira que normalmente a acompanhava e isso sinalizou para o companheiro de crime que ela realmente estava no limite da resistência.

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— Decrux, relatório.

Bridget pediu, assim que entrou na ponte.

— Tudo como planejado. A essa hora devem estar nos procurando nos confins do Espaço Delimitado. 

— E os áudios que estão escutando?

— Estou a cargo disso conforme planejamos, Brid. – Caeté respondeu. –  Estou programando nossas conversas que estão sendo simuladas por Decrux e transmitidas na faixa de áudio deles. 

— Ótimo. Então acham que ainda estão nos escutando simultaneamente. – Bridget olhou para Oton e Kara. – Deixar os transmissores de áudio originais na sala de reuniões foi uma bela jogada. Bom trabalho.

— Gostaria de levar o crédito por isso, mas a ideia foi de Oton.

— Às vezes, eu tenho boas ideias…

Oton gracejou arrancando um sorriso de Brid. Ela sabia que ele era um bom estrategista. Não era à toa que ele era o outro subcomandante da nave. 

— Muito bem. Preparem-se, pois acuaremos essa moça e mostraremos porque não podia ter mexido conosco. – Voltou-se para Kara. – A instalação do T.I.M. – Transporte Individual Molecular , está terminada?

— Está sim, Brid. Quer dizer, o modulador físico consegui fazer com os parâmetros e esquemas que encontramos nos arquivos que retiramos da sala de Helga. Configurei alguns algoritmos para fazê-lo funcionar, mas era uma tecnologia em teste. Estava inacabado. Decrux está tentando configurar esses parâmetros a partir das pesquisas que foram feitas na época. Ainda bem que esses transmissores de áudio estavam restritos à engenharia, sala de reuniões e ponte, senão, já saberiam sobre nossa manobra para pegar esses arquivos. 

— Ou eles não conseguiram equipamentos suficientes desses antigos para espalhar pela nave, ou não demos tempo deles instalarem tudo. Em qualquer dos casos, não poderemos, daqui para frente, contar com a sorte. Essa tal de T.I.M, tem que funcionar corretamente, Kara. Não quero aparecer pela metade em algum lugar qualquer.  

— Existem muitas lacunas e falhas nos cálculos. Estou tentando parametrizar e o que for falha física, passarei para Oton e Kara para ajustarem no modulador. É um equipamento que não está integrado aos meus attochips. – Decrux respondeu. 

— Certo, Decrux. Quando acham que estará pronto para ser testado?

— Daqui umas duas horas, talvez. Eu e Kara vamos tentar acoplar um estabilizador de biomassa, para que o transporte possa reconfigurar as moléculas dos elementos orgânicos.

— E temos no almoxarifado estabilizadores de biomassa, Oton?

— Temos os estabilizadores dos sintetizadores de alimentos, Brid. Não é o melhor dos mundos, mas acredito que consigamos adaptá-los.

— Excelente. Então temos duas horas que poderemos avançar numa propulsão baixa, camuflados. Toda vez que entramos na dobra ponto a ponto, criamos distorções no ponto de entrada e isso pode ser captado por sondagens. Quero evitar qualquer desconfiança de nossa aproximação. 

Helga que estava calada até então, observando toda a movimentação, suspirou forte, chamando a atenção de todos na ponte e principalmente de Bridget.

— O que há, Helga? Não concorda com o plano?

— Quer mesmo saber minha opinião, ou a pergunta é retórica? Eu não concordo com o plano e sabe disso. Já coloquei minha opinião. Não somos proscritas e uma ação dessas pode gerar consequências.

Embora Bridget se irritasse com a forma de pensar da estadista, não podia negar que ela tinha um conhecimento maior das implicações dentro do sistema de governo.

— Desembucha, Helga. Não me faça perder a paciência.

— Acham mesmo que sequestrar o ministro de segurança sem termos certeza de que ele é um dos contatos de Saga seria conveniente? E se ele não estiver dentro dessa trama toda? Não temos provas de nada e esta atitude seria tudo que esse grupo traidor precisaria para me afastar do cargo. 

— Não vão ligar o sequestro a você…

A comandante falou sem qualquer convicção. Embora ela tivesse pensado nesse tipo de represália, era a melhor chance que havia de pressionar alguém de dentro do governo.

— Você sabe bem por que nos arriscamos a entrar na minha sala para roubar meus próprios arquivos. Decrux continuar sondando o sistema de Freya denunciaria nossa posição para esse grupo que, provavelmente, está vasculhando qualquer entrada e invasão que fazemos nos sistemas de Freya. Javer é um Ministro influente e se for ele um dos elaboradores dessa trama, tem muitos aliados entre os ministérios e certamente alguns deles estão de acordo com esse golpe. 

Helga bufou um tanto exasperada. Começou a andar pela ponte, massageando a têmpora com os dedos, como se pensasse numa forma de explicar melhor seu ponto de vista. Continuou a explanar.  

— Ao menor sinal de uma ação nossa, eles podem se mobilizar, inventando mentiras, para nos acusar perante o restante do governo e poderão tomar uma atitude mais radical. Ir ao parlamento nos denunciar com provas forjadas a partir de nossas ações seria uma delas.

— O que sugere então? Enfrentarmos Saga de peito aberto? Ir ao esconderijo dela?

A frustração de seus planos fez Bridget ficar na defensiva, entretanto, respeitava muito as opiniões de Helga. Era uma pessoa sensata e não poderia ser menos do que isso, afinal, ela fora escolhida como Olaf do planeta, dentre muitos candidatos, exatamente pelo equilíbrio de suas habilidades e bom senso.

— Lógico que não, Bridget!

— Wow! Calma. – Bridget espalmou a mão, num gesto de paz, vendo a estadista alterada. – Essas sim, foram perguntas retóricas, Helga. Eu quero saber qual a mudança que quer fazer nos nossos planos, só isso.

— Raptar alguém de uma hierarquia menor, mas que também tem indícios fortes de que está ciente desse golpe e, também, ter olhos e ouvidos nossos lá dentro.

— Espera aí. Agora você me confundiu… Explique.

— Knut e Elisa…

Helga orientou seu olhar risonho para Kara. Ela completara sua ideia e diante da fala da amiga, a compreensão perpassou pelas mentes de todos.

— Entendo. 

Foi a vez de Bridget passear pela ponte afundando seus pensamentos no que Helga falara, juntando com as informações que tinham.

— Knut é um coordenador de área somente. Esteve junto a Javer no Espaço Delimitado…

Oton iniciou a teorização que Helga apresentava.

— E estava na nave de resgate em que Helga estava. Sabia da presença dela e concordou em abandoná-la na época. – Foi a vez de Caeté explanar.

— E Olsson escutou parcialmente uma conversa dele que lhe pareceu suspeita. – Kara continuou a linha de raciocínio. – Ele é um homem que está desde o início nessa trama, mas que também, parece não ser muito valorizado. Com o empenho dele em proteger Javer no Espaço Delimitado, deveria ter uma posição melhor no ministério.

— Ele poderia ser hoje o secretário de segurança do ministro Javer, no entanto, foi delegado a um mero cargo de coordenador de área. Esse status ele já obteria com um plano de carreira. – Helga acrescentou a informação. – Certamente, ele seria um coordenador de área a esta altura da vida, se ainda estivéssemos na antiga Freya. Podemos capturá-lo em vez de Javer. Ele é o elo fraco. E se tivermos o apoio de Elisa, saberemos as repercussões dentro do governo.

Bridget passou a mão pelos cabelos, avaliando a sugestão de Helga.

— Vamos fazer do seu jeito. A única coisa que me incomoda é a inserção de Elisa. Ela também é um elo fraco e não é do lado deles. Ela seria o nosso elo fraco.

— Eu sei. Mas se fizermos do jeito certo, ninguém desconfiará. Ela não é alomar e é somente uma secretária…

— …Isso que me preocupa, Helga. Os alomares poderão saber se ela esconde algo.

— Pode dar certo, Brid. – Oton intercedeu. – Pelo que estou entendendo, esses alomares desprezam freynianos típicos e não se incomodariam em sondar uma simples secretária. Se ela souber fazer o jogo certo, nem olharão para ela.

O rosto de Bridget adquiriu um ar sarcástico e seus lábios esticaram ligeiramente para um lado, num sorriso debochado.

— Está certo, me convenceram. – Virou-se para Decrux. – Acho que nosso plano durará um pouco mais a ser implementado. Vamos achar um jeito de abduzir esse cara fora da área de segurança do prédio central do governo. – Voltou-se para Helga. – Tem certeza de que Elisa é fiel a você?

— Qualquer dúvida que eu poderia ter, se foi quando ela nos pegou na minha sala. Eu a perscrutei.

— E eu também. – Kara concordou. – Um freyniano típico é mais fácil para nós percebermos as intenções, Brid.

— Ela estava tão indignada com a invasão do “ministro Javer”, que mesmo que tenha concordado com a nossa entrada na sala, aquela intromissão não a deixou contente.

— Ela não poderá agir assim quando se juntar a nós, Helga. Terá que passar despercebida por eles para não ser pega ou sondada.

— Quanto a isso, deixe comigo. Conversarei com Fredrick e Kiara, pois lembro que quando eu estava passando pelo meu despertar e era testada por médicos que não eram alomares, eles usavam um medicamento que inibia algumas substâncias secretadas pelo corpo, para que nós não os sondássemos. Veremos se eles conseguem sintetizar esse medicamento para que Elisa possa usar. 

— Ótimo! Assim me sinto mais segura, Helga. E agora o mais importante, como iremos entrar em contato com ela se não queremos denunciar nossas entradas no sistema de segurança de Freya?

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Notas: Olá pessoas! Estamos nos aproximando do fim de ano e para muitas religiões dia 25 de dezembro é hora de comemorar o amor, a caridade e agradecer pelo que nos foi dado durante o ano. Nesse dia se comemora o nascimento de um homem que para essas religiões foi o filho de deus. Para outras foi um profeta e, para outras mais foi somente um homem com uma mensagem para a humanidade.

Independente do que cada um pensa sobre Jesus, deixo aqui meus votos de amor e paz, pois essa época do ano me traz reflexão e vontade de ser melhor como ser humano. 

Um beijo caloroso a Tod@s e meu abraço forte!