FREYA: A RECONSTRUÇÃO

Capítulo 1 — Recomeço

Freya: A Reconstrução

Texto: Carolina Bivard

Revisão: Naty Souza e Nefer

Ilustração: Táttah Nascimento


Prólogo 

 Após a guerra entre o “Espaço Delimitado” liderada pela República e pela corporação Cursaz contra os planetas do sistema de Ugor e os planetas independentes, os freynianos, cujo planeta fora destruído, encontraram um novo lar para se restabelecerem. Um planeta em que não havia vida humanoide, mas perfeitamente capaz de abrigar a população. 

Composto de três grandes continentes e cinco menores, separados por mares, o planeta tinha climas diversos que dependiam da localização de cada continente. Foi escolhido para a construção da capital um local que tivesse temperaturas agradáveis no verão, e no inverno, embora tivesse temperaturas um pouco mais baixas, não chegava a causar impacto.  

Com o auxílio de todos os planetas do sistema solar de Ugor, numa cooperação intensa, levou pouco mais de dois anos para a reconstrução da capital Akas e o planeta fora rebatizado com o mesmo nome: Freya.

Os freynianos, que ficaram espalhados por diversos planetas nos tempos de exílio, foram recebidos e identificados, e cada um ajudava na reconstrução com seus conhecimentos individuais. Fábricas foram erguidas e distribuídas aos cuidados de cooperativas, formadas por antigos trabalhadores oriundos do velho planeta, bem como terras para plantio e casas.

A velocidade com que o novo planeta Freya se erguia não seria possível se, ao final da guerra, a República e a Corporação Cursaz não tivessem sido pressionados a indenizar o governo de Freya como forma de encerrar o conflito.     

A governante Helga Hirtor, “Olaf” do planeta, liderou a reconstrução ao lado de sua esposa, Decrux Rodan, IA orgânica que ela conheceu na época da guerra e que trabalhava na nave de mesmo nome, comandada por Bridget Nícolas. A comandante Nícolas, uma terráquea que tinha seus próprios conflitos com o governo da República, foi peça fundamental para que a guerra entre os planetas e os governos do Espaço Delimitado, chegasse ao fim.

Neste contexto de confrontos, Bridget Nícolas se apaixonou pela ministra espacial e engenheira-médica freyniana Kara Lucrétia, ex-cunhada da Olaf Helga. A perseverança de Kara para salvar a governante de seu planeta e tentar reunir a população, foi o ponto principal para que o novo planeta Freya fosse construído.

Para saber mais, leia O coração de Freya disponível neste link.


Capítulo 1 — Recomeço.

Kara chegou em casa sentindo-se constrangida. Após meses de estudo em parceria com uma clínica de genética, finalmente conseguiram parâmetros seguros para fertilização em sua espécie e iniciara o processo para a inseminação. 

Bridget havia doado seus óvulos e somente restara a Kara tomar a medicação para estimular a mudança de estado de seu corpo. Induziriam o surgimento de seu órgão masculino para que coletasse o sêmen e ele deveria permanecer ativo durante, pelo menos, dois dias para que o material colhido fosse analisado e liberado para a fertilização in vitro.

Além de constrangida, sentia-se estranha. Sabia que as substâncias que ingerira poderiam lhe causar náuseas; afinal, era uma droga completamente nova e apesar de terem pesquisado os efeitos colaterais, exaustivamente, e eliminado a maior parte das contraindicações, ainda assim, poderiam aparecer intercorrências não mapeadas.

— Brid! Está em casa?

A engenheira-médica não queria ficar sozinha naquela primeiro dia da mudança. A comandante lhe dissera que iria até o espaço-porto para ver o andamento da instalação de uma nova IA na nave Decrux, todavia retornaria logo.

— Brid!

Chamou novamente, largando a sua bolsa sobre o sofá da sala, entrando no corredor que dava acesso aos quartos e escritório. Ouviu um barulho vindo de seu quarto e entrou. A porta do banheiro estava aberta e o barulho de água do chuveiro chegou aos seus ouvidos. A ansiedade diminuiu, sabendo que Bridget havia cumprido com a promessa. Retirou as botas, sentando-se na cama, recostando-se no espaldar. Esticou as pernas, porém, unira os pés, como se quisesse esconder seu estado. Bridget saiu do banheiro secando os cabelos, envolta em um roupão e parou assim que a avistou, cedendo-lhe um sorriso.

— Não escutei você chegar. Estava louca por um banho.

— Você tomou um banho antes de sair, Brid.

— Sim, mas quando cheguei, fui cuidar da nossa horta e fiquei muito suada e suja. Hoje está fazendo muito calor lá fora. Não queria me encontrar em um estado lastimável, queria?

A comandante se aproximou e beijou os lábios da engenheira-médica, sentando-se na borda da cama, ao lado dela.

— Como foi na clínica? Tomou a segunda dose do hormônio?

Kara baixou o olhar corando e instintivamente colocou as mãos sobre o púbis. O olhar de Brid acompanhou o gesto, reparando no volume.

— Olha ele aí! – Implicou com a namorada. – Quer dizer que está pronta para a coleta de material?

— Para, Brid! Não sabe o quanto me sinto inibida.

— Por quê? Você é freyniana e freynianos tem os dois órgãos.

— Mas não andam com eles aparecendo, a não ser que sejam adolescentes na transição hormonal, ou tarados! É constrangedor ter meu órgão masculino fora do ato sexual, sabia? Nós também temos nossos tabus.

— Você disse que existem transexuais entre os freynianos e que as pesquisas de fertilidade partiram exatamente de experiências com hormônios usados por eles.

— Mas não sou transexual. Sou mulher e lésbica. Andar com meus órgãos masculinos fazendo volume dentro de minhas calças, não é exatamente a minha definição de momentos felizes. E depois, uma trans mulher inibe seus órgãos masculinos e vice-versa. 

— Vem aqui. – Bridget a abraçou. – São só dois dias. Disse que ficaria em casa nesse período. Eu já o vi muito para me assustar com ele. Essa minha fase já passou.

Fez nova brincadeira, na tentativa de relaxar a amante. Beijou-a com mais afinco, extraindo um suspiro da engenheira-médica. Iniciou uma carícia de leve, estimulando as laterais do dorso de Kara, arrancando novos suspiros. A ministra espacial a empurrou delicadamente. 

— Não faz isso, Brid. Eu estou tomando estimulantes e você não está tomando os contraceptivos. Combinamos de não transar nesses dois dias, lembra? Ou quer engravidar junto comigo?

Bridget parou, fitando-a divertida.

— Não seria má ideia. Que tal um menininho meu e uma garotinha sua?

— Não brinca, Bridget! – Kara a chamou pelo nome e não o apelido. –  Suas piadas não estão me deixando mais confortável. Entende que meu humor poderá variar nestes dias?

— Quem disse que estou brincando?

Finalmente a comandante falou em tom sério, fazendo Kara encará-la intrigada. Sempre que discutiam sobre ter um filho, Bridget a encorajava, porém fazia questão de colocar-se contra a própria gravidez. Diante dos vincos formados entre os olhos da engenheira-médica, Bridget resolveu esclarecer.

— Nesse últimos tempos, vendo o seu afinco em engravidar de um filho nosso, pouco a pouco fui cedendo a alguns pensamentos. Penso que se não tiver um filho agora, possivelmente nunca mais terei. Acho que me rendi à maternidade, Kara, e quero engravidar com você. Desculpe-me se não falei nada antes, mas… Ah, não sei!

Os ombros caídos de Bridget fizeram Kara constatar que ela estava realmente desolada. Bridget continuou a explicar.

— Eu quero um filho de meu ventre, entretanto só quero se o tiver com você. Sei que estou lhe colocando contra a parede e entenderei se não quiser.

Apesar da surpresa, aquela declaração encheu Kara de ternura e amor. Sentia uma felicidade imensa. Puxou a namorada para si e a beijou carinhosamente. Logo depois, afastou-se fitando a comandante.

— Não é uma decisão que tenha tomado impulsivamente, é?

— Não, Kara! Venho pensando nisso há muito tempo. Somente não conseguia externar, porém, vendo o que trabalhou para ter nosso filho, me fez pensar que estava sendo egoísta; ao mesmo tempo, senti essa necessidade e, também, segurança para engravidar.

Kara não pensou mais. Beijou a comandante, abrindo o laço do robe. Era verdade que estava excitadíssima e sabia ser uma reação aos medicamentos que tomou, entretanto, ver que Bridget ansiava pelo mesmo que ela, a estimulou mais.

Bridget beijou o pescoço da namorada com ânsia, resvalando os dedos para o botão da calça. Abriu-o com rapidez, deslizando o zíper. Desprendeu-se dos lábios da amante, baixando o rosto, enquanto tirava o próprio robe. Desnudou-se no tempo que Kara levou para retirar as próprias roupas. Não houve tempo para conjecturas, pois Bridget segurou o membro da engenheira-médica, abarcando-o com a sua boca.

Kara gemeu alto. A comandante nunca havia feito isto e aquela reação a etava, contudo sua excitação era tamanha que não quis se questionar. A sensação era maravilhosa!

Parecia que Bridget não queria perder tempo. Assim que o pênis se tornou rijo, ela se pôs sobre o quadril de Kara, introduzindo o membro completamente dentro de si. A engenheira-médica enlouqueceu, vendo a mulher que amava se satisfazer, cavalgando sobre ela.

Os sons do amor reverberavam, enquanto olhos perplexos surgiram na porta do quarto, observando o interlúdio amoroso.

— O que é isso?!

A voz de Bridget ecoou entre aquelas paredes. Kara olhou na direção da porta, vendo a sua namorada de pé. Voltou-se para a Bridget que estava sobre ela. Aturdida, empurrou-a.

— Eu que pergunto! O que é isso? Quem são vocês duas?

A Bridget que fora lançada longe pela engenheira-médica e caíra sobre a cama, riu zombadora.

— Não esperava que sua namoradinha terráquea chegasse tão cedo. – A falsa Bridget falou com uma voz diferente. – Você tem uma genética ímpar, Kara. Não sabe o que perde, se casando com uma terráquea. 

A intrusa pegou o robe às pressas e falou com o timbre de voz de Bridget:

— Abrir portas!

Ordenou segura, e a Bridget verdadeira, que chegara e paralisara por instantes com o que havia presenciado, saiu da catatonia, sacando a sua arma, disparando na direção da porta da varanda. Correu, todavia, quando chegou ao lado de fora da casa, não avistou mais ninguém. Retornou, raivosa.

— O que foi isso, Kara?!

A voz da comandante estava alterada e ela andava de um lado a outro no quarto, gesticulando com a arma na mão.

— Você me pede para vir cedo e, quando chego, encontro minha namorada na cama com outra mulher! – Gritou.

— Ela era você! Não percebeu? 

— Você anda contratando prostitutas-andróides para se satisfazer?!

— Do que está falando?!

Kara estava tão atordoada quanto Bridget, porém, por motivos diferentes. Ao que parecia, a comandante achava que a ministra estava lhe traindo com uma andróide com a aparência igual a dela.

— Cheguei em casa e vi você no banho e depois, veio até mim, saber se havia feito o procedimento na clínica. Para mim, aquela era você!

— O quê? Ela não é um andróide? Então, quem ela é?

— Não sei! Só sei que ela falava como se fosse você. Para mim, era realmente você, Brid!

Se entreolharam.

— Um alomar!

Falaram ao mesmo tempo. 

Embora Bridget estivesse revoltada e com um nó no peito, resolveu agir, pedindo para o sistema interativo da casa projetar as últimas horas dentro da residência. 

— Discutimos isso depois. – Falou para Kara que terminava de se vestir e ordenou para o sistema. – Projetar meu retorno à residência.

— Especifique. – O sistema respondeu.

— Projetar holograficamente meu primeiro retorno à residência no dia de hoje.

Bridget pediu, irada. O sistema fez uma projeção holográfica, mostrando uma pessoa com as mesmas características físicas que ela entrar na casa. A comandante sabia ser a falsa, visto que chegara muito depois, porém não havia como contestar; a intrusa era exatamente como ela. 

A mulher colocou sua digital no sensor da porta e a destravou. Entrou na sala, observando o ambiente como se fosse a primeira vez. Caminhou pelos corredores, abrindo as portas por comando vocal. Não houve qualquer resistência e, cada vez mais, a verdadeira Bridget ficava indignada, vendo a facilidade com que a casa fora invadida.

A intrusa reconheceu o aposento principal, sorrindo. Entrou e falou a esmo. 

— Muito bem, Kara Lucrétia. Darei hoje a você um prazer incomensurável e você me dará um filho valiosíssimo. Nem sabe o quanto.

— Congelar projeção!

Bridget ordenou, arfando. Sua ira era tanta que as artérias da têmpora pulsavam.

— Bridget…

Kara, já vestida, se aproximou, tocando-lhe o ombro. Estava assustada e atônita com o que acontecera. Bridget recuou, inspirando fundo e fazendo um sinal para que ela se afastasse.

— Me deixe, por favor.

A raiva permeava as palavras, mesmo que forçasse a calma. 

— Voltar a reproduzir projeção. 

Imediatamente o sistema iniciou, mostrando a sequência dos eventos.

A mulher ordenou a abertura do closet e entrou. Observou tudo com atenção e pegou um roupão. Entrou no banheiro.

— Tenho que me apressar, em breve você chegará da clínica.

Novamente a intrusa falara consigo mesma, despindo-se e entrando no banho. Tempos mais tarde, Kara entrava em casa chamando a namorada e a engenheira-médica vivenciou os últimos acontecimentos de sua vida, que culminaram com a chegada da verdadeira Bridget. 

— Parar reprodução. 

Bridget ordenou ao sistema. Compreendeu que Kara não tinha culpa, entretanto, não aliviou a sua angústia e ira.

— Essa mulher vai se ver comigo. – Exortou. – Sistema, grave todos os “dados e varredura” desse espaço de tempo e transfira para a memória remota de meu identificador. 

Uma luz se acendeu na pulseira de Bridget.

— Concluído.

O sistema anunciou, fazendo Bridget caminhar em direção a saída da casa.

— Onde vai, Bridget? O que pretende fazer?

— Vou achar essa mulher. 

Kara a acompanhou às pressas. Conhecia a namorada. Ela estava tão revoltada que não adiantaria argumentar. Teria que esperar para que se acalmasse um pouco. A verdade é que a engenheira-médica nunca havia visto a companheira daquele jeito, mesmo nas condições extremas pelas quais passaram quando estavam fugindo da República e de Cursaz. 

Bridget viu que Kara a seguia e quando entrou no space-carro, esperou que a namorada entrasse. Ansiava pela presença dela, na mesma proporção que a contrariedade a consumia. Deu a partida e quando alcançou a rodovia, não se furtou em acionar o modo “voo”. O carro recolheu as rodas, dando passagem a pequenas asas. Flutuou por instantes, até a comandante demandar nos instrumentos o comando de direção aérea.

— Onde quer ir?

Kara perguntou para puxar assunto, entretanto, também queria saber o que Bridget pretendia.

— No único lugar em que posso saber mais sobre essa mulher. No gabinete da Olaf.

— Falar com Helga?

— Quem mais? Helga é alomar e, pelo que sei, vocês mapearam os freynianos que vieram para o planeta.  Quero saber quem é essa mulher!

Não houve muita conversa no trajeto até o governo central. Estacionaram, identificaram-se e pegaram o elevador até o gabinete de Helga. 

— Ficará sem falar comigo? 

— Encontrei você na cama com outra pessoa. Como acha que estou?

— O quê?! É isso que se passa em sua mente? Como acha que eu estou? Pode não parecer a você, mas me senti enganada e violada!

Aquela frase caiu como raio sobre a comandante. Embora estivesse irada, sabia que sua namorada também fora arrastada num ato insidioso, todavia não a aliviava.

— Achava que eu agiria daquela forma na cama?

Bridget perguntou, não dando o braço a torcer e não soube naquele momento, o quanto magoou a amada. Estava transtornada e não conseguiu medir as palavras. A porta do elevador abriu e caminhou direto para a secretária da Olaf. 

— Diga a Helga que quero falar com ela, agora!

Bridget exigiu.

— A Olaf Helga está numa reunião, comandante Nícolas. Não poderá atender.

— Informe a ela que se não me atender, a reunião dela acabará com uma mulher louca invadindo o gabinete.

— Brid, já chega! Pare com isso, já!

 Kara a intimou e Bridget a encarou, ainda raivosa.

— Eu quero explicações, Kara!

— Não será dessa forma que descobriremos o que nos aconteceu! – Kara revidou. – Por acaso, acha que Helga é onisciente para saber quem é aquela mulher?

— Não. Mas ela tem meios para descobrir através do ministério de segurança. Esqueceu que eu auxiliei a montar o sistema de segurança de Freya?

A porta do gabinete se abriu e a Olaf saiu.

— Brid! Kara! O que está acontecendo com vocês duas? Estou em uma reunião importante com emissários de planetas dos quais pretendemos manter relações e vocês estão…

A Olaf parou de falar por instantes, como se uma onda poderosa a atingisse. Ela havia deixado a sua percepção aflorar para conseguir negociar com os emissários e seus canais empáticos estavam abertos, fazendo com que as emoções das duas mulheres chegassem a ela. Primeiro focou em Kara.

— Você foi violentada?

Aquela pergunta direcionada para a ministra espacial fez com que Bridget se sentisse confusa. Parou por instantes para pensar, e focou seu olhar na namorada. A expressão do rosto de Kara continha uma carga de emoções que não precisava que a comandante Nícolas fosse empática para entender. Era de angústia, desolação e tristeza.  Condenou-se por sua reatividade à situação, porém, sua raiva da mulher intrusa triplicou.

— Entende agora por que precisamos falar com você com urgência? Achamos que quem atacou Kara foi um alomar e precisamos rastreá-lo. – Bridget intercedeu.

— Não é possível! Os alomares que vieram para cá foram todos identificados e, durante estes três anos de assentamento, nenhum deles se mostrou perigoso.

— Ora, Helga, muitas famílias que haviam se formado no espaço delimitado da República, vieram enquanto o planeta estava na fase inicial de reconstrução.  Pode afirmar com segurança que nenhum deles se transmutou em outra personalidade e entrou como um freyniano comum?

O ministro de relações exteriores saiu do gabinete à procura da Olaf.

— Senhora, os nossos convidados estão esperando.

— Ministro Kevin, peça desculpas aos nossos convidados. Não poderei retornar. Tenho um assunto de segurança que tenho que avaliar com a máxima urgência.

— Nossa segurança planetária? 

O ministro perguntou, deduzindo que a ministra Kara Lucrétia não estaria, aflita, interrompendo uma reunião, sem motivo.

— Sim. Se as suspeitas se confirmarem, é um caso de segurança de nosso planeta. – A Olaf respondeu. – Me ausentarei durante o tempo necessário para averiguar. Por favor, ministro Kevin, retome as conversações sem mim e, se por acaso ficar em dúvida sobre as intenções dos emissários em alguma negociação, chame o subsecretário de agricultura. Ele é alomar e poderá interceder em caso de dúvidas.

— Certo. – O ministro respondeu. – Quer que chame o ministro de segurança planetária para lhe auxiliar?

— Não. Eu mesma entrarei em contato com ele.

Helga falou firme. O homem acenou, retornando ao gabinete. A Olaf se dirigiu à sua secretária.

— Elisa, não estarei para ninguém, hoje, a não ser que seja de suma necessidade. Se for preciso falar comigo, entre em contato pela minha linha particular. 

— Sim, senhora.

— Ah, e não diga nada sobre o que ouviu aqui a ninguém.

— Certamente, senhora.

Helga olhou para as duas amigas.

— Vamos descer pelo meu elevador particular. É melhor conversarmos em casa. Se as suspeitas de vocês forem verdadeiras, o que ocorreu é um ato de terrorismo. 

Entraram na antessala do gabinete e se dirigiram por uma porta lateral. Desceram pelo elevador particular do governo central. Helga não costumava ir para o trabalho de transporte particular. Normalmente, ia a pé até a central do governo ou pegava o transporte público. Dirigiram-se para o space-carro de Bridget e chegaram ao apartamento em menos de cinco minutos. 




Notas:

Nota: Mais uma aventura de ficção e para quem gostou de “O Coração de Freya”, devo dizer que não sabia que iria fazer essa continuação, mas Helga, Bridget, Kara e Decrux bateram às portas de minha mente nos últimos três meses e mesmo que brigasse com elas, não consegui deixar que não me convencessem. Confesso que não sou páreo para elas. rsrs

Para quem leu e gostou, espero que também gostem dessa nova fase das meninas intergalácticas e para quem não leu O coração de Freya, convido a lerem as duas aventuras.  A primeira está disponível no site em “histórias concluídas”, ou somente click no hiperlink sobre o nome nesse parágrafo que levará você diretamente para a história.




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