– Vou sentir tanto a sua falta!
– Eu também meu irmão! Mas daqui há 6 meses to de volta! – Dizia Juliana, que estava com os braços grudados no pescoço de Carlos
– Mas não em definitivo. Com certeza você vai ter sua bolsa renovada – dizia com um misto de felicidade e tristeza
– Eu espero que sim! Mas aí serão os últimos 6 meses, e volto de vez para o Brasil!
– Eu te amo Ju!
– Também te amo Carlinhos!
Carlos deu um abraço em Alexia também, e disse:
– Cuide muito bem dela! Se não você vai se ver comigo! – disse Carlos fingindo esbravejar
– Comigo também! – Mário e Judith acompanharam a brincadeira do filho
– Epa Epa Epa! Não quero sentir a fúria dos Teles, pode deixar, será muito bem cuidada! – Beijou a testa de Juliana, se divertindo com a cena.
O casal abraçou as duas moças. Infelizmente Mary e Madureira não puderam ir ao aeroporto, pois era aniversário de Armando aquele dia, e estavam tentando armar uma festa surpresa. Alexia e Juliana lamentaram por saber tão em cima da hora o dia do aniversário dele, mas fizeram questão de deixar um presente..
Aliás, aniversário era o tema dos lamentos, pois Juliana faria aniversário em poucos dias, e seria o primeiro que passaria longe da família. O de Alexia era no dia seguinte ao da loirinha.
– Tenta pelo menos no dia do seu aniversário entrar naquele programa do computador filha, que eu posso falar com você e te ver ao mesmo tempo!
– Pode deixar mãe. Entro sim!
O vôo das meninas era anunciado no aeroporto e elas seguiram para o embarque. Não sem antes, Juliana dar aquela última olhada para trás e ver a sua família:
– É tão bonito a forma que você olha pra sua família, amor. – dizia Alexia segurando a mão da loirinha
– Como eu olho a NOSSA família, Lexy. Nossa! – e a beijou rapidamente nos lábios, já longe da vista dos Teles
Ao se acomodarem aos assentos, e pedirem uma água, Juliana indagou Alexia:
– Eu tava pensando aqui Alexia, como será que estão as doidas da Giovanna e Marcela? Não tivemos notícias dela as férias todas.
– É verdade! Eu não faço ideia de que palpite dar, só saberemos disso quando chegarmos lá. – disse aparentando um certo desconforto, despercebido por Juliana
– Não me aguento de curiosidade! Pra que fui lembrar disso agora? – encostou sua cabeça no encosto da poltrona, lamentando a espera para descobrir o desfecho da história.
– Novidade né? Curiosidade e fome são suas características mais marcantes! – divertiu-se
– Tem Certeza? – Juliana disse passando discretamente a mão pelo sexo da morena
– Juliana! Depois eu que sou a safada! – Disse rindo, mas já começando a ficar animada com a situação
– Senhoras e senhores, o avião decolará em 5 minutos. Apertem seus cintos e não saiam de seus lugares. Tenham todos, um bom vôo.
Foi a vez de Alexia se encostar na poltrona, lamentando por algo.
– O que foi, amor?
– A aeromoça acabou com meus planos de te levar pro banheiro do avião – Alexia sorriu maliciosamente
– Teremos umas 10 horas de vôo pra isso! – devolveu o sorriso
– Mal posso esperar. – beijou ternamente Juliana
E o avião decolou rumo a terras lusitanas.
Mesmo que eu vivesse sob a sombra do meu pai, acho que essas férias longe de casa me fez perceber que eu não sou tão presa a ele assim. Acredito que ele tenha até gostado em eu não ter ido para lá. E não fez muita questão de saber para aonde eu iria.
Eu vi o amor de Juliana com os pais dela, os amigos e principalmente com o irmão. Apesar da impressão ruim, pelas frases preconceituosas deferidas a nós, aquilo aos poucos estava se apagando em mim.
Sempre senti falta de uma família, e todo o tempo que estive com Juliana, seja lá onde e com quem estivéssemos, eu me sentia em família, em casa.
Eu não sou mais uma criança, e se estou em um relacionamento, é para ele ser sério, da mesma forma que é intenso. E eu já havia decidido: pediria a mão de Juliana em casamento ao final do dia de seu aniversário que seria no dia seguinte ao que vamos chegar a Lisboa. Mais precisamente meia-noite, por que seria como um presente para nós duas, já que faço no dia seguinte ao dela.
Decidi dessa vez, não fazer nada muito escandaloso. Apenas um jantar, a luz de velas, no meu quarto. Fiquei meio desconcertada quando ela me perguntou no avião sobre Marcela e Giovanna, pois eu nas últimas semanas havia falado com ela e combinado quase toda a surpresa, inclusive me falaram sobre a permissão do Inspetor para tal. As pazes de Juliana, e as minhas mesmo, com Dona Judith e Mário fora um bônus para tudo isso, só tornariam as coisas mais fáceis.
Na chegada do aeroporto, lá estava Giovanna , acompanhada de Marcela e Seu Manoel. Recepcionaram-nos com abraços e beijos. Queriam que fôssemos jantar com eles para comemorar nossa volta, mas queríamos ir pra casa. Estávamos exaustas. Pela viagem e pelas diversas aventuras amorosas que tivemos no avião. Queremos acreditar que ninguém nos viu, mas acho meio impossível. Não fizemos amor aquela noite, apenas dormimos aconchegadas uma na outra.
O dia seguinte, além de aniversário da Ju, seria de preparativos as escondidas, o que iria requerer o dobro do meu esforço. As aulas de fato, só começariam na outra semana, o que daria tempo para uma rápida pré-lua-de-mel. Estava perfeitamente planejado.