Aeroporto da Portela, Lisboa.
Juliana descera no Aeroporto da Portela, o maior de Portugal. Localizava-se cidade na qual ela faria o intercâmbio, na Universidade Federal de Lisboa(UFL) Um guia da universidade a esperava no portão de desembarque, quando sentiu um cutucão:
– Ei, “Telles, Juliana” sou eu moço! Muito prazer! – Disse apontando para a plaquinha que o homem segurava.
O homem acabou rindo com a descontração da loirinha:
– Olá Juliana, muito prazer, chamo-me Manoel!
A menina não conseguiu segurar a risada e falou:
– Perdão! Estereótipos portugueses, difícil não rir!
– Ora menina, tu estás a me chamar de burro?
– Não é ESSE estereótipo. É o nome. Qualquer piada lá no Brasil sobre lusitanos é feito com um Manoel ou um Joaquim.
– Huum, brasileiros adoram “bitaitar” sobre nós!
– “Bitaitar”? O que é isso?
– Especular, falar mal.
– Vou ter que me acostumar com as gírias daqui!
– É só fazer amizade e aprendes rápido.
– Nisso nunca tive dificuldades! Adoro falar e interagir!
– Já percebi que tu és uma “rapioqueira”. Venha, entres no carro. Vou levar-te para Universidade. Lá, a Diretora de seu curso te explicará o que deves saber.
– Rapi… O que?
– Alegre, uma gaja falante!
– Ahh tá. Achei que o senhor estava me “batatando”!
Manoel caiu na risada:
– É “Bitaitando”! Ou estás a pensar que eu te tacaria batatas à fuça?
– Ainda estou aprendendo poxa! – Dizia Juliana ensaiando um biquinho de forma brincalhona.
– Vamos Gaja, a diretora a espera.
– Beleza, Seu Manô, vamos lá!
Manoel não conseguia não rir com Juliana. Lembrava muito de sua neta, que desde que mudara para os Estados Unidos, nunca mais fora visitá-lo. De certa forma, gostava muito da companhia da moça.