– Ei! Amiga?
Alexia não acordava, Marcela insistiu.
– Lex! Acorda amiga! – deu um cutucão na amiga
Alexia acordou irritada:
– Que é? O que você tá fazendo aqui? – sentou na cama
– Até aonde eu sei, eu moro aqui. – sentou do lado de Alexia – Furaram comigo, então eu resolvi ir pra festa da Gi. – Olhou para a morena – você tá pronta…e tava dormindo?? O que houve?
– Nada. Eu me arrumei, mas não vou a lugar nenhum!
– Ora, mas pare de bobeira. Vou chamar a Juliana aqui pra ver se ela te dá uma animada.
Alexia fechou o cenho e Marcela começou a entender:
-Ihhhhh, brigou com a Juliana né? Por que?
Alexia contou todo o ocorrido para a amiga, que escutava tudo atentamente, sem reagir externamente a história. Quando a morena terminou, Marcela disse:
-Olha amiga. Eu até entendo você, a cena que viu….só que você perdeu a razão quando machucou a menina no dia da festa de despedida dela. Giovanna é uma pessoa ótima, e não merecia esse tipo de tratamento. E outra coisa, Juliana é completamente apaixonada por você. Não tem razão pensar esse tipo de coisa dela.
– Não sei o que me deu. Só de ver outra mulher com aquele tipo de intimidade com ela, eu fiquei cega de ciúmes! Não sei agora o que faço! – disse apoiando o queixo nas mãos fechadas.
– Pois faça o simples. Vamos nessa festa e você vai falar com ela, pedir desculpa pra Giovanna e…
– Ah nããão! Vou pedir desculpa pra aquela garota não!
-AHHH VAAAI SIM! Giovanna é uma ótima pessoa Alexia. É divertida, sincera, e tem aquela mania de falar em inglês as vezes que eu acho tão bonitinho…
Alexia abre um sorriso de canto de boca:
– Opa!! Tô perdendo alguma coisa? Ou você tá afim da Giovanna?
Marcela arregala os olhos:
– Não!! É claro que não!!
– Ah!! Vamos conversar sobre isso depois moça.
– Não há o que conversar – marcela levanta os olhos que se encontravam fixos no chão. – e não tente mudar de assunto! Vou me arrumar e vamos pra essa festa! Entendidas?
– Ai, Marcela…
– Alexia ultimamente tem saído sempre nós quatro. Acho que é questão de consideração com todas nós.
Alexia parece pensativa por um momento. Levanta da cama, anda de um lado para o outro, pega o estojinho de maquiagem e diz:
– Tome seu banho rápido. É o tempo de eu dar um jeito nesse rosto carrancudo.
– Assim que se fala!
—-
Eu estava arrependida. Eu realmente não gostava de Giovanna, mas daí a agredi-la foi um pouco demais. Marcela estava se revelando uma boa amiga para mim. A primeira de verdade que eu tive na vida. E Juliana não implicava com ela. Não era justo que eu fizesse o mesmo com ela.
Marcela parece muito comigo e se arruma rápido. Não demoramos muito para sair e chegar na festa. Chegando no portão já se via que se tratava de um casarão, o que se confirmou depois que entramos.
A festa estava animada, DJ tocando todos os tipos de ritmo, mas o que dominava era a música americana. Estava lotada: pessoas dançando em todos os lugares possíveis, vários casais se pegando nos cantos da casa. Marcela e eu buscávamos pela casa toda Juliana ou Giovanna, e não conseguíamos encontrar nenhuma das duas.
Até que encontrei um amigo de classe de Juliana que me disse que a tinha visto há 1 hora atrás, e depois não viu mais. Meu sangue ferveu. Aonde estaria Juliana para sumir por uma hora? E aonde estaria Giovanna?
Marcela tratou de perceber que meu semblante mudara e me acalmou. Respirei fundo, tomei em um gole o copo de vodca que Marcela segurava e continuei a procura.
Fui obrigada a ser desagradável com alguns caras que não me conheciam e tentaram uma aproximação mais ousada.
Já estava a meia hora na festa e nada das meninas, até que Marcela pega a minha mão e sai me puxando no meio da multidão. Na hora achei que era alguma confusão, briga, mas não. Ela avistara Giovanna na cozinha, abrindo mais algumas bebidas. Cheguei lá e logo pude reparar no roxo que eu tinha deixado no braço daquela menina, e na mesma hora me senti envergonhada. Ela me olhou com certo medo e confusão pela minha presença. Me aproximei dela e pedi desculpas pelo o que tinha feito. Ela foi um pouco relutante, mas acabou me desculpando e me deu um abraço, o que me surpreendeu.
Marcela perguntou por Juliana, quebrando o “momento perdão”. Ela disse que a viu a loirinha caminhar para o lado do jardim da casa. Apontou a direção e fui. Marcela ficou a conversar com Giovanna, a fim de me dar mais privacidade. A cada passo que eu dava minha respiração acelerava. Eu estava morrendo de medo dela não me perdoar, e tendo todos aqueles sentimentos bobos e exagerados depois de uma primeira briga séria que temos com quem amamos.
Foi quando meu coração pareceu parar de tão forte que bateu. Meus olhos encontraram Juliana sentada em um banco, perto de um pequeno chafariz. Estava de costas para mim. Ela tinha sua cabeça erguida para o céu, admirando a lua e as estrelas, coisa que sempre fazíamos desde o nosso primeiro encontro. E pela primeira vez, eu me senti covarde, mas segui em direção a ela.
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Alexia caminha vagarosa e silenciosamente até Juliana e fala ao pé do seu ouvido:
– A loirinha tá sozinha?
Juliana dá um pulo do banco e se vira rapidamente:
-Que susto Alexia. – fez-se um silêncio – o que você veio …
– Shi, não fala nada. Eu vim aqui pra me desculpar com você. Juliana cede espaço no banco para Alexia sentar.
– Então… desculpe-se. – Dizia com o olhar fixo na água que caia no chafariz
-Amor, não me trata assim. Olha, eu já pedi perdão a Giovanna. E agora peço a você. Eu sou meio desligada mesmo e esqueci da festa. E tenho esse ciúme que me deixa cega, quando eu a vi com as mãos em você, seminua… eu… eu… me descontrolei! – Alexia segurou a mão de Juliana e virou seu rosto para ela, com um toque suave da sua mão livre no queixo na loirinha – Me perdoa? Prometo me controlar mais.
Juliana fez parecer por um momento que não desculparia, mas abriu um sorriso tímido:
– É claro que te perdoo, mas nunca mais desconfie de mim e saia batendo nos outros. Giovanna é minha amiga, ela me ajuda, e eu gosto muito dela. Como você tem a Marcela, e olha que a Marcela é um mulherão, e eu não implico com nada, e gosto dela também. Não julgue nada, antes de saber a versão correta, promete?
Alexia cruzou os dedos, e os beijou:
– Prometo!
Alexia acariciou o rosto de seu amor:
– Vem cá minha linda – beijou a bochecha – eu te amo – beijou os olhos – te quero – beijou o nariz – e te desejo – deu um rápido beijinhos nos lábios
Juliana deu um sorriso sapeca de canto de boca e disse:
– Nossa, é assim que você me deseja? Com um beijinho mixuruca desse?
Alexia levantou uma das sobrancelhas e olhou de forma desafiadora para Juliana:
– Ah é? Então você vai ver só!
Levantou Juliana e a pegou no colo, como se fosse uma noiva:
– Sua maluca!!! O que você tá fazendo??? – gargalhavam
– Sabe o que dizem sobre sexo de reconciliação? – olhou provocadoramente
– Prefiro que você me conte. – disse já excitada
-Mas é pra já!
E Alexia saiu com Juliana no colo pelos fundos da casa, não queriam perder tempo e voltaram para o alojamento.