O episódio que ocorrera no refeitório fez o boato de Juliana e Sr. Alvarenga sumir.
E a última semana de aula foi movimentada. Por incrível que pareça, a maioria das pessoas acharam um máximo a cena. Digna de cena de filme. Outras já tiveram horror da cena “pecaminosa” que presenciaram. O que importa é, o papo mudou e isso não prejudicava Juliana com sua bolsa.
E ela estava feliz. Podia expressar o quanto estava apaixonada por aquela linda morena. E esta, ficou feliz com a total transparência. Porém, não eram indiscretas, e deixavam beijos e carícias pra quando estivessem longe de todos.
Com o fim do período, era hora de voltar pra casa, pra curtir as férias de meio de ano. Alexia não queria ir para casa. Não queria se separar de Juliana nem encontrar com o pai novamente. Mas Juliana a convenceu, prometendo que nas próximas férias, ela a levaria para casa dela nas férias.
Mary resolveu ficar mais 2 semanas na casa de uma amiga que tinha feito na faculdade. Ela não conseguiu a renovação de sua bolsa, por tanto resolveu passear antes de voltar definitivamente para o Brasil.
E o casal embarcou para o Galeão.
Juliana, apesar de cansada da viagem, estava junto de Alexia, a espera do voo para o Espírito Santo:
– Ai meu bem! Como vou sentir sua falta! – dizia Juliana manhosa
– Nem me fala isso. Um mês inteirinho sem te ver. É torturante. Queria poder te dar um beijo aqui agora. Mas, o povo brasileiro é muito careta.
– Tive uma ideia. – Juliana fez cara de sapeca – vem comigo!
Entraram no banheiro do aeroporto. Eram 6 A.M., o banheiro estava vazio e limpíssimo. Alexia captou a mensagem e levou a loirinha para um dos reservados, o maior que tinha.
– Você está se saindo muito safadinha hein! – Alexia dizia enquanto beijava o pescoço da loirinha.
– Ah! Sabe como é! Vamos ficar um mês separadas.
– E o que você me permite fazer com você aqui?
– Isso…
Juliana fez com que Alexia se sentasse no vaso – com a tampa abaixada claro – e sentou com as pernas abertas de frente para ela.
– Meu Deus! O que deu em você hoje? – Dizia a morena com os olhos azuis escurecidos pelo desejo.
– Vontade de você. – Juliana trazia o mesmo desejo nos olhos verdes
Beijaram-se ardorosamente. As mãos de Alexia passeavam pelas costas de Juliana, puxava a loirinha para si. Juliana rebolava timidamente, e acariciava com vigor o pescoço e costas da morena. O beijo cessou, elas se olharam, profundamente. Uma vontade arrebatadora de tirar a roupa de Juliana ali mesmo tomou conta de Alexia, que foi barrada mais uma vez por Ju, que disse ainda ofegante:
– Nã…nã…não! Isso foi só pra você saber o que te espera no fim das férias. Vamos dizer…que é uma…motivação! – riu maleficamente
– O que?? Não faz isso comigo, linda. Por favor. É maldade. Você tá fazendo jogo duro há tanto tempo. Eu quero você agora!
Alexia se preparava para o bote mas Juliana levantou rapidamente e arrumou a sua roupa quando se ouviu o barulho da porta do banheiro:
– Mas que demora!
– Nem me fale. No painel está que o voo dela já chegou.
Se deram conta que haviam entrado no banheiro masculino. Alexia se divertia com a cena enquanto Juliana estava petrificada. Virou para Alexia e silenciosamente falou:
– É meu pai, e meu irmão! – dizia incrédula
– Como? Agora danou-se!
—
Os dois não demoraram muito e saíram. As duas confabulavam:
– Como vou explicar que o voo chegou e eu não estava lá? E se eles ainda estiverem por aqui? – Juliana estava muito aflita
– Calma Juliana, eles já devem estar no portão de desembarque. É só sairmos daqui!
– Eu não vou sair daqui agora! – cruzou os braços
– Mas eu preciso sair. Meu voo!! Sai em uma hora!
– Ai o que faremos??
– Temos que agir naturalmente. Falamos que fomos comer alguma coisa. Não tem erro. Só tenta não ficar tão vermelha!
– Então vamos logo antes que alguém a mais entre.
Pareciam duas foragidas da Justiça. Se esgueirando pelas paredes, se escondendo por umas pilastras que tinham. Mas conseguiram sua façanha. Se aproximavam do portão de desembarque e lá estavam Judith, Mário, Carlos a espera dela.
– Filha!!! – Gritou Judith ao reconhecer a filha.
– Mamãe!!
Andaram apressadamente uma de encontro a outra. Mário e Carlos imitaram o gesto.
– Papai! Carlos! Que saudade!!!
Choraram lágrimas de felicidade pelo reencontro. Um pigarro interrompeu o momento.
– Ah! Sim! Desculpa – sorriu Juliana – Mãe, Pai e Carlos, essa aqui é a minha grande amiga Alexia.
Eles cumprimentaram Alexia com grande entusiasmo. Principalmente Carlos, que conheceu a heroína de sua irmã, porém os pais nada sabiam. Todos os três já tinham ouvido falar de Alexia e Mary, inclusive perguntaram por esta, mas Juliana explicou toda situação.
Ficaram de papo um tempo, enquanto iam caminhando para o portão de embarque, pois esperavam pelo Voo de Alexia, que já era anunciado o check-in. Despediram-se todos de Alexia, Juliana foi a última:
– Até daqui há um mês…amiga! – disse uma Alexia totalmente entristecida
– Até!
Deram um longo abraço, momento que Alexia aproveitou para falar baixinho em seu ouvido:
– E eu vou cobrar aquele tratamento especial quando eu voltar.
– Na sua privada ou na minha? – sussurrou
As duas riram e deram tímido beijo no rosto. Agora, oficialmente as férias começaram, mas as duas, não viam a hora dela terminar.