A noite caíra e, com ela, chegou o encontro marcado com Guilherme. Mary, que não sabia de nada, reagiu:
– Como??? Me conta tudo menina!!!
– Depois né Mary, agora eu tenho que ir me encontrar com ele. Você não parava mais em casa, não tinha como eu conseguir de contar nada. E com as provas também!
– Tudo bem! Mas por favor, depois quero saber tudo nos mínimos detalhes! Aposto que ele vai te levar em restaurante brasileiro. Estrangeiro adora fazer isso, levar o convidado em um restaurante do país de origem.
– Sério? Poxa, queria tanto conhecer a comida daqui. Ele não deve fazer isso não. Espero. Mas amanhã te conto tudo. E você? Vai ficar por aqui?
– Não! Vou sair com uns veteranos pra uma Boatezinha no centro de Lisboa. Só devo voltar de manhã. Como amanhã não tem aula, fico dormindo o dia todo.
– Ok! Juízo hein Mary!
– Oi? Desconheço essa palavra! É portuguesa? O que significa? – riu
– Deixa de ser boba menina! – e deu um tapinha no ombro da amiga – Estou indo então. Estou bem?
– Um ARRASO! Boa sorte amiga!! Se bem que vestida assim nem precisa!
– Besta! Então fui!
Ao descer o prédio do alojamento, Guilherme já a esperava, com flores nas mãos, e ficou completamente admirado pelo o que viu: Juliana estava com um vestidinho azul escuro, na altura do joelho, que tinha um generoso decote nas costas, sendo mais discreto em sua frente. Usava uma sandália que lhe dava um pouco mais de altura. Estava simplesmente perfeita.
– Nossa, mas que…venha logo, anda cá minha laroca!
– Laroca? Que é isso?
– Laroca? Como posso dizer…guria bonita demais. Juliana corou do pescoço até a testa:
– Muito obrigada Guilherme! Você está um “gajo muito laroco”
Guilherme riu:
– Olhe linda, não existe masculino de Laroca.
– Ah…perdão – ficou sem graça – não levo jeito pra essa coisa de… encontro.
– Deixe comigo Juliana, terás uma noite perfeita. – E sorriu de forma encantadora
Guilherme abriu a porta do carro para que Juliana entrasse, e dali foram jantar.
O restaurante era no centro de Lisboa, e muito bonito também. O nome era Galego Real. Era um restaurante brasileiro. “E num é que a Mary falou? Haha Que sem criatividade” – pensou.
– Gostaste daqui?
– Sim, muito bonito – tentava disfarçar a decepção
– Pensei trazer-te aqui, pois deve haver certo tempo que não estás a comer uma boa comida brasileira.
– Isso é verdade.
– Vamos sentar então. Deixe-me puxar a cadeira.
E nesse tom galanteador o jantar se estendeu. Guilherme contava coisas sobre sua infância, e de como sua família sofrera para que ele conseguisse entrar na Universidade. E que agora ele tava bem encaminhado. Que se formaria em 1 ano e já tinha emprego certo como publicitário.
Juliana compartilhava sobre o mesmo esforço dos pais, e de como ela foi feliz em tê-los. Desabafou um pouco também sobre o irmão, com quem não falava desde que desembarcou em Lisboa. Incontestavelmente, o jantar rendeu.
Juliana não queria chegar tarde, pois estava muito cansada da semana que teve, e apesar do papo estar ótimo, seus olhos já davam o primeiro sinal de sono:
– Estou a ser muito chato? Seus olhos estão tão cansados.
– Não! Imagina. É o cansaço da semana mesmo. Tive uma semana muito pesada. Podemos ir, por favor? Já estamos aqui há umas duas horas.
– Claro, se é assim o queres.
Guilherme pagou a conta, – a contragosto de Juliana que queria dividi-la, mas o rapaz não deixou – entrou no carro e os dois voltaram ao campus.
Chegando na porta do Alojamento de Juliana, Guilherme insistiu para que pudesse levá-la até a porta de seu dormitório. Depois de muita insistência, Juliana consentiu. E foram caminhando pelo corredor e conversando:
– Muito obrigada pela noite, Gui. Me diverti muito, apesar do cansaço.
– Prazer é meu. Tu encantaste minha noite com seus belos olhos.
Juliana sorriu, já vermelha de vergonha pelo elogio, e chegou a porta do apartamento dela. Quando a abriu pra entrar, virou para se despedir de Guilherme:
– Mas tu ficas envergonhada muito facilmente. Como deves ficar depois que eu te beijar?
Guilherme avançou em cima de Juliana, que não recuou. Foi um beijo profundo, mas o menino queria mais e empurrou Juliana para dentro do apartamento, que disse:
– Não Guilherme! Não! Até amanhã. – empurrava o menino que não desistia
– Não estou a acreditar nisso. Levo-te para jantar, te dou uma noite ótima, e ficarei a ver navios?
– Eu não sou dessas Guilherme. Não é assim!
– Desculpe minha querida, mas sei que estás a fazer charme. As brasileiras são fáceis. Venha cá e deixe-me terminar o serviço!
– NÃÃÃO! SE AFASTA DE MIM!!!
– CALE A BOCA RAPARIGA! VAI SER RÁPIDO! EU SEI QUE TAMBÉM QUERES!
– EU VOU TE DENUNCIAR!
– MEUS PAIS TEM DINHEIRO MULHER! SERÁ A TUA PALAVRA, CONTRA A MINHA! E AGORA CALA A BOCA QUE TU SERÁS MINHA.
Guilherme foi arrancando a roupa de Juliana com extrema violência e a jogou na cama. Ela tentava fugir, mas ele era mais forte. Ela batia nos cômodos, tacava objetos na parede com a esperança de alguém ouvir. Ele forçava sua mão contra a boca dela, a sufocando nos próprios gritos, e puxava o seu cabelo, de forma com que ela sentisse dor e disse:
– Te preparas loirinha, que agora vais ser completamente rasgada!
– NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!
E de repente um estrondo se fez no quarto, interrompendo a penetração de Guilherme que estava para começar. O rapaz tomou um susto, tempo suficiente para Juliana dar um soco na cara dele, quando uma voz, em meio ao escuro, se fez presente:
– LARGUE JULIANA, OU CONSIDERE-SE MORTO!