Eras: A Guardiã da União

Capítulo XXXV – Vamos à Luta!

Eras – A guardiã da União

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer


Capítulo XXXV – Vamos à Luta!

Dantera sorriu, sinistramente.

— Combaterão muita magia e muitos espíritos conjurados por ele. – Olhou, diretamente, para minha mãe. – A minha missão e a sua, Lâmia de Luz, é orientar Brenna e Thara. Tanto na arte da Luta, quanto em encantamentos e magia. – A sacerdotisa se voltou para o resto de nós. – A de vocês, é de se livrarem desses seres, conjurados por ele!

Fiquei atônita com tudo que escutei da sacerdotisa Dantera. Estava atordoada com o delinear dos acontecimentos. 

Nos separamos em dois grupos. Minha mãe, a sacerdotisa Dantera, Thara e Brenna se enclausuraram em uma sala a qual o conselheiro Naiman as conduziu. 

Em nossa busca pelos locais de fuga, não imaginei que o complexo do palácio de Natust escondia tantos segredos e locais inusitados. Nos dias antecedentes àquela conversa, não conseguimos mapear a metade dele, e pensávamos que sim. 

Naiman as levou para o subsolo, abaixo da cripta dos reis, através de passagens e túneis apertados e escondidos. Já Klun, levou nosso grupo para baixo também, porém para outro salão. 

O palácio inteiro fora construído sobre uma grande rocha de cristal lilás. Naquele momento, entendi porque Hod escolhera Natust como alvo de seus interesses. Eras tinha as guardiãs e Natust tinha inúmeros recursos para conter a magia, ou disponibilizá-la, caso desejasse.

Kirsten (Hod para nós), pediu mais três dias para a disputa pelo trono. O rei Einer não foi sepultado, pois nem Hod enfrentaria tradições arraigadas. Ele já havia sido embalsamado e, mais uns dias, não afetariam a “essência” da alma do rei, como os conselheiros de Natust proclamaram.

Todos sabíamos que era um ardil para que o reino de Natust inteiro soubesse da disputa e comparecesse em massa. Ele queria público para sua ascensão e apoio para a luta contra nós. Matando a dinastia de Eras diante de todos, assumiria Natust e teria poder para atuar em Tejor.

Treinamos e treinamos muito! Mal vimos os dias passarem.

***

A arena estava tão cheia que muitos natusteanos ficaram às portas do estádio. Fui até a grade que dividia a entrada por onde Brenna passaria para a arena de batalha. Um frio percorreu minha coluna, diante daquela multidão eufórica. Estava muito diferente de dias atrás, quando encontramos a cúpula de Natust para consolidar uma possível aliança. 

Sangue de quem eles queriam? De “Kirsten-Hod” ou de “Thara-Brenna”? 

Retornei ao nosso cômodo de espera.

— Isso é loucura! Eles querem o sangue eriano, não importando se estamos oferecendo a paz e prosperidade para o reino!

— A massa não sabe o que é bom para eles, Guardiã, porque é retirado o poder deles questionarem. Eles querem melhorar de vida, desesperadamente, e não conseguem saber quem lhes proporcionará isso. – Ravena falou.

Naiman, Sixten e Jerek ocuparam as cadeiras no camarote real da arena. Eles julgariam a disputa, auxiliados por dois generais natusteanos e dois generais erianos dentro da arena. 

Tétis e Mardox foram chamados por nós para participarem como árbitros, enquanto Gwinter permanecia à frente de nosso exército na colina. Todos os nossos soldados que estavam espalhados pela cidade, foram convocados a integrar as tropas de segurança.

Não éramos ingênuos. Evidente que dois de nossos esquadrões estavam na plateia, misturados ao povo, enquanto os outros se juntaram ao exército. Nenhum de nós queria morrer naquele dia.

Naiman levantou-se, pedindo silêncio para a multidão. Aos poucos, os ânimos foram se acalmando e o conselheiro de Natust pôde falar.

— Estamos aqui, hoje, para decidir o futuro de nosso reino e quiçá, o que se delineará em toda a Terra Conhecida.

A multidão se excitou, aplaudindo e aclamando, fazendo Naiman se calar. Fez um gesto para que a multidão se acalmasse, novamente, continuando a apresentação. 

Brenna havia colocado uma armadura feita por Ravena, sob medida. Era incrivelmente leve, porém forte. Desconfiamos do tanto que ela poderia proteger Brenna e a testamos, antes de deixar que ela a usasse.

A moça ajustava as tiras ao corpo de nossa filha.

— Confie que ela lhe protegerá de qualquer ataque de lâmina ou calor.

— Ela é mágica? – Brenna perguntou.

— Não.

Ravena ainda prendia os cordões internos da armadura no corpo de minha filha. Continuou a explicar.

— É um pó que acrescento à liga. Um minério que meu avô me ensinou a usar, ao forjar o aço. Basta saber que é bem resistente.

— E as armas dele não são forjadas com isso?

— De jeito nenhum, princesa Brenna. Só eu o conheço e como não sou a mestre forjadora de nosso exército… – Ravena encolheu os ombros, displicente. − … Não falo meus segredos para quem não me dá valor. As armas que fiz para o seu grupo, forjei com aço e esse pó de minério. Garanto que não quebrarão por razão nenhuma.

Brenna olhou para Thara, que estava vestindo um protetor peitoral, e terminava de se arrumar.

— Aquele protetor, – apontou para a namorada – você forjou com isso também?

— Sim. – Ravena encarou Brenna, séria. – Se quer salvar sua família, foque na sua luta. Acabe com esse mago. Sua família estará bem. Eles conseguem se cuidar e você, mais do que eu, sabe disso.

Ravena não esperou resposta. Saiu, juntando-se a nós, ajudando-nos a terminar de nos aprontar. Após o grupo estar arrumado com os protetores peitorais que a filha de Havenor fez, era a dica para saída de parte das Tríades. Estávamos nos dividindo, outra vez, para garantir que não perdêssemos para o mago.

Tudo parecia nos devidos lugares. Só que não foi bem assim. Badotê e Bonan apareceram. Brenna entraria na Arena e Thara estaria exposta no camarote real, junto aos conselheiros de Natust, à vista de todos. Não víamos, mas Fidae, a Senhora da Floresta e Bridma, a Senhora do Fogo estavam disfarçadas como guardas no camarote de Thara. 

Minha mãe ficou na arena, numa tribuna dedicada à família real de Eras e seus convidados. Meu pai e Tórus estavam juntos com ela, além de Dantera, a sacerdotisa-curandeira… Ou deveria dizer “a maga da seara da Divina Graça”? Foi, justamente, ali que Badotê e Bonan se alojaram.

***

O túnel era escuro e tentávamos não fazer barulho algum. A tensão aumentava a cada passo e sentíamos o sangue gelar no corpo. Quando digo que sentíamos, era porque eu conseguia perceber cada partícula de suor que os corpos de Arítes, Liv e Roney vertiam. Havenor, Klun e Ravena eram nossos guias e os túneis por baixo do palácio, ficavam cada vez mais estreitos e claustrofóbicos, à medida que descíamos por eles.

***

Minha mãe reparava a multidão e escutou Dantera lhe falar. Travaram uma conversa mental. 

— Lâmia, é chegada a hora de você reunir todo o seu conhecimento e forças para o qual foi destinada. Estamos aqui para lhe proporcionar a energia necessária. 

— Minha neta estará na arena, combatendo um mago poderoso que obteve todo o conhecimento hermético de Tanjin. Espera que o conhecimento de apenas uma vida me dê confiança para conseguir atuar?

— Não. Esperamos que você seja a mulher que sempre foi. A sua confiança nunca foi abalada, durante todos esses anos. Alguma vez já lhe faltamos com a verdade, ou a decepcionamos? – Badotê retrucou, virando-se para a sua dedicada “filha das águas”. Você e sua família para mim, Êlia, são mais do que somente peças nesse jogo. – A Senhora das Águas segurou as mãos da Guardiã. – Vocês são a esperança em meu coração. 

Minha mãe tomou um alento, aprumou-se e se voltou para a arena, novamente. Naiman continuava as apresentações. Discursou sobre a herdeira e a chamou. Ela entrou na tribuna ao lado dele. Foi aplaudida, contudo, nem tanto quando o conselheiro sênior discursou sobre o desafiante.

Após as apresentações, Naiman falou sobre os termos e regras, detalhadamente. A plateia estava eufórica e esperava o início do combate com avidez. O conselheiro chamou Brenna, a campeã da herdeira. Ela entrou na arena calmamente, sem grandes alardes. Parecia que um halo de luz a envolvia, todavia, somente uma parte dos espectadores conseguia ver. Eram aqueles dotado de sangue mágico, herdado da velha Tanjin. 

Um murmúrio se formou entre aqueles que enxergavam, pois não entendiam o que aquilo significava. Interpretaram como um sinal e aplaudiram, emocionados e embalados por uma aura de alegria. Quando Kirsten foi anunciado, novos aplausos. 

Hod não poupou esforços para impressionar. O invólucro que utilizava para seu espírito, que era o corpo do general Kirsten, realmente causara frisson entre o povo de Natust. Ele não colocara armadura. Trazia somente uma espada na mão e uma malha de batalha para proteger o corpo.

O povo esperava ansioso para a luta começar. Hod se colocou de frente para Brenna, que o encarou, confiante. 

— Pensei que sua avó fosse mais corajosa. Deixar uma menina fazer o trabalho sujo?

Brenna riu de lado. A expressão dela lembrava a de minha mãe… Ou de minha esposa, não sei.  

— E eu pensei que tivesse uma mente mais aberta, Hod. Logo você a julgar, depois de ter tomado o corpo de seu general para esse confronto!

— Você sabe, então, o que enfrentará. Fico mais tranquilo.

Ele falou com falsa confiança. Uma falha de sua tática. Achava que nós não soubéssemos de seu ardil. Continuou a provocá-la.

— Detestaria matar uma menina, sem que soubesse o que a aguarda.

— Pela Divina Graça! Você tem essa consciência?

Brenna retrucou, provocando-o no mesmo tom. Ele se enfureceu. Era palpável para ela. Porém, o mago sorriu com cinismo, disfarçando a raiva que o corroía. Pensava que a Guardiã Êlia o enfrentaria. Há tempos queria se livrar dela por ter, sucessivamente, frustrado a sua conquista sobre o plano de Tejor. Olhou para a tribuna encarando a Lâmia de Luz.

— Verá sua neta ser despedaçada nesta arena, Êlia! Conseguirá conviver com isso?  

O sangue sumiu da face de minha mãe, escutando a ameaça de Hod em sua mente. Bonan colocou a mão sobre o ombro dela e novamente escutou uma voz, mas dessa vez, era de Brenna.

— Você realmente queria que minha avó estivesse aqui, não é? Pois saiba que se algo me acontecer, morrerei tendo o prazer de saber que ela acabará com você, não mais por Tejor. Será por minha causa. Toda vez que a enfrentou, você se deu mal. Ela é mais inteligente e tem muito mais fibra que você, seu verme!

Minha mãe concentrou-se para falar unicamente com a neta. 

— Não o provoque tanto, Brenna. A fúria desmedida de alguém, pode ser seu desequilíbrio em uma batalha, mas também é uma força que não se pode controlar.

— Ele é um otário, vó. Sabe que não aguento com isso. Não se preocupe com o que ele falou. Tenho certeza que a senhora me ajudará na batalha.

A confiança e certeza de que a avó lhe daria suporte, fez com que a Guardiã Êlia se incorporasse e enxergasse que precisava juntar toda a força que possuía para auxiliar a neta.

Naiman estava preparado para dar o sinal de início da luta. Pediu silêncio à plateia, para começar o combate. O silêncio tomou a arquibancada em expectativa. Naiman elevou a mão e segundos depois, abaixou-a para dar o início. 

Não houve tempo de reação.

Hod não estava para brincadeiras e lançou uma bola de energia diretamente no peito de Brenna, arremessando-a longe, fazendo a Espada Macha ser jogada de lado. A Guardiã Êlia, fez menção em saltar da tribuna, sendo segurada por Bonan. A plateia, levantou-se, ovacionando o “general”. Para eles, o “Deus prometido” havia abençoado o desafiante com seus poderes. 

— Ela precisa de você, agora! – Falou Bonan.

Minha mãe se incorporou, voltou seu olhar para Thara que levantou da cadeira. A mente da herdeira estava difusa. Era como se ela tivesse entrado num transe. A Lâmia de Luz entendeu, finalmente, o seu papel. Juntou-se a Thara, que emanava fontes de energia protetora, porém a dela, seria energia bélica a ser doada para Brenna. Quando se alinhou com as Senhoras da Natureza, Thara, a sacerdotisa curandeira e, meu pai e Tórus, num sorvedouro mágico, o corpo de Brenna se iluminou.

O povo todo se etou. Afinal, se o “general Kirsten” tinha sido abençoado pelo “Deus prometido”, a campeã da herdeira havia sido abençoada pela Divina Graça.

Antes que Hod pudesse correr até a Espada Macha para pegá-la, Brenna estendeu a mão e a espada voou até ela. Levantou-se, sacudindo a terra de seu corpo. Encarou Hod. Foi se aproximando dele devagar, sendo observada por todos em expectativa. 

— Tem mais algum truque, aí? Viu que não vai ser como queria, não?

Provocou-o e minha mãe cerrou os olhos.

— Que merda, Brenna! Você não facilita!

Nesta hora, Hod elevou as mãos conjurando uma magia, não deixaria que a campeã da herdeira se aproximasse. Lançou mais uma carga energética e mais outra. Brenna se esquivava jogando o corpo de lado, ou rolando sobre o chão da arena e isto deu-lhe a oportunidade que queria: aproximar-se do mago.

A cada golpe de magia desferido, ela projetava seu corpo para frente nos rolamentos que fazia, tornando-se mais perigoso, pois ficava cada vez mais fácil para Hod mirar nela. Foi quando minha mãe sentiu a energia de proteção da sacerdotisa-curandeira e de Thara se juntarem para formar um halo em volta de Brenna. O último ataque do mago a atingiu, todavia a energia foi repelida pela aura protetora, deixando Brenna numa posição perfeita para um ataque com a Espada Macha. 

Diante do ataque, Hod pulou para trás, tentando se defender com magia, mas não antes de receber uma estocada no braço, ferindo-o. 

A Espada Macha era prejudicial para ele, drenando as energias. Correu, para se afastar dos golpes, permitindo-o conjurar novo feitiço, entretanto, escutou os murmúrios da plateia, que não gostou da ação covarde. Para o público, o “general Kirsten” estava fugindo da adversária. Na concepção do povo natusteano, ele deveria enfrentar o ataque como o bom soldado que era. Enfureceu-se!

— Você se arrependerá de macular minha imagem, garotinha!

— Se não quer macular sua imagem, – Brenna falou com desdém – enfrente-me como um guerreiro.  Tenho certeza que Kirsten não fugiria de uma lâmina afiada!

Sentia a energia que a Espada Macha lhe roubara, através do corte, contudo, ainda estava forte. Teria que acabar com a campeã de uma vez por todas. De posse da Espada da Vida e da Morte, mais ninguém o derrotaria.

Ele elevou a sua espada com rudeza. Todos viam a ira em seu semblante. Conjurou outro tipo de magia, que fez tremer a arena. As lanças dos soldados que estavam à volta, desprenderam-se das mãos deles, direcionando-se para a princesa de Eras. Minha mãe concentrou-se para doar a energia necessária que a neta queria. Elas estavam ligadas num só pensamento, e minha filha elevou a Espada Macha, fazendo as lanças desviarem dela e seguirem em direção ao mago. Hod teve somente tempo para proteger-se, fazendo as armas caírem no chão, antes de o atingirem.

Satisfeita com a força e ação de sua magia doada para Brenna, a Guardiã Êlia se tomou de confiança, deixando de lado as dúvidas que ainda pululavam no íntimo. 

—- Afaste-se agora, Brenna! Recue!

A rainha mãe ordenou na mente da neta, prevendo a ação do mago para atingi-la. Brenna pulou para trás, sentindo o calor da bola de fogo que tocou o chão, no mesmo lugar que estava anteriormente. Hod jogou outra e mais outra, não dando tempo de Brenna pensar em como chegaria perto dele.

— Use a Espada Macha, Brenna! Ela lhe protegerá dos ataques!

Minha mãe falou novamente, vendo que sua energia e de Thara eram deslocadas constantemente para alimentar a espada. Entendeu que as energias doadas por todos que estavam com elas, eram para alimentá-las e as duas conduziam a energia para a princesa de Eras.

Brenna elevou a espada sobre a cabeça, concentrando-se no que queria. As bolas de fogo começaram a se dissolver, antes de chegarem perto. Sorriu de lado com ironia. Seu passatempo passou a ser implicar com o mago, para destemperá-lo.

— O que vai querer fazer agora? – Falou, aproximando-se dele. — O que tem além das bolas de fogo e lanças jogadas?

A multidão urrou, ovacionando-a, diante da provocação escutada por todos os cantos da arena. Brenna estava aprendendo a usar a sua magia e ampliou a sua voz para que todos ouvissem.

— Pare, Brenna! Ele vai reagir com toda a carga!

Minha mãe conhecia esse tipo de adversário. O que Brenna fazia era imprudente. 

— Ela não tem a sua experiência. — Bonan interveio.

— E é por isso que Arítes falou que não era a pessoa certa para o combate. Agora começo a concordar com ela. — A Guardiã Êlia retrucou.

— Acha que estaria melhor se estivesse lá e não controlasse a Espada Macha? Pelo menos, ela tem você a lhe orientar e doar sua energia, assim como recebe energias de Thara. Brenna não conseguiria estar aqui, fazendo essa ponte. Não se iluda, Arítes também não manejaria a Espada Macha de forma adequada. Não desta vez.

Foi, exatamente, neste momento de distração que, Hod expandiu sua aura energética jogando um campo avassalador. Brenna foi atirada contra o alambrado da arena. Ela parecia desacordada.

— Brenna! Brenna! Está me escutando?


Nota: Boa tarde, pessoal! Então, algumas pessoas já sabem, mas colocarei aqui para quem não viu a minha postagem no Facebook. Meu pai foi internado de emergência e está aguardando estabilizar para poder fazer uma cirurgia cardíaca. Também, nós familiares, estamos aguardando liberações e autorizações do plano de saúde. Eu e minha irmã estamos revezando no hospital para ficar com ele. Não temos previsão de quando ele poderá operar. Estamos estimando duas semanas. 

Peço a força de vocês e a compreensão, caso as minhas postagens e respostas aos comentários atrasem, ok?

Um abraço a Tod@s!

 

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