Eras: A Guardiã da União

Capítulo XXV – Pacto Sinistro – Parte 2

Eras – A guardiã da União

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer


Capítulo XXV – Pacto Sinistro – Parte 2

Sixten e Thara se fitavam, serenos, após beber da taça, contudo eu e meus companheiros de jornada sabíamos que a calma não era o que a jovem conselheira sentia. Ela estava tão assustada quanto nós, entretanto, forçava a expressão de tranquilidade para que o grupo natusteano não soubesse que nós não tínhamos conhecimento do que envolvia o pacto.

– Vamos começar.

Thara veio até nós, pedindo para que nos sentássemos. Os conselheiros de Natust se sentaram à nossa frente.

– Qual o seu nome?

Roney perguntou para um rapaz mais novo que estava na última cadeira do conselho de Natust. Ele parecia alarmado.

– Adja, senhor!

– Quantos novatos iguais a você estão presentes?

O rapaz olhou para alguns membros e depois para Sixten, que meneou a cabeça consentindo para que ele respondesse.

– Somos em quatro, senhor.

Roney olhou para uma mesa posta pelos serviçais, afastada do centro da discussão. Levantou e se dirigiu ao rapaz.

– Vamos, Adja. Chame seus companheiros. Tem comida e bebida para nós. Nossa opinião não terá importância para o que eles decidirem.

Levantou, seguido de Liv e Tétis. Mardox estava na floresta, comandando os soldados. Os novatos do conselho esperaram a autorização de Sixten e depois os acompanharam.

– Nunca pensei em estar frente a frente com a realeza de Eras. Não pensem que, por ter agido daquela forma com Klun, julgo vocês menos nocivos.

– E por que agiu daquela forma com Klun? – Thara interpelou.

Ele titubeou para responder, contudo se decidiu.

– O povo está definhando. Travamos há anos guerras entre os reinos e estamos em desvantagem. Não somos cegos. Einer era o nosso rei e fomos leais a ele, mas e agora? O rei Einer se foi e o povo passa fome. Estamos vendo o que é melhor para Natust. A arrogância não é uma boa arma para a prosperidade.

– Mesmo assim, não sabem o que pensar sobre mim.

– Não. Não sabemos, herdeira. Por isso concordamos com essa reunião.

– Reconheço que a ideia foi extremada. – Thara se mantinha séria e calma. – Todavia, concordam que Eras poderia atacar se algo acontecesse comigo? Eu poderia ser morta, antes mesmo de chegar aos portões do palácio de Natust. Não seria improvável que isso ocorresse, ou seria?

– Não seria improvável. Porém, reconhece que alguém nascido em Eras e criado para ser uma conselheira de lá, suscita desconfianças entre nós?

Thara se calou, entendendo que a noite poderia se arrastar naquela conversa.

– Posso me pronunciar? – Minha mãe perguntou.

– Sim, pode, comandante Êlia.

Minha mãe sentiu o tom do conselheiro. Era amargurado, contudo, não era agressivo.

– Não estou aqui como comandante de nosso exército e nem como rainha. Passei esses cargos para minha nora e minha filha. Devo dizer que também sofri perdas valiosas em minha juventude, por conta de nossas diferenças…

– … e nós, mais ainda com Eras sob seu comando. – Ele abanou a mão, para que minha mãe não retrucasse. – Não estamos lhe condenando. Você estava defendendo o seu reino. Na verdade, a admiramos. Isso não quer dizer que não temos mágoas. Mas continue. O que queria falar?

– Não começamos nenhuma das guerras e muito menos os sentimentos rancorosos entre os reinos, no entanto, queremos terminá-los. Vocês têm consciência de que nós somos mais fortes que vocês e que muitos reinos nos apoiam, não tem?

– Temos consciência de que nosso rei deixou uma herdeira que cresceu sob a tutela de nossos inimigos. – Outro conselheiro respondeu.

– Você se chama Hastar, não é?

Thara perguntou ao conselheiro que se pronunciou e Brenna se levantou na mesma hora. Me concentrei para tentar me conectar às Tríades. Segurei a mão de minha filha e senti que Arítes fazia o mesmo. Queria, de alguma forma, perceber o que Brenna estaria pensando e, ao mesmo tempo, conseguir transmitir a ela alguma segurança. Foi quando escutei claro a voz de minha filha soar em minha mente. “Não estou irritada a esse ponto. Podem ficar tranquilas, mães”. Agradeci por nossa conexão estar tão estabelecida com Brenna e relaxei. Soltei a mão dela e vi o meu movimento ser espelhado por Arítes.

– Peço licença ao conselho. As decisões diante das questões discutidas aqui hoje, deverão ser tomadas por minha noiva.

– E não acha que as questões discutidas são importantes, princesa Brenna?

O tom do outro conselheiro parecia informal, mas a Divina Graça sabia o quanto aquelas palavras podiam soar mal aos ouvidos de Brenna.

– Pelo contrário, conselheiro…

– Melker, princesa. Meu nome é Melker.

– Pois bem, conselheiro Melker – ela acenou com a cabeça. – Eu sou princesa em meu reino e noiva da sábia Thara, e pelo que já percebeu, ainda existe uma linha de sucessão em Eras até chegar a mim e pretendo que a sucessão só chegue em minha velhice. Quando isso acontecer, terei herdeiros e, provavelmente, serão mais sábios do que eu, visto que serão educados na arte da paciência por minha noiva. Compreende agora que minha presença é dispensável nessa conversa?

– Conselheiro Melker, – Thara interrompeu – a minha noiva pede licença porque é uma pessoa volátil em suas emoções e tem consciência disso. Mesmo impulsiva, entende a própria natureza e sabe das consequências dela. E o senhor? Entende o que significa provocar alguém como ela, sob o manto de Asèlepo?

O conselheiro se ajeitou na cadeira, limpando a garganta, embaraçado. Era fácil esquecer das implicações do pacto, dentro de uma discussão.

– Pode ir, princesa. Agradeço pela sua paciência.

Sixten deu voz ao conselho de Natust.

Brenna fez uma leve reverência e foi de encontro aos nossos aliados. Logo que chegou à mesa, Roney a cingiu pelo ombro, dando-lhe uma caneca de vinho.

– Obrigada, princesa. Acabei de ganhar três moedas de ouro por sua causa.

– Me deve pelo menos uma. – Ela olhou para Liv. – Foi você que apostou com ele?

– Lógico que não. Desisti de apostar com ele há muito tempo. Eu sempre perco.

– Foi de mim que ele ganhou. Não podia ter ficado só mais um pouquinho lá?

– General Tétis, você me conhece desde que nasci! Como pôde apostar sobre isso com ele?

– Você é boa em executar tarefas no exército. Achava que seguraria mais tempo lá, por conta de Thara.

– Seguraria, se não escutasse bobagens. – Brenna espremeu os olhos, mirando Tétis. – Eu troquei três vezes de grupamento até cair no seu.

– Tudo bem. – Tétis encolheu os ombros. – Eu queria me convencer de que você tinha adquirido mais serenidade. – Ela deu um gole no vinho que bebia, sorrindo debochada. – Se as terras conhecidas não acabarem hoje com essa reunião, no próximo verão haverá troca de comando entre os esquadrões. Arítes deve ficar com o seu esquadrão.

– Ah, para! Minha mãe vai me arrebentar! Da última vez que ela quis treinar comigo, quase me matou. Isso é castigo de alguma coisa que nem me lembro de ter feito?

Eles pareciam descontraídos, mas até um rato silvestre percebia que aquilo era pura distração para que dissipassem a apreensão que cercava o grupo.

Na mesa de reunião, as coisas estavam mais amenas.

– Como acha que o povo encararia se lhe apresentássemos como a herdeira? Lutamos contra Eras há mais de quarenta verões e agora, simplesmente, apresentaríamos provas de sua hereditariedade ao povo e diríamos que irá assumir? Fora que se casará com uma eriana.

– Deixe-me ver se eu entendo. – Tórus se pronunciou. – A relutatância de vocês não é por Thara assumir e, sim, pelo o que o povo pensará?

– Em parte, sim, sábio. – Sixten respondeu. – Entendam que nós estamos numa situação difícil.

– Deixe-me traduzir a situação de Natust. – Thara pontuou. – O reino está falido, o povo faminto, o rei morreu e a herdeira é do reino inimigo. Mas, – ela pausou na fala – o reino inimigo não quer mais lutar e quer oferecer apoio. O comércio com os aliados de Eras seria restabelecido, os acordos políticos seriam restaurados e uma gama de vantagens viria com a minha ascensão ao trono. Se é tão difícil decidir isso, então deixe que o povo decida.

Sixten encarou a herdeira, enquanto seus companheiros discutiam o que ela havia proposto. Ele balançou a cabeça.

– Gostaríamos muito, jovem Thara, todavia há mais implicações do que isto. Você é noiva da princesa de Eras. São mudanças demais.

– Por que diz isso? − Meu pai perguntou. − Explique.

– É por que me casarei com a herdeira do trono de Eras, ou por que me casarei com uma mulher? – Thara perguntou. – Brenna ser a herdeira do trono de Eras só fortalecerá a coroa de Natust. Agora, se há empecilhos por ela ser uma mulher…

– Natust não aceita casamento entre iguais, jovem. – Melker retrucou.

– Isto está na lei de vocês? – Perguntei.

– Não está na lei, rainha Tália, mas…

– … Então, não há empecilho legal? – Arítes interrompeu.

– Não é um empecilho legal, no entanto, para nosso povo, é algo a se considerar. Vivemos os últimos quarenta verões pautados em outros princípios.

Thara se levantou, fazendo todos levantarem junto.

– Então, não há mais nada o que discutir. Quando saí de Eras, disseram-me que vir a Natust era escolha minha. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que olha vários lados de uma questão, mas não considerarei fazer concessões em minha vida particular. Eis aqui a minha proposta: ofereço a vocês a oportunidade de ter um herdeiro real do sangue Natust, trazendo alianças com reinos prósperos e selando a paz. – Pausou a fala, passando o olhar por todos. – Se for aceita, me proponho a respeitar esta terra, contanto que não seja obrigada a rechaçar meus próprios princípios e que não seja obrigada a levantar armas contra meus aliados, a não ser que se levantem contra mim primeiro. E, por último, me ofereço para falar ao povo para que eles se decidam, caso este conselho esteja de acordo.

– Assim, tão simples? Se não aceitarmos a sua proposta não brigará pela coroa?

– Por que eu brigaria pela coroa, conselheiro Melker? Se eu fosse uma pessoa ambiciosa, já não teria a minha ambição satisfeita, desposando a princesa de Eras? Além do que, Natust se encontra fragilizado. Vocês têm reinos fronteiriços que estão distantes de Eras. – Suspirou, desanimada. − Se eu, realmente, quisesse alguma coisa, esperaria que outro reino invadisse vocês e convenceria a minha noiva a atacá-los, logo em seguida, para tomar as terras. Esse é o pensamento de um conquistador, entretanto, posso garantir que não é o meu. Até a última lua, eu levava uma vida muito confortável e desfrutava somente de prazeres pessoais.

– Motivos para brigar pela coroa podem ser muitos. Eu poderia passar meia marca descrevendo-os.

– Entendo. Contudo não é o meu intuito e não decidirão sobre minha proposta de uma única vez.  Pensem com calma e discutam entre vocês.

– Pois bem, sábia Thara. Nos dê dois dias para responder a sua proposta. Como nos encontraremos?

– Mande mensagem por Jarek. Nós o contataremos.

O conselheiro assentiu e Thara pegou a taça do pacto tomando um gole. Logo após proclamou:

– A sabedoria nos guiou e Asèlepo foi honrado.

Deu ao conselheiro e ele bebeu também, repetindo o ritual. Tudo à nossa volta pareceu retornar a vida. Os sons da noite chegaram aos nossos ouvidos.

Já estávamos de pé e nos viramos para acompanhar Thara. Ela se voltou para os conselheiros, novamente.

– Não esqueçam que a lei de Asèlepo se estende até chegarmos aos nossos destinos e ela volta a vigorar cada vez que nos encontrarmos oficialmente, até que uma decisão seja tomada. Após a decisão verbalizada para o entendimento das partes, a lei se dissolverá, mas não antes disso.

Pela primeira vez, vimos uma expressão mais significativa na face do conselheiro Sixten. Ele parecia surpreso e confesso que eu também. Conhecia as regras, porém não lembrava de detalhes como aquele.

– Então, para que bebemos da taça?

– Para que nossas reações, fora deste contexto, não nos prejudiquem. Vocês debaterão muito e nós também. Todos nos exaltaremos em nossas respectivas reuniões. Se ela nos prendesse até a decisão, seria um problema para todas as partes.

A reunião terminou mais cedo do que esperávamos e reconheço que agradeci por isso. Thara, realmente, tinha a cabeça no lugar. Ela se assegurou que não nos demorássemos, para que nenhuma cabeça de girino ultrapassasse os limites de Asèlepo. Fomos embora.

***

Retornando ao acampamento, nossos batedores nos informaram que não fomos seguidos.

– Nunca li sobre o que falou a respeito da lei, Thara.

Disse intrigada, pois realmente nunca tinha lido nada sobre aqueles itens.

– Eu também não, Tália. Só falei para que nos deixassem em paz até sairmos e, quem sabe, respeitar nossos próximos encontros. Pelo que sei, o pacto foi dissolvido quando terminamos a reunião e bebemos da taça.

 Ela riu com o próprio gracejo. Reparei o sorriso aberto e sereno dela. Este era um momento raro, pois apesar de ser uma pessoa tranquila, Thara não costumava sorrir tão desembaraçada e leve. Naquele momento, entendi porque Brenna se apaixonou por aquela figura.

Elas não eram diferentes. Eram duas mulheres que amavam a vida e vivenciavam cada frescor que ela pudesse oferecer. Voltei a mim, vendo minha filha retribuir o sorriso da amante, encarando-a feliz, como se ninguém mais nesse mundo existisse.

Arítes me abraçou por trás, sussurrando em meu ouvido.

– Sempre desejei ver no olhar de Brenna esse tipo de amor por alguém.

Deitei minha cabeça no ombro de minha comandante, acariciando os braços que me envolviam.

– Fico feliz em vê-la olhar alguém do mesmo jeito que nós nos olhamos.

Respondi, virando-me entre os braços de minha esposa, para ficar de frente para ela e beijei-a.  Segundos depois, escutei a voz de nossa filha.

– Entendem por que posso ficar no exército o dia todo? Com Thara na liderança, para que eu preciso me preocupar com essas coisas chatas?

– Nem vem!

O coro de repreensão entre eu, Thara e Arítes soou alto e possivelmente engraçado, porque todos a volta riram e Brenna se encolheu.

– Você é uma guardiã, Brenna! – Repreendi.

– E se ficarmos aqui, será rainha de Natust juntamente comigo! – Thara arrematou.

– Fora que nunca chegaria ao comando no exército com esses pensamentos! – Arítes concluiu.

– Alguém pode falar para elas que eu estava brincando?!

Minha mãe e meu pai riram da troça e, pelo que vi, todo o resto do grupo.

Liv se aproximou, sentando-se ao lado de Brenna e lhe estendeu uma escultura em madeira. Minha filha pegou e ficou observando embevecida, cada traço do entalhe. Era bem pequeno, entretanto as nuances do entalhe eram perfeitas. Cada traço, por menor que fosse, dava para distinguir o contorno.

– Fiz anteontem no acampamento, enquanto estava de vigia. Fique com você.

– Obrigada.

Ela agradeceu e se levantou. Para quem olhasse de longe e não conhecesse Brenna, pareceria que não havia dado muita importância ao fato. Ela sempre foi uma pessoa singular.

Caminhou até o alforje de sua montaria e pegou um pedaço de couro delicado. Retirou a adaga da bainha, esticando o couro em um tronco caído e com a adaga, cortou um pedaço fino, fazendo um cordão para o entalhe. Prendeu a pequenina escultura, colocando-a em torno do pescoço. Eu gostava de reparar nas pessoas e quando olhei Liv, ela deixou aparecer no rosto uma expressão de satisfação, embora não sorrisse.  

Escutamos alguns barulhos entre as folhagens e nos levantamos de pronto. Gwinter havia chegado com notícias.

– Por que não enviou um mensageiro, Gwinter?

Meu pai o interpelou, abraçando-o e o trazendo para perto do grupo.

– E perder toda a diversão? – Respondeu, rindo. – Existem coisas que não podemos confiar a um novato. – falou mais sério.

Ele se sentou junto à fogueira, para se aquecer. A noite estava fria e a maioria dos soldados de nosso acampamento dormiam, revezando-se com outros que estavam na vigia. Coloquei um pouco do guisado de coelho que sobrou do jantar em uma terrina de madeira e lhe estendi. O general estava com fome e cansado. Engoliu três colheradas de uma só vez.  Sentamos à volta, esperando que o velho guerreiro se refizesse.

– Me desculpem. Estou um pouco cansado, pois não durmo desde ontem e minhas pernas não são tão fortes quanto antes. Cavalguei até as proximidades, mas deixei meu cavalo a meia-légua de distância. – Na mesma frase, emendou a informação. − Eu encontrei a gruta em que “ele” está.

– Encontrou a gruta? Você foi até lá, Gwinter?

– Sim. Depois que conversamos, fui sondar o que me pediram. Existem duas grutas esfumaçadas bem conhecidas pelo povo de Natust e três fontes termais. Mas nenhuma fonte era numa gruta esfumaçada. Estava desistindo quando conheci na taberna um fazendeiro de uma aldeia no oeste. – Colocou mais uma colherada do guisado na boca. − Entre uma caneca de vinho e outra, falei a ele que queria me refazer numa fonte termal, mas que as que conhecia eram muito visitadas e queria privacidade. Ele me disse que perto da aldeia dele tinha uma fonte do jeito que eu queria. Descreveu a fonte e a gruta.

– E você concluiu que a fonte era numa gruta esfumaçada?

Gwinter acenou com a cabeça em resposta a minha mãe, enquanto engolia outra colherada.

– Fui até lá para me certificar. É uma gruta reservada, escondida por árvores na encosta de uma colina. Tinham guardas na entrada e as pedras em volta eram do minério cinzento das grutas esfumaçadas.

Arítes brincava com um graveto, de cabeça baixa, escutando com atenção o relato.

– Temos dois dias até o conselho de Natust dar a resposta. Vamos para a gruta pegá-lo.

Liv falou e todos concordamos. Era nossa melhor chance.

– Não.

A voz de Brenna soou calma, entretanto o silêncio da noite, fez com que o som reverberasse em nossos ouvidos. Nos voltamos para ela e Brenna rodava seu novo cordão entre os dedos, vagueando os olhos na escuridão da mata.

– Se todos nós formos e não conseguirmos, tudo estará perdido. Ele tomará o trono de Natust e não haverá ninguém no trono de Eras. E quando digo ninguém, me refiro também às guardiãs e as Tríades. Não haverá nada mais entre ele e Tejor.

Ela deixou a frase no ar.

– Concordo com Brenna. – Arítes levantou a cabeça nos encarando. – Vamos separar as Tríades e deixar que Brenna, Thara e Tália fiquem, para se reunirem com o conselho. Eles podem deliberar antes de dois dias e nós tentaremos pegar Hod desprevenido.

– Quebraremos nossas forças. – Minha mãe pontuou.

– Ele também não estará pleno, Êlia. – Arítes contestou.

Minha mãe levantou e caminhou em silêncio até uma árvore, apoiando uma das mãos nela. Era uma decisão importante a se tomar.

– Tudo bem. Mas faremos do meu jeito. Agora eu é que peço que confiem em mim.

Ai, ai, ai! Não sei por que, tenho a impressão de que não vou gostar de sua ideia, mãe.


Nota: Devo responder os comentários anteriores somente amanhã. Minha esposa esta adoentada e a acompanharei ao médico.

Obrigada, pessoal! Beijos



Notas:



O que achou deste história?

15 Respostas para Capítulo XXV – Pacto Sinistro – Parte 2

  1. capítulo tenso de início, leve no meio e novamente tenso no fim.
    A sabedoria de Thara é impressionante. Conduziu a reunião com maestria e ainda deixou os natusteanos com o rabo preso, rs. Brenna também está me surpreendendo, não é que a bichinha está se mostrando mais centrada!?
    Êlia ditando as regras?? Também fiquei com medo, Tália.
    O que será a escultura que Liv fez? Por que Brenna teve tanto apreço?

    Carol, melhoras a sua esposa.
    Beijão

    • Oi, Fabi!
      Thara é uma pessoa inteligente e apesar da pouca idade, aprendeu desde muito cedo a ponderar as coisas. Ela também teve ajuda da Tríade da Êlia, Tórus e Astor. rs Aproveitou bem.
      Brenna está amadurecendo, meio na marra, por conta da situação, mas tá no caminho.
      Bem, essa escultura vai ser esclarecida, mas não agora. (não posso dar spoiler). he he he
      Valeu, Fabi! As suas observações sempre são interessantes.
      Obrigadão!

    • Eita! Estou brincando! ??
      Já tive vontade de ser da PF, mas ficou só na vontade mesmo. Sou contadora.
      E realmente gosto de detalhes, curiosidades. Em tudo na vida. Faço leituras lentas e minuciosas, rsrsrs. Por isso amo suas histórias. Você sempre deixa um mistério, um “q” escondido e nada óbvio.
      Você é fera, mulher! ?

  2. Oie Carolzinha!! Melhoras pra esposa que fique bem rápido!! Mando lindas vibrações para que se cure!
    Como sempre arrasando!! Thara foi esperta!! Brenna foi coerente nesse final de capítulo. Agora é ir atrás de Hod!!

    Será que o povo vai preferir morrer de fome ou a sobrevivência vencerá os seus princípio s retrógrados!! Espero que não haja problema quanto a relação das duas , tampouco sobre Thara ter nascido em Eras.
    Hod, qual será a contribuição dele pra isso tudo? Ou seja, vai prejudicar como? Convencer a quem pra que haja uma guerra??
    Cuidem-se!
    Beijosss

    • Oi Lailicha!
      Valeu pelas vibrações, Lai, e agora peço que mande algumas para mim. Peguei a gripe de minha esposa. É uma gripe que deixa a gente com febre alta, dores no corpo intensas e perdura durante mais de uma semana e meia. Está um andaço por aqui. Mas vamos que vamos!
      Sempre que uma população se sente assolada pelo desespero, tende a querer mudanças, mas, nem sempre opta por mudanças sensatas. Veremos o que Natust decidirá.
      Hod só quer poder. A manipulação ocorre há anos, primeiro através do filho e depois, através da ligação que tinha com a magia, lá no Templo da vida.
      Obigadão, Lailicha! Um beijão pra você!

  3. Boa noite, Carol. Eita que dessa vez fui eu que me atrasei. :p
    Espero que a sua esposa esteja bem! Uma ótima noite e maravilhoso final de semana pra vcs ;*
    Gostei da serenidade da Brenna sobre Hod, não é o momento para fazer um ataque sem pensar em tudo o que está em risco. Thara foi maravilhosa, não vejo a hora dela subir ao trono, claro, se essa for a vontade da divina graça xD
    Próximo eps teremos mais das estratégias de Êlia e Arítes, mal posso esperar! ♥

    • Oi, Ka!
      Então, minha esposa melhorou, mas ainda está com sequelas da gripe. Agora eu que peguei a danada da gripe. Tá F***.
      Sim, a Brenna está conseguindo se equilibrar. Ela está amadurecendo, diante dos riscos que passam.
      O capítulo novo para mostrar as estratégias, vão ao ar daqui a pouquinho. rsrs
      Veremos o que esse povo apronta essa semana. rs
      Beijão e muito obrigada, Ka!
      PS.: Ei, cadê os seus novos capítulos?

  4. Carol vamos roer as unhas até a semana que vem… kkkkk
    Melhoras a senhora Bivard, abraços e bjs para vocês! ?

    • Oi, Marcela!
      Então, a semana que vem já chegou. rsrs Agora será roer mais um pouco as unhas. rsrs
      Obrigada pelos votos Marcela! Infelizmente quem pegou a gripe depois da minha esposa, fui eu. Tô me recuperando, mas essa gripe está terrível. Deixando sequelas.
      Valeu, marcela! Beijão pra você!

  5. Melhoras para a esposa!

    Gente, essa história só vai me deixando mais curiosa e apreensiva, espero de fato que o coisa ruim esteja desprevenido e que não apronte nada com nosso grupo querido!

    Bjãooo

    • Oi, Pregui! Saudades!
      Obrigada pelos votos de melhoras, Vou direcioná-los para mim também! rsrs

      O coisa ruim é pedreira. vamos ver o que nosso grupo consegue aprontar com ele. rs

      Obrigadão Pregui! Um beijão pra você!

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