Eras: A Guardiã da União

Capítulo XXIV – Pacto Sinistro

Eras – A guardiã da União

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer


Capítulo XXIV – Pacto Sinistro

Thara encarou Brenna, com olhos calmos.

− Não sabe de tudo que envolve a lei. Não seria somente nós a morrer, mas sim, todos que estariam envolvidos direta e indiretamente no concílio. Assim que, qualquer um que quebre o pacto, fará a passagem para além-túmulo.

− E acha que isso me conforta, Thara?

− Brenna…

− … Pode tirar essa ideia da cabeça!

Minha filha se exaltou com a namorada e minha mãe havia se calado, desde que Thara iniciou a conversa. Finalmente ela interrompeu a discussão.

− O que a faz pensar que conseguirá conduzir a reunião sem que alguém não se exalte?

− Eu fiz porque é uma forma concreta de assegurar a vida de todos, Êlia.

Thara falou, calmamente, e era a primeira vez que se dirigia à minha mãe sem lhe conceder um título. Ou ela a chamava de rainha, ou guardiã e até mesmo de comandante. Eu ainda não controlava bem a ligação sensitiva das Tríades, entretanto percebi, nitidamente, o intuito da herdeira. Buscava segurança para si, firmando uma posição no grupo. Era preciso, pois teria que mostrar essa atitude quando estivéssemos falando com os natusteanos.

− Não é bem assim, Thara. – Tórus se intrometeu. – Aqui não é o Conselho de Eras. Onde quer que você faça essa reunião, um dos envolvidos que se exaltar, poderá acionar uma contrarreação mágica, envenenando o sangue de todos.

− Eu sei como funciona, Tórus. E agora, também sei como funciona a magia. Pode deixar que quando fizer o ritual, eu terei a mente muito ligada em um indivíduo específico. Se ele instigar qualquer pessoa a isso, sobrará para ele também.

− Você não vai desistir, não é, Thara?

− Eu a amo demais, Brenna, contudo tenho consciência de que sua família toda está aqui por mim. Devíamos ter ficado em Eras e arranjar outra forma de matar Hod. Mas aqui estamos, por minha decisão.

− Isso não é uma alternativa para se punir por decisões difíceis, Thara.

− Por favor, rei Astor. Sempre escutei histórias sobre as suas deliberações no governo e sempre as admirei. Não é o homem mais prudente, contudo é o mais sábio dos governantes que já tive a oportunidade de estudar as ações. Concorda que quando estamos em desvantagem, temos que arriscar o que nossos adversários têm de mais valioso?

Meu pai se calou sério. A jovem conselheira se ajeitou sobre o tronco que sentava e pediu para Brenna pegar algo para que nós bebêssemos.

− Vou com você, Brenna. – Olhei para nossos amigos do templo Luzeiro. – Liv, Roney, nos ajudem a trazer comida. Já passa do meio do dia e devem ter aprontado alguma coisa no acampamento.

Senti Brenna irritada. Ela sabia que Thara queria afastá-la e que eu a estava ajudando. Chegamos ao acampamento e a caldeira em que os soldados cozinhavam um guisado estava fervendo no braseiro. Brenna pegou alguns odres com vinho. Os movimentos rudes, demonstravam que ela não estava nada satisfeita.  Largou tudo no chão com raiva.

− Por que está auxiliando Thara nessa loucura?

Cerrei, ligeiramente, os olhos para logo depois encará-la e tentar responder com calma.

− Porque ela era minha conselheira, antes de ser sua namorada. Conheço Thara. Ela não queria te afastar dela e sim, que se acalmasse. – Suspirei, me aproximando. – Olha, Brenna, também não gosto da ideia, assim como, muitas vezes, discordei de mamãe, Arítes e papai. Entretanto, uma coisa eu entendo. Nenhuma decisão é fácil para nós guardiãs e, muito menos, decidimos pelo caminho mais brando.

− Isso é loucura, mãe! Imagina se alguém fizer uma bobagem?

− E se ela estiver irredutível? Talvez ela queira acabar logo com isso, para decidir se ficará em Natust ou se voltará para Eras. E se… e se não fizermos dessa forma? Como saber se voltaremos vivos? Desde que tudo começou, nossas vidas estiveram em perigo várias vezes. Você pensa no perigo de morte quando estamos em uma batalha?

− É diferente, mãe! – Ela falou exasperada. – Em luta, sabemos o que somos e o que podemos fazer.

− Mas não o que nossos inimigos são e nem o que eles podem fazer. Me responda: qual é a diferença?

Ela se sentou numa pedra, deixando os ombros caírem, em sinal de derrota.

− A diferença é que eu não sei se consigo ficar tão serena numa situação destas. Eu sei lidar com a fúria e o frenesi, que correm em cada pedacinho de meu corpo e me mantenho equilibrada. Fico bem com isso, mãe. Todavia não quer dizer que não terei esses sentimentos quando alguém insultar, mesmo com palavras dissimuladas. E se eu causar a morte das pessoas que amo?

Eu fechei os olhos, inspirando a aroma da floresta. Sentia o perfume de carvalho real, da macieira e da castanheira. Era como se um óleo de essências queimasse, espalhando o perfume das árvores.

− Não causará mal algum a ninguém.

− Como sabe?

− Sei porque você é minha filha e, ainda mais, ama a conselheira Thara que estará lá. Além disso tudo e, principalmente, sei que não fará porque está se preocupando com isso, antes mesmo de ocorrer. Não vê que antes, nem questionamentos como este você se fazia?

−  Tenho medo.

−  Medo não é ruim, se sabemos o motivo dele.

− Se todos aceitarem isso, me promete que me vigiará para que eu não perca o foco?

Eu sorri, levemente, para minha filha, acariciando o rosto dela que, apesar da tensão do momento, me enchia de amor.

− Prometo mais que isso, Brenna. Prometo estar a seu lado e que Arítes também estará. Se sentiria melhor assim?

Ela balançou a cabeça, afirmativamente; no entanto a apreensão serpenteava por seus olhos.

Retornamos para o grupo e eles não discutiam mais se Thara iria ou não propor o Asèlepo.

***

− Não precisava disso, Thara.

− Não mesmo, mãe?

Thara perguntou cínica, vendo que os sábios e o conselho de Natust não estavam satisfeitos com aquele chamado e nem a forma como o encontro foi proposto. Na opinião deles, uma arena de jogos, apartada da cidade, não era um local digno para se discutir um assunto importante como aquele.

Os sábios Célitas de Natust levaram todas as provas a respeito da herança de sangue de Thara e, enquanto a cidade comemorava a passagem do rei Einer para a vida além-túmulo, nós nos reuníamos para decidir o destino do reino.

Estávamos de pé, no meio da arena, enquanto alguns homens terminavam de montar uma bancada e colocar cadeiras, para que os membros daquele plenário pudessem se sentar. Era uma situação, no mínimo, constrangedora. A maioria daquelas pessoas, conhecíamos pelo nome. Foram tantos anos de guerra contra Natust, que conhecíamos até mesmo a personalidade de cada um deles. Tínhamos apenas que nomear os rostos.

− Você é quem chamam de Thara?

Um homem de meia idade e pele amorenada perguntou diretamente para a herdeira. Os grupos se olhavam desconfiados, analisando-se. Décadas de guerra e mortes dos dois lados pesavam sobre todos. Comecei a temer pela invocação da lei Asèlepo. Seria possível manter de lado as desavenças entre nós?  

− Sou eu mesma, conselheiro Klun.

Ele elevou uma sobrancelha, empertigado.

− Não se ete. Eu perguntei para o sábio Jarek o nome de cada um de vocês, assim que chegamos.

Ele acenou com a cabeça. Incomodou-se com a perspicácia da adversária. Klun era um dos conselheiros que se opunham a fazer um acordo de paz com Eras e tinha influência sobre alguns membros. O silêncio se fez novamente e toda aquela situação parecia embaraçosa. Quando os serviçais terminaram o arranjo, Jarek se adiantou para começar a conversa.

− Vou apresentar todos para que possamos iniciar.

Klun interrompeu a fala de Jarek.

−  Você está nos submetendo a um juramento por que não confia em nós? Se não confia, herdeira, por que quer vir governar Natust? Por que acha que a aceitaríamos, se nos desdenha?

Coloquei um braço sobre os ombros de minha filha e Arítes se aproximou dela, segurando-lhe a mão. Ela fechou os olhos e pude sentir que tentava buscar serenidade, compartilhando de nossos sentimentos.

− Utilizou palavras duras para avaliar minhas intenções, conselheiro. – Thara respondeu com calma. – Ninguém aqui é ingênuo a ponto de achar que uma conversa que envolve Eras e Natust seria fácil. Embora eu tenha o sangue de Einer, nasci em Eras e não seria surpresa alguma se uma pessoa, sem qualquer senso, quisesse atentar contra mim, mesmo que a expectativa de todo o conselho de Natust ditasse contra esta ação. – Ela o encarou com serenidade. − Considerei a lei Asèlepo uma forma justa de resguardar as duas comitivas. Afinal, ela punirá os dois lados e, convenhamos, Eras teria mais a perder se atentasse contra algum de vocês.

− Ora, vamos! A lei de Asèlepo é uma mera formalidade. Todos sabem que não existe essa bobagem de envenenamento do sangue por magia. A única coisa que se envenenaria seria a nossa honra se a quebrássemos.

− Tem certeza, conselheiro?

Thara olhou para Brenna e pediu que se aproximasse. Cochichou algo no ouvido dela e a princesa retirou a espada Macha da bainha. Os conselheiros reagiram, colocando as mãos nos punhos das adagas que levavam com eles. Brenna os olhou, movendo a espada com calma, para não assustá-los mais do que estavam e a fincou no chão, à frente delas.

A jovem herdeira colocou a mão sobre a de Brenna que ainda segurava o punho da espada. Em alguns segundos, os desenhos gravados no corpo da espada luziram. Os natusteanos não conseguiram esconder o eto em seus rostos.

− Aproxime-se, conselheiro Klun. Não tema. Não faremos mal algum.

Thara pediu com tranquilidade e ele se aproximou com cautela. Estava curioso, mesmo temendo que algo lhe acontecesse. Klun era um conselheiro de ideias duras, contudo, ele tinha um apreço enorme pelas descobertas e pelo novo.

− Tente nos tocar.

Thara pediu e ele estendeu a mão devagar, mas quando os dedos roçaram o ombro da herdeira, a mão foi repelida de imediato.

− Como puderam ver, a lei de Asèlepo não será uma mera formalidade. A magia está retornando às Terras Conhecidas que, por sinal, tem o nome de Tejor. – Ela olhou para os sábios da casa de Natust. – Vocês sabem disso. Todos os Célitas sabem, assim como sabiam que, um dia, a magia retornaria e como podem ver por vocês mesmo, ela já está se estabelecendo.

− Então vieram nos ameaçar? – Klun perguntou. – Vieram nos dizer que conseguem controlar a magia e nos forçarão a aceitar você como nossa soberana?

O tom irado permeava as palavras do conselheiro.

− Se quiséssemos isso, tomaríamos Natust e não nos disporíamos a conversar sob o manto de um pacto tão perigoso para todos os envolvidos. Além disso, não a controlamos. Este objeto mágico se revelou para nós, o que não quer dizer que tenhamos esse poder.

Jarek se adiantou para apaziguar.

− A Casa de Sábios de Natust concorda com a conselheira Thara. Toda a família real de Eras está presente e, se algo acontecer, Eras perderá a dinastia e se encontraria na mesma situação que nós.

− E quem garante a vocês que nós não nos sacrificaríamos para que isso ocorresse? Se fizéssemos, Natust se beneficiaria. Recomeçaríamos no mesmo pé de igualdade.

− Não farão. Apesar de tudo, querem reconstruir Natust. Dizimar o conselho inteiro, somente garantirá um futuro incerto. Devo lembrar que o pacto se estende para aqueles que incitam a violência contra este concílio também, mesmo que não estejam presentes. Então eu pergunto: vocês concordam?

Os conselheiros de Natust se entreolharam, e via-se que alguns deles estavam amedrontados, porém satisfeitos com o arranjo, mesmo que temessem as consequências. Muitos estavam cansados de tanta intriga e discórdia dentro do próprio palácio. Sixten, o conselheiro mais velho do grupo que compareceu ao encontro, se pronunciou.

− Concordamos e desejamos que esta reunião seja frutífera.

− Obrigada, conselheiro Sixten. Podemos começar?

− Certamente, senhora.

Não passou despercebido que o conselheiro, reverenciou Thara de forma respeitosa. Senti a musculatura de Brenna relaxar, como se estivesse dentro de uma banheira de água morna e, imediatamente, percebi que todos se aliviaram da tensão. Embora nos sentíssemos contrariados em partilhar nossas emoções, naquele instante, percebemos o quanto nos ajudaria.

− Ah! Só mais uma coisa, antes de iniciar; temos um contingente guardando a floresta, para que nada chegue até nós, sem que saibamos.

− Fala em conversar e confiar e, traz um exército para cá?!

− Eu avisei antes de começar, justamente para que não haja qualquer desconfiança. Os batedores de Eras também detectaram um contingente de Natust guardando as colinas. Acredito que fizeram isso pelo mesmo motivo… para que não sejamos molestados na reunião e ninguém que tenha más intenções se aproxime.

A voz de Thara continuava serena e firme. Naquele momento, não encarava qualquer membro de Natust com arrogância, empáfia ou grosseiramente. Diferente de Klun, que a olhava raivoso.

− Chame o mensageiro.

Sixten, pediu a um companheiro, que partiu em direção aos serviçais que haviam se afastado. Voltou-se para Klun.

− Você não devia ter convocado tropas sem nos consultar. Tem noção do que pode acontecer sob a lei de Asèlepo?

− Tenho certeza que fiz o correto. Eles trouxeram um exército também! Será que você não enxerga, Sixten?

− O que eu enxergo é que passou por cima de nós e que o exército Eriano está resguardado na floresta, longe daqui. Enxergo também que nossos homens estão nas colinas, quase em cima de nós, e que nosso comandante Viggo tem a mesma postura que você.

Sixten não estava satisfeito com a atitude do compatriota. Pegou um pergaminho sobre a mesa improvisada e escreveu algo. Observávamos atentos. Não posso dizer que não estávamos tensos, outra vez, contudo, nos parecia que Sixten tinha tanto prestígio quanto Klun.  Assim que o mensageiro chegou, ele cochichou algo e o mensageiro se colocou ao lado do Klun.

− Acompanhe o conselheiro e general Klun até a cidade e mande outro mensageiro entregar isto ao comandante Viggo.

Estendeu um pergaminho selado para o mensageiro.

− O que está fazendo? – Klun perguntou, irado.

− Estou nos mantendo vivos. Sua sorte é que não fizemos o pacto ainda, senão todos já estariam caminhando em direção à Divina Graça ou ao submundo.

− Isso não ficará assim, Sixten!

− Devo lhe alertar, conselheiro Klun, que, ao menor sinal de ataque do exército de Natust, os arqueiros de Eras retaliarão, acabando com o contingente, antes mesmo deles chegarem aqui. E lembre-se: assim que fizermos o pacto, a sua vida e de quem quer que incite a isso, também estarão incluídas, mesmo que não estejam presentes. – O conselheiro tomou um alento para continuar. − Você é da cúpula do reino, fazendo o pacto se estender até você. – Falou mais brando.

Thara nos colocou em vantagem, perante o conselho de Natust. Não que não houvessem outros que discordassem daquela reunião, entretanto gostavam mais da vida do que das brigas.

Vi minha mãe se aproximar de Thara, colocando uma das mãos sobre o ombro dela.  Tive a nítida impressão de que a rainha Êlia estava por trás de quase tudo daquela conversa. Abanei minha cabeça e sorri para mim mesma. Brenna e Arítes me olharam, percebendo meu escárnio.

− Por que sempre me eto com ela? – Cochichei.

− Porque minha avó é foda. Só isso.

Senti Brenna segurar o sorriso, quando falou.

− Não fique tão alegre, minha filha. Se vierem a se casar, sua futura esposa vai te cozinhar num caldeirão, também. – Arítes troçou.

− Já estou acostumada. Não é o que vocês duas fazem sempre?

Meu pai e Tórus se aproximaram.

− O que nós perdemos, pai?

− Nada. Vocês apenas cochilaram durante a tarde.

− Sei. E nesse cochilo que tiramos?…

− Conversamos com Thara.

Ele inspirou o ar da noite, enquanto o observávamos. Queríamos mais respostas, além daquela que ele nos deu. Ele coçou a orelha dissimulado, todavia o sorriso de deboche o denunciava.

− Pessoas de nosso grupo teriam que reagir com emoções sinceras no decorrer da conversa.

− Entendo. Resolveram que ficaria entre vocês quatro o que planejaram. – Meneei a cabeça. – E que nós seríamos essas pessoas espelhando emoções sinceras. Ainda bem que voltarei a governar Eras se sairmos daqui vivos. Ah! E só pra constar; eu sabia dos espiões que mantinha aqui em Natust. Nunca reclamei porque eles me deixavam a par de tudo e, também, gostava que você achasse que eu não sabia.

Confesso que queria dar essa informação, numa hora como aquelas e ver a expressão pasmada de meu pai. Digamos que isso me colocava no mesmo patamar. Lógico que também satisfazia meu ego.

− Você também sabia? – Ele perguntou para Arítes.

− Você esconde algo de sua esposa? − Arites estalou a língua, debochada. – Tenho certeza que dormirá bem, sabendo que a gente toma conta de Eras direito.

− Por todos os demônios! Estou me sentindo uma larva perto de vocês. – Brenna se pronunciou. – Vocês sempre escondem as coisas uns dos outros?

− Não. – Eu e meu pai falamos ao mesmo tempo

− Sim.

Arítes nos contestou e Brenna olhou para nós interrogativa.

− Só quando a situação pede. – Respondi.

− Com o tempo compreenderá, Brenna.

Meu pai completou e Brenna sacudiu a cabeça. Tivemos que deixar nossa conversa familiar e amigável de lado.  Thara e Sixten se preparavam para o pacto. A partir daquele momento, o que ocorresse definiria a vida de todos.

Thara se aproximou da mesa improvisada e pegou a taça forjada em prata. Derramou o vinho, a água e colocou uma pitada de sal. Sixten acendeu o carvão nos braseiros que ladeavam a bancada e jogou folhas de louro no da direita e pó de mandrágora no da esquerda. Posicionaram frente a frente.

− Evoco Asèlepo pelo sangue e pelo espírito.

Ela fez um pequeno corte no braço e deixou o sangue gotejar dentro da taça.

− Evoco Asèlepo pelo sangue e pelo espírito.

Sixten fez o mesmo e, assim que o sangue do conselheiro deixou de derramar, ambos seguraram a taça acima de suas cabeças, trançando as mãos sobre ela. Thara o encarou.

− Que a corte seja constituída na paz e que todas as desavenças permaneçam na sombra.

− Que o conluio seja despojado de forças e que a verdade fale aos corações.

Ela bebeu primeiro do líquido, com a taça sendo segurada por ele e o conselheiro soltou a taça, para que ela ofertasse a ele em sua boca.

O tempo parou. Nenhuma brisa noturna, nem um som de animais pela campina, ou mesmo as respirações eram ouvidas. Me assustei, assim como todos. Era como se estivéssemos fechados em uma tumba empoeirada, esquecida pelo mundo.


Nota: Agora o bicho vai pegar! 

Bom término de semana!



Notas:



O que achou deste história?

8 Respostas para Capítulo XXIV – Pacto Sinistro

  1. Wow!!
    Confesso que fiquei com medo ao ler :” – Evoco Asèlepo pelo sangue e pelo espírito…”. E sobrar para mim do lado de cá também!, ? Fui lendo assim, meio sem ler, kkk
    Aí , tá vendo? Capítulo anterior Êlia estava insegura por não saber direito o que estava acontecendo e não ter como agir. Mas basta colocá-la a par dos acontecimentos que ela arrebenta! Juntando a inteligência dela e de Thara, os Natusteanos não tiveram como contestar.
    Ansiosa pelo próximo,
    Beijo, Carol!

    • Oi, Fabi!
      rsrsr Pactos, a meu ver, sempre são sinistros e esse não era diferente. Mas acredito que já tenha visto que não foi tão ruim assim. rsrs
      A Êlia é uma peça importante nessa cruzada e todos os outros. A derrocada do Hod não dependerá apenas de uma pessoa, mas sim, a Êlia é quem mais tem conhecimento nessa campanha!
      Obridadão, Fabi! Um beijo grande!

  2. Eita, chegaram na minha frente pra comentar kkkk Nadia, ligeirinha :p
    Olha só, a principio tb não estava concordando com o plano da Thara, porém, assim que ela deixou subentendido o que realmente pretende fazer, não tive como não bater palmas, genial, Tharinha, tu vai ser a dona da porra toda em Natust kkk

    Oh louco bicho, Agora o bicho vai pegar! (Veio com vontade a batida da música kkkk to ouvindo aqui)

    Ora, Carolzinha, o reino de Eras está a sua disposição, afinal, vc como autora é a toda poderosa kkkk vulgo/Divina graça (por assim dizer). Entendo que agora não é o melhor momento de aparecer em Eras, porém, quando as coisas se acalmarem, eu não acharia ruim nós, por acaso, passarmos por lá kkkk (Sim, sou teimosa kkkk) ;D

    • Oi, Ka!
      Pois é. O pessoal tá com o dedo no gatilho. rsrs
      kkkk Thara vai dominar essa galera de Natust, né? kkkkkkkkk
      O reino de Eras está de braços abertos para todos que gostam de uma boa aventura e de um reino que luta pela igualdade. rsrsr Vamos nessa!
      Um beijo grande pra você e obrigadão, Ka!

  3. Carollll,
    Ameiiii!! Ótimo capítulo!!!
    Thara sempre fodona!!! É coitada de Brenna…
    Esse Klun é um bundão!! Tomeee!!!
    Eita, que será que aconteceu? Parou tudo…esse pacto é forte!!
    Agora vem a aventura???!!!

    Por favor, se roga não fazer isso em vossas casas…??

    Bi,você me mata de orgulho!!??

    Até a próxima quinta!!

    Beijunda!!

    • Oi, Lailicha!

      Thara é uma menina prodígio, a Brenna vai cortar um dobrado com ela. he he he
      Klun teve o que pediu, né? rsrs
      Eu não faria algo como esse pacto em minha casa, você faria? kkkkk
      Lailicha, brigadão!
      Um beijo grandão pra ti!

  4. Zizuis…

    Q capítulo foi esse??
    E pra instigar mais ainda???

    Uma nota pra passar a semana de cabelo em pé: Agora o bicho vai pegar!

    Uau é pouco… k k k adorei.

    • Oi, Nádia!
      Bem, eu tento sempre instigar. rsrs
      E o bicho vai continuar pegando, porque de agora em diante, a tensão sempre acompanhará o grupo. rs
      Obrigadão, Nádia!
      Um beijo grande pra ti!

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