Eras: A Guardiã da União

Capítulo XXII – Natust Sempre Aguerrido

Eras – A guardiã da União

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer


Capítulo XXII – Natust Sempre Aguerrido

− Pelo que entendi até agora, Hod tem magia, entretanto só consegue atuar quando encontra falhas de caráter em alguém, além do que deve estar fraco ainda. Outro motivo seria pelos os ritos fúnebres do rei Einer. Pelo que conheço de Natust, vão esperar até completar o ciclo de luas dos rituais. – Thara respondeu à Brenna.

− Então o tempo é nosso amigo e inimigo ao mesmo tempo. Se a gente demorar, haverá complicações.

****

Meus pais se enfurnaram na sala dos Escritos, desde que saímos da reunião do comando. Arítes permaneceu lá, para elaborar uma investida nunca organizada antes.

− Mãe.

− Diga, Tália.

− Como encontraremos Hod? Sabemos que ele atua lá, mas, necessariamente, não estará fisicamente próximo ao conselho de Natust.

− Uma coisa que aprendi sobre magia é que, se quiser eficácia, terá que estar presente, filha.

− Então, para ele é difícil atuar aqui, estando lá?

− Sim, é. A não ser que ele tenha algum elemento que ligue Eras e Natust.

− Como algo que abra um portal de comunicação entre os reinos?

− Exato!

− E como saber que ele não tem? Ele estava preso no Templo da Vida e conseguiu chegar até Eileen e pessoas do conselho de Natust.

− O Templo da Vida é atemporal e Tanjin emana uma energia própria. Ele se utilizava disso. Aqui em Tejor, não é tão fácil manipular a energia. Temos que ficar atentos às mudanças em nossa equipe para saber se ele consegue atuar aqui, todavia não acredito.

− Senão já teríamos percebido… Não sei se é algo da Tríade, porém, sinto os movimentos energéticos em Eras.

− Não é somente a Tríade, Tália. A liberação da Rede de Ação proporciona isso a quem tem sangue mágico. Sentimos onde existe uma energia concentrada.

− O exército dispersará logo, mãe. Será que os sábios de Natust demorarão a decidir sobre Thara?

− Se demorarem um dia, não será ruim para nós. Dará tempo para Gwinter e Arítes colocarem em andamento o que planejamos.

− Essa coisa da Tríade não é de todo ruim. Arítes já aceita melhor as opiniões de Liv e a cosantóir está auxiliando, assim como Roney.

− Bom que Roney esteja lá. Embora seja espirituoso, ele tem uma visão clara das coisas.

Meu pai parecia não ouvir nossa conversa. Ficava de um lado a outro com pergaminhos e livros na mão. Pegava um e o lia para, logo em seguida, ir até às estantes e substituí-lo por outro. Pelos barulhos que escutei, Tórus também estava ocupado na sala dos manuscritos de encantamentos.

− O que estão procurando, mãe? Papai não devia estar na audiência pública hoje?

Eu estranhava vê-los naquela sala. Durante anos me preocupei em mantê-la incógnita e agora, nada mais daquilo importava.

− Ele dispensou a audiência. Como o comando do exército já sabe o que faremos, estamos aproveitando para procurar algo que nos ajude.

− Como encantamentos de proteção?

− Não somente isso. Estamos procurando falhas na condução de energia mágica de Hod. Se acharmos, podemos impedir que ele ataque com eficiência.

− Somos um bando de criancinhas perto do que aquele mago sabe e pode fazer, não é, mãe?

− Somos sim, Tália, todavia, também, somos um bando de criancinhas determinadas. – Ela respondeu com um leve sorriso, mostrando-me alguns apontamentos. – Olhe isto aqui.

Eu li o que ela apontava e entendi o que queriam com aquela busca dos manuscritos.

− Então ele não fugiu do Templo da Vida e nem da sacerdotisa Dantera sem motivo.

− Não. Ele não podia se desgastar. – Minha mãe respondeu. – Segundo o que esse manuscrito descreve, qualquer prisão energética torna o espírito deletério. Consequentemente, o corpo físico também se prejudicará.

− Entendo…

Respondi, lendo mais concentrada o manuscrito.

− Hod estava há muito tempo utilizando a magia residual existente no Templo da Vida, Tália. Ele estava preso e não tinha acesso direto à condução energética que, normalmente, retiramos dos elementos naturais.

− Foi um covarde esperto. Ele queria entrar em contato com os elementos para conseguir conduzi-los, diretamente… – Parei para pensar no que isso significava. –  Deixe-me ajudar vocês. Deve haver uma forma de bloquear isso.

− Fique à vontade. Quanto mais gente, melhor, minha filha.

***

− Não deveria ter vindo, Astor.

− Não acredito que está dizendo isso, Êlia. Enquanto não se lembrava de quem éramos, eu entendo, mas agora? Aqui não somos os regentes de Eras. Se um de nós não estiver na Tríade, menos chances temos. Hod vencendo, de que adiantará existir um rei em Eras?

− Concordo com papai.

− Está certo. Não vou debater com vocês. Acho que me acostumei a ser a protetora do rei.

Minha mãe sorriu sem ânimo. Eu a entendia. Na Batalha de Sangue, quando não sabíamos nada sobre o papel de todos, ela quase perdeu meu pai. Isso a apavorava, assim como a mim. Eu me amedrontava em saber que Arítes seguia escoltando minha filha e a namorada dela, para um possível perigo. Se algo acontecesse, eu não estaria com elas e isto me agoniava.

O grupo delas seguiu pelo caminho usual que ligava Eras a Natust, junto com alguns sábios de Natust e soldados à paisana. Contudo levavam carroças com armas e escudos. Seguiam como se fossem uma caravana de comerciantes ou andarilhos do oeste. Roney e Liv estavam com eles.

Oito contingentes do nosso exército haviam se dispersado, ao longo de dois dias, antes de nossa partida. Eles se espalhariam entre tabernas e estalagens nas cercanias da cidadela de Natust, mantendo contato através de batedores. Nós escoltávamos armamentos pessoais para os contingentes, distribuídos em carroças disfarçadas de grãos. Este foi um belo presente com o qual a sacerdotisa-curandeira Dantera nos agraciou.

Ela mantinha contato com o povo de Svante, um reino também ao norte de Eras que tinha relações comerciais com Natust. Entretanto, ao longo do tempo, pelas práticas políticas daquele reino, permaneceram à parte de nossas disputas. Pelo que entendemos, quando Dantera nos ofereceu esse ardil, soubemos que não concordavam com as atitudes tomadas por Natust, ao longo das décadas.

Nosso grupo estava disfarçado de comerciantes svantinos. Esconderíamos os armamentos em uma gruta e a protegeríamos com um encantamento, para que não fossem encontrados.

− Chegamos! Vamos descarregar e proteger essa gruta.

Parecia tudo bem arrematado, certo? Errado!

***

Mais uma estocada de espada que Arítes defendia.

− Thara, cuidado!

Arítes gritou e a sábia virou no ato, segurando o golpe do agressor com a espada dela. Girou sobre o calcanhar, estocando transversalmente o abdômen do sujeito. Ele caiu sangrando e ela voltou para a luta.

Brenna parecia uma tempestade, derrubando quem se aproximava dela. A espada Macha parecia reluzir diante da fúria que ela possuía. Quem dominava quem, ninguém sabia.

A surpresa do ataque não foi maior graças a percepção de Roney, que pediu para que o grupo parasse. Ele era um rastreador e parece que se adequou muito bem à nova condição dentro de uma Tríade mágica. Pressentiu um perigo iminente, acredito que por conta das habilidades dele como rastreador, mas também, com uma percepção ampliada de suas habilidades.

***

− O que foi, Tália?

− Brenna e Arítes estão em perigo. Eu sinto…

Havíamos guardado as carroças e armas dentro da gruta e nos unimos, tentando estabelecer uma ligação com os membros das outras Tríades. Senti a agitação do corpo de cada um.

− Fomos traídos.

− Por que acha que fomos traídos, Astor?

− Não sei, Êlia. Não sinto elementos mágicos atuando junto ao grupo que está atacando.

− Nem eu.

Tórus confirmou o que meu pai havia dito. Eu ainda estava me acostumando a utilizar essas conexões de energia com as Tríades. Não conseguia identificar muita coisa, exceto a turbulência de sentimentos deles, junto a uma agitação, que sempre me abraçava quando eu ou algum deles estava dentro de uma luta.

− Vamos colocar a proteção nessa gruta.  O ponto de encontro está a algumas léguas daqui e, se cavalgarmos forçado, chegaremos antes de uma marca.

Minha mãe pontuou, inquieta.

− Podemos ir ao encontro deles, mãe.

− Não adiantaria, Tália. Estão sendo atacados agora. Não chegaríamos a tempo de ajudá-los.

Bonan apareceu na gruta, do nada. Me senti aliviada.

− Pela Divina Graça, obrigada, Bonan!

− Não fique tão feliz com a minha presença ainda, Tália. Temos que decidir o que faremos. Posso transportar todos para onde a luta está ocorrendo, contudo terá um preço.

− Que preço, Bonan?

Ela olhou, diretamente, para meu pai quando ele a interpelou.

− Fico contente que vocês dois já saibam o que são e a importância que têm.

O jeito tranquilo da Senhora das Águas falar, enquanto minha mulher e filha estavam sendo atacadas, me irritou. Por que ela não dizia logo o preço desse transporte? Ela me encarou e respondeu, acredito que percebendo meus sentimentos.

− Eu posso transportá-los para lá, contudo precisarei que minhas irmãs em Tir me auxiliem nisso. Vocês são um grupo grande para fazer esse tipo de transferência. Estamos estudando a Rede de Ação de Tejor, mas não é igual a nossa. Ficaremos frágeis depois disso e talvez não nos recuperemos eficazmente, caso precisem de nós para enfrentar Hod.

− Por que antes tinham força e agora não tem mais? – Perguntei aflita.

− Não é evidente? – Bonan sacudiu a cabeça, explicando-se. – Antes, Tejor tinha a Rede de Ação Mágica bloqueada e conseguíamos facilmente conduzir a de Tir para cá. Agora a interferência da magia que rege este reino nos afeta, diretamente. Temos que nos conectar à ela e aprender as vias de condução. Isto levará tempo. – Bonan suspirou. – Quando Hod foi exilado, há milhares de anos, teve tempo de descobrir, conectar-se e estudá-la, mesmo sem conseguir extrair a energia dela.

− Hoje ele está liberto e sabe atuar com a energia daqui, melhor que todos nós, ou mesmo vocês de Tir. – Concluí. – Consegue ver como nosso grupo está se saindo na luta?

− Um momento…

***

Os agressores pareciam uma praga de insetos na lavoura. Quanto mais o grupo lutava para rechaçá-los, mais deles apareciam.

− Merda! Eu queria que Tália estivesse aqui com as flechas dela!

Roney resmungou, arrebentando a cabeça de um salteador que havia partido para cima de um sábio. A habilidade do rastreador utilizando o martelo de luta era impressionante. Aquele tipo de arma era pesada e precisava ser usada por alguém com muita habilidade e força, contudo, nas mãos do rastreador, parecia uma pena, de tão ágil que ele a manobrava.

− Precisamos nos unir! Eles são muitos!

Arítes gritou, puxando Thara para fora do combate.

− Esquadrão, agrupar em círculo! Protejam os sábios e a princesa Brenna!

Ela falou numa voz alta de comando. Foi como se os soldados de Eras que os acompanhavam, incorporassem os ditames do exército. Foram recuando, apartando-se dos agressores e fazendo uma formação de proteção, com os escudos e espadas. Fizeram um círculo compacto em três camadas em torno de Brenna, Thara, Liv, Roney e os sábios. A única que não estava dentro do círculo, era Arítes que se agrupara com seus soldados.

− Firmes! Escudos aprumados e espadas de prontidão!

A comandante Arítes falou e como uma dança perfeita, os soldados se perfilaram em suas posições.     

***

  Assim que perguntei, Bonan parou, momentaneamente. Parecia se concentrar em algo e, após um tempo, relaxou os ombros.

− Estão bem, por enquanto. Arítes está comandando uma defesa, juntamente com os soldados de Eras e parece que funcionará. Fidae está tentando conduzir energias de Tir para eles e, se Thara estiver atenta, conseguirá manejar uma proteção mágica.

− E se ela não perceber isso? – Perguntei aflita.

− Contarão somente com a habilidade militar, todavia lembro a vocês que se os transportar para lá, talvez percamos em forças para mais adiante.

− Não é prudente. Vamos para o local marcado para encontrar Gwinter e dar andamento ao plano. Arítes é competente e nossos soldados são habilidosos. Os guerreiros de Natust não são páreo para eles.

− Mãe, elas podem estar muito encrencadas! – Resmunguei apavorada.

− O que sugere que façamos, Tália? Você escutou Bonan. Eles estão se virando bem. Tática militar é o que sabemos fazer desde sempre e, se não pudermos contar com ela para rechaçar um bando de soldados, então é melhor desistirmos de tudo.

Minha mãe estava certa. Eu havia deixado a agitação tomar não só meu corpo, como a minha mente. Precisava me acalmar para voltar a pensar com coerência.

− Desculpem. – Suspirei. – Vocês têm razão. Vamos nos encontrar com Gwinter.

− Voltarei para Tir. – Bonan me olhou. – Tenha certeza de que se observarmos algum perigo maior, vamos ajudar vocês, Tália.

− Tudo bem. Apenas me sinto dividida. Gostaria de ter ido com eles.

****

Os guerreiros de Natust tentavam furar o padrão de defesa, mas o grupo se compactara tanto que, quando eles se aproximavam, só viam espadas serem estocadas através de brechas no cerco dos escudos. Os corpos dos soldados natusteanos que estavam mais próximos a defesa, caíam como moscas. Essa “dança” durou um tempo, até que os guerreiros agressores se deram conta de que estavam em desvantagem. Tentaram debandar e Arítes gritou para o esquadrão Eriano:

− Ataquem!

O grupamento disparou atrás dos guerreiros reminiscentes.

− Não quero nenhum deles vivo!

Brenna a olhou assustada. Ela nunca tinha visto a mãe comandar numa situação real e se etou com a ordem dela. Sentindo a reação da filha, Arítes se voltou para ela, séria.

− Não gosto disso tanto quanto você, todavia se os deixarmos fugir, eles retornarão com mais guerreiros e nós não teremos tempo de chegar ao rancho, onde vamos nos esconder. Isso nos dará tempo.

− Acha que os sábios conseguirão convencer o conselho de Natust? Já percebeu o que nos aguarda, comandante.

Arítes suspirou incrédula, diante da pergunta.

− Por essa recepção que tivemos, antes mesmo de chegar próximo à cidadela, acredito que não, Thara. Talvez tenhamos vindo apenas para enfrentar Hod e você terá o que sempre desejou; um assento no conselho de Eras.

− Não desistam, por favor. – Esdra suplicou. – Esse grupo, certamente, foi enviado por opositores do conselho e, possivelmente, eles nem sabem o que está acontecendo.

− Está sugerindo que este grupo está agindo pelas costas do comando militar de Natust?

− É, exatamente, isto. – A sábia Esdra continuou a explicar seu ponto de vista. − Muitos de nós querem acabar com essa insanidade que está destruindo Natust. A população está desgastada e vivendo na pobreza. A maioria passa fome e suplica para que o governo entre em acordo com Eras e os reinos aliados de vocês.

− Espero que tenha razão, sábia Esdra, pois, se assim não for, a sua filha e a minha, assumindo o trono, estarão em constante perigo aqui. E eu lhe digo que esta ideia não me agrada em nada!

Arítes respondeu de pronto, deixando clara a contrariedade pela situação. Virou-se pedindo ajuda para Liv e Roney, para patrulhar o perímetro, até que os soldados retornassem. Já escurecia e eles partiram, mesmo sob o manto da noite. Aproveitariam a escuridão para chegar ao tal rancho onde os sábios os esconderiam, aguardando uma posição.

***

Acampamos próximo a uma estalagem, onde Gwinter nos aguardava. Estávamos à paisana, assim como todos de nosso exército que se espalhavam pelas aldeias e terras, nas cercanias da cidadela de Natust. Aproveitamos a festa para o Senhor da Morte em Natust e, desta forma, os cidadãos natustianos não estranhariam a chegada de forasteiros. Era o costume deles comemorarem a morte de um rei, para que ele entrasse na vida além-túmulo. Acreditavam que se ovacionassem seu rei, ele seria aceito no santuário da longa vida. Escutamos um barulho na mata e levantamos com nossas armas em punho.

− Graças à Divina! Você conseguiu chegar. Alguma desconfiança nas redondezas, Gwinter?

− Não, Tália, está tudo tranquilo por aqui. Fico feliz que tenham chegado sem problemas, também. Não sabem como me aliviou ver o batedor de vocês chegar na taberna e me abordar.

− Venha, Gwinter. Sente-se e nos conte o que tem escutado por aqui. Como estão os ânimos do povo e do governo para escolha de alguém para o trono? Falam disso por aí?

Gwinter se sentou junto a nós, em torno da fogueira e pegou uma coxa de aciole que estava no braseiro, abocanhando e arrancando um naco. Terminou de mastigar e engolir. Eu achava engraçado esse jeito dos soldados se comportarem, quando dormiam a céu aberto. Era como se todos os protocolos que conhecíamos não importassem naquela hora.

− Acho que as chances estão a nosso favor. Todos com quem falei, vão à cidade para a festa do Senhor da Morte. Estão comemorando mais que a morte do rei Einer. O povo quer que alguém com ideias mais apaziguadoras seja escolhido.

− Então os sábios não estavam mentindo.

− Acredito que não, rei Astor.

− Por que dessa festa, Gwinter? Rei Einer já morreu há dias.

− Pelo que entendi, Natust embalsama o corpo dos reis e isso leva tempo. Por isso, tantos dias de festa para o Senhor da Morte. Esperam também a escolha do novo rei, que não aconteceu, Tórus, entretanto não sei por quê.

− Pelo visto, Hod calculou mal a própria ascensão. Ele conseguiu se intrometer nas decisões do governo de Natust, mas com o tempo, toda essa destruição deixou o povo contra o trono.

− Assim é, Êlia.

Gwinter respondeu com a boca cheia.  

− Mesmo assim, não acredito que a apresentação de Thara ao trono será tão tranquila, Gwinter. Mesmo que o povo queira alguém diferente, não quer dizer que queiram alguém nascido em Eras.

− Concordo com você, Tórus. A nossa vantagem é que Thara é eloquente e poderá fazer um bom discurso de convencimento.

Minha mãe pontuou e nós acenamos com a cabeça, concordando com ela. Ficamos em silêncio durante algum tempo, comendo e colocando as ideias no lugar. Gwinter quebrou o silêncio nos dando mais uma informação que parecia valiosa.

− Pelo que escutei por aí, também, o povo fala da tolice do rei Einer e do pai dele terem escutado Serbes, naquele tempo da Batalha de Sangue. Falam que, na época, acreditavam que ele era um enviado do novo Deus. Quando Serbes morreu em Eras, o povo daqui passou a desacreditar. Muitos voltaram a reverenciar a antiga cultura, mas ainda há os que se iludem com a esperança desse novo Deus chegar e lhes liderar para a glória. Alguns falam que ele tem um novo enviado, orientando o conselho.

− Não deram nenhum nome a esse enviado?

− Não, Tália. Dizem que, parte do conselho que rejeita as propostas de paz e trégua com Eras, o esconde por não querer que atentem contra ele.

− Isso está soando como se quisessem alimentar essas dúvidas no restante do conselho e no povo, enquanto dão tempo a Hod para se fortalecer.


Nota: Chegamos no ponto em que Eras e Natust se esbarram e Hod está próximo. Tudo muda. 

Uma leitora, a Fabi, me perguntou sobre o significado do nome da espada Macha. Perguntou-me se me baseei em algo. Respondi a ela, contudo resolvi colocar aqui para tod@s que leem, pois é uma curiosidade legal. Muitas vezes, os nomes que utilizo, baseio em mitologias sim e, a Espada Macha é muito peculiar, pois tem origem irlandesa. É o nome de uma Deusa da mitologia irlandesa. Deixarei um link, pois a personalidade dessa deusa e o que ela representa, cabe bem no poder da Espada Macha de Eras.

Macha, Deusa da Soberania, da guerra e da paz

Um beijo a tod@s!



Notas:



O que achou deste história?

12 Respostas para Capítulo XXII – Natust Sempre Aguerrido

  1. Oi, Carol!
    Obrigada pela explicação sobre a origem do nome da espada ? macha, está relacionado também com a Deusa da fertilidade,???? , e a pronúncia é “marra”, ótimo saber disso também. ?. Realmente, faz todo sentido, essa espada fazedora de bebês, rs.
    Eu não gostaria de estar na pele de Tália, sabendo que as pessoas que ela mais ama na vida estão em perigo e ela não podendo ir ajudar, que angustia.
    Parabéns, Carol. Sua dedicação se transforma em histórias com enredos incríveis.
    Beijo

    • Oi, Fabi!
      Acabou que não consegui vir responder com calma naquele dia, mas aqui estou! rsrs
      É isso aí, Fabi. A Macha se pronuncia Marra, e eu que agradeço por ter se ligado nisso, pois pude colocar uma explicação para todos. Gosto da sua curiosidade e perspicácia. É muito legal ver que se atem aos detalhes. rs
      Quanto a Tália, ela é apaixonada pela vida, família e o reino. A angustia dela é constante, pois tem uma família nada convencional e pela personalidade dela, é difícil ficar inerte, sem poder ajudar.
      Obrigada mais uma vez e um beijão, Fabi!

  2. Cada dia amando e ficando fã dessa história, Carol sou mega fã das suas histórias mas olha Eras é minha preferida rssss.
    A história está chegando na parte da batalha de fato orando para que ninguém morra. Kkkkkk
    Super mega hiper ansiosa para ler o próximo capítulo.
    Beijos e abraços para você e para senhora Bivard. ??

    • Oi, Marcela!
      Cara, é muito bom ver que está empolgada, pois eu não costumo fazer continuações de histórias, mas Eras, parecia me chamar sempre a isso. rs
      Bom, batalhas são sempre perigosas. Entendo a sua preocupação com a morte e há coisas que são inevitáveis. rs
      Bom, o próximo e o outro depois dele já está lá. rsrs Demorei a responder, mas aí está. 😉
      Um beijão e muito obrigada, amiga!

  3. O pau tá quebrando hahahahahah adorooooooo. hahahahah
    Carol, conheço tu. Esse tal hod vai se achar. Sqn. hahahah Minha Elia gostosa e a minha arites vão dar cabo dele. A thara e a Brena podem ficar na boa q minhas maravilhosas dao conta.
    Amei o cap
    bj

    • Eita, Bia! rsrs Gosta de um quebra-quebra mesmo! he he he
      Ou me conhece ou Hod é um pé no saco mesmo. kkkk Ele se acha, não vai se achar. Tem um ego maior que ele. rsrs
      Bem, acho que Êlia sempre é demais e a Arítes, não podia ser diferente. Foi treinada direitinho pela mentora-mãe. rs
      Obrigada, Bia!
      Um beijo grande pra você!

  4. Êba!! Capítulo novinho.. tá cheirando gostoso como um livro novo!! Rs

    Claro q me perdi pq tava divino!! Rs

    Hod atuando a partir das falhas de caráter das pessoas parece mt com os infelizes obsessores!! Rum.. espero que nosso grupo seja forte pra n cair nisso!!Ele tá esperando pra se fortalecer, tem a atuar rápido!!Me preocupa!!!

    Nem sei oq dizer, foi maravilhoso esse capítulo, Ari foi foda no comando!!!

    Ao menos o povo quer algo novo, espero q mesmo sendo Thara , eles possam aceitar e ela é bem persuasiva!! Rs. Essa parte do conselho q tá atuando silenciosamente… será q foi Hod q avisou sobre q Ari estava indo pra Nati? Ou outra pessoa traiu? Se bem q Tália n sentiu nenhuma energia mágica..quem sabe!!

    Adorei sobre a espada marcha!! Vi uma ligação c a cultura celta tb..q adoro!! Tinha tanta coisa q me perdi lá..kkk. Mas gostei da maldição kkk
    Quem mandou o marido n seguir o conselho dela?!

    Eu adoro quinta, assim que bom q atualiza nesse dia lindo!!

    Quero q Hod apareça … barata nojenta!!!!

    Carolzinhaaaaa…Cersei vai morrer lalalalala kkkkkkkkk…quem matará o Rei da Noite? Quem ficará c o trono de ferro??

    Pode fazer peraltices de vem em quando, te perdôo!!

    Vai rolar extra??? Karina pediu, eu tô pedindo, adoro sexta tb, pra q fique sabendo…??. Galera, pedem aí!!!

    Pra Karina: Obrigado Karina pelos desejos e pq dizer sobre a atulization!! Eu n pude responder pq n achei o “responder” no lugar certo..vai q enviava pra outra ?

    Vou-me!!

    Até quinta q vem!!!

    Besitos

    • Oi, Lailicha!
      Então, sua observação é certeira: “Hod atuando a partir das falhas de caráter das pessoas parece mt com os infelizes obsessores!!” É por aí mesmo. rs
      O povo de natust quer mudança, o problema é que não sabem o que ocorre na cúpula do reino, mas não aguentam mais.
      “Carolzinhaaaaa…Cersei vai morrer lalalalala kkkkkkkkk”
      Cara, eu já tô achando que Cersei que vai ficar no trono de ferro!! kkkkkkkkk O povo todo subestima a bicha. he he he
      Bom, hoje já saiu mais um! rsrsrsrsr
      Mil beijos Lailicha!

  5. E tu tem dúvidas que eu quero entrar pro reino de Eras? Tenho ótimos motivos para querer! Começando pela rainha-mãe, atual comandante e pela nova rainha Thara, oh rapaz, oh lá em casa kkkk podia até aparecer como um ex casinho da Thara só pra causar um ciuminho em Brenna kkkk

    Foda essa batalha, oh rapaz, ansiosa por mais, (ainda sonhando em participar kkkk)
    Sinto que estamos chegando a reta final dessa história maravilhosa, espero que ainda tenha muitos capítulos! xD

    Deusa Macha, ainda tenho esperanças… vc sabe…

    • kkkk Não, me parece uma boa ir para lá! rsrs Eu queria entrar no reino de Eras. rsrsrs Mesmo que fosse uma vassala. Pelo menos saberia que se quisesse casar com mulher, ninguém ia ligar e se fosse ferreira, soldado, ou dona de casa, ninguém ia criticar, ou olhar atravessado. rsrs Não ia importar o que quer que eu fosse!
      Depende do que você chama de reta final. rsrs ainda terá umas complicações aí. rsrsr
      Deusa Macha… Eu penso que nosso mundo perdeu a capacidade de lidar com alquimia, energias, há muito tempo. Pena. Os veios energéticos do mundo estão entupidos há milhares de anos, infelizmente. A magia aqui no nosso planeta, deve ter morrido de infarto. rs Mas em nossos reinos de fantasia, ainda existem, então, vamos aproveitar para entrar através deles, né? rsrs

      Um beijão pra você e muito obrigada, Ka!

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