Eras: A Guardiã da União

Capítulo XVI – Os Segredos do Templo de Tanjin

Eras – A guardiã da União

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer


Capítulo XVI – Os Segredos do Templo de Tanjin

− Não acredito que estou escutando minha filha fazer amor! – Cochichei para Arítes que riu de mim.

− Isso é porque você está prestando atenção nelas. Até que estão discretas.

– Como conseguem fazer isso em espírito?

− E por acaso existe diferença no que somos em carne ou espírito?

− É, acho que não. Até porque, pelo que entendi, este plano não é nem um nem outro; ou são os dois juntos.

− A gente tem um jeito de não escutar. Vem aqui.

Arítes me puxou e me beijou. Agradeci que Roney e Liv estivessem roncando do outro lado da gruta e que minha mãe estivesse de vigia, porque eu gemi alto com o arrocho que Arítes me deu.

− Arítes, aqui não! Você e Brenna ficam atiçadas com a espada Macha por perto.

− Não é uma espada que me faz te querer, Tália; mesmo que ela seja encantada.

Ela me puxou, trançando suas pernas entre as minhas, pressionando a coxa em minha vulva.    

Não escutei mais a minha filha com a namorada dela. Como conseguiria com Arítes me tocando daquele jeito?

***

− Todo mundo descansou bem? – Minha mãe perguntou. – Da próxima vez trago meu marido. Quem sabe vocês sintam pena de mim e me rendem na vigia.

Eu enrubesci e Roney gargalhou, tocando o ombro de minha mãe.

− Não reclame, Guardiã Êlia. Eu te rendi e você dormiu umas quatro marcas.

Eu estava ajeitando os mantimentos nos cavalos, com Liv me auxiliando, enquanto Arítes, Roney e minha mãe conferiam as armas. O sol já estava quente, mesmo àquela hora da manhã. Desde ontem havia compreendido bem o que era uma floresta tropical. A quantidade de insetos e o calor úmido constante nos flagelavam, mesmo à noite. Manter a fogueira acesa na gruta foi um tormento. Me sentia suja, apesar de ter me lavado num riacho que passava ao lado da gruta. As roupas grudavam em meu corpo.

− Tália…

Arítes me chamou num tom baixo e eu me virei para ela. Paralisei meu movimento. Estávamos cercadas e, pela aparência das criaturas, eram Croabichs, Dearcs e Coitchs. Eu achava que os enfrentaríamos até o final da nossa jornada, contudo, pelo que Roney havia contado, não achava que eles atacariam juntos. Estávamos muito encrencados. Eram dezenas deles. Pela bênção da Divina Graça, meu arco e minha aljava estavam comigo, Liv já empunhava a espada dela; e minha mãe se movia lentamente para pegar o arco. Roney tinha um “martelo” na mão e Arítes, por sua vez, nunca se separava da espada. Eles avançaram e a luta começou!

Fui para cima da rocha que ladeava a entrada da gruta e vi minha mãe correr e subir em Ceffyl. A égua alada alçou voo, levando minha mãe para o alto das rochas que formavam a gruta. A encrenca toda era que, apesar de ter recolhido algumas flechas utilizadas no dia anterior contra os Croabichs, não havia muitas. Não sabia como a minha mãe estava de artilharia. Nosso grupo estava conferindo quando fomos abordados.

Os Coitchs não eram tão instintivos e brutais quanto os Croabichs, contudo eram mais organizados e agiam com inteligência. Deixaram os outros grupos atacarem Liv, Arítes e Roney, enquanto alguns deles vieram em nossa direção, acredito que para nos cercar, anulando nossa ação. A gritaria era ensurdecedora. Eu e minha mãe, começamos a atirar nos Coitchs que se aproximavam de nós, entretanto me preocupei com Arítes e os outros. Não queria deixá-los desguarnecidos.

Um Coitch puxou meu pé e me desequilibrei. Ele foi atingido por uma flecha certeira no coração; olhei para cima, vendo que minha mãe, apesar de me ajudar, estava com dificuldades, pois procurava se desvencilhar de outros que tentavam escalar as pedras para alcançá-la.

Escutei um barulho estrondoso, tanto abaixo, quanto ao lado. Parecia que o movimento de tudo ficara lento. A única coisa que vi foi minha filha ceifar a vida de algumas criaturas com a espada Macha, enquanto Thara parecia estar num transe qualquer. Olhos vidrados e postura rígida, como uma estátua. Cada estocada que Brenna desferia, rasgava a carne do agressor como se cortasse um tecido delicado. Todos pararam, observando o espetáculo mortal. Nossos inimigos se retraíram. Os Croabichs e os Dearcs correram, enquanto os Coitchs se afastaram mais lentamente, sem desviar os olhos de Brenna e Thara.

Inspirei fundo e retornei meus olhos para observar as duas. Desci da rocha e vi Arítes e minha mãe fazerem o mesmo, disparando na direção delas. Toquei o ombro de Brenna e quase fui atingida.

− Brenna!

 Arítes segurou-a, gritando e ela parou, finalmente .

− Desculpa, mãe! Desculpa!

− Tudo bem, meu amor! Não devia ter lhe tocado. Você estava sob o poder da Espada Macha e no calor da luta.

Abracei-a com força e amorosamente. Fiz uma prece íntima, me alegrando em poder cingi-la em meu peito. A espada Macha ainda estava luminosa, como havia ficado em todos os momentos do combate. Escutei minha mãe falar com Thara.

− Conselheira, está bem?

− Ainda não sei, majestade. Parece que arrastei duas carroças de grãos com minhas próprias mãos.

A jovem sábia desabou e minha mãe a amparou. Roney se aproximou, pegando-a no colo. Thara desmaiou, literalmente, e minha filha correu ao encontro dela.

− Vou levá-la para dentro.

No momento em que o rastreador falou, viramos em direção à gruta. Ela não estava mais lá.

****

− Não sei se conseguimos, Valda! Todos ficaram desgastados demais nesta última hora. Não sei o que aconteceu.

A Abadessa olhou o irmão, preocupada. Já havia rearranjado o triângulo e todos que podiam participar tinham se exaurido. Não era uma tarefa simples. Treinaram toda uma vida para esse momento e nada parecia suprir as energias consumidas no triângulo.

− Não podemos deixá-los sem amparo, Valda!

Cógnin se desesperava diante da perspectiva de desfazer o elo energético. Era o único vínculo que dava certeza para ele de que o grupo estava vivo e a salvo.

− Nunca usamos “A Fraga Mater”. Agora pode ser o momento certo para utilizá-la. O que acha, meu irmão?

− Pode dar certo, mas pelo que sempre estudamos, exige muita concentração e força.

− Vamos colocar os mais descansados no Triângulo, apenas para manter a energia ativa. Eles não poderão doar a energia deles. Deixarei as irmãs Reniken, Astra e Denee dormirem. Elas têm as características certas para ativar a “Fraga Mater”. Depois que acordarem, ficarão nas termas por uma marca para se reestruturarem e terem mais vigor físico.

− Faça o mesmo. Alguém terá que guiar o fluxo de energia. Não acredito que seja capaz de fazer isso agora, após tanto tempo, aqui, na condução.

A Abadessa assentiu.

****

− Ela não está em Eras! Não a vimos mais, desde nosso último encontro.

Meu pai falava em uma reunião com os sábios de Natust.

− Rei Astor, tínhamos confiado em você!

O burburinho atiçou na sala de reunião, com vários sábios Célitas de Natust revoltados por Thara não ter comparecido. Acusavam meu pai, pois ela não se apresentou conforme o combinado. Tórus olhou todos e, finalmente, se pronunciou.

− Ela não é um boneco para chegarem aqui, contando que tudo que viveu não existe. Sejamos sensatos, senhores!

− Quero saber se minha filha está bem!

− Esdra, sua filha não é uma tresloucada. Convenhamos, vocês pediram por isso, quando esconderam a verdade dela. Imagine se todo o seu passado fosse apagado em um único dia? – Tórus se aproximou de Esdra, pegando a mão dela. – Thara retornará. Eu a conheço e, certamente, se afastou para pensar. – Concluiu suavemente.

Esdra inspirou, como se pegasse forças do ar.

− Acredito, Tórus. Mesmo criança, ela sempre foi… independente.

− Fico feliz que conheça sua filha, como eu a conheço.

Tórus sorriu e logo assumiu uma postura mais séria. Voltou-se para os sábios.

− Ninguém é ingênuo e sabemos que cada Casa de Sábios têm seus interesses, contudo, essa não é mais a questão aqui. Thara é uma mulher que passou a vida inteira acreditando que era filha de lavradores. Quem somos nós para exigir rapidez na decisão dela? Daremos mais alguns dias para ela se refazer.

Quando a reunião acabou, meu pai estava prestes a falar meia dúzia de palavrões para aqueles homens. Tórus estava certo. Ninguém se preocupava com o que acontecia em Tejor. Todos se preocupavam, unicamente, com seus próprios reinos. O pior de tudo é que sabíamos que, o que acontecesse dali para frente, afetaria a todos. Não era mais uma questão política entre territórios.

O rei Astor chegou na cabana a cavalo e sabia que a curandeira do lago ralharia, novamente, com ele. Era a terceira vez que ia até a cabana ver como Brenna e Thara estavam.

− Sim. Não e não.

A curandeira falou para ele, assim que entrou.

− O quê? – Ele perguntou.

− Sim, elas estão bem! Não, elas não têm previsão de acordar! E, por fim, não, não posso fazer nada quanto à jornada delas. Não era isso que queria saber? Parece que eu falo em outro idioma, porque você nunca entende.

Meu pai desabou na cadeira. Sentia-se impotente. A curandeira se aproximou, suspirando. Coçou a cabeça e decidiu consolá-lo.

− Você é um governante, Astor. Faça bem o seu trabalho. Conduza seu governo com sabedoria para gerar harmonia. Sua mulher, filha e neta são Guardiãs e tenho certeza de que estão fazendo o trabalho delas com empenho e da melhor forma que podem. Tenha confiança.

Ele a olhou, sabendo que não teria mais do que aquela conversa com a curandeira. Levantou-se para sair.

− Só mais uma coisa, Astor. Não volte mais aqui. Nem todos de Eras são quem você pensa. Está colocando a sua neta em perigo.

Ele a olhou irritado.

− Com quem tenho que me cuidar? Não pode me dizer?

− Diria se soubesse. – A curandeira respondeu de pronto. – Apenas sei que há uma comunicação entre Eras e o “lugar esquecido”.

− Lugar esquecido?!

− Sim. – Ela apontou para a cama. – O lugar onde elas estão.

Aquela conversa em nada acalmou meu pai. Pelo contrário. Pelo menos de uma coisa serviu; ele não foi mais à cabana e ficou bem atento em Eras.

A curandeira se posicionou ao lado da cama, como fez todo o tempo que esteve lá. Retirou um pano que cobria um grande cristal sextavado, preso por um suporte em cobre e ele reluziu, preenchendo o quarto com sua luz amena. Aquela luz manteria Brenna e Thara fortalecidas no mundo paralelo.

***

Roney havia estancado o passo como todos nós, ao vermos que não havia mais a gruta. O amontoado de rochas havia dado lugar a uma construção em ruínas feita de cristal lilás, ligeiramente esverdeadas pelo limo e parcialmente encobertas por vegetação. Minha mãe se curvou gemendo, segurando a cabeça entre as mãos.

− Mãe!

Me aproximei para acudi-la. Ela vomitou e agonizava. Escorei-a e Liv veio me auxiliar.

− Vamos entrar. − Arítes falou, tomando a frente do grupo. – As duas precisam de assistência.

− Mãe Arítes, acha prudente? Esta não é mais a gruta. Estamos procurando esse templo, mas não para entrarmos de peito aberto. Não sabemos o que vamos enfrentar aí.

− Não temos escolha, Brenna. Thara e sua avó precisam se recompor e não é seguro ficar aqui fora, com essas criaturas querendo nos pegar. E depois, passamos a noite lá dentro e nada nos ocorreu.

− É verdade. O que mudou foi a nossa visão. Todavia podemos não estar, exatamente, no mesmo lugar que antes. Não foi sobre isso que o Escrito Sagrado dizia?

Roney falava, ainda em dúvida se devíamos entrar ou não.

− Então, qual a nossa alternativa? Aceito sugestões porque, no momento, creio que seja o mais viável. − Arítes retrucou.

− Eu já estou melhor.

− Ainda não está inteira, Thara. Você não é pesada. Não me incomoda lhe carregar.

Roney respondeu para a conselheira. Ela ainda estava sem forças, nos braços dele.

− Podemos estar nos precipitando, mas concordo com Arítes, Brenna. Ficar aqui fora é um risco grande. Mamãe não está nada bem. Está com a respiração irregular. Só peço que vocês fiquem atentos quando entrarmos.

− Eu ajudo a carregar sua mãe, Tália.

− Não, Liv. Eu me encarrego dela. Ajude Brenna e Arítes, entrando na frente e reconhecendo o lugar. Eu e Roney entraremos com elas, logo atrás de vocês.

Escorei minha mãe que parecia desorientada. O restante do grupo se armou, entrando com cautela pela abertura que dava a impressão de que ruiria sobre nós de tão danificada que estava. Avançamos com cuidado pelo portal e corredor de acesso.

À medida que entrávamos, o corredor se ampliava e, o que vimos como ruínas, aos poucos, tomavam formas mais sólidas, a ponto de conseguirmos distinguir toda a grandeza do lugar. As rochas de cristal lilás que formavam as paredes eram tão robustas que não deixavam passar a luz do dia. Tivemos que parar devido a escuridão. Brenna e Liv retornaram para pegar tochas nos suprimentos que deixamos junto aos cavalos.

Elas voltaram com três delas na mão e pederneiras. Minha mãe lamuriava, segurando a cabeça, e arfava. Nunca tinha-a visto tão pálida. Os lábios estavam arroxeados, fazendo com que eu me afligisse. Não havia sentido algum no mal súbito que a acometeu.  Brenna acendeu uma tocha e, com ela, acendeu as outras, passando para Arítes e Liv para só então, conseguirmos ver a grandiosidade daquele lugar.

Quando levantaram as tochas sobre as cabeças, a luz do fogo refletiu nas paredes e o cristal lilás reluziu, deflagrando uma claridade fantástica. Nem precisávamos dos três archotes para iluminar aquele ambiente. Bastava um, para que víssemos cada porção escondida daquele corredor. As rochas de cristal eram encaixadas simetricamente, formando arcos pontiagudos no topo, ao longo de toda a galeria.

Arítes apagou a tocha dela, para tentar diminuir a luminância que nos cegava e Liv a acompanhou, deixando apenas a tocha que Brenna carregava acesa. Voltamos a caminhar até chegarmos a uma porta suntuosa, também feita em rocha de cristal. Eu me assombrava. Sabia que tudo, naquele plano, era possível e acreditava nisto; no entanto havia sempre aquela parte, bem no fundo, em que eu me perguntava, como aquele lugar imenso poderia caber no monte de escombros que vimos quando estivemos do lá de fora.

− E agora?

O portal era pesado e quando Liv e Brenna o empurraram, ele não moveu nem um cisco de terra.

− Não vai funcionar assim…

Minha mãe falou com dificuldade e retirou da bainha, presa à cintura, uma adaga, colocando-a em minha mão.

− Há uma abertura no centro da porta. Enfie esta adaga com o símbolo do triângulo voltado para cima e depois gire para a esquerda, como uma chave.

Olhei para a adaga e reconheci os símbolos que ornavam o corpo de toda a lâmina. Eram dos Escritos mais antigos que estudávamos e faziam parte de rituais de energia praticados em Tanjin. Nunca tinha visto aquela adaga com minha mãe, contudo não indagaria nada naquele momento. Ela estava me assustando com aquele estado abatido. Parecia que eu a perderia para o “além-mundo”.

Deixei-a escorada na parede e fui até o portal, procurando a abertura. Encontrei e introduzi a lâmina da forma como ela falara e a adaga entrou inteira, como uma luva, de tão alinhada que a fenda era em consonância com o gume. Girei e um ruído surdo rangeu. Me afastei, as duas partes do portal começaram a se mover.

− Filha, vem até aqui.

Minha mãe falou com dificuldade, quase num sussurro. Me aproximei e ela cochichou em meu ouvido, impossibilitada de falar mais alto. Peguei-a de imediato.

− Me ajude aqui, Brenna! Rápido!

Todos nos olharam, entretanto ninguém questionou. A Guardiã Êlia estava assustando a todos. Não só minha filha veio auxiliar, como Thara pediu para que Roney a colocasse no chão e pegasse a rainha no colo. Ele não hesitou. Pegou minha mãe e eu corri para dentro do grande salão que se descortinou para nós, assim que a porta se abriu.

− Traga ela aqui! Alguém ilumine o caminho! – Ordenei.

Arítes pegou a tocha, entrando e acompanhando Roney. O salão do templo era tão grande que o fogo de um único archote não rasgava a escuridão completa, deixando tudo na penumbra, mesmo que a luz refletisse nas paredes de cristal.

Arítes não era apenas a minha protetora. Ela era tudo que um bom comandante podia ter. Sagaz, com o pensamento rápido, correu até as candeias que estavam presas nas paredes e tentou acender uma delas com a tocha. Nada mais foi preciso, pois assim que acendeu a primeira, as outras foram acendendo em sequência.

− O óleo que corre nos dutos das candeias não envelheceu…

Liv falou com assombro, observando cada candelabro inflamar. As candeias produziam um fogo baixo, acredito que para deixar o templo numa luminosidade agradável, sem resplandecer tanta luz, para não cegar quem entrasse no salão do templo.

− Coloque ela aqui, Roney!

Apontei para uma bancada de formato triangular em rocha de cristal branco e transparente e me coloquei sobre um pequeno púlpito à frente de uma das pontas do triângulo. Roney a acomodou ali e eu elevei minhas mãos, tentando lembrar as palavras de um velho Escrito, que minha mãe nunca deixou que eu o esquecesse. Todos os dias, após nossos estudos, sempre o líamos, mesmo não entendendo o que as palavras queriam dizer. Ele estava escrito em nossa grafia, apesar das palavras estarem em outra língua.

− Romnai extire corus escusa! (Que a escuridão se extinga desse corpo) De lux virine sannador nanus! (A Luz venha alimentar o desprotegido)

Nada aconteceu. Minha mãe continuava agonizante. Desesperada, tentei outra frase.

− Absotê draconai lux la desensi matei escusa casta belona! (Espírito de luz, absorva a doença livrando da escuridão). Enigzar limpiador corus tadus. (Que a energia pura tome este corpo).

Eu estava devastada. Minha mãe estava morrendo. Fraquejei e orei, como uma filha doída pela possibilidade da perda.

− Por toda a misericórdia, Divina Graça, eu não conseguirei se ela se for agora. Eu ainda não sei tudo que devo. Ela é minha força…

Senti um toque suave em minha coxa. Minha mãe tentava me acariciar. Foi quando vi Thara, mais fortalecida, se posicionar numa das outras pontas do triângulo e logo a seguir, Arítes tomou lugar no último púlpito, fechando os lados da bancada. As lágrimas escorriam de meus olhos e, encolerizada, gritei a plenos pulmões.  

− Romnai extire corus escusa! De lux virine sannador nanus! Absotê draconai lux la desensi matei escusa casta belona! Enigzar limpiador corus tadus.

Repeti aquelas frases e repeti… Repeti tantas vezes quanto eu suportei. Eu não parava, tomada por um desespero tão grande que meu peito parecia rasgar em dor.

O pedido de minha mãe reverberava em minha mente, “Me leve até o altar do templo. Sinto que a vida está se esvaindo de mim. Entoe o Escrito de Prannah. Me ajude, Tália.”


Nota: O capítulo da semana em dia, pessoal. Aviso que a escritora desta história não merece morrer!  😉

 

 Um beijão a tod@s!

 

 



Notas:



O que achou deste história?

10 Respostas para Capítulo XVI – Os Segredos do Templo de Tanjin

  1. Eu não acredito que você está fazendo isso, Carolina Bivard!!
    Eu estou chorando, cara!
    Espero que no próximo capítulo Êlia melhore,

    • Oi, Fabi!
      Não tô fazendo nada… rsrs
      Não chore, que hoje entenderá. Tenho certeza que vai parar de chorar. rsrsr
      Vou fazer um negócio com você, e todos os meus comentaristas, para compensar essa dor. Ao final de “Eras: a Guardião da União” Liberarei um conto que tenho para vocês e não publiquei, antes de liberá-lo aqui. rsrs
      Obrigadão!
      Um beijo grande pra ti!

  2. Ai gzuisss, Êlia não! Gosto tanto da Rainha mãe!

    Acompanhando sempre ansiosa pelo próximo capítulo!

    bjãoooo

    • Oi, Preguicella! Saudade de você!
      Quando vai escrever outra história? Esperando outra história sua. “Recomeçar” foi só o início pra você. Volta a escrever, fia! rs
      Olha, a Êlia é meu xodó, você sabe. Não vou dar spoiller. Leia e me fala. rsrsrsr
      Obrigadão, Pregui!
      Um beijo enorme!
      PS.: Como vai a facul?

  3. Não esperava que fosse tão má assim, Carol! To triste.
    Elia é muito massa para morrer! Não pode. Você não fez isso tenho certeza.
    Vou esperar o outro com o coração apertado. 🙁

    bj

    • Não sou má, Meg! Eu gosto de emoções… 😉

      A sua espera terminou, hoje entra o outro e te espero para falar o que achou. Será que vai me matar virtualmente? rs Brincadeira! Mas não se amofine, leia o de hoje e aí você decide se sou má ou não. rs
      Obrigadão pelo carinho, Meg!
      Um beijo grande pra ti!

    • Vi que Êlia é seu xodó também! rs Êlia é forte, Vamos caminhando… rsrs Hoje vamos saber o que ocorreu com ela.
      Ká, vi sua mensagem no messanger. Estou bem! Valeu pela preocupação. Só tive uma unha levantada de um dedão, num pequeno acidente por esses dias. rs Desculpa por não te responder lá, mas tô também na correria resolvendo uns problemas familiares.
      Obrigada, mesmo!
      Um beijão pra ti, e manda ver em “Decifra-me ou te devoro” e “A mecânica”. Essa semana, quando vi sua história me bateu maior saudade e fui lá ver um episódio da série! rsrs Infelizmente não consegui parar para rever mais!
      Bjão

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