Eras – A guardiã da União
Texto: Carolina Bivard
Ilustrações: Táttah Nascimento
Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer
Capítulo XLI – Final – Parte 1
A manhã estava fria. O inverno não tinha mostrado ainda a sua face completa. Eras estava em uma parte das terras em que o inverno não chegava tão rigoroso e, por isso, a temperatura do início da estação era fria, todavia não tão intensa. As casacas de honra do exército conseguiam proteger o esquadrão que iniciaria a solenidade de honra.
Brenna, assim como minha esposa, optara por casar-se com as vestes de honra do exército; no caso dela, condizentes com uma tenente e, pedira que a solenidade fosse à moda do exército e não da família Real. Arítes e eu não esperávamos algo diferente disso… pelo menos, no que se referia à cerimônia de casamento.
Nossa discussão, há duas luas, fora unicamente pelo local onde elas escolheram se casar. Quando digo “elas”, refiro-me especificamente à minha filha, pois pelo que conhecia de Thara, não faria a menor diferença onde se casariam. Explicarei melhor para que entendam.
Brenna elegera como seu local de casamento a margem do rio que cercava a lateral da cidadela de Eras. As matas que o abraçavam regeneraram-se ao longo de vinte anos, após a segunda guerra contra Natust. Eram árvores novas e viçosas, ainda em crescimento, diante da devastação que ocorrera durante aquele conflito. Realmente um local bonito, se não fosse a lembrança de tamanha adversidade.
Entendia a intenção de Brenna, só não sabia se nossos recentes aliados natusteanos compreenderiam. Ela queria mostrar que a aliança com Thara poderia apagar aquela mancha de nossa história. Contudo, conhecendo a belicosidade daquele povo, poderia soar como provocação, já que nós havíamos vencido, deixando o exército de Natust bem mais enfraquecido. Brenna ainda teria que aprender muito sobre relações políticas e, apesar de Thara intervir, para que sua noiva mudasse de ideia, falou para nós que conseguiria com uma conversa no conselho de Natust, fazê-los entender a intenção. Diante disso, nos tranquilizamos.
***
Não achei que ficaria tão emotiva.
Na cerimônia do exército, quem presidia era o comandante maior das forças e por esse motivo, eu entraria sozinha acompanhando Brenna, já que minha esposa estaria no púlpito, esperando as noivas. Thara escolheu seu irmão e atual rei de Natust; Sunna, viúva de Tórus, e Esdra para acompanhá-la.
Não acredito que fosse unicamente por motivos diplomáticos que pedira para o irmão acompanhá-la, e nem para que Sunna fosse. Ela amava os dois. Porém acredito que a sua mãe biológica estar junto, foi uma forma de recomeçar uma relação partida. Eu acreditava que ela queria retomar os laços familiares com Esdra, embora tivesse reservas com relação à mãe. Conhecendo Thara um pouco, vi sua ânsia em resgatar a sua história de vida.
Etei-me ao ver as vestes de Thara. Ela não usava a vestimenta cerimonial dos Sábios. Fez um corpete e calças de couro justas e uma capa longa com capuz, em seda leve, no mesmo tom terracota que o couro. Os cabelos ruivos estavam soltos com duas finas tranças feitas nas laterais das têmporas e sua cabeça era ornada com uma grinalda de flores silvestres de diversas cores.
As vestes tinham sido confeccionadas pelos costureiros, com esmero. O couro fora tão bem tratado que se moldava ao corpo dela, numa incrível delicadeza. Era tão fino e suave que seus movimentos eram graciosos e a capa lhe fazia parecer como um elemental.
Mais tarde perguntei o porquê da escolha e ela me falou que não era uma guerreira, mas casaria com uma, e que as vestes cerimoniais de uma sábia eram horríveis para um casamento, então, quis representar os dois, mas com elegância. Eu ri, concordando. Ela era sábia.
O grupo de soldados do esquadrão de Brenna estava perfilado ao longo do caminho, com as espadas perfeitamente alinhadas em riste. No púlpito ao final da trilha, minha esposa esperava trajada com as suas vestes cerimoniais e o sorriso não lhe deixava o rosto. O entardecer estava lindo, com os raios de sol do inverno, alquebrados pela aragem fria. O rio, ao fundo, refletia uma luminosidade branda, espelhada pela bruma que encobria a superfície das águas.
Ao chegarmos perante o tablado que fora construído para o casamento, os soldados fizeram um movimento ritmado e suave, como uma dança, recolhendo as espadas, mantendo-as perfeitamente alinhadas ao centro de seus corpos. A alameda de soldados impediria a visão das pessoas e por isso, fizemos arquibancadas em madeira para que o povo assistisse. Não havia mais lugar para tanta gente. Naquele momento, senti uma emoção como em meu próprio casamento, acrescida de enorme satisfação.
Por que não fiz meu casamento com Arítes ao ar livre, permitindo que meu próprio povo assistisse?
Pensei. O legado de Brenna como a Guardiã da União começara. Ela congraçaria o povo, não só entre os reinos, mas em nossas próprias terras. Embora em Eras tivéssemos uma regência justa, sempre pensando no bem-estar de cada um que vivia aqui, ainda assim, havia uma separação entre nós e eles. Senti que isso começaria a mudar dali para frente e me alegrei.
Havia um grupo de músicos de cordas que tocavam uma canção suave e param, assim que chegamos, e as duas se postaram diante do tablado cerimonial.
— A natureza é a nossa mãe que nos dá o sustento, o prazer da vida e presencia ao longo do tempo a nossa história. Ela é quem fala sobre quem somos e como vivemos. É nela que formamos laços…
Foi quando minha esposa fitou as duas noivas, despojada de seu cargo de comandante e assumiu a face da mãe amorosa.
— Quando fui abençoada com a maternidade, parecia algo assustador. Tive medo de errar, pois uma criança deve crescer num meio de muito amor, contudo deve ser orientada para que não se perca em valores supérfluos. Não sabia se conseguiria. Hoje me regozijo, não porque acertei como mãe, mas por ver que, a cada dia, aprendi algo novo com você, Brenna. Que o casamento de vocês seja abençoado e feliz.
Eu me virei para as duas nubentes, assim como Arítes fizera. Chegara a minha hora de abençoá-las.
— Igualmente o medo me tomou, quando Arítes engravidou, No entanto, diferente dela, nunca acreditei que erraríamos na sua educação, por nós a amarmos profundamente, antes mesmo de vir ao mundo. Meu coração hoje se alegra por ver que, ao longo de dezoito verões, fomos agraciadas com uma criança, depois uma menina e agora mulher; todas as faces igualmente maravilhosas. A minha bênção para a união de vocês duas, nada mais é do que o agradecimento de uma mãe, orgulhosa e feliz. Que a união de vocês possa ser harmoniosa e de muito amor.
Depois de mim, vieram as bênçãos de Sunna, do rei Edmo de Natust, e Esdra. A sábia de Natust fez uma benção linda. Ela se desculpou, em parte, por como agiu, todavia, falou que não mudaria nada, sabendo que conseguiu proteger a filha do pai vil e vendo a incrível mulher em que se transformara.
Quando Arítes findou a cerimônia, e elas retornaram pelo caminho ladeado de soldados, a população as aclamou jogando flores e grãos sobre elas. A festa seria ao ar livre, no descampado em frente as muralhas que cercavam a cidadela e o castelo de Eras. O casamento seria comemorado junto ao povo. Preparamos barracas de comida e bebida para servir a quem quisesse dividir conosco, nossa alegria.
De repente, me surpreendi. Entre o povo, vimos as Senhoras da Natureza, a sacerdotisa-curandeira, seus filhos, netos, genros… todos bebendo e comendo descontraidamente, como se aquilo fizesse parte de seu dia a dia. Eu, meus pais e Arítes nos aproximamos, pois minha filha e Thara estavam envolvidas em agradecer as diversas pessoas que iam cumprimentá-las.
— Nunca as imaginei numa festa aberta ao povo, ainda mais aqui em Tejor.
— E por que não, Tália?
Bonan me perguntou, colocando um naco de ave frita na boca.
— Existe festa popular em Tir? – Perguntei.
— As melhores! – Miray, filha de Fidae respondeu. – Mas confesso que nunca comi um aciori1 frito tão gostoso. Tenho que pegar a receita com quem fez.
Rimos da empolgação da herdeira da Senhora da Floresta.
— Vou levar meus netos para brincar de argola naquela barraca, senão, daqui a pouco, os perco de vista.
Tuli, filha de Bridma declarou, segurando a mão de duas crianças, que para nós, não aparentavam ter mais que sete verões.
— Netos? – Perguntei etada e logo me corrigi. — Ah, já entendi. Teréz e Magar já devem estar adultos. Lembro-me quando vieram ao meu casamento. Mas como, se vocês envelhecem em outra proporção de tempo?
— Nosso envelhecimento é quase no mesmo tempo que o de vocês, até a puberdade. Depois, é que há a diferenciação. Vocês começarão e experimentar isso, a partir de agora, e compreenderão melhor.
Foi nessa hora que vi Roney e Liv se aproximarem. Eles estavam na arquibancada, vendo o casamento e depois, os perdi de vista.
— Quando chegou, Liv? – Arítes perguntou. – Por que não nos procurou?
— Ah, cheguei pouco antes do casamento. Não houve tempo. Está difícil arrumar tudo no templo de Cadaz, com o novo cosantóir.
— Fale a verdade, Liv. Você que está exigindo demais do coitado, achando que ninguém dá conta como você. Deixar Cadaz para morar em Eras, pelo estudo das Tríades, está sendo um fardo, não é?
Arítes implicou com ela, arrancando risos de todos. Elas não paravam de se implicar. Liv não deixou por menos e replicou.
— E você? Quem delegaria para seu posto se tivesse que se afastar?
— Para mim, é fácil.
Minha esposa apontou com o polegar para o lado. Era minha mãe que ela indicava.
— Ah, não. Você teria que dar um jeito nisso. Eu já deleguei para você e não retorno mais.
Liv deixou seus ombros caírem, o que foi notado por todos.
— O que foi, cosantóir? Algo a perturba?
Arítes perguntou preocupada. Embora o início do relacionamento delas não fora dos melhores, com a sucessão de acontecimentos, vi que minha esposa passou a admirá-la e nutrir respeito.
— Sei que é importante o que faremos aqui, com as Tríades, entretanto, lá era meu lugar. Tinha minhas responsabilidades com o Templo e gostava delas. Ainda estou digerindo essa mudança.
Ela extravasou seus sentimentos, e mesmo que agora conseguíssemos controlar em parte a entrada de emoções pela ligação das Tríades, percebemos sua angústia e tristeza. Arítes, diferente de nós, reagiu, abraçando-a de lado, como a um soldado.
— Pode deixar, comigo. No próximo conclave para ascensão de patentes do exército de Eras, coloco sua candidatura para aceite. Quem sabe com “muito esforço”, consiga passar para tenente ou capitão.
Rimos da brincadeira, entretanto, sabíamos que Arítes, entrelinhas, falara que apoiaria essa ideia. A cosantóir havia sido criada e treinada para proteger o Templo Luzeiro. Ser despojada desse ofício, com certeza a abalaria. Para além da compreensão que tínhamos de nossos papéis perante a nova fase da vida em Tejor, ela fora forjada para ser uma defensora, uma guerreira. Ela sorriu, mais animada.
— Vai sonhando, que se me colocar para um conclave, alcançarei não só estas patentes de que falou. Chegarei a general, num piscar de olhos. Tome cuidado, comandante Arítes!
E assim, as brincadeiras seguiram no grupo, fazendo a noite passar alegre. Tivemos a presença de alguns governantes que vieram falar conosco, nos parabenizando pela união de Brenna. Entre eles, a rainha Chad, seu filho, o rei Breno de Kamar e o filho mais novo Horácio, herdeiro de Terbs. Belard, o rei de Terbs e esposo de Chad, estava com a sobrinha e a filha mais nova, divertindo-as numa barraca de fantoches.
— Que história foi essa de uma filha, Chad?
Minha mãe perguntou, curiosa, pois sabia que a resposta da rainha Chad a divertiria.
— Bem, eu sempre quis uma menina e como sou muito mais velha que Belard e não queria dividir a criação com uma mãe biológica, oramos para as Senhoras da Natureza para nos abençoarem.
— Sei… Com quem Belard se deitou? – Minha mãe perguntou rindo.
— Com a minha filha mais nova, Céris. – Bridma respondeu, bebendo um gole de vinho, displicentemente.
— Entendo. Tejor terá uma nova oráculo. – Minha mãe falou, com um riso de lado. – Vocês são muito avançados para meu gosto.
— Deixe disso, Êlia. Até parece que desaprova. – Meu pai contestou. — Sei que não. Se não fosse por seu ciúme e pelo meu, tenho certeza que teríamos mais filhos. Provavelmente, a maioria vinda de Tir.
— Não desaprovo… para os outros. Só não quero que você se deite com outra pessoa. — Minha mãe respondeu risonha.
E assim, tudo foi correndo na festa, até que Thara e Brenna fizeram um brinde, para se despedirem da comemoração e se recolheram. Achei ótimo, pois estava morta de cansada e queria me recolher também. A festa continuou para quem quisesse apreciar.
***
Eu e Arítes chegamos ao nosso quarto, já saudosas de ter nossa filha perto de nós. Como tudo de Brenna, o lugar onde morariam não seria no castelo conosco. As duas queriam viver uma vida talhada ao estilo delas. Iriam morar no rancho de Arítes.
Falamos que seria mais trabalhoso, que elas teriam que acordar mais cedo para virem até a cidadela todos dias, para exercer as suas funções. Não adiantou. Queriam começar a vida com as próprias pernas. Vivendo do soldo de tenente de Brenna, bem como do salário de Thara como conselheira.
— Elas ficarão bem, Tália.
Arítes falou, enquanto retirava as vestes. Suspirou. Indicativo que queria se convencer com o que ela própria me falava.
— Vem aqui. – Ordenei, enlaçando-a. – Elas ficarão bem sim, tenho certeza, o que não quer dizer que a gente não se preocupe. Nossa angústia é porque não queremos nos afastar da nossa menina.
— Pela Divina Graça! Por que Brenna tem sempre que complicar tudo para nós? – Bufou.
Eu ri.
— Se fosse de outro jeito, seria nossa Brenna?
— Não. Eu acharia que ela pegara uma doença incurável.
Arítes respondeu, gargalhando.
Pousei minha cabeça sobre o ombro de Arítes, suspirando longamente. Estava cansada de toda aquela agitação. Precisava de um tempo para avaliar tudo que nos aconteceu nas últimas estações com calma.
Se tudo corresse bem, Natust não seria mais um oponente, mesmo que ainda precisássemos alicerçar nossa nova aliança. Sabíamos que a rivalidade construída ao longo de tanto tempo, não se diluiria de um momento para o outro. Porém, com Edmo no trono, quem sabe em duas gerações conseguiríamos superar as diferenças?
— Em que está pensando?
Arítes me perguntou, fazendo um carinho leve em minha cabeça.
— Em tudo. Nossas alianças e no que ainda temos que fazer. Tanto trabalho pela frente…
— Que vamos errar e acertar para conseguir executar. Sabe disso, não é? Não se preocupe tanto, por hoje.
Ela segurou meu queixo para que eu a fitasse. Nossos olhos se encontraram e o verde amoroso da floresta estava à minha frente. Me perdi na ternura de seu olhar. Sempre me perdia.
— As obras do Centro de Treinamento de Magia mal começaram e já conseguimos identificar algumas pessoas com magia. – Arítes falou com tranquilidade. – Pelo que sabemos, Brenna ainda está instável e o Astru, embora tenha se iniciado, ainda não está completo e, teremos que estar atentas para as futuras reações dela. Êlia, mesmo ausente durante o dia, continuará nos orientando, com o auxílio dos conhecimentos que adquirir no treinamento de mago que terá. Não estaremos sós, Tália.
— Conversei com Bonan. Ainda que a Rede Mágica tenha sido liberada pela transformação de Brenna, ela terá que estudar profundamente a Rede de Tir, para compreender como funciona e assim, começar uma busca interna na ligação de seu sangue, junto a nossa Rede Mágica. – Abanei minha cabeça, tentando etar minhas preocupações. – A mudança no sangue dela poderá se completar, antes de conseguir fazer essa ligação e a controlar.
— E o que isso significa, Tália?
— Significa que ela terá um poder mágico extraordinário, antes de conseguir gerir essa força.
Arítes inspirou fundo.
— Ela conseguirá e as Tríades ajudarão nisso. Estamos aqui para isso, também.
— Será ela que definirá os fios de energia da Rede Mágica de Tejor. Sabe o que é isso? Ao longo do tempo, a transformação ocorrerá nela dando-lhe mais poder de magia e, à medida que seu poder aumentar, mais ligada a Rede estará. Se não tiver conhecimento, não conseguirá estabilizar a Rede e nem a ela mesma.
— Vem aqui. – Arítes me puxou para a cama. – Você é a Guardiã da Indulgência e eu a Protetora. Acho que esses títulos devem valer alguma coisa e não somente para constar na história de Tejor. – Sorriu graciosa. – Conseguiremos orientá-la, como sempre fizemos.
— Por isso você é a Protetora.
— Como assim?
Arítes me questionou intrigada.
— Você me dá segurança para continuar, quando as dúvidas são muitas.
Beijei-a com amor e Arites se deitou, puxando meu corpo para ela, intensificando nosso beijo. Eu estava cansada… muito cansada. Mesmo assim, retribuí com igual fervor. Minhas incertezas desapareciam sob os toques dela e sempre desconfiei que Arítes tivesse uma percepção sobrenatural em relação a isto.
Ela estava despida, mas eu ainda não. Arítes se sentou na cama e aos poucos foi desabotoando e desfazendo os laços de minha roupa. Deixei que ela me desnudasse com calma.
— Sabe o que acho, minha rainha?
Ela perguntou sorrindo, troçando com meu cargo.
— Não, minha comandante. – Retruquei, no mesmo tom. – Diga-me o que acha.
— Que não precisamos deixar as delícias do leito só para as recém-casadas.
Retirou minha última peça de roupa.
— Também acho que fazer amor é uma forma bem gostosa de substituirmos dúvidas por esperança, e sendo assim, – beijou um de meus seios – vou fazer amor com você para que amanhã possamos acordar com muita esperança.
Sorriu.
Me ajeitei na cama, apoiando minha cabeça no travesseiro. Segurava a mão dela e pousei-a em um de meus seios.
— Se está disposta a me dar tanta esperança, quem sou eu para impedir?
Ela cobriu meu corpo com o dela, procurando minha boca. Beijou meus lábios doce… terna. Saboreei o gosto peculiar de nossas novas emoções. Eram novas, pois para além do tato, agora conseguia deixar que meus sentidos se integrassem aos dela, percebendo toda a gama de meus sentimentos que se misturavam.
Arítes deixou meus lábios para apreciar a textura de minha tez. Deslizava sua boca sobre minha pele, procurando caminhos ocultos em cada porção. A língua faceira, libava partes que nunca imaginei sentir o prazer fruir tanto. A interseção de minhas axilas, as laterais de minha coxa, as dobras de meus joelhos… Ah, esse foi poderoso! Contraí todo meu corpo ao toque.
Estava em agonia, há algum tempo, diante da dedicação que ela tratou meu corpo. Meus nervos estavam expostos como se minha pele estivesse do avesso. Sentia o estímulo em toda a parte. Embora suave, revolvia minhas entranhas de forma voraz. Não conseguia mais definir onde seus dedos me tocavam, ou mesmo sua boca.
Meu prazer vertia bravio, gotejando o lençol. Eu era um fantoche nas mãos dela, que me segurava, mudando minha posição, sem qualquer resistência. Quando percebi, a suavidade antagonicamente selvagem de sua língua, desfrutava de mim, possessiva. Transbordei o acre-doce licor de meu amor sobre a sua boca.
O grito que saiu de minha garganta, pareceu reverberar através de todas as porções de minha pele. Eu estava imersa, como se fosse abraçada pelas águas acolhedoras de lago. Custei a voltar a mim.
Quando voltei a realidade de nosso quarto, Arítes me admirava, tecendo um carinho com a ponta dos dedos em meu braço. Acariciei seu rosto, beijando delicadamente seus lábios, voltando a pousar a cabeça no travesseiro. Estava sem forças.
— Tenho certeza que agora o castelo inteiro fofocará sobre nós.
Falei, a voz ainda fraca.
— Falam desde que nos casamos. Não é novidade. Que nos invejem, ou façam melhor em suas casas.
Ela me sorriu, parecendo apreciar seu feito. Sucumbi a languidez que me tomou. Apaguei.
Nota:
De volta finalmente! Agradeço imensamente a tod@s que me deram forças no momento difícil que passei.
Um abraço forte e um beijo carinhoso para vocês!
Oie Carol!
Desculpe a demora!
Lindo o casamento e o momento das mãezonas!
Me alegro que seu papi esteja bem e a família tenha se recuperado desse momento!!
Fica bem!!Luz sempre pra vcs!
Beinos
Que peninha esta no fim,este belo romance,aventura e suspense é o que, não faltou!! Parabens Carol !!!
Oi, Olívia!
É, essa está no final, mas prometo que escreverei outras aventuras! rs
Obrigada pelo carinho, Olívia!
Um beijo grande para você!
Muito bom. Estava com saudades da Tália e Arites. Pena que esta finalizando.
É, muitas meninas estavam com saudades. Eu praticamente fui intimada a fazer essa cena, mas gostei. rsrs Valeu a pena!
Está chegando ao fim, mas haverão outras histórias para contar!
Um beijo grande e um abraço forte!
Muito lindo o amor delas duas. Estava com saudades.
Que bom que ta tudo ficando bem, Carol.
bj
Eu recebi um puxão de orelhas porque não tinha colocado o casal preferido nesse momento de amor. rsrs Elas realmente são muito legais juntas!
Beijão, Meg!
Mto bom, Carol.
Ótimo…
Q bom q a vida esta voltando a ‘normalidade’.
Bjs
Olá, Nádia!
Para as nossas Guerreiras e guerreiros de Eras agora e seguir em frente e colocar ordem na casa, não é? rs
Obrigada, Nádia pelo carinho de sempre!
Um beijão