Eras: A Guardiã da União

Capítulo XIV – A Sacerdotisa-Curandeira

Eras – A guardiã da União

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer


Capítulo XIV – A Sacerdotisa-Curandeira

− As histórias que li, dizem que os rebelados quiseram permanecer onde a revolta começou, ou melhor, onde eles achavam que era o lar deles, apesar de saber que esse pedaço de terra ficaria entre planos. O povo de Tejor e o povo de Tir circulariam livremente em seus planos, mas eles permaneceriam aqui, sem poder alcançar qualquer reino. – Roney continuou a contar.

− Então esta floresta faz parte dos dois planos? – Perguntei.

− Não tenho certeza de nada, entretanto, se acreditarmos nas histórias de nossos antepassados sábios, acredito que sim. Podemos entrar aqui, porém eles não podem sair.

Após Roney responder, ficamos mudos, tentando entender tudo aquilo. Todos os conhecimentos que eu, mamãe e até mesmo Arítes adquiriu com os Escritos Sagrados, não relacionava com essa parte da história.

− Continue, Roney.

A voz pausada e séria de minha mãe nos tirou dos devaneios. Ela andava entre os corpos, olhando cada um deles, como se quisesse identificar algo.

− O que mais contar? Há tantas histórias…

− Nos diga então, como adquiriram essa aparência? Imagino que evoluir ou gerar descendentes num lugar entre planos, possa conceber variações inimagináveis. Como os antigos sabiam da aparência deles para relatar em manuscritos?

− Os antigos iam e vinham na antiga Tanjin, como eles relataram. Não entendi muito bem, quando li na época, pois eu era criança e, para mim, Tanjin não existia mais. Os pergaminhos falavam que chegou um momento que Tanjin era muito perigosa para transitarem e, aos poucos, deixaram para trás.

− Foi assim que a floresta Du se perdeu para nós. Eles a chamavam de Tanjin porque ficou entre os planos – Minha mãe pontuou. – Os antigos sábios deixaram de vir e de acompanhar porque, para eles, era um lugar perdido. Depois disso, tudo se tornou apenas um amontoado de histórias numa biblioteca. A única coisa preservada por nós foi o legado dos Escritos Sagrados que davam orientações para nossas ações e conduta de vida.

Minha mãe balançou a cabeça negativamente.

Eu sentia um amargor na boca, como se tudo que aprendi para exercer meu legado era um ínfimo pedaço de nossa busca. Tenho certeza que todos naquele acampamento pensavam da mesma forma.

− Então, se formos pelo raciocínio de mamãe, podem haver outras criaturas como essas e outras ainda mais incomuns. – Pontuei.

− Se nos orientarmos pelo que já li desses manuscritos, sim existem. – Roney respondeu. – Não lembro de todas, todavia existem pelo menos mais duas de que me lembro bem. Esses que enfrentamos são os croabichs primários. São os que aparecem nos contos infantis. A pele é rugosa e de cor cinza-esverdeado, sem qualquer pelo no corpo, conseguindo se esconder entre as árvores, como se o corpo fizesse parte delas.

− Cabeça alongada, o que auxilia na hora de se misturar à vegetação.

− Correto, Arítes. Se eles mantiverem os olhos e bocas fechadas, passam despercebidos. – Roney respondeu.

− São bem singelos mortos. Imagino um deles bocejando…

Falei e todos me olharam. Liv conteve o riso. Não era hora de piadas, mas eu não podia deixar passar. Eles tinham dentes grandes e serrilhados com presas bem afiadas. Vimos somente quando nos atacaram. Abanei a mão, incentivando Roney a continuar.

− A segunda descrição que li era uma espécie de lagarto.

− Lagarto? – Arítes perguntou.

− Sim. Os antigos os denominaram de “Dearc”. Eles têm a forma mais humana, no entanto seu corpo mimetiza o ambiente e são bem ágeis, tanto andando bípede, quanto quando se colocam correndo sobre os quatro membros.

− Estes aqui utilizavam armas. Tudo bem que eram primitivas, feitas em madeira e as facas que usavam, dava para ver que eram forjadas rudimentarmente. Os Dearcs utilizam armas? – Minha mãe perguntou.

− Não sei, Lâmia de Luz. Nem sabia que estes tinham armas. Como disse antes, tomei para mim aqueles contos que li, como lendas.

− E o último tipo? – Arítes inquiriu.

− São os Coitch. Eles são quase como nós na aparência, no entanto não tem nenhum pelo no corpo, pele alva, quase transparente. Diziam os manuscritos que eles eram os mais perversos. Os outros dois são quase instintivos, mas os Coitch… são capazes de articular emboscadas, capturar, torturar e por fim, comer as vítimas em banquetes.

− Imagino que estes estarão bem próximo ao Templo.

− Por que diz isso, mãe?

− Porque eles pensam.

Arítes completou a fala da comandante e a mentora dela concordou.

− Exato, Arítes.

− Eles são o que permaneceram com as características mais próximas a nós, com o agravante de terem ficado num lugar sem tempo ou normas sociais para direcionar. – Arítes continuou a explanar. – Qualquer civilização é regida por um princípio para a convivência social. O limite de cada um esbarra no limite do próximo, mantendo uma convivência mínima.

− Bem pensado, Protetora. Quando não temos esse limite, o que nos rege é só o instinto de sobrevivência da própria comunidade. Todas as outras que nos cercam, são meros corpos descartáveis, sem qualquer importância. – Liv concluiu o pensamento.

− Achei excelente toda essa descoberta, engrandecendo enormemente meu conhecimento de nossa história. – Comentei irônica, diante do que nada sabíamos sobre aquela floresta. – Mas quero sair daqui agora e procurar um local mais seguro para nós, antes de continuarmos nossa busca.

Estava exausta por descobrir cada vez mais problemas, sem achar solução para o que mais me afligia. Continuei a falar.

− Depois desse relato, tenho certeza que outros croabichs virão pegar seus mortos e tenho mais certeza ainda, que não quero estar aqui na hora. Quando estivermos distantes e mais resguardados, sem dúvida pensaremos melhor em como prosseguir! – Declarei aflita.

****

Em Eras, meu pai havia se comprometido com minha mãe em assegurar que Brenna estivesse amparada.

Após minha adolescência, ele nunca entrou em meu quarto, através da porta que ligava ao quarto de minha mãe, assim como depois de adulta, nunca entrei no quarto dele, sem autorização. O rei Astor não queria chamar atenção nos corredores e por isso, foi ao quarto de minha mãe e bateu na porta anexa entre nossos aposentos. Ninguém respondeu e bateu mais uma vez. Por fim, impacientou-se e entrou.

− Pela Divina Graça!

A imagem que viu o petrificou. Olhava a neta, em delírio, sobre a cama e via a jovem conselheira num sono profundo sobre a mesa, segurando um pergaminho. Presumiu ser um dos Escritos Sagrados. Sabia que a conselheira estaria traduzindo-os e, assim como ele, ela não poderia tocar.

Trancou a porta de minha sala de leitura para que ninguém visse a conselheira e apenas minha filha seria vista, como se estivesse dormindo, febril, sobre a cama. Chamou o guarda do corredor. Demaster entrou assustado.

− Sim, majestade… – Ele olhou para a cama. – A princesa está…

− Cale a boca, Demaster! Você não viu a princesa Brenna doente, entendeu bem?

− Sim, majestade!

− Ninguém sabe que ela está doente e se eu souber de algum comentário por aí, entenderei que foi você o disseminador da notícia.

− Sim, majestade!

As pernas do pobre guarda tremiam. O trabalho dele sempre foi pacato, até minha mãe o chamar duas noites antes. Nunca fora requisitado, e agora, nem virara três sóis, fora chamado pelos dois regentes absolutos de Eras.

− Quero que chame Tórus e o leve para o quarto da rainha Êlia sem que ninguém veja, entendeu?

Meu pai não era sutil nessas horas. Agarrou a gola do coitado e o trouxe para próximo de seu corpo.

− Entenda, Demaster, lhe considero imensamente e você sabe que tem o apreço de todos no comando, inclusive a rainha e comandante Êlia. Não nos decepcione.

− Po… pode deixar, majestade. Nunca abrirei minha boca.

Meu pai o encarou durante um tempo e afrouxou a pegada, para que ele se recompusesse.

− Vai! Chame Tórus.

O guarda saiu apressado e quando a porta se fechou, meu pai relaxou. Ele era reativo, mesmo que soubesse que isso, algumas vezes, fosse agressivo demais. Se refez e foi à sala de leitura. Olhou novamente a cena e sabia que a decisão que tomaria, teria consequências futuras.

− Não se governa sem decisões difíceis.

Falou para si, deixando a sala e partindo para o quarto de minha mãe.

Assim que Tórus bateu na porta, meu pai abriu de imediato, deixando-o passar.

− O que foi, Astor? Seu guarda quase me arrastou pelo corredor!

− Isso é sinal de que ele me obedeceu. Cala a boca e escuta, Tórus. Não sei o que sua pupila lhe falou sobre o que estava fazendo para nós, mas certamente sabe de algo.

− Sei que tinha coisas… coisas relacionadas ao Astru, que fazia para vocês, entretanto não me contou e eu nem quis saber. Estou dentro da família há anos para ver onde e quando me meter.

− Ótimo! Porque agora vai se meter em tudo! Vem comigo.

Meu pai foi até a porta de ligação dos quartos e abriu, dando passagem ao amigo-sábio. Foi até a porta da sala de leitura e a abriu, ficando entre meu quarto e a sala.

− Lá está sua filha-pupila, – apontou – completamente inconsciente, depois que tocou os Escritos Sagrados de Tejor, mesmo sabendo que não poderia tocá-los. Você sabe que minha mulher, filha e neta são Guardiãs dos Escritos. Vivo há quase quarenta anos com Êlia e sempre soube que nunca deveria tocá-los.

Meu pai puxou o ar para forçar a calma. Estava afobado.

− Sua “filha” poderia ajudar e sabia das regras. Agora minha neta está inconsciente, balbuciando coisas sem sentido, sua filha está deste jeito e Êlia e Tália, não estão aqui. Estão buscando soluções para tudo isso. Você é Célitas! Deve entender de alguma coisa. O que faremos?

− Pela Divina Graça!

Estas foram as palavras atordoadas de Tórus. Todo mundo chamava a Divina Graça, todavia todos sabiam as consequências de tudo e não se davam conta.

− Desculpa, eu estou nervoso, Tórus, mas lhe chamei porque você pode entender melhor isso. Eu sei perfeitamente o que não devo fazer. Quero ideias e soluções para o que devo fazer.

Tórus insinuou a afastar os pergaminhos da pupila e meu pai gritou!

− Não toque nisso! Foi tocando neles que ela…

− ….Entrou nesse encantamento.

− Exato.

Meu pai puxou Tórus para sentarem e lhe contou tudo que sabia. O conselheiro, apesar de aflito com a situação, forçou a calma para balizar todo o conhecimento que tinha, juntamente com as informações.

− O mundo está deixando de ser como o conhecemos, Astor. Nós, Célitas, tínhamos que ser o esteio do Templo Luzeiro e isso não ocorreu ao longo dos milhares de anos.

Tórus estava abalado. Havia muito que não se sentia inseguro.

 − Nos dispersamos entre governos e comandos dos reinos. Os Célitas de Natust querem Thara para governar e reviver o reino deles. Nós não queremos que o reino de Eras caia e talvez, a única coisa que Kamar e Terbs queiram, seja a economia deles estável. Estamos falando dos reinos mais próximos. Outros reinos além do nosso convívio econômico, nem sabemos o que pensam.

− Meu bom amigo, não estou julgando centenas e milhares de anos. Você é o sábio para pensar nisso. Sou prático. Minha família dedicou uma vida por Tejor, e falo sobre uma dedicação de sangue. Quero saber como posso ajudar minha neta nessa passagem e, também, sua filha a sair dessa enrascada. Não acredito que Êlia, Arítes e Tália estejam numa busca por nada e elas não estão ao nosso alcance.

− A Guardiã Êlia sempre me inspirou. Você é meu melhor amigo, Astor. Um homem de caráter ilibado e que nunca me decepcionou.

− Mesmo quando fui enfeitiçado por Serbes?

− Ele tentou, e sabe o que o destruiu? Você, mesmo sob encantamento, resistiu a ponto de dar tempo a Tália para descobrir o feitiço. Você é um homem de virtudes e me dá mais certeza sobre o que fazer. O mesmo não acontece com os sábios Célitas. Eles, hoje, nada me inspiram.

− Aceito o seu elogio. – Meu pai bateu no ombro do amigo. – Então, o que vamos fazer? – Perguntou sério.

Tempos mais tarde, meu pai carregava Brenna nos ombros e Tórus carregava Thara. Chegaram ao estábulo real e colocaram as duas sobre mantas. Haviam colocado roupas simples para não chamarem atenção. Precisavam partir discreta e imediatamente para a cabana do lago.

− Como faremos? Não posso me ausentar do conselho e nem você, Astor.

− Não precisamos estar, os dois, o tempo inteiro no conselho. Levamos elas para a cabana do lago, como você sugeriu, e chamamos a sacerdotisa-curandeira. Vamos nos revezando na vigia delas. Tem ideia melhor?

****

A cabana do lago sempre foi o refúgio de nossa família. Lembro, ainda hoje, com todos os detalhes, a minha primeira noite com Arítes, às margens do lago. Aqueles tempos na cabana foram literalmente mágicos e era um local que meus pais preservavam com muito amor. Era onde se escondiam durante dias, quando queriam se afastar de tudo, depois que me colocaram como rainha de Eras.

Tórus entrou na cabana com a sacerdotisa-curandeira do lago. Ela já estava muito velha e quase cega, contudo sempre foi fiel aos princípios sagrados de Tir e Tejor, além de ser uma visionária e uma sábia mulher.

Na época em que estava prestes a estourar a Batalha de Sangue e Serbes manipulava nossos súditos, foi ela quem me alertou sobre o encantamento de meu pai e me deu a cura. Era a melhor opção deles.

Ela entrou com o cajado, tateando o chão. Inspirou fundo e com a ajuda de Tórus, se aproximou da cama onde haviam pousado Thara e Brenna. A cabana era apenas um cômodo, onde a cama ficava em um lado, a lareira para cozimento na parede de trás e junto a ela, uma bancada para preparar os alimentos.  Não havia quase nada.

− Pelas tetas de uma besta! – Ela falou com um muxoxo. – Vocês são desajeitados mesmo. Acomodem melhor as duas nessa cama. Coloquem lado a lado, e ponham um travesseiro sob as cabeças delas. Ou querem que, quando elas acordem, estejam aleijadas?

Meu pai, rei de Eras, e Tórus, seu conselheiro, levaram um pito e rapidamente fizeram o que ela ordenou. Meu pai começou a contar o que estavam passando, mas a curandeira o interrompeu.

− Minha neta está passando pelo…

− Eu sei o que acontece com ela, homem! Posso estar quase cega para este plano, mas ainda preservo, muito bem, a minha visão dos acontecimentos de toda a vida. Nem sei por que não me procuram mais. A última vez que vi sua filha, estava aqui, se divertindo com a sua nora.

Ela riu e meu pai reparou os dentes perfeitos, que supostamente estariam estragados pela idade da velha mulher. Etou-se. Ela já era velha quando meu pai era criança. Nem imaginava quantos anos a curandeira deveria ter.

− Qual o seu nome, senhora? – Tórus perguntou. – Sempre a chamamos de curandeira e nos ajuda quando pode e, nunca soubemos seu nome.

− Nomes… nomes… O que importa? Quando morrer, se lembrarão de mim pelo que fiz e não pelo meu nome. Continue me chamando de curandeira que este é meu verdadeiro nome. – Ela tremeu o corpo enquanto ria, deixando-os envergonhados. – E eu que sou a cega. Vocês não conseguem enxergar o que está na frente de vocês.

A curandeira se aproximou da cama, passando a mão livre do cajado sobre o corpo de Thara e de Brenna. Era observada por meu pai e Tórus que, pela primeira vez, sentiam uma tranquilidade ilógica, desde que tudo começou.

− Elas estão no mundo da vida espiritual. Sairão deste estado quando forem unidas pelo “laço da vida”. As Guardiãs e a Protetora terão que achá-lo para que elas voltem para o corpo carnal.

Meu pai e Tórus gelaram diante da informação, contudo, antes que pudessem falar qualquer coisa, a curandeira intercedeu.

− Não se apavorem, homens! Vocês são muito dramáticos. Este era o destino delas. Acham, de verdade, que existia qualquer informação que as ajudassem naqueles Escritos?

− Não havia? Minha mulher e filha são Guardiãs e tudo as levavam para ele.

− Ah! Não disse que são todos cegos! As informações trouxeram para este momento – apontou as duas na cama − e fizeram a Lâmia de Luz procurar o que perdeu, além da Guardiã da Indulgência e a Protetora se vincularem a história. A verdadeira direção e realização, será delas! – A curandeira do lago apontou novamente para a cama.

Meu pai e Tórus escutaram tudo atônitos, sem entender muito bem sobre o que a velha falava.

− Agora saiam. Façam o trabalho de vocês que é deixar todos longe disso! Nunca se esqueçam de que há um motivo para que ninguém saiba o que está acontecendo. Serbes foi um mal pequeno. O verdadeiro mal nunca foi destruído. Não confiem em ninguém. Nem nos sábios Célitas, amigos ou mesmo oráculos.  Esta jornada depende do silêncio.

− Mas, e elas?

Meu pai perguntou, terrificado por deixar a neta sob os cuidados de uma velha que, embora já tivesse ajudado muitas vezes, ele mal conhecia. A curandeira apoiou o cajado ao lado da cama, endireitou o corpo, anteriormente encurvado, assumindo uma postura imponente e o encarou. Os olhos já não estavam mais nublados, como os de uma cega, e a face não parecia tão enrugada.

− Elas são minha responsabilidade, agora. Não foi para isso que me chamou? Seu único compromisso é proteger esta cabana, não permitindo que ninguém saiba do paradeiro delas. – Ela deu uma pausa e logo a seguir, pediu. − Ah, só mais uma coisa. Há uma espada, no quarto de rouparias de sua filha. O punho dela está envolto em um couro velho. Traga-a para cá. Não a toquem diretamente. Ela é a espada que vocês chamam de “Macha”. Traga também o pergaminho que deixou a menina Thara neste estado. Não o toquem diretamente também.

− E como faremos isso? Como trazê-los sem os tocar? – Tórus perguntou.

− Ora, isso é um problema de vocês! Acaso não são tão inteligentes que constroem armas, fazem capas que chamam de armaduras para preservar a vida de guerreiros? Inventem alguma coisa.

O rei Astor não soube por que, mas em seu coração se sentia confiante. Fez um sinal afirmativo com a cabeça e saiu. Antes que Tórus o seguisse, a curandeira o chamou.

− Você! – Tórus a olhou. – Você tem o coração nobre e ama esta menina como se fosse sua, além de compreender algumas lutas muito mais do que seu amigo. Ele ama a família com paixão desenfreada. É um sentimento bonito, todavia atrapalha em determinadas decisões. Mantenha-o firme. Elas – apontou a cama – têm uma importância enorme, mesmo estando neste estado.

Tórus meneou a cabeça, saindo logo a seguir.

A Curandeira olhou à volta, saiu da cabana e foi até a carroça que a levara até ali para pegar seus pertences. Aquela seria a moradia dela durante algum tempo. Após ver os cavalos do rei e seu conselheiro se distanciarem, deixou que sua forma normal tomasse o corpo. Ela era uma mulher bonita. Os cabelos grisalhos se transformaram em negro-ébano e os olhos fulguravam na cor da noite. Voltou para a cabana com tudo que necessitava e olhou as duas mulheres, num sono profundo.

− Vamos acabar de uma vez por todas com esse mal!

Falou, exorcizando séculos de espera.

***
Nota: Vamos ver se sai o extra essa semana! rsrs Como foram de feriado?

Bjus



Notas:



O que achou deste história?

9 Respostas para Capítulo XIV – A Sacerdotisa-Curandeira

  1. É, parece que o fato de nossas guardiãs estarem meio perdidas com tantas informações, foi meio que premeditado a acontecer. Já que não há nenhum passo-a-passo nos escritos, indicando o caminho certo a seguir. Sem contar que as informações já vinham se perdendo desde tempos atrás, por seus ancestrais. Como o caso de terem deixado a existência da floresta Du cair no esquecimento.
    Só espero que esses tal de “Dearc” não apareçam.. fiquei com medo só de imaginar eles correndo com os quatro membros…??
    E não é que levar as meninas para a cabana foi o correto a ser feito?! Bendita decisão de Astor e Tórus. Coitadinhos, levaram um pito da curandeira, kkk, não mereciam.
    E por falar na sacerdotisa curandeira… caramba! Mó gatona, em sua forma normal. ??

    Troquei a foto sim, Carol.
    Agora é minha princesa, Brenna, ??
    Beijos!

  2. Estou fascinada com o conto. É leve, divertido e tenso, tudo junto.
    Vou me juntar as outras meninas. Esperando o capítulo extra.
    abç

    • Olá, Meg! Tudo bem com você?
      Obrigada pelo elogio e comentário. Tentarei continuar com essa pegada divertida e tensa. Veremos se consigo.
      O capítulo extra já vai sair.
      Um beijo grande, Meg!

  3. Ahhhh mas com esse final de capítulo, seria maldade vc não postar o extra! Olha só, Thara e Brenna no mundo espiritual, isso me faz lembrar dos eps de Xena contra Alti! Isso vai render demais! ;D

    • Não vou fazer maldade não, Ka. Ele sai hoje.
      Cara, Você lembrou bem! Eu detestava a Alti, são episódios que quase não revejo. kkkkkkkk Mas foi legal você ter lembrado, há um tempo que não vejo Xena. rsrs Vou zapear por uns capítulos. rsrs
      Um beijão, Ka e Valeu!

  4. Carol,
    Mais uma x amei de paixão…
    Êlia, Arítes e Tália ainda vão ter um grande caminho a percorrer q será tudo menos tranquilo.
    Tenho a sensação q já vi essa curandeira agindo. k k k
    Astor e Tórus estão se saindo mto bem e eu adorando cada cap.

    p.s. amei a noticia de cap. estra… e qto ao feriado, foi mto bom… em casa k k k
    Parabéns… arrasando a cada cap.

    • Oi, Nádia!
      Você está certa, de tranquilo o caminho delas não terá nada. rs
      Pode ser que já tenha visto, a curandeira sim. rsrs
      Então, o cap extra está saindo fresquinho hoje! rs
      Beijo grande e Obrigada, Nádia!

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