Sinopse:
Para uma pessoa acostumada a estar entre livros é fácil entender o ditado “Não julgue um livro pela capa”. Nicole era uma das poucas pessoas que realmente seguia o que dizia essa frase. Ela não julgava capas ou títulos ou críticas alheias, ela era o tipo de pessoa que conhecia para falar sobre.
O que Nicole não entendia ainda era que pessoas, as vezes, podem ser como livros. Algumas pessoas tem um conteúdo mais profundo do que seus títulos e capas podem reproduzir. Outras pessoas são surpreendentes com suas nuances de personalidades que, mesmo uma capa impactante não seria capaz de descrever.
Há também pessoas que trazem em suas páginas algo tão difícil, cicatrizes tão complexas, que se expostas a quem pudesse ver poderiam ser a razão do afastamento. Afinal, não são muitas as pessoas dispostas a ler sobre um tema complicado e, muitas vezes, pesado.
Mas havia uma coisa na qual pessoas e livros poderiam se diferenciar e muito. Pessoas escondem ou reprimem seus sentimentos por vários motivos diferentes e julgar a inexistência deles é um erro. As vezes se arriscar no que já lhe é familiar se torna mais difícil do que correr riscos em algo novo.
Algumas pessoas são como livros que corremos o risco de começar. Outras são como finais alternativos que por vezes, em nossa inocência, desconhecemos.
Emma viria a se tornar o segundo tipo de pessoa.
Parte 1
Nicole era uma garota comum, na visão dela. Tinha 19 anos, cabelos castanhos lisos que gostava deixar bem curtos. Seus olhos eram castanhos claros e tinha 165 cm de altura. Ela não gostava de roupas muito justas, não usava vestidos nem saias e adorava coturnos e tênis. A lateral direita de seu cabelo havia sido raspada alguns meses antes, um visual que ela vinha adquirindo coragem a tempos para ter.
Nicole foi criada apenas pelo pai e, desde muito cedo, havia aprendido a ajuda-lo e a ajudar a si mesma. Mesmo sendo um homem simples seu pai tinha a mente aberta e era muito compreensivo. Por isso, quando contou a ele que era homossexual, apesar de ter sentido muito medo foi bem aceita. Claramente seu pai demorou algum tempo para conseguir se adaptar àquela informação.
Os dois moravam num pequeno apartamento em um bairro de classe média baixa. Sua mãe abandonara ela e seu pai quando Nicole tinha 3 anos de idade, desde então ele a sustentou sozinho com diversos trabalhos. Desde que tinha 15 anos seu pai trabalha como vigia em uma empresa de segurança privada e, com isso, havia conseguido arcar com os custos de seus estudos e com a compra do simples apartamento.
Por uma decisão própria ela havia escolhido não ingressar na universidade logo que saiu da escola. Sabia que seu pai não seria capaz de bancar os custos de um curso, mesmo sendo um como jornalismo. Ela então decidiu arrumar um trabalho e ficar algum tempo nele juntando dinheiro para ser capaz de se sustentar quando fosse dar continuidade em seus estudos. Por esse motivo havia conseguido um emprego numa livraria dentro de um dos grandes shoppings da cidade.
Estava ali a quase oito meses, havia conseguido a vaga por conta de ter sido indicada pela ex-funcionária que havia pedido demissão por que iria se mudar. A mulher que trabalhava lá havia conhecido Nicole a alguns meses e as duas tinham firmado uma pequena amizade que resultou nela sendo indicada para a vaga. O gerente da loja havia gostado da forma como Nicole atendia aos clientes porque a garota, além de conhecer muito sobre literatura, gostava de conversar com as pessoas e acabava fazendo indicações. Graças a esse emprego ela conseguia juntar uma boa quantia por mês, comprava seus livros com um bom desconto e acabou por fazer alguns amigos.
Anton era um rapaz de 23 anos, 177 cm de altura e cabelos castanhos escuros. Seus olhos também eram castanhos e sempre tinha a barba por fazer. Trabalhava numa loja de esportes logo de frente para a livraria. Conheceram-se quando, num dia de muito movimento na praça de alimentação, eles acabaram dividindo uma mesma mesa durante o almoço. Anton era extrovertido e engraçado, acabou puxando conversa com Nicole e os dois acabaram se tornando amigos após começarem a almoçar todos os dias juntos.
Alguns meses depois de conhecer Anton o rapaz apresentou Nicole à Catherine, uma garota que trabalhava numa loja de instrumentos musicais no andar superior do shopping. Diferente de Anton e Nicole, Catherine era filha de um empresário que havia decidido sair de casa. Recebia uma pequena mesada dos pais, havia ganhado seu apartamento e também não pagava contas de água, luz ou internet. Ela tinha 22 anos e 173 cm de altura, havia começado a faculdade de Arquitetura, mas trancou a matrícula logo depois de começar a trabalhar naquela loja de instrumentos musicais.
Anton a conhecera pelos corredores e nos estacionamentos, ambos trabalhavam nas mesmas lojas a mais de um ano. O rapaz já havia ido comprar uma guitarra para presentear o irmão mais novo e os dois haviam acabado firmando uma amizade. Quando soube que Nicole era lésbica resolveu apresenta-la à Catherine, que ele também sabia gostar de mulheres. Desde então os três passaram a conviver e, às vezes, Nicole aceitava acompanhar os dois a bares e boates durante os fins de semana.
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Naquele início de verão Nicole havia chegado para trabalhar sem esperar que encontraria uma surpresa. Seu gerente já havia informado que buscava mais um funcionário. As vendas e o movimento começavam a aumentar e Nicole acabava por ficar sozinha na livraria durante a parte da tarde. Quando chegou, às 9 horas da manhã, para trabalhar ela não sabia que a nova funcionária já havia sido contratada. Como todos os dias ela chegou e a livraria já estava aberta. Seu gerente abria a loja e ficava no caixa quase o dia todo, era sempre ele a abrir e a fechar.
Nicole trabalhava das 9 horas da manhã até as 19 horas da noite. Seu horário de almoço era das 12 até as 14 horas e assim que ela voltava sua colega de trabalho saia. Amanda trabalhava apenas meio período e, na parte da tarde, apenas Nicole ficava presente na livraria. Naquela manhã seu gerente lhe deu a notícia de que na parte da tarde ela teria uma nova colega de trabalho. Durante o almoço Anton brincou dizendo que ela poderia acabar tendo que trabalhar com alguma garota chata ou feia e Nicole, apesar de rir, torcia para sua nova colega não ser uma má pessoa. Apesar dela achar que a ideia e beleza de seu amigo era boba.
Quando chegou depois de seu horário de almoço, às 14 horas, já encontrou uma moça nos fundos da livraria, usando o mesmo uniforme que ela. De longe ela pode notar que a garota era delicada por colocar com calma e ajeitar pacientemente os livros que estava organizando. Notou que o cabelo dela era de um tom de loiro dourado e percebeu também que ela era mais alta. Tinha um corpo magro e esguio e parecia estar tranquila e animada enquanto circulava entre os livros. Ela então cumprimentou seu gerente e caminhou até os fundos da livraria para se apresentar.
– Boa tarde, eu sou Nicole e trabalho aqui também – disse ela se aproximando da moça que se virou para encará-la.
A garota tinha olhos azuis acinzentados, seus cabelos eram ondulados e desciam até abaixo de seus ombros. Ela realmente era tão magra quanto Nicole havia pensado, diriam que tinha o corpo de uma modelo.
– Prazer – disse ela mostrando um sotaque diferente e desconhecido – Meu nome é Emma – se apresentou segurando a mão que Nicole lhe estendia.
Emma tinha 21 anos e 171 cm de altura. Quando se deparou com o sorriso singelo e, de certa forma, tímido ela acabou não conseguindo não sorrir de volta. Era uma pessoa reclusa e quieta, dificilmente se abria e, mesmo seus sorrisos, eram difíceis de aparecer. Mas sentiu-se muito à vontade na presença da nova colega de trabalho que agora sabia se chamar Nicole.
A menor ficou impressionada e, de certa forma, intimidada. Achou o sorriso de Emma lindo e ficou surpresa com o tom acinzentado dos olhos dela. Quando suas mãos se tocaram Nicole sentiu um leve tremor percorrer seu corpo e mordeu o lábio inferior baixando o olhar e erguendo a mão esquerda para a parte posterior da cabeça coçando a nuca de forma desconfortável enquanto Emma mantinha as mãos das duas juntas.
Quando se soltaram Emma notou o leve rubor no rosto da colega que pareceu desconcertada. Nicole se ofereceu para explicar e ajudar no que fosse preciso, mas logo depois uma pessoa entrou na livraria e a mais baixa saiu dizendo que iria atender o cliente. Emma a observou notando que a colega de serviço era tranquila e se pegou pensando que ela tinha uma voz muito agradável de se ouvir.
Com o tempo elas ficavam mais próximas dando início a uma amizade. Emma admirava o jeito tímido de Nicole e como, mesmo com a timidez, ela não se impedia de fazer seu serviço e conversar com os clientes. Percebeu também que haviam alguns clientes regulares que apareciam ao menos uma vez por semana para conversar com a menor e sempre levavam alguma coisa. Com o tempo se abriram uma com a outra e passaram a conversar sobre qualquer assunto, exceto um. Emma não falava sobre sua vida antes de se mudar e Nicole não perguntava por notar o quão triste a loira ficava ao tocarem no assunto. Criaram uma inusitada cumplicidade. Eram muito diferentes, mas encontravam semelhanças em suas diferenças.
Emma era mais feminina, usava sempre blusas leves e, vez ou outra, vinha com vestidos e saias na altura dos joelhos. Nicole odiava saias e estava sempre com calças jeans, muitas delas com rasgos na perna, e com tênis ou seus amados coturnos. Mesmo assim Nicole tinha uma sensibilidade, delicadeza e gentileza que por muitas vezes surpreendia a todos, inclusive Emma. Seus gostos por livros também eram incrivelmente diferentes. Enquanto a loira preferia romances e aventuras, as vezes um ou outro drama. Já a menor preferia as ficções e mitologias ou os suspenses. Com o tempo foram se aproximando cada dia mais até que pareciam amigas de longa data, mesmo tendo se conhecido a menos de dois meses.
Certo dia estavam empenhadas na organização dos títulos que haviam nas prateleiras, receberiam livros novos naquela semana e queriam estar com tudo já organizado para colocar esses novos livros em seus devidos lugares. Tão distraídas ficaram que David, o gerente da livraria, teve que ir até elas nos fundos da loja para informa-las que já tinham passado de seus horários de expediente. O relógio de pulso com delicadas pulseiras finas de metal que estava no braço de Emma marcava exatas 19 horas e 25 minutos quando as duas se desculparam por enrolar e foram pegar suas coisas.
Emma trazia sua pequena bolsa azul pendurada no ombro e caminhava ao lado de Nicole que tinha sua mochila preta jogada no ombro esquerdo. Conversavam sobre os novos títulos e a nova série de livros que iria ser lançada. Tão distraída estava que a mais nova se esqueceu completamente de que havia marcado com Anton para comerem algo após seu expediente, já que não se viam a quase uma semana. O rapaz tinha estado de folga e ela tinha almoçado em casa na semana anterior para ajudar o pai que havia ficado doente. As duas passavam por entre a praça de alimentação quando Anton as viu e foi em direção a elas.
– Agora entendo porque fui deixado de lado – disse ele sorridente parando logo atrás de Nicole que, de susto, acabou dando um pequeno pulo no lugar.
– Anton! – disse ela surpresa e se virando na direção do amigo, então se recordou do compromisso que tinha com ele e ergueu uma das mãos a cabeça – Meu Deus! Eu me esqueci que tínhamos marcado de comer algo. Desculpa amigo, eu juro que não quis te esquecer – falou ela ficando claramente arrependida de ter se esquecido completamente do amigo.
Emma não disfarçou o sorriso ao ver a reação fofa de Nicole e como ela realmente havia ficado arrependida. Anton riu da amiga, mas não parecia chateado. Ele encarou a loira e então se aproximou de Nicole.
– Não vai nos apresentar? – ele perguntou dando um pequeno empurrão de leve na amiga enquanto olhava para Emma.
– Ah, certo – falou Nicole se recordando que eles ainda não se conheciam e ficando confusa com o olhar que o amigo direcionava a sua nova amiga – Emma esse é o Anton, meu melhor amigo. Anton essa é Emma, a garota nova que começou a trabalhar comigo que eu já havia comentado com você – disse ela gesticulando de um ao outro.
– É um prazer finalmente conhece-la, Emma – disse Anton estendendo a mão na direção de Emma.
– O prazer é meu, Anton – ela respondeu com um sorriso segurando a mão dele.
Antes que ela pudesse reagir Anton se inclinou erguendo as mãos deles e deixou um beijo no dorso da mão da loira que ergueu uma sobrancelha para o gesto do rapaz. Ele lhe direcionava um sorriso galante e ela tratou de puxar sua mão que ele ainda segurava. Nicole rolou os olhos para a tentativa descarada de flerte que o melhor amigo usava, mas algo nela se incomodou com o jeito abusado característico de Anton.
– Não liga pra ele Emma – falou ela dando um sorriso divertido tentando ignorar a sensação de antes – Anton é um conquistador barato.
– Hey! – reclamou o garoto com uma falsa expressão de mágoa – Você é minha melhor amiga, tinha que me ajudar e não me destruir. O que ela vai pensar de mim agora?
– A verdade – falou Nicole rolando os olhos, mas rindo do amigo e Emma segurou um sorriso por conta do jeito solto com que os dois brincavam um com o outro.
– Aceita se juntar a nós para um café ou um lanche? – perguntou Anton tentando ter a atenção da loira.
Emma negou o convite dizendo que queria ir logo para casa. Anton tentou insistir, mas ela foi firme em dizer que precisava de um descanso depois daquela semana. Parte de Nicole ficou triste por saber que só voltaria a ver a loira na segunda, já que não trabalhava no domingo. Mas uma parte dela ficou aliviada por não ter que ver mais o amigo tentando flertar com Emma.
Quando foram se despedir Anton estendeu novamente a mão para ela, mas Emma foi mais rápida segurando a mão dele de forma firme e impedindo que ele a puxasse para cima. Antes que ele conseguisse reagir ela já estava puxando sua mão para si novamente e soltando um riso baixo. Ele apenas que deu de ombros reconhecendo que fora passado para trás. Emma então ficou frente a frente com Nicole que ergueu o olhar se perdendo nos olhos acinzentados da loira.
– Não se esqueça daquele livro que me prometeu – disse ela com um sorriso que foi retribuído por um sorriso maior ainda da mais nova.
– Juro que não vou. Segunda-feira ele estará em suas mãos – respondeu ela ajeitando a mochila no ombro e sorrindo – Assim vai poder me dar sua opinião definitiva, mas aposto que vai gostar.
– Veremos – sorriu Emma se aproximando para se despedir.
Ela colocou a mão direita sobre o ombro esquerdo de Nicole e se inclinou deixando um singelo beijo do lado direito do rosto da menor. Logo depois disso a loira se virou e seguiu caminho sem perceber que havia deixado uma Nicole boba com o pequeno toque dos lábios cobertos de batom rosa em seu rosto. Ela até tentou disfarçar, mas Anton notou seu olhar abobalhado, como ele descreveu, e teve de aguentar as brincadeiras do amigo. Vez ou outra se distraia pensando que queria que o restinho do sábado e o domingo passassem rápido para a segunda chegar logo.
Nas semanas seguintes sempre que podia Anton levava um copo de café para a loira na livraria durante suas horas de folga. Sempre tentando acertar o sabor preferido dela, segundo ele. Nicole já estava acostumada com o jeito do amigo, mas, pela primeira vez, ficou muito incomodada em assistir as tentativas dele em conquistar Emma. Mas a loira já não estava mais aguentando as investidas e decidiu deixar mais claro ainda para o rapaz. Numa das tardes disse que o achava um ótimo rapaz, mas que não tinha interesse amoroso nenhum nele. Chegou a dizer que adoraria tê-lo como amigo, mas que se ele não parasse com as tentativas de conquista ela seria obrigada a afastá-lo.
Anton não estava realmente interessado na loira, mas a achava uma mulher bonita demais para que não tentasse nada. Só que o rapaz já havia percebido o desconforto da amiga e os olhares que Nicole lançava a loira quando a mais velha estava distraída. Ele não se ofendeu com o fora que levou e, a partir dali, ele e Emma se tornaram apenas amigos e ele passou a trata-la como tratava Nic.
Certa tarde, logo antes de Emma completar 4 meses de serviço, Anton chegou à livraria acompanhado. Era um dia de pouco movimento e ela tinha ido até os fundos guardar um livro que achou fora do lugar. Viu Nicole abraçar o amigo e depois abraçar a outra garota que se aproximou com ele. Curiosa Emma foi se aproximando e notando detalhes sobre a desconhecida. Quando se aproximou foi apresentada à Catherine.
A garota trabalhava numa loja de música no andar superior e conhecia Anton de festas. Naquele dia ela usava uma bota com salto baixo preta, um jeans preto, uma regata vermelha do AC/DC e uma jaqueta preta. Tinha a maquiagem destacando os olhos verdes e um batom vermelho que chamava a atenção. Seus cabelos chegavam abaixo de seus ombros e eram platinados com as pontas pintadas de rosa. Anton foi o primeiro a perceber o olhar curioso e interessado de Catherine, mas Nicole logo notou o mesmo. O que deixou a menor desconfortável foi o fato de ver Emma analisar a outra.
Catherine os chamou para irem a uma casa de shows onde ela iria substituir o guitarrista em uma banda de um amigo dela. Anton já havia aceitado o convite e, quando Emma aceitou também Nicole resolveu dizer sim. Marcaram de se encontrar na frente do lugar no sábado à noite e, no dia seguinte, lá estavam os três chegando juntos. Cathe os colocou para dentro sem que precisassem enfrentar a fila ou pagar as entradas. Seus cabelos platinados refletiam muito mais as luzes coloridas de dentro do lugar enquanto ela os guiava para uma mesa próxima ao bar.
Usava um jeans claro naquela noite com um tênis vermelho e uma jaqueta branca de couro, por baixo da jaqueta havia apenas um top preto deixando à mostra seu abdômen liso. Ela ficou com eles por alguns minutos nos quais teve toda a atenção de Emma o que deixou Nicole desconfortável. Quando Cathe subiu ao palco a atenção de Emma se dividiu para Anton e Nicole de novo. Num momento em que a banda fez uma pausa e um DJ assumiu a loira chegou a arrastar Nicole para a pista de dança. As duas riram muito das tentativas da menor de acompanhar os passos da loira já que ela não sabia dançar.
Quando o show finalmente acabou e o DJ assumiu permanentemente o repertório a pista de dança voltou a encher, mas dessa vez era Catherine quem arrastava Emma. Anton sempre achava alguém para dançar entre uma música e outra, mas Nicole acabou ficando na mesa que eles tinham pego quando chegaram. Até que, algum tempo depois do DJ começar, ela saiu da mesa e foi direto ao bar. Anton que vinha voltando da pista não entendeu, afinal a amiga não era acostumada a beber.
Ele acabou olhando em volta e entendeu o porquê de Nic ter saído tão rápido da mesa, era porque ela não queria assistir o que estava acontecendo na pista. Catherine e Emma estavam dançando muito próximas, a loira tinha seus braços sobre os ombros da maior e Cathe envolvia a cintura dela com um dos braços. Os rostos das duas estavam colados e elas sorriam enquanto se olhavam. Ele foi atrás da amiga o mais rápido que pode e a encontrou sentada num banco bebendo um drink.
– Você não quis ir atrás, apareceu alguém que foi – disse ele parando ao lado dela e vendo-a beber o líquido colorido.
Ele ainda tentou conversar, mas foi ignorado e, quando o drink acabou, ela pediu uma dose de vodka. Quando a dose chegou Anton a pegou antes virando o conteúdo do copo na própria boca e recebendo um forte soco no braço, mas não se intimidou. Pegou seu celular e mandou uma mensagem a Catherine, apenas para que ela não tentasse encontra-los quando notassem que eles haviam sumido. Pegou o braço de Nicole e a arrastou para fora do lugar. Mesmo a contragosto ela já começava a sentir o efeito do drink e não conseguiu evitar se levada até a casa do amigo.
Depois de uma das primeiras ressacas de sua vida ela foi capaz de iniciar uma conversa com o melhor amigo no dia seguinte. Anton tentou de todas as formas convencê-la de que deveria conversar com Emma, mas nada a fazia mudar de ideia a respeito do assunto. Nicole se recusava a colocar em risco a sólida amizade que elas tinham construído por conta de um sentimento que ela acreditava indiscutivelmente ser unilateral. Ele tentou de todas as formas possíveis fazer a melhor amiga perceber que não poderia simplesmente abrir mão da pessoa que ela queria. Apesar de admitir que estava sim apaixonada pela loira ela decidiu que não tentaria nada.
Anton sabia que iria continuar a insistir para a amiga mudar de ideia. Sabia também que Nicole acabaria sofrendo enquanto não tentasse nada. O que lhe tranquilizava era saber que Catherine não costumava ter relacionamentos longos. Já havia visto-a com diversas mulheres, algumas muito bonitas e inteligentes, mas nada que durasse mais de uma semana. Apesar de alguns desses romances darem origem a boas amizades ele sabia que ser fiel e se manter numa relação estável estava longe dos desejos de Cathe. Infelizmente ele não poderia ter imaginado que com Emma seria diferente, se o tivesse nunca teria permitido que Nic ficasse calada por tanto tempo.
N/A: Entre Capas e Títulos foi idealizada para ser um conto, mas eu tenho um sério problema em escrever algo com apenas um capítulo, o que resultou em mais de 9 mil palavras nesse conto. Por essa razão escolhi dividi-lo em 3 partes que serão enviadas de uma única vez. Desculpe o excesso de trabalho pro pessoal responsável pela moderação do site!!
PS: Eu adorei o site ter uma moderação, mas me sinto mal em dar trabalho aos outros. Por isso Nightingale está sendo atualizada aos poucos (afinal mandar 102 capítulos de uma única vez seria um exagero; essas pessoas da moderação com certeza tem uma vida também). Então, desculpa pessoal da moderação pelas mais de 9mil palavras =P
Bjs
;]
Olá, estou gostando dessa historia! Se apaixonar pela melhor amiga é fogo! mas eu se fosse a Nicole falava o que esta sentindo para a Emma. Agora ela vai assistir a
Emma namorando a Catherine, sera?
Beijos
Fica na Paz
Macoty
Oii =D
Realmente é difícil, ainda mais no caso da Nicole que meio que foi se apaixonando ao mesmo tempo em que virava melhor amiga da Emma >< (Tadinha)
É, infelizmente ela acabou tendo que assistir porque não tomou nenhuma atitude antes.
Bjs
;]