APENAS UMA HISTÓRIA

Capítulo IX – A bondade e o caminho da guerreira

Xena e Gabrielle estavam acampadas a um dia de distância da cova de Bacco. Elas acompanharam Eve até uma distância que consideraram segura e depois retornaram para a beira de um lago que haviam passado.
Gabrielle estava montando o acampamento e alimentando Argo e Aglaio, enquanto Xena caçava algo para comerem. Xena se distanciou um pouco mais mata à dentro.
— Ares… Apareça. Sei que está me vigiando! — Falou com irritação.
— Fico me perguntando, por que matou Yodoshi? Tínhamos um acordo! Você não poderia deixar Bacco retornar!
— Eu não tinha acordo nenhum com você, Ares! Eu disse apenas que iria tentar resolver o problema e o problema era Yodoshi e Bacco virem juntos!
— Yodoshi era o menor dos problemas.
— Para você, talvez sim…
— Yodoshi não era um deus! — Ares falava irado.
— Yodoshi era um mal. Não era você que dizia que um deus nascendo deus, tinha suas obrigações? Yodoshi viria com poderes de um deus e não nasceu como um deus. Fiz uma escolha baseada nos seus próprios princípios!
— Que tártaro, Xena! Yodoshi eu poderia controlar! — Ares se descontrolou. Xena abriu um sorriso sarcástico.
— Muito bem, então era isso. Você queria controlar Yodoshi para os seus joguinhos de guerra. O que o faz pensar que conseguiria controlá-lo? Você não o conheceu como eu conheci, Ares!
— E você ainda tem um problema em suas mãos! — Ares falou desaparecendo.
Xena balançou a cabeça sorrindo e falando para si mesma. — Cada vez que eu o encontro, ele aparece mais egocêntrico e arrogante.
Retornou ao acampamento com algumas codornas para assarem.
— O que Ares queria?
Xena olhou Gabrielle surpreendida.
— Xena, ele estava nos seguindo desde que deixamos Eve. Sabia que uma hora ele apareceria para você, o assunto dele não é mais comigo.
— Então você consegue percebê-lo realmente?
— Claro! Durante dez anos eu quem fui o objeto de interesse dele. Você não estava mais aqui e ele estava solitário de seu amor. — Gabrielle tinha um sorriso irônico nos lábios.
— Não me irrite, Gabrielle. Eu não sou o amor de Ares, nunca fui. Ele ama unicamente a si. — Irritou-se.
— Calma, minha linda guerreira, eu estava só brincando! — Gabrielle ainda sorria.
Xena arqueou uma de suas sobrancelhas. Gabrielle estava terminando de acender a fogueira. Balançou a cabeça sorrindo, sentindo que Gabrielle estava mais relaxada. Foi se postar ao seu lado, colocando as codornas em cima de uma pedra.
— Respondendo sua pergunta, ele veio questionar por que matamos Yodoshi e não Bacco. Estava bem irritado. — Um sorriso malicioso se fazia em seu rosto.
— Ele não desiste, não? — Gabrielle pegava as codornas para prepará-las. — Na realidade, eu acho que Eli e Lao Ma estavam envolvidos por saberem que Ares permitiria que Yodoshi retornasse e, no fundo, sabiam que Bacco acabaria vindo. O problema sempre foi esse. Com os dois juntos as coisas sairiam dos eixos.
— Como disse a Ares, Bacco é um deus. Independente de qualquer coisa, ele tem responsabilidades e não pode exatamente sair por aí convertendo tudo a seu modo. Isso causaria um desequilíbrio.
— Então, Yodoshi era uma espécie de jogo entre Ares e Bacco, Xena?
— Acredito que sim, Gabrielle. Mas ainda temos que lidar com ele, pois com Zeus, Athena e todos os outros fora do Olimpo, a vinda de Bacco não é uma boa opção. Ares e Afrodite no trono olimpiano se equilibram, pois apesar de Ares ser o deus da guerra, tem Afrodite como deusa do amor para as forças se igualarem. Mas com Bacco, a balança não ficará muito equitativa.
— Vamos descansar hoje, para podermos ver o que vamos fazer.
— Mas, não podemos perder muito tempo. Já está anoitecendo e realmente não poderemos fazer nada agora, mas se minha intuição estiver correta, em breve teremos algumas meninas virando Bacantes. Bacco já tinha seguidores a seu dispor. Muito provavelmente já mandou pegar algumas garotas para transformá-las em Bacantes.
Gabrielle franziu o cenho em preocupação.
— É… Suponho que não seria prudente nos aproximarmos agora à noite da cova, não?
— Acho que não mesmo, Gabrielle.
— Vamos comer. Não há muito que fazer agora.
— Eu não acho isso! — Xena lançou um olhar devorador para Gabrielle.
— Xena! Precisamos nos alimentar.
— Eu estou querendo me alimentar… — sorriu.
— Hahahaha. Não esse tipo de alimento! — Segurando uma codorna já assada no espeto, Gabrielle falou — Esse aqui.
— Está bem, sem graça. Poderíamos fazer os dois.
— É? E como? Me mostre. — Gabrielle se aproximou de Xena levando a codorna assada aos seus próprios lábios, mordendo sedutoramente a carne. Cerrou os olhos mastigando apreciativa. — Hummmm! Está uma delícia realmente. — Abriu os olhos e passou a língua nos lábios sensualmente. Seus olhos pareciam fogo. O verde estava intenso em um turbilhão.
— Eu criei um grande monstro de uma pequena criatura dócil! E vamos nós novamente.
— Hahahahaha. Xena, assim você acaba com a minha performance de sedução!
Xena segurou Gabrielle pela cintura sorrindo e a aproximou de seu corpo. O calor que emanava da pequena em seus braços, a fazia se encantar querendo se perder de vez em seu amor.
— Gabrielle, você por si só já me seduz, mas realmente fica uma gracinha quando se esforça para isso. — Sorriu e baixou seu rosto até alcançar os lábios de Gabrielle. Mordeu levemente a carne rubra dos lábios de sua amada. Escutou-a soltar um delicioso gemido. Pressionou mais seus lábios contra os da barda e a sentiu entreabrir para dar passagem a sua língua. Preencheu a boca da Barda com sua língua quente e emaranhou seus dedos naqueles cabelos cor de trigo, trazendo a cabeça de sua amada para fazer o contato mais forte. Outro grande gemido era proferido através dos lábios de Gabrielle.
Um som. Um barulho foi ouvido por ambas às guerreiras, vindo da mata. Estancaram os movimentos, mas não se afastaram para não alarmar quem estivesse à espreita. Xena falou entre os lábios de Gabrielle baixinho.
— Que tártaro! Não temos sossego! — Gabrielle sorriu de sua amada. Sua calma e irritações nas horas mais tensas.
— São dois, Xena.
— Eu sei. — Ainda estavam abraçadas. — Quer que eu acabe com os dois ou vai dividir esse pequeno fardo comigo? — Falavam muito baixo para que alguém não pudesse entender do que estavam conversando.
Gabrielle se desvencilhou do abraço sorrindo e, com calma, se virando para as fogueiras e as codornas.
— Acho que você dá conta. Vou virar as codornas enquanto você resolve isso. — Olhou novamente para Xena sorrindo e esta revirou os olhos.
— Deuses! Me lembro do tempo em que brigava comigo por não deixar ninguém para você se ocupar! — Xena em apenas um movimento pulou na mata e pegou os dois espiões pelo colarinho já os trazendo para a clareira.
— Por favor! Não bata em nós!
— Xena, pare! São apenas aldeões!
— Sim, agora estou vendo. Mas por que estavam nos espionando? — Olhou para os dois seriamente com uma sobrancelha elevada.
— Eu… Nós…
— Pare de gaguejar, homem! Fale logo! — Xena largou os dois homens no chão.
— Estávamos procurando vocês… Vocês são Xena, a Princesa Guerreira e Gabrielle, a Guerreira Barda de Potedia, não são?
— Sim. Eeee…?
— Somos de Namata, fica a meio-dia de viagem ao norte daqui. Precisamos que alguém nos ajude a encontrar nossas mulheres que estão desaparecendo. Disseram-nos que vocês duas ajudaram um grupo de moças e crianças que haviam sido raptadas…
Gabrielle olhou para Xena meio que confirmando sua suspeita.
— Já começou, Gabrielle.
— O que já começou? — Perguntou um dos homens.
— O deus Bacco voltou e pelo visto está recrutando algumas mulheres para serem suas Bacantes. — Respondeu Gabrielle.
— Por Eli! Então estamos perdidos.
— Vocês estão acampados longe daqui?
— Não estamos acampados, reunimos algum dinheiro com os homens da aldeia para pousarmos em Pelakanos.
— Pelakanos está a mais ou menos meia marca daqui. Voltem para a estalagem e durmam bem, amanhã cedo voltem a sua aldeia e tranquilizem seus amigos. Nós nos encarregaremos disso. — Disse Xena com propriedade.
— Muito obrigado, Princesa Guerreira, nos disseram que vocês eram as pessoas certas a procurar. Sinto-me muito honrado em conhecê-las, pois a minha vida inteira escutei sobre todas as histórias de suas bravuras para defender o povo, mas nunca imaginei que fosse possível conhecê-las pessoalmente.
Gabrielle se aproximou de Xena e tocou seu ombro, percebendo que ela estava constrangida com a demonstração de afeto dos homens.
— Não há nada que agradecer, somos pessoas tão comuns quanto vocês. Apenas aprendemos muito com anos de estrada. — Falou Gabrielle. Os homens acenaram com a cabeça e levantaram para tomar o caminho de volta a Pelakanos.
Xena estava calada e pensativa.
— Acostume-se, Xena. Depois que se foi e correu a notícia que havia perecido em Higuchi, todos contaram maravilhosas histórias sobre a bondosa Princesa Guerreira que deu sua vida para defender os oprimidos.
— Não vou dizer que não me redimi, mas bondosa?
— Hahahahaha! Xena, quando se tem alguém que os defenda de coisas ruins, e que não são poucas as coisas ruins que acontecem, sim. Você e eu somos bondosas para eles. — Gabrielle acariciou o rosto de Xena, se perdendo em seu maravilhoso olhar azul e brilhante. Xena abraçou novamente a barda pela cintura.
— Bem, onde estávamos mesmo?
— Xena!
— O que é? Vai me dizer que já desistiu de me seduzir?
Gabrielle passou os braços pelo pescoço de Xena e falou bem próximo a seus lábios.
— Eu tenho escolha?
— Não.
Xena a arrebatou novamente para um beijo e apertou-a contra seu corpo, fazendo com que tremessem em desejo. Gabrielle entreabriu as pernas e encaixou uma das coxas de Xena entre as suas mostrando-lhe o empíreo úmido que apresentava. Xena gemeu instruída e agradavelmente surpresa com a atitude sensual e sedutora de sua pequena barda, que outrora fora uma menina tagarela, mas relativamente recatada em relação aos assuntos do prazer. Essa faceta de Gabrielle ainda a espantava, porém, era extremamente gratificante. Deixou que Gabrielle conduzisse seu prazer. Sem apartar em nenhum momento da boca que alimentava sua excitação, Gabrielle começou a movimentar seus quadris apertando cada vez mais a coxa de Xena. Um som rouco emergiu dos lábios de Xena, que foi imediatamente tragado por uma loira cheia de atitude que parecia beber de uma fonte nutrida pelos deuses.
— Gabrielle, você está me enlouquecendo… — Falou por entre os lábios da barda.
Sem nenhuma palavra, Gabrielle afastou ligeiramente o rosto para olhar dentro dos olhos azuis de seu amor, pegou sua mão e puxou para entre as pernas por baixo de sua saia, aproximou os lábios do ouvido da guerreira e com a voz já embargada pela antecipação do prazer sussurrou.
— Me penetre, Xena, me faça gozar, que eu já estou mais do que pronta.
— Hummm — Xena desatinou. Segurou firmemente a cintura da loira e a preencheu.
— Ahh! Que gostoso, amor!
Os gestos e palavras de Gabrielle faziam Xena excitar-se em escalas estratosféricas. Com os dedos dentro da loira e o polegar em seu clitóris, movia e parecia que movimentava automaticamente seus próprios quadris sem perceber. Mais uma vez Gabrielle a surpreendeu colocando a mão por baixo de sua saia, afastando com urgência sua peça íntima, penetrando-a sem hesitação. Seus joelhos fraquejaram quando o gozo veio inclemente. Ambas ajoelharam abraçadas, deixando que os tremores do clímax percorressem seus corpos. Passados alguns minutos, em que sentiam a leveza do amor atendido, Gabrielle saiu do esconderijo que era o pescoço de sua guerreira e olhou a fogueira ao lado.
— Parece que vamos comer codornas torradas. — Falou com um sorriso leve e um rosto serenado. Xena sorriu também.
— Nunca havia feito amor em pé sem que nada me apoiasse, parece meio perigoso.
Gabrielle abria mais o sorriso, sabedora do humor sarcástico de sua guerreira, esperava pela conclusão.
— O quê? Não vai falar nada?
— Estou só aguardando, Xena. — O sorriso se mantinha em seu rosto.
— Ei! Estou falando sério! Poderíamos ter caído e nos queimado na fogueira ou qualquer coisa assim.
— Não está falando sério, né, Xena?
Xena elevou uma das sobrancelhas.
— Claro que estou! — Xena buscou sua expressão mais séria. — Só estou querendo te alertar para que, da próxima vez que queira me derrubar desse jeito, olhe ao redor para não danificar a mercadoria. Você poderia ficar sem esse corpinho lindo que só te proporciona alegrias. — Dessa vez não aguentou e deu uma sonora gargalhada. Gabrielle lhe deu um tapa no ombro, já se levantando para ver se conseguia salvar alguma codorna assada.
— Pois, saiba que em batalha você tem que estar sempre alerta para todos os perigos que a cercam, então se você se distraiu foi porque esse corpinho aqui… — Gabrielle fez uma pausa e uma mesura para mostrar seu corpo para a guerreira. — Tem talento para derrubar uma mera mortal.
— Ahhh sua… — Xena já levantava para correr atrás da barda insolente, como ela mesma dizia, e Gabrielle se resguardava em volta da fogueira. As codornas foram esquecidas e a noite se transformou em uma profusão de gemidos e palavras de amor.

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O dia clareava e as nuances de um novo alvorecer inundavam as pálpebras súplices de uma guerreira exausta da noite prazenteira passada. Mas sua consciência nunca tivera descanso desde o dia que olhou a íris mais verde que a mata na primavera lhe alcançara. Com toda a plenitude de beleza, inocência e bondade que algum dia pode sequer imaginar no mundo conhecido.
Lembrava-se do dia em que se conheceram e da época em que queria retornar à sua paz. Ainda com os olhos cerrados, tinha a plena sensação em seu corpo no momento fatídico em que vira uma jovem ser acharcada por guerreiros escravagistas e de sua coragem… Seu olhar… Queria a remissão de seus pecados, mas naquele momento isso não importava. Não queria a absolvição naquele momento. Queria apenas salvar aquele pequeno corpo, cheio de vida e forças para a luta contra a injustiça de um mundo cruel. Pequena… Frágil… E iluminada… Era isso. Gabrielle era simplesmente o recipiente da luz de sua vida. Como a fez sofrer! Como a fez crescer e como ela, Xena, a condenou a um amor mais forte que a própria eternidade! Não a deixaria mais nem em um bilhão de anos…
Gabrielle se remexeu em seus braços. Sonhava. No sono imerso, apertou a guerreira em seus braços, agora fortes e imperiosos diferentes daqueles de outrora. Sussurrava agitada…
— Xena…XENA!
— O que foi, meu amor?!!
A guerreira a estreitou mais em seu braço.
Gabrielle levantava suada e com os olhos embaçados pela agonia.
— Xena, eu sonhei… — Sua face suada e seu olhar vago não condiziam com a Gabrielle que Xena fora reapresentada nos últimos tempos. Pelo menos aos que diziam os tempos de sua nova vida.
— Calma! O que foi? Eu estou aqui.
— Sonhei que estava com problemas… Havia muito sangue…
Xena a olhou com ternura. Sabia que sua amada era um oráculo. Por vezes, ela sonhou e as livrou de infortúnios, mas não deixaria que isso que ela havia sonhado as detivesse. Sabia que esses sonhos aconteciam para alertá-las.
— Gabrielle, toda vez que sonhou foi para nos alertar. O que você sonhou exatamente?
— A adaga.
— A adaga o quê?
— A adaga de Hélios em você… por Bacco… em seu abdômen…
Xena a estreitou em seus braços e beijou sua fronte.
— Recado dado.
— Não brinque, Xena. Quero você ao meu lado.
Gabrielle se levantou muito séria.
— Acha que sobreviverei novamente sem você? Antes que qualquer coisa te atinja, pode ter certeza que me lançarei primeiro à frente para não suportar mais minha vida sem você! Uma ânfora vazia e sem propósito… Para quê?
— Não diga isso, Gabrielle! — Xena se levantou irritada. — Nada vai acontecer!
Os ânimos estavam alterados e sérios. Gabrielle por sentir o peso dos dez anos sem sua alma e Xena por saber que não poderia falhar. Não agora que tudo estava em seus lugares, que seu coração estava no lugar certo. Que sua certeza e sua felicidade dependia da felicidade de alguém que a amava mais que a própria vida. Xena se voltou para Gabrielle, que ainda se encontrava taciturna.
— Gabrielle confia em mim? – pôs as mãos em seus ombros e a olhou diretamente.
— Meu amor, minha alma. – Gabrielle a abraçou fortemente. – Eu confio em você, só que…
— Eu sei… Eu sei… — Acalentou Gabrielle em seus braços, beijou sua cabeça dourada e desalinhada pela brisa da manhã. — Vamos, já está na hora.
Gabrielle se desvencilhou de seu abraço sem olhá-la, sem falar mais nada e começou a arrumar as coisas para partirem.
— Ei! Não disse que partiria sem meu café da manhã!
Gabrielle a olhou de soslaio e sorriu.
— Está bem. Mas não vou caçar nada, pescar nada e nem catar ovos em nenhum lugar. Vá se contentando com queijo e carne seca que é a única coisa que temos. — Sorriu novamente, continuando sua tarefa de juntar as coisas do acampamento. Xena sorriu também com sua confiança renovada.
“Ela realmente é meu norte” — Pensou.
— Já sei, já sei… Enquanto você arruma, eu procuro frutas e depois comemos com queijo, antes de partirmos.



Notas:

Oi, pessoal!

Dessa vez não demorei muito. Estou conseguindo me ajeitar!

Um beijão a tod@s e boa leitura!!




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