Depois que o mestre-curandeiro saiu, elas decidiram esconder os pergaminhos. As plantas arquitetônicas do palácio na mão de algum inescrupuloso, poderiam ser fatais para qualquer uma delas.
— Vamos alertar os guardas. – Falou Cécis.
— O quê? Está louca! – Respondeu Dólias.
— Não. Vamos colocar as coisas na mão deles. Como assim, assassinos entram no meu quarto e a guarda não está de prontidão? Faremos uma algazarra, Dólias. Esta é a única forma de frear a ação de quem quer que seja.
— Entendo. Colocar o palácio em polvorosa e espalhar o ocorrido.
— Quem quiser me matar, terá mais cuidado daqui por diante. Os esquadrões que me escoltaram ainda estão em Alcaméria?
— Estão, mas isto é perigoso. Poderão confrontar o nosso pai. Ele vai se sentir acuado.
— É exatamente isto que eu quero.
Dólias balançou a cabeça negativamente. Ela conhecia a impulsividade da princesa herdeira e discordava da forma como agia. Não discutiu, mas queria ficar longe, quando tudo começasse a movimentar.
— Olha, Cécis, eu não concordo. Eu vou para o meu quarto e finjo que estava lá, quando tudo aconteceu. Faça o que quiser, mas acho que, o que quer fazer, piorará tudo. Diga que eu deixei Britta aqui, como guarda da porta, e que fui dormir, assim não acham inconsistências na sua história.
Dólias foi até a porta, abriu, olhou para o corredor e se esgueirou para fora. Não se importou com o que Cécis poderia falar e nem esperou qualquer reação. Mais uma vez, a atitude da irmã confundiu a princesa herdeira. Cécis estreitou os olhos, contrariada.
— Sabia que não poderia contar com ela. Pátiz, chame Ainerin e Caterina. Elas nos ajudarão.
Pátiz olhou para a princesa e parecia reticente. Tinha dado a palavra para Lady Fira que a protegeria até a morte, mesmo que dela mesma. Para a coronel, quanto mais gente envolvida, pior seria para controlar os acontecimentos.
— Se me permite, princesa, acho que se quer dar veracidade à situação, não deve contar a mais ninguém. Um segredo em que muitas pessoas estão envolvidas, passa a não ser mais um segredo. Por que colocar a vida de sua outra irmã em risco?
Cécis olhou para a guarda pessoal, pensando. A coronel tinha razão. Se algo saísse errado, saberia de quem desconfiar. Apenas ela, Pátiz, Dólias e o mestre-curandeiro sabiam o que havia ocorrido. Seriam menos pessoas para a princesa confrontar.
— Muito bem. Então vamos começar o espetáculo. Para todos os efeitos, Dólias já tinha se recolhido, você enfrentou os três com a minha ajuda que, mesmo fraca, alcancei a minha espada e matei um deles pelas costas. Depois de você matar os outros dois, viemos averiguar por onde os homens entraram, achando Britta, desacordada. Tudo bem, assim?
— Está ótimo. Digo também que verifiquei se Britta estava viva e a coloquei sobre a cama, cuidando de seu machucado.
— Perfeito.
****
Dois dias haviam se passado desde que a duquesa fora sequestrada. A porta do quarto em que Fira estava presa se abriu. A velha escrava trouxe seu jantar. Cárcera não retornou mais para vê-la e nem mandou que a levassem até ele. A mulher depositou na mesa o prato de madeira com a colher. A escrava entrava sempre acompanhada por um guarda, quando levava as refeições ou mesmo, para trocar a água de banho.
A mulher levara, outra vez, um vestido para que Fira trocasse de roupa, sendo recusado novamente pela duquesa. Não que Lady Líberiz não gostasse de vestidos, ela os apreciava, mas não naquela situação. Ela sabia o que Cárcera queria demonstrar com aquilo. Para ele, era uma forma de submissão, e ela não se dobraria.
Sentou-se para comer. Cárcera estava cumprindo o que dissera. Não a maltratara, naquele curto espaço de tempo em que ela era sua prisioneira. A comida era de boa qualidade, não lhe faltava água ou tratos para a higiene, mesmo que simples. Não sabia dos planos dele para incriminá-la, mas certamente estaria se empenhando para o que estivesse planejando, ocorresse o mais rápido possível.
Comeu o caldo de legumes e carne e, quando levantou ligeiramente o prato, para raspar o pouco de caldo que sobrara, viu algo embaixo. Olhou para a porta. Estava trancada e nenhum barulho vinha de fora. Levantou todo o prato e viu uma pequena mensagem dobrada. Pegou-a e escondeu dentro do cós da calça. Bateu na porta para avisar que havia acabado de comer. Um soldado entrou, empurrando-a e Fira caiu no chão sentada.
— Pare com isso, Pelas! O duque não quer nenhum arranhão nela. – Repreendeu o outro soldado.
— Ele é muito educado com essa vagabunda. Devia deixar a gente se divertir e ensinar onde é o lugar dela. – Retrucou.
Pegou o prato e viu Fira se levantar calada, mas o encarando. Se aproximou bruscamente, sendo segurado pelo outro homem.
— Você ainda vai arrumar confusão. Vamos embora e deixa-a!
O guarda se virou, saindo de rompante e puxando a porta com força. Quando Fira escutou a trava da porta cerrar pelo lado de fora, relaxou e foi até a sala de banho. Abriu a mensagem e sorriu ao ler as palavras. Lembrou da conversa que teve com Divinay, na cabana de pedras, quando a rebelde retornou de Kendara trazendo o recado de Heloise.
“ – Fira, tenho um outro recado. Tome cuidado com Dinamark. Ele atentará contra você.
— E você acha que eu não sei, Divinay.
— Não é só desconfiança, Fira. Eu sei por fontes seguras que ele a sequestrará, hoje ou amanhã. Levará você para Cárcera. O duque está arquitetando isto há tempos, mas parece que decidiu que era hora, pois não quer esperar para que Deomaz faça mais besteiras. Dinamark está com ele. Você tem que se proteger.
— Como sabe disso?
— Através de meus companheiros. Já falei que temos gente em todos os lugares e em Cárcera é onde temos mais aliados. O duque não trata muito bem seus vassalos.
— Você quer dizer escravos. Cárcera não tem vassalos. Tem colonos que explora e escravos, mesmo sendo contra a lei. O pior de tudo é que o rei e todo o resto sabem e fecham os olhos. Você está comigo, Divinay? Posso confiar minha vida a você?
— O que está pensando em fazer, Fira? – Divinay perguntou desconfiada
— Deixarei que me sequestrem. – Fira falou enfática. – Talvez seja a nossa hora de retrucar e nos livrar, de uma vez por todas, dele. Você contou isto a mais alguém?
— Não.
— Então pedirei a você que faça um sacrifício. Eu vou deixar Bert de sobreaviso. Contarei a ela que minha vida corre perigo e que não me questione. Sei que ela não falará nada e fará exatamente o que eu pedir. Deixarei com ela plantas detalhadas do Castelo de Cárcera para entregar a você.
— Como tem plantas do castelo de Cárcera?
— Isto é uma outra história que contarei, quando estiver segura. Se eu morrer, você se contentará com a curiosidade. – Sorriu da brincadeira. – Pegue estas plantas que deixarei com Bert, e leve para Heloise. Conte a história do meu sequestro. O conde Kendara certamente nos ajudará. Se achar que vale a pena falar com o Rélia, faça. Acredito que eles gostarão de derrubar Cárcera. Se você estiver junto no meu resgate, leve para mim um objeto que deixarei com Bert, para que ela dê a você.”
Naquele dia, Fira escreveu um pergaminho para ser entregue a Heloise e ao duque de Kendara, dizendo que, o que seria uma especulação dos espiões, tinha se concretizado. Deu algumas ideias para o resgate e para acabar com Cárcera de vez. Ela colocou a vida nas mãos de Divinay e de Kendara. Se estivesse errada, morreria de qualquer forma.
Fira retornou da lembrança e sorriu, ao ler novamente a mensagem. Divinay conseguira o apoio de Kendara e de outros ducados aliados. Pelo que estava escrito na mensagem, e a forma como entregaram a ela, o Rélia estaria junto. A velha senhora escrava não entregaria aquela mensagem, se não tivesse contato com alguém do grupo rebelde. Esperaria ansiosa para que a madrugada chegasse.
***
— Está dormindo como um anjo, meu irmão…
Cárcera acordou de súbito, mas seu movimento foi parado por Fira, com uma adaga em seu pescoço. Ela estava por cima dele, segurando firme, quase cortando a pele. Olhava-o diretamente. Cárcera podia ver o verde cintilante dos olhos dela, sob a luz bruxuleante da vela de um castiçal.
— Lembra dessa adaga? Ah, Desculpa! Você não consegue ver. Uma mulher está sobre você, quase lhe decapitando. – Falou displicente, contudo, o tom era pura ironia. – Pela vontade que tenho, mataria você com a adaga de minha mãe, do mesmo jeito que fez com ela. Só que você não merece morrer do mesmo jeito. Ela era uma mulher de fibra e honrada. Me contentarei em vê-lo pendurado diante de todos, sem qualquer pompa e com o nome desgraçado.
Fira se levantou rápido e, antes que ele pudesse reagir, foi cercado por vários guardas de cores diferentes. Barulhos de lutas começaram a ficar mais fortes, vindos da parte de fora do quarto e do castelo.
— O que…?
— O que quer saber?
Fira lhe perguntou, vendo-o ser segurado por vários homens.
— Quer saber o que está acontecendo dentro de seu castelo? Vou lhe contar. Isso se chama resgate de uma duquesa sequestrada. Eu acho que você está encrencado, Cárcera. Pelas leis de Alcaméria, sabe o que significa sequestrar uma duquesa? – Fira sorriu, sarcástica.
— Sua víbora vagabunda! Como eles entraram?!
— Você acha mesmo que nosso pai construiria um castelo para você e não ficaria com as plantas? Ele podia não se meter com você e deixar que vivesse sua vida, mas em momento algum achava que ficaria sossegado depois que ele morresse.
— Você é como meu pai! Víboras!
Cárcera começou a berrar, sendo carregado pelos soldados. O reboliço se acalmava. Uma mulher encapuzada se aproximou. Fira olhou em seus olhos.
— Você fica “quase” assustadora com esse lenço no rosto. – Falou para a mulher num tom baixo.
— Por favor, Fira, meus companheiros não podem desconfiar que você sabe quem eu sou. – Falou num sussurro.
Fira sorriu, mas se recompôs, quando viu um homem encapuzado se aproximar. Ele chegou encabulado e fez uma leve reverência para Fira, quando se dirigiu a ela.
— Milady, o comandante das tropas de Kendara pediu para que descesse até a praça. Escoltarão a senhora de volta a Líberiz.
— Já conseguiram conter toda a guarda do palácio?
— Sim. A guarda e o exército estão sob vigilância. Foram pegos desprevenidos. Com a nossa ação de invadir pelas passagens e abrir os portões para os exércitos de Kendara, Gerot e Moritz. Não houve resistência.
— Diga ao comandante que já descerei e… obrigada. – Fira sorriu em agradecimento.
— Foi um prazer, milady. – O rapaz se voltou para Divinay. – Não vem conosco?
— Já vou me encontrar com vocês. Acompanharei a duquesa para que ela desça em segurança.
O rapaz meneou a cabeça e voltou-se para sair. Quando estavam a sós, Divinay questionou Fira.
— Que história foi aquela de “meu irmão” e “nosso pai”? E por que disse “mataria você com a adaga de minha mãe, do mesmo jeito que fez com ela”?
— Uma longa história, Divinay. Assim como a história dos mapas deste castelo. Quando voltarmos, eu contarei a você. Agora vamos embora que este lugar me enoja.
******
Em Alcaméria, na madrugada do atentado de Cécis, ela não poupou esforços para chamar atenção da guarda e de todos que dormiam naquela ala. Berrou, ajudada por Pátiz que chamava os soldados do castelo, mais alto do que o necessário.
— O que está havendo aqui?!
O rei gritava para seus guardas e os serviçais, que se amontoavam no corredor do quarto de suas filhas.
— Está tudo sob controle, majestade! – Se prontificou o chefe da guarda.
— Não está nada sob controle! O que está acontecendo?
— É… é a princesa Cécis, majestade. Assassinos conseguiram entrar no palácio e…
— O que houve com minha irmã?! – Caterina perguntou alarmada.
A princesa Caterina chegara e se postara ao lado do pai, juntamente com a rainha. O pai olhava, sério, o tumulto do corredor. Não esperava tal tumulto, àquela hora da madrugada. A porta do quarto em frente se abriu e Dólias saiu sonolenta.
— Ei, o que está acontecendo aqui? Que confusão é essa? – Perguntou Dólias.
— Logo você a perguntar? Eu falei que se acontecesse alguma coisa com a minha irmã, eu mesma te acusaria de traição! Você será enforcada, Dólias! – Caterina acusou a irmã, furiosa.
— Alto lá! Eu nem sei o que está acontecendo. Estava em meu quarto dormindo!
— Muito conveniente! Você se colocou numa posição de cuidados com Cécis, assim que ela chegou. Nunca ligou para ela! Era você quem estava com ela durante a noite! – Acusou Caterina.
— Cécis melhorou da febre e eu vim dormir no meu quarto, por volta da meia-noite. Deixei Britta cuidando da porta!
— Certamente para facilitar o serviço…
— Vocês duas, calem-se! – Gritou o rei. – Conte o que aconteceu, chefe Hazel!
— A princesa Cécis saiu ao corredor gritando pela guarda.
— Então minha irmã está viva?
Perguntou Caterina, sendo repreendida com o olhar pelo pai.
— Sim. Parece que atacaram a coronel Britta. Ela está desacordada e com um corte na cabeça. Entraram no quarto da princesa Cécis, mas a coronel Pátiz conseguiu conter os assassinos. Eles estão mortos dentro do quarto.
O silêncio se fez entre todos, esperando as orientações do rei.
— E onde estava a guarda do corredor? Como eles entraram? Que segurança é essa, chefe Hazel? Homens conseguem entrar no palácio e atentar contra a vida da minha família facilmente?! Você terá que se explicar, chefe!
— Eles fizeram um barulho no andar de baixo e os guardas foram verificar, majestade! – Respondeu o chefe da guarda alarmado.
— Depois terá que dar conta dessa história. Onde está minha filha?
— Ela se mudou para aquele quarto. – Apontou a porta de um quarto de hóspedes. – Se trancou lá com a coronel Pátiz e não quis mais abrir a porta.
O rei foi até a porta e bateu. Pediu para que Cécis saísse para falar com ele. A princesa se recusou. Caterina se adiantou e tentou convencer a princesa.
— Deixa eu falar com você, Cécis.
— Não, Caterina. Vou descansar agora. Ainda não me encontro em condições. Mais tarde, quando estiver melhor, conversamos. – Cécis falou, sem abrir a porta.
— A guarda tem que investigar o que aconteceu…. Você tem que falar com eles! – Insistiu Caterina.
— Eu já falei com eles. Sofri três atentados nos últimos meses e dois deles, em menos de dois dias. O esporte de Alcaméria atual é “quem mata a princesa herdeira”. Não sairei!
Todos se entreolharam e por mais que tentassem evitar, vez ou outra, olhavam para o rei. Deomaz corou de raiva pela situação. Ele voltou pelo corredor, gritando.
— Investigue isso, chefe Hazel! Quero os responsáveis por esse atentado presos, ainda hoje! O restante de vocês, voltem para seus aposentos!
****
O rei andava de um lado para outro na sala do trono. Estava impaciente. Apesar de querer Cécis fora do caminho, ele não havia planejado nenhum atentado contra a filha. Não era idiota para mandar fazer tal ação. Sabia que os ducados se rebelariam.
— Eu não vou dar conta de nada! Quem são esses idiotas para me afrontarem deste jeito!
Deomaz gritava aos quatro ventos, se referindo ao Conselho de Alcaméria e aos ducados, que agora, tinham tropas acampadas nos arredores da cidadela. Dois dias tinham se passado, depois do terceiro atentado, e seus guardas não conseguiam descobrir quem tinha mandado matar a princesa herdeira.
— Calma, pai! Enquanto Cécis estiver aqui dentro, eles não farão nada!
— E você cale essa boca, Caterina! Por que fui dar ouvidos a você?! Eu não deveria ter mandado ela retornar de Líberiz. Lá ela estava segura. O que me importa se ela se casar com Cárcera ou com Ranaz? O ducado de Kendara é rico, talvez até mais que Cárcera.
— E manter as leis como estão?
— Eu vivi minha vida sob estas leis e não me incomoda em nada.
— Estamos falidos! Com escravos, poderemos nos recuperar. Pagar os serviçais nos onera.
— Estamos falidos porque vocês gastam demais e não por conta dos serviçais! Você mesma comprou terras em outros reinos que custaram uma fortuna! – O rei continuava a andar de um lado para o outro. – Eu não mandei matá-la e se eu for acusado, saiba que você e Cárcera irão juntos! Ou acha que não sei o que acontece entre vocês? Acha mesmo que sou um alienado, como todos pensam?
Caterina se espantou com o que o pai falou. – “Será que eu subestimei meu pai?” Não estava nos planos de Caterina que os assassinos não conseguissem matar Cécis e Dólias. Se livraria de três problemas juntos. As irmãs, que atrapalhavam a ascensão dela ao trono, e junto a elas, o pai. Tentou remediar.
— Do que está falando, pai? Eu não fiz nada!
— Eu estou falando dos seus encontros furtivos com Cárcera na casa de campo do ducado de Heidrun. Acha que não sei que o duque de Heidrun manifestou apoio a Cárcera? Eu sou o rei e Heidrun nunca deixou de me informar o que acontecia no ducado dele. Apesar de se alinhar com as ideias de Cárcera, ele sempre me foi leal. Além do que, eu vi que sumiram os mapas do palácio da biblioteca, e a única que tem autorização para entrar lá além de mim, é você. Meus guardas são a prova disso.
A raiva começou a corroer Caterina por dentro. Ela acreditava que conseguia manipular o pai, e agora, estava enrolada nas tramas com ele. Mas ele não escaparia. Ela não cairia sozinha. Apesar dele não ter articulado nada contra Cécis, ela sabia de seus podres anteriores.
— Se sabe tanto, meu pai, então trate de me ajudar com possíveis acusações. Se descobrirem que fui eu quem atentou contra Cécis, você também cairá. Tenho provas de que você matou suas duas esposas.
— Você está blefando! – O rei exclamou espantado.
— Não estou não, meu pai. Você me protege e eu não libero estas informações. Se acontecer algo comigo, minhas fontes permitirão que estas provas cheguem ao Conselho e aos ducados.
— Você está me ameaçando?!
— Não. Eu estou fazendo um acordo com você.
Caterina sorriu cínica e se virou para sair. O rei a acompanhou com o olhar. Ele nunca se importou com qualquer filha, além de Caterina. Ela conseguia tudo dele, desde a infância. Era quem mais se parecia com ele. Apesar de sempre manter distância, desde nova ela se atrevia a procurá-lo no quarto e ele permitiu que entrasse em sua vida.
A princesa sabia que não deveria falar muito com ele em público e entendeu isso desde cedo. Mantinham uma aparente distância. Tudo o que Cécis fazia, o rei sempre soube através dela e agora, via seu maior erro. Ensinou coisas demais a Caterina e estava colhendo o veneno da cobra que ele mesmo criou. Bateram à porta da biblioteca real.
— O que querem agora?! – Berrou. – Entre!
— Desculpe-me, majestade, mas é uma mensagem de Líberiz.
— Mais essa agora! O que essa mulher quer?
— Na verdade, a mensagem é para comunicar o sequestro da duquesa.
— Fira Líberiz foi sequestrada?! Eu não acredito nisso! Cárcera, seu traidor!
O rei estava cada vez mais descontrolado. Um sequestro da duquesa poderia ser facilmente ser colocado como uma ação dele.
— Majestade, ela foi sequestrada, mas já foi resgatada.
— O quê?
O mensageiro real estendeu a mensagem geral e a outra mensagem particular lacrada. O rei leu a primeira mensagem e depois abriu a lacrada, onde Fira Líberiz explicava o que ocorreu, relatando que já estava em alerta e que a ação aconteceu através de um de seus próprios condes. Pela vigia que o ducado de Líberiz mantinha sobre o nobre, quando ela foi sequestrada, as autoridades do ducado puderam atuar, pedindo ajuda a outros ducados para interceder juntamente no resgate. O conde Dinamark atuava em conjunto com Cárcera que foi preso na ação de resgate, contudo Dinamark se encontrava foragido.
Depois de ler a mensagem, o rei sorriu. Afinal, não precisou fazer nada para incriminar Cárcera e tirá-lo de seu encalço. Poderia semear entre os conselheiros do reino e os ducados, suspeitas sobre o duque ter atuado nas tentativas de assassinato de Cécis. Seria um a menos para se preocupar e agora, só precisava ver o que faria com Caterina.
Como assim???
Quantas surpresas!
Eu imaginava que Dinamark fosse trair Fira para tomar seu ducado, mas não pensava que ele estaria alinhando a Cárcera, que é irmão de Fira?! 🤯 e matou sua mãe!?
E Catarina não era a irmã cuidadosa? Que fingida!
Termino de ler esse capítulo aliviada por Fira ter sido resgatada graças a Divinay que a contou sobre o sequestro e com isso pode se preparar. Patis também merece ser citada, graças a ela Cecis não avisou a Catarina, e ainda na tentativa de proteger a irmã.
Capítulo maravilhoso!
Espero que esteja recuperada, Carol.
Beijos e se cuide.
Oi, Fabi!!!
Olha, chegar nessa parte de “revertério” de tudo, deu um nó. rsrs
Caterina nas sombras, sempre esteve com o pai. Ela foi a única que conseguiu se chegar ao pai misógino.
Quanto a Fira, o pai sempre a educou a lidar com as traições e agruras do governo, principalmente por ter sido traído pelo próprio filho. Ele amava a mãe de Fira, mesmo que ela tenha sido imposta a ele como esposa.
Enfim… muitos revezes a partir de agora. Dólias que o diga. rsrssrs
Obrigada, Fabi, pelo carinho de sempre.
Beijão!!!
Que isso Catarina é uma víbora Cecis e Fira sabem que é verdadeira Catarina.
Oi, Marta!!
Elas não sabem. rs Hoje postei e terá novidades nessa parte.
Obrigada pelo carinho de sempre, Marta!
Bom domingo e um abraço para você e os seus!
Mas gente, fui pega de surpresa na traição de Caterina! E Dólias ajudando, mesmo que por interesse em não ser a próxima vítima do papai, ajudou e acho que quando a coisa apertar ela ajuda de novo.
Imaginei que Fira tinha alguma carta na manga, já que ela estava relativamente tranquila, mas ela tem é um baralho inteiro!
Adoro ser surpreendida! Bom demais!
Bjão
Oi, Pregui! Que saudades de ti, menina!
Sei que gosta de surpresas e eu também. Para mim, é a melhor coisa que tem numa história. rsrs
Agora é saber como essa bagunça toda desenrola. he he he
Um beijão menina e Obrigada!
Carol, amei o capítulo!!
totalmente imprevisível.
o sequestro
Caterina e Dólias….
Até a relação do pai com Catarina….
Beijos
Acertei na Divinary 😁😁
Mas agora essa Caterina me surpreendeu, filha de uma égua mesmo…Vai morrer junto com o crápula do Cárcera de preferência enforcada.
Capítulos cada vez mais interessantes.
Parabéns Carol, se cuide e bjs
Sim, Você acertou! rrs
Na época que falou não podia dizer nada, senão perdia a graça. he he he
Em relação a Caterina, já estava na minha cabeça desde o início esse desfecho para ela. Muitas vezes a trairagem está do nosso lado e não percebemos. rs
Um bom domingo para você, Blackrose e espero que doste do que postei hoje.
Beijos