RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS

Oi, gente! Tudo bem? Como estão vendo, tirei um pedaço das minhas férias de julho para poder ver vários filmes lésbicos disponíveis no Telecine. Fizemos aquela degustação de 30 dias, e agora já no fim, entrou este longa. Eu estava bastante interessada em assistir há algum tempo, pois ganhou o melhor roteiro em Cannes e a Palma Queer, entre outros prêmios menores, além de diversas indicações, incluindo o Globo de Ouro.

É dirigido e roteirizado pela francesa Céline Sciamma, a mesma de Tomboy (de 2011). Eu li em uma reportagem que praticamente toda a equipe da produção do filme era composta de mulheres, e a ideia, segundo a diretora, era ter realmente um olhar feminino. Nas cenas, aparece um ou outro homem, e nenhum tem papel importante.

Bem, a sinopse do Instituto de Cinema é a seguinte: “Na trama, ambientada na França do século 18, acompanhamos Marienne (Noémie Merlant), uma jovem pintora que foi contratada para pintar o retrato de Héloïse (Adèle Haenel), de modo que a mãe desta leve o quadro a seu futuro marido, na Itália. Entretanto, Héloïse é contrária ao casamento, e não aceita posar para nenhum artista. Com isso, Marienne se passa por companheira de passeios durante o dia, enquanto de noite pinta o retrato de Heloïse através da memória”.

Não existe aquela paixão avassaladora à primeira vista. O romance entre as personagens é construído aos poucos, de maneira bastante delicada. Eu li uma crítica de um homem falando que a este filme falta a explosão da paixão como em Azul é a Cor mais Quente. Precisamos pensar em dois aspectos aqui: 1) O filme francês se passa na época do “amor romântico”, ou seja, uma realidade muito diferente dos dias atuais; 2) Não sei a opinião de vocês, no entanto as cenas de sexo em “Azul” são feitas para homens assistirem, mesmo porque, no original elas não existem daquela forma. Enfim, há pegação no longa em questão, sim, porém não é sexo explícito. Pessoalmente, preferi esta construção.

A fotografia é maravilhosa. A diretora trabalhou junto a um historiador de arte para que o universo fosse adequadamente construído. As cenas que mostram o mar têm uma paleta de cores belíssima. As atrizes mandam bem, o roteiro é consistente, bem amarrado e acontece de acordo com a realidade da ocasião, século 18.

Ou seja, vale a pena assistir! Além do Telecine, no Youtube o longa está disponível para locação por R$10,90 (valor em agosto/20).

Abaixo está o trailer:

Espero que tenham gostado da dica. Abraços a todas!

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