Dezembro de 1997, em algum lugar no meio da Serra da Borborema Potiguar.
— Eu vou matar vocês, seus desgraçados! Eu vou matar vocês! — ele berrou, balançando-se vigorosamente, a fim de acertar um chute em uma das figuras à frente.
Estava pendurado em um galho, atado pelas mãos. Tivera o casebre pobre e humilde invadido no meio da madrugada. O arrastaram da cama antes que tivesse tempo de alcançar a espingarda debaixo dela e, ali estava, pendurado a poucos centímetros do chão, banhado em suor e exalando o cheiro do medo. Contudo, não se poupava de jurar morte aos agressores.
Os dois sujeitos usavam máscaras e vestiam preto. Não trocaram palavras até aquele momento. O mais alto era puro músculos, ignorou o revólver .38 na cintura e puxou o facão que trazia ao lado deste..
— Por que estão fazendo isso? Por quê?!
Ele se mexeu, tentando chutar o sujeito outra vez.
— Olha, eu tenho dinheiro. Não é muito, mas podem levar! Só me deixem em paz. Por favor!
O mascarado menor, lançou um olhar para o companheiro e tomou o facão deste, enquanto retirava a máscara. Disse:
— Não há dinheiro, no mundo, que pague pelo seu crime.