24.

I

Carla olhou para as hélices do helicóptero ainda inanimadas. O piloto fazia os últimos preparativos para a partida. Enquanto isso, desfrutavam um pouco do ar frio da noite observando as poucas estrelas no céu com Diana ao seu lado.

— Você está leve — comentou a amiga.

— Isso é ruim?

Diana mordiscou o lábio em meio a um sorriso, o vento brincando com seus cabelos soltos.

— Pelo contrário, é maravilhoso. Sempre quis te ver assim, fora do leito.

— Não exagere.

— Não estou. Você só se permitia ser assim entre quatros paredes. Acho que vou gostar muito de conhecer esta sua nova versão.

As sobrancelhas loiras de Carla uniram-se momentaneamente em uma expressão pensativa que logo se suavizou. De fato, se sentia diferente.

— E agora, como vai ser? Vocês estão juntas? — Diana quis saber.

Desde que vira Carla sair do quarto de Carolina, não tirava aquelas perguntas da cabeça e não tinha tido oportunidade de conversar com ela na noite anterior nem durante o dia que se passou voando.

Após uma noite de dores e febre, Carla se dedicou a organizar sua partida. Queria estar longe daquela cidade o mais rápido possível. Mesmo tendo a garantia de Marcos de que não a incomodaria, não queria se dar ao luxo de relaxar enquanto ali permanecesse. Ele a tranquilizou, mas ela tinha muitos outros inimigos.

— Não exatamente.

— O que isso quer dizer?

Carla acariciou distraidamente a tipoia que prendia seu braço, sentindo-se revigorada pelo ar puro que respirava.

— Quer dizer eu ainda tenho um longo caminho a percorrer para chegar até o coração dela.

Diana fez um muxoxo e enfiou as mãos no bolso do cardigan que usava.

— Eita, cabecinha dura esta — deu-lhe um suave peteleco.  — A morena ali já te ama. Dá para ver em seus olhos sempre que te alcançam.

— Enquanto ela não disser isso, o objetivo da minha vida será conquistar o seu amor.

— Por que o amor gosta tanto de se complicar?! — Diana revirou os olhos, então dedicou-se a chutar pedrinhas, pensativa.

A risada de Carolina chamou sua atenção por alguns instantes, ela estava conversando com Maria, Tito e Júnior próximo a aeronave. Tinha o braço apoiado nos ombros de Maria e, esta, por sua vez, enlaçava sua cintura.

Admirando sua alegria, Carla não se conteve e também sorriu. Estava inundada por uma felicidade quase gritante desde que Carolina a procurou após o jantar, na noite anterior, e disse que iria com ela.

— Tem certeza? — questionou, um pouco descrente.

— Sim. Mas, antes gostaria que fosse sincera comigo.

Mesmo distante, Carla enxergou a dúvida em seu olhar.

— Quero saber se vai continuar com esta vida de crime.

— A minha resposta vai influenciar na sua decisão?

Carolina a fitou com seriedade e se recostou na madeira fria da porta do quarto. Dali mesmo, havia manifestado sua decisão um minuto antes. Carla já estava na cama. Sentia-se exausta após um dia cansativo organizando sua partida e repassando suas funções para Tito que ela havia indicado para Marcos como seu substituto, pois confiava nele e sabia de suas capacidades. Além disso, não havia tido o repouso que seus ferimentos necessitavam e ainda estava febril. Por isso, tinha se recolhido mais cedo e optou por deixar Carolina em paz para tomar sua decisão sem qualquer pressão.

— Para ser sincera, sim — admitiu a moça.

Carla estendeu a mão e Carolina abandonou a porta indo até ela, claudicante. Vez ou outra, fazia uma careta sentindo a dor se espalhar pela perna em movimento. Tomou a mão dela entre as suas e sentou na beirada da cama, o coração vibrando com o calor dos dedos que se entrelaçaram nos seus.

— Por que você fugiu do Marcos? — Carla questionou em um sussurro.

— Porque não queria viver em meio ao crime, embora não participasse dele diretamente.

A loira deixou um suspiro cansado escapar, seus olhos vagaram pelo quarto em meio a penumbra por alguns instantes, então voltaram a se fixar nela.

— Então, como posso querer ter você ao meu lado fazendo algo que a deixa infeliz? — ergueu a mão e lhe fez um carinho na bochecha, vendo o brilho dos seus olhos aumentar. — Mas, a verdadeira questão aqui é se você será capaz de viver ao lado de uma criminosa.

Carolina encarou as mãos que se apertavam carinhosas, percebendo que se encaixavam com perfeição assim como seus corpos quando faziam amor.

— Mesmo que mude de vida, ainda terei um passado sombrio e isso me seguirá até o meu último suspiro. Diga-me, você é capaz de olhar para mim todos os dias e não enxergar uma assassina sem alma, como disse certa vez?

Carla havia dado sua última cartada. Queria, desesperadamente, que Carolina aceitasse ir com ela, assim como, suas tentativas de conquista-la, mas precisava deixar claro o que isso significava para que não houvessem dúvidas ou arrependimentos na decisão tomada.

— Marcos concordou com minha partida e me esforcei, ao máximo, para obter a lista de aliados de Santiago para que ele pudesse dar cabo de seus inimigos, “nossos” inimigos. Não era só a pele dele que estava salvando com isso, era a minha também. Treze anos de crimes não irão desaparecer de uma hora para outra e é possível que alguém, dos muitos inimigos que fiz nessa estrada, um dia me encontre. Se isso acontecer e você estiver ao meu lado, como esteve na noite passada, pode acabar sendo arrastada para o olho do furacão outra vez — aumentou a pressão sobre a mão dela. — Eu te amo, Carol, mas depois que te convidei a ir comigo, me peguei pensando a respeito e gostaria que você também analisasse a situação antes de tomar sua decisão. Não posso obriga-la a compartilhar comigo um futuro duvidoso. Contudo, te faço uma promessa: Se vier, te darei não só o meu coração, mas a minha alma também.

Soltou o ar de seus pulmões sentindo o suor grudando suas roupas, a febre tinha aumentado e sentia-se deveras mal. Carolina percebeu seu estado, a fez deitar e prometeu velar seu sono até que a febre baixasse, enquanto pensava no assunto. Mas, a verdade era que já tinha refletido sobre tudo aquilo quando ela saiu da piscina após lhe contar seus planos.

Sua decisão não havia sido vazia ou impulsiva, era o que realmente desejava.

Uma hora depois, notou que a febre dela havia diminuído e, com um sorriso, a beijou com cuidado e carinho, dizendo:

— Vamos ver no que vai dar, então — e se afastou em direção a porta sem perceber o sorriso que se desenhou nos lábios de Carla que ainda não havia encontrado o sono, apesar da respiração regular.

Diana enlaçou o braço ao seu e apoiou a cabeça no ombro não machucado dela por alguns segundos, arrancando-a de seus pensamentos e lembranças dos últimos dias.

— Tenho a impressão de que não iremos mais nos ver — comentou em tom choroso.

Carla se afastou um pouco, mas não perderam o contato, pois suas mãos se entrelaçaram.

— Ficando pessimista, gata? — usou o mesmo tom provocador que ela costumava empregar.

Diana baixou a cabeça e Carla curvou-se um pouco a fim de encontrar seu olhar e surpreendeu-se ao vê-lo marejado. Só a tinha visto chorar uma vez. Na ocasião, ela lhe falara sobre a morte do pai e do amor que deixou para trás quando começou a trabalhar com Aquiles. Foram lágrimas que tocaram fundo em seu ser e, naquele dia, soube que havia encontrado em Diana uma alma semelhante à sua com uma história de vida trágica e marcante.

— Vem cá! — a puxou para um abraço carinhoso e sentiu suas lágrimas molharem seu ombro.

— Eu só tenho você! — a moça confessou entre soluços e Carla sentiu seu coração apertado de tanto carinho.

Tinham compartilhado muitas aventuras, muitos momentos de carinho e luxúria, mas acima de tudo, tinham encontrado um laço que nem a morte poderia desfazer. Diana ocupava um lugar muito especial em seu coração.

Ao longe, Carolina observou aquela cena sentindo o bichinho do ciúme a devorar e se aproximou devagar delas, respirando fundo algumas vezes para se acalmar. Em nenhum dos relacionamentos que teve, jamais se sentiu daquela forma. Ver Diana grudada a Carla daquele modo, lhe despertava um instinto quase assassino, mas se controlou.

Carla empurrou a amiga com ternura e enxugou suas lágrimas com as costas das mãos e Diana fez os mesmo com as lágrimas que deslizaram dos seus olhos azuis.

— Nunca te vi chorar — a ladra tentou rir e fungou um pouco recuperando parte de seu autocontrole.

— Só o faço em ocasiões especiais e diante de pessoas que amo — seu olhar deslizou até Carolina que havia parado ao seu lado, então retornou para ela. — Você poderia vir conosco — convidou e escorregou a mão em seus cabelos que o vento bagunçava.

Diana lhe dirigiu um sorriso agradecido, mas baixou a cabeça, balançando-a em sinal negativo.

— Não posso. Ainda não.

Carla concordou, entristecida. Sabia que ela não iria, pois seguia um código rígido. Havia contraído uma dívida por amor e a pagaria.

— Eu te entendo. Quando o seu contrato acabar, me procure — a puxou para outro abraço e viu Maria se aproximar. — Encontrará uma família cheia de saudades.

— Família?

Carla voltou a solta-la.

— Para alguém que se orgulha de ser tão esperta, às vezes, você dá umas mancadas. Quantas vezes terei de repetir que você não está sozinha?

Diana ensaiou um sorriso e seus olhos se apertaram graciosamente como se estivesse buscando a resposta para a pergunta em sua memória. Realmente, Carla repetiu aquela frase muitas vezes ao longo dos anos e até tinha jurado matar seu chefe porque ele ousou tentar lhe bater em sua frente.

O vento brincou com os fios dourados do cabelo de Carla, bagunçando-os com um pouco de charme. Suas íris azuis percorreram, lenta e prazerosamente, os rostos das três mulheres à sua frente e concluiu o que havia começado a dizer para Diana com voz ligeiramente embargada, uma vez que ainda não tinha se recuperado totalmente das lágrimas derramadas minutos antes.

— Vocês são a minha família — afirmou. — Não é preciso ter o mesmo sangue correndo nas veias para fazer parte de uma família. Demorei muito tempo para entender isso, mas agora que estamos aqui reunidas, quero deixar claro que é assim que as considero.

Os olhos castanhos de Diana brilharam com intensidade ao ouvir suas palavras. Era um ser solitário, havia muito sua família não existia mais e a saudade costumava lhe roubar o sono em noites de tempestade.  Mas, quando estava com Carla e Maria, a saudade era apenas uma lembrança de um tempo bom.

— Te amo, loira! — e a puxou para um beijo forte e sugado, mas também carinhoso que Carla não hesitou em corresponder ignorando Carolina que as fulminou com o olhar.

Com um risinho sapeca, Diana percebeu sua raiva ao soltar Carla que mirou a morena com um misto de satisfação e encantamento ao enxergar o reflexo de seus sentimentos em seu olhar.

— Ah, não fica assim, Carolzinha!

Carolina se adiantou com um dedo em riste, os lábios crispados de raiva.

— Não me chame de… — Diana a calou.

Capturou seus lábios com um beijo semelhante ao que deu em Carla e, surpresa, Carolina deixou que ela explorasse seus lábios com voracidade, correspondendo-a com a mesma vontade. Seu beijo era intenso e exigente, assim como o de Carla, mas não tinha amor. Era gostoso, mais nada e, aos poucos, se tornou gentil e carinhoso.

Quando Diana se afastou, tinha um sorriso safado nos lábios e Carolina estava vermelha de pura vergonha por tê-la correspondido tão facilmente. A raiva que sentia instantes antes, ficou esquecida no sabor de seus lábios. Nem reparou que Carla não pareceu se importar com o ocorrido.

— Pronto, ninguém fica com ciúmes! Tem Diana para todo mundo! — abriu os braços, dramática, e se voltou para Maria que ergueu as mãos, dizendo:

— Você é linda, eu te amo também, mas dispenso o beijo! — e o riso foi geral.

Carla poderia ter ficado com ciúmes, mas conhecendo o jeito despachado de Diana, sabia que ela estava se divertindo e retornava ao seu normal. Sabia que Carolina não gostava dela daquela forma e vice e versa, então não havia motivos para alimentar um sentimento tão traiçoeiro.

— Ui, esses beijos me deram um calor! Por favor, não esqueçam de me chamar quando quiserem um terceiro travesseiro na cama — sorriu com malícia.

— Vai sonhando! — Carla respondeu ainda rindo e retirou do bolso um cartão e o estendeu em sua direção. — Estou falando sério. Quando o seu contrato acabar, estaremos à sua espera.

Diana pegou o cartão e o analisou com seriedade, estava em branco. Sorriu, lembrando-se que fora ela quem ensinou aquele truque a Carla que continuou a falar em um tom mais baixo:

— Sentirei saudades, sua convencida!

Despedidas eram sempre dolorosas para Diana, mas depois das palavras de Carla, sabia que não demoraria muito para se reencontrarem. Então, entre beijinhos, abraços e piadinhas ela se foi pisando fundo no acelerador de seu carro, a janela aberta, os cabelos ao vento e um sorriso largo e traquina nos lábios.

— Ela é louca! — comentou Carolina, quando já não podiam mais divisar o brilho dos faróis ou ouvir o ronco do motor do veículo.

Carla aspirou o ar gelado da noite com prazer e deu de ombros.

— Mas beija bem, não é mesmo? — riu ao ver como Carolina ficou vermelha, então se afastou após lhe fazer um carinho na bochecha.

Tito a aguardava recostado ao carro, brincava com o medalhão que costumava usar no pescoço, girando-o entre os dedos com movimentos lentos. Júnior já se encontrava dentro do veículo, tamborilando os dedos no volante, enquanto cantarolava uma música antiga. Ela retirou do bolso traseiro de sua calça jeans dois envelopes amassados, um branco e um pardo, e os entregou a ele.

— Entregue isso para Lídia, por favor — apontou para o envelope branco. Não pretendia retornar aquela cidade, mas desejava deixar Lídia segura financeiramente para poder cuidar do pai, Inácio.

Recordou brevemente as noites que dormia no quartinho dos fundos da cafeteria e o carinho de Inácio. Não fosse ele, teria morrido de fome e frio antes de chegar aos quinze anos. Não o deixaria desamparado.

— O outro é para você.

Tito abriu o envelope pardo, franziu os lábios finos e deixou um estalar de sua língua ser ouvido. Havia surpresa em seu rosto.

— Obrigado — disse, envergonhado, após um longo minuto de silêncio. Acabara de descobrir que era o novo dono da casa dela.

— Eu é que agradeço por tudo, principalmente, por sua lealdade. Cuide-se e cuide bem do Marcos também.

Ele meneou a cabeça, apertando a mão dela e entrou no carro que avançou noite a dentro com velocidade moderada. Carla ergueu o rosto para o céu estrelado e sorriu, ouvindo o motor do helicóptero ser iniciado.

Acabava ali, um ciclo tortuoso de sua vida.

II

Pouco mais de uma hora após decolarem, Carolina percebeu que estavam pousando no meio de lugar nenhum. Carla saltou da aeronave, enquanto as hélices ainda giravam e fez com que ela e Maria a seguissem.

Carolina fez questão de levar a mochila que repousava em seu colo, mas Carla a tomou e a jogou no piso da aeronave, fazendo um gesto negativo com as mãos e a incentivando a se afastar. O piloto fez um sinal de positivo e decolou.

— Nossas coisas… — Carolina começou a falar, mas Carla deu-lhe as costas e deu uma volta em si mesma, procurando se situar em meio a escuridão quebrada apenas pela fraca luz que vinha do luar, sentindo-se terrivelmente nervosa pelo que estava prestes a acontecer. Contudo, sabia que havia tomado a decisão certa.

Que o destino se encarregasse do futuro.

— Onde estamos? — Maria questionou, mas Carla permaneceu em silêncio, remoendo suas preocupações.

Tomou o braço de Carolina e iniciou uma caminhada lenta para que ela pudesse lhe acompanhar facilmente. Resignada com seu silêncio, Maria as seguiu, dando de ombros. Iam devagar, ouvindo o farfalhar do mato alto sendo esmagado por seus pés e a sinfonia dos grilos. Aos poucos, Carolina conseguiu divisar uma luz ao longe.

Minutos depois, conseguia enxergar com perfeição uma casa. Era pequena, a luz da lua a atingia revelando paredes brancas e era rodeada por um alpendre de madeira. A porta estava aberta e havia alguém recostado a ela. A luz que vinha do interior da residência só permitia que soubesse, pelo porte físico e altura, que se tratava de um homem.

Carla estacou a menos de trinta metros da casa e, apesar da ausência de luz, Carolina julgou ter percebido uma breve indecisão em seu olhar.

— O que foi? — perguntou.

Carla se empertigou e a fitou com intensidade.

— Eu menti para você — confessou.

— Como assim?

Carla deixou uma fileira de dentes muito brancos à mostra em um sorriso irônico.

— Quando o fiz, acreditei que o que dizia era verdade.

— Do que está falando? — arqueou as sobrancelhas sentindo uma friozinho no estômago, temendo que ela dissesse que tinha se confundido quanto aos seus sentimentos.

— Você não imagina a felicidade que me deu ao decidir vir comigo e me dar uma chance — tocou-lhe a face carinhosamente e Carolina lhe sorriu com alívio. — Mas, te trouxe aqui por três razões.

Ela deu um passo atrás e quase esbarrou em Maria que ouvia a conversa atentamente com o cenho franzido.

— A primeira, é que só desejo a sua felicidade, nada é mais importante para mim.

Carolina ampliou o sorriso, cheia de carinho e a viu voltar o rosto para o céu por um instante.

— A segunda, é que preciso que pese seus sentimentos e os momentos que vivemos juntas e o que espera do futuro para nós. E, outra vez, tome uma decisão: ir comigo, me dando uma chance de conquistar seu amor ou procurar sua felicidade em outro lugar.

— Você está me confundindo. Já conversamos sobre isso — pousou a mão no ombro dela e Carla a tomou com carinho, lhe sorrindo um pouco triste, continuando em seguida:

— A última razão, é que não posso permitir que passe a vida inteira se culpando por algo que nem aconteceu.

Carolina a mirou confusa, enquanto Carla soltava sua mão e se voltava para a casa. O homem na porta deu um passo à frente sendo engolido pela escuridão em baixo do alpendre. Carolina acompanhou seu gesto.

— Não estou entendendo. Quem é aquele homem?

Como se tivesse ouvido a pergunta, o homem avançou na direção delas e Carolina ofegou, reconhecendo sob a luz prateada da lua o seu andar gingado, os ombros largos e o modo como seus passos arrastados ecoavam em contato com o terreno arenoso.

Ignorando a dor na coxa, ela correu para ele e o envolveu um abraço apertado e cheio de lágrimas, sentindo uma alegria desesperadora a dominar, enquanto a tristeza e raiva que sentiu de si mesma durante os últimos meses a abandonava.

Carla cruzou os braços e baixou a cabeça, sussurrando para o vento:

— É o seu Bento.



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