Entrevista Nay Rosário (Dama da Noite)

Entrevista Nay Rosário (Dama da Noite)
1) Olá, Nay! Agradecemos a oportunidade de entrevistar você para a nossa coluna “Dando força para nossas escritoras”. A primeira vez que você escreveu e divulgou na internet uma história sua, você utilizou seu nome Nay Rosário ou o seu pseudônimo “Dama da Noite”?

 

R: Eu que agradeço pelo convite. Sinto-me lisonjeada de ser entrevistada por uma das minhas autoras preferidas (tietagem literária rsrsrs). A minha primeira divulgação foi um poema no site Livre Arbítrio e foi com meu primeiro nome inteiro. Se não me engano foi o poema Olhos Magnéticos. Depois fiquei postando outros poemas e alguns contos, migrei pro Fator X de lá para o saudoso ABCLES, estou no Lettera e no Lesword.

 

“Ficou a observar sua beleza e sentiu seu coração descompassar. Flora sentiu uma presença e virou-se. Deparando-se com dois lindos olhos negros que a enfeitiçaram.”

                                                       (Escrito nas Estrelas)

 

2) Por que o pseudônimo Dama da Noite?

 

 

R: São vários os possíveis motivos. Podem ser por ser uma belíssima flor de hábitos exóticos e perfume embriagador ou talvez uma entidade oriunda da umbanda já que aprecio as religiões de matriz africana e brasileira. Mas em verdade foi por um sonho tão real e um conselho.

 

“Roxanne assumiu a postura masculina e sua função era fazer aquela dama submeter-se ao seu desejo que era ser ouvida. Os tocadores de acordeom que distraiam-se esperando que a chuva passasse, ao ver tal cena se desenvolver começaram a tocar um tango conhecido por alguns. Era a combinação para a sedução: tango, chuva e amor.”

                                               (Cassandra)

 

3) Quando você começou a escrever na internet foi difícil decidir postar a primeira história? Ficou ansiosa?

 

R: Fiquei ansiosa, nervosa, indecisa, agoniada e tudo mais que arianos em cólicas são. Quando comecei a lançar as postagens eu tinha e ainda tenho alguns contos escritos, mas preferia poemas. Acho que minha “vibe” não me permitia ousar mais. Depois de muita insistência e umas ideias que permearam meus sonhos decidi postar um conto e ver a reação das leitoras e de acordo com o feedback que elas me davam eu decidia se postava ou não.

 

“Ela saboreia um pedaço de forma tão provocante que sinto meus pelos eriçar-se quase que instantaneamente. “

                                                     (Entre Olhares Um Amor)

 

4) Você tem um blog que se chama Escritos da Noite (http://www.escritosnoite.blogspot.com.br). Ele surgiu assim que começou a escrever?

 

R: Não. Comecei a postar em meados de 2009 e criei o blog em 2011. Era para ser um blog pessoal porque minha ex-terapeuta recomendou que eu tivesse um diário. Não tinha paciência para escrever diários em caderninhos então criei um blog que poderia expor de tudo um pouco. Iniciou como diário pessoal, depois diário de viagens e por fim um blog literário.

 

“… Ouço sua voz pedindo para não deixa-la
Sinto sua mão sobre a minha em uma leve caricia…”

                                                       (A Adaga)

 

5) Você é uma leitora assídua? Costuma ler muito?

 

 

R: Aham! Muito assídua e pirei um pouquinho dias atrás porque fiquei sem internet e onde eu estava não tem computadores disponíveis para acompanhar algumas historias. Como toda leitora viciada tenho meus preferidos e meus arquivos confidencias criptografados. E embora as pessoas achem que nós, escritoras, não lemos nossos romances sou a prova contraria.

 

“Escrever, ler, cantar, pintar, andar, correr, nadar ou simplesmente olhar outra pessoa fazer tudo isso alivia a mente e a vida. Tornando-a divertida. Mas existe algo entre uma infinidade de “algos” que será sempre a lanterna que iluminará o fundo do poço, o bote salva vidas no meio do Pacifico quando pensares que o seu Titanic esta afundando e será o Beija-flor que pousará naquela margarida que fica em sua janela trazendo um riso espontâneo. Esse “algo” se esconde sob a denominação de amigo.”

                                     (Percepção de Uma Taça Em Relação ao Vinho)

 

6) Você lê qualquer tipo de estilo literário ou se restringe a literatura homoafetiva?

 

 

R: Qualquer tipo. Vou dos livros nacionais até alguns Best-sellers internacionais, principalmente romances policiais e suspense. Inclusive tenho uma pilha de livros em minha escrivaninha para ler. Aproveitando a oportunidade para dizer que aceito livros como presente de aniversario, páscoa, dia das crianças e natal. Rsrsrs (Brincadeira)

 

“Cada pessoa que passa em nossa vida nos ensina algo. A primeira namorada nos ensina as dores e delicias de um relacionamento lesbico. A primeira decepção também, mas como dizem decepção não mata, ensina a viver. “

                                         (A Preferida)

 

7) Já se deparou com alguma situação engraçada ou constrangedora por escrever literatura homoafetiva?

 

R: Muitas. Certa vez comentaram em uma das crônicas que fiz que eu estava descrevendo a vida amorosa dela. Outra disse que queria uma cena hot daquelas com pegada selvagem tipo “me joga na parede e me chama de lagartixa”. Tive uma crise de risos. Fora as pessoinhas que escreviam junto comigo, porque descobri que a historia que elas criavam era melhor que as minhas. Mas teve as situações “cabulosas” e a que realmente me deixou incomodada foi uma senhora me perguntando em um evento de família sobre o que eu escrevia e quando revelei os olhos etosos me investigavam “de cima a baixo”.

 

“Eu te amei. Amei-te demais. Amei-te intensamente e dolorosamente. Foi algo tão forte que tomou proporções inéditas, mas para meu bem físico e psicológico estou renunciando a esse sentimento. Tornou-se obcessão. Uma doença e preciso curar-me.”

                                     (Decisões Extremas)

 

8) Existe algum tema que tenha vontade de escrever, mas ainda não fez? Se sim, por quê?

 

 

R: Tenho alguns, mas o que eu precisava pautar já escrevo que é a secular briga entre cristão (evangélicos) e o Povo do Santo (Umbanda e candomblé) em Nossa Forma de Amar. Tento abordar nessa historia tudo o que vivenciei e vivencio e muito do que ouço por aqui. Mas a questão das moças transexuais que tem uma identidade psicológica masculina é bem interessante, mas requer muito estudo e por hora estou impossibilitada de me dedicar com mais afinco. Vem surpresas por aí, embora o tema já tenha sido abordado por algumas escritoras eu prometo inovar.

 

“Assim que sua mãe saiu do quarto, Luiza ficou pensativa a respeito do que sua mãe havia lhe dito. Será que é a casa dela? Que loucura isso a filha de um pastor apaixonada pela filha de uma mãe de santo. Apaixonada?! Será isso que sinto por ela? Sim, é paixão. Será que ela sente o mesmo? – Com esses pensamentos, adormeceu.”

                               (Nossa Forma de Amar)

 

9) Algo mudou na sua forma de escrever desde que começou?

 

 

R: Sim. Amadureci como pessoa e aprimorei minha escrita. Os antigos poemas ganharam outra roupagem e a autora também. Sem seguir “estilos de escrita” criei a minha forma de escrever e me sinto bem assim… por enquanto. Quando eu sentir que posso melhorar um pouquinho mais, vou lá e executo. Sem paranoias e perfeccionismos.

 

 

10) Qual o maior sonho da escritora “Dama da Noite”?

 

 

R: Um dia talvez quem sabe em um futuro um pouco distante publicar um livro mesclando alguns dos meus escritos.

 

 

11) Deixe um recado para as suas leitoras.

 

 

R: Bom… Na verdade não é um recado e sim um conselho. Há um tempo conversei com uma menina tímida e gentil que me disse ser fã de uns escritos meus e tinha alguns, mas não publicava porque uma “escritora do momento” tinha lido e achado uma “porcaria”. Se você escreve nem que seja “Batatinha quando nasce…” e tem o desejo de publicar, por mais feio que você ache, publique, divulgue. Não pare de escrever por causa de opiniões não muito positivas. E claro, continuem lendo meus escritos. Estou no Lesword, Lettera e no Escritos da Noite.

 

Obrigada a Carol (intimidade com a ídola) e a Rafa não só por colocar em circulação mais um site que visibilize nossa Literatura e por me convidar para fazer parte desse lindo projeto. Meu muitíssimo obrigada por essa honraria e estamos juntas pela causa.

 

 

Nós do Lesword é que agradecemos o imenso carinho e simpatia com que nos recebeu!

A Nay pode ser encontrada no seu blog http://www.escritosnoite.blogspot.com.br

Sua página também está lincada no nosso site. Basta clicar na coluna “Dando força para nossas Escritoras”, na página de abertura do site!

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