Caminhos em Dias de Luz
Texto: Carolina Bivard
Revisão: Nefer
Ilustração: Táttah Nascimento
Capítulo 6 – Desencontros e descobertas>
Laura, pouco antes de sair, seu telefone tocou; era Ronan.>>
— Alô!>>
— Como vai, senhorita Laura?>>
— Ronan! – ela o arreliou.>>
— Está bem, Laura. Não a chamo mais de senhorita.>>
— Ok! Respondendo à sua pergunta, estou bem. Mas você não me ligou só para perguntar como estou, não é?>>
— Não, Laura. É que seu pai tem me pressionado para saber onde está.>>
— Por isso que eu não falo. Se você não souber, não poderá ceder aos apelos dele.>>
— Eu entendo, mas, na realidade, estou te ligando, pois eu o escutei falar com Dr. Fausto que iria entrar em contato como diretor da empresa que você trabalha.>>
— Como assim? Eu não disse a ele onde eu trabalharia. Como ele pode entrar em contato com o meu diretor?>>
— Eu não sei, Laura. Foi só o que escutei…>>
— Droga!>>
— Sinto muito, Laura.>>
— Não tem problema, Ronan. (¨¨)>>
— Laura?>>
— Estou aqui. Só estou pensando, Ronan. Não se preocupe e… Obrigada por me avisar.>>
— Não há de que, Laura. Conte comigo para o que precisar.>>
— Eu contarei e, mais uma vez, obrigada.>>
Desligaram, mas essa informação a deixou abalada.>>
“Será que meu pai nunca vai me deixar viver em paz?”>>
Não gostou da notícia, mas não se deixaria abater.>>
Recostou-se um pouco para descansar e acabou pegando no sono. Acordou pouco mais de meia noite e, como seu hotel era próximo à boate, resolveu ir para lá. Antes, passou no próprio restaurante do hotel e comeu alguma coisa. Era mais ou menos uma e meia da madrugada quando chegou à boate e já estava cheia. >>
Havia muitas pessoas na porta, esperou para pegar a sua comanda e entrou se espremendo entre o público. Levou uma ou duas cantadas baratas e resolveu subir a escada para o mezanino que dava visão para a pista. Foi até o bar do mezanino e pediu um gim fizz. Tinha provado a bebida da morena na semana anterior e gostara. >>
Recostou-se no alambrado para ver quem dançava e quem estava sentado às mesas, mas a boate estava tão cheia que tinha dificuldade até de distinguir o rosto das pessoas. Ficou apreciando a bebida e continuou observando por muito tempo. Já começava a se irritar, pois não parava de pensar em Alesha e dispensava todas as garotas que a abordava. Desejava reencontrar a morena com todas as suas forças, todavia, já estava ficando tarde e começava a desanimar quando viu uma mulher alta e belíssima na pista de dança, praticamente deixando toda a mulherada ao seu redor em alvoroço.>>
“Ela está magnífica, sensual e… cercada de urubus! Que droga! O que você vai fazer agora, espertinha? Depois de ter deixado ela semana passada no “vácuo”, é bem provável que ela nem queira te ver”.>>
Laura se reprovava de seu comportamento no sábado anterior e agora não sabia como chegar na morena. Resolveu descer e se aproximar devagar para tentar ver a reação dela, ao vê-la. Quando terminou de descer a escada e a procurou na pista já não a avistou mais. >>
Circulou em torno da pista quando, de repente, viu Alesha beijando outra garota loira e empurrando-a para próximo à parede. Laura não pensou que ver aquela cena fosse abalá-la tanto. Sentiu uma vertigem e se escorou em uma mesa próxima.>>
“O que você pensou, Laura. Que ela estaria aqui por você”?>>
O pior foi ver Alesha falar algo no ouvido da mulher e sair com ela de mãos dadas. A noite havia acabado para Laura. Ao mesmo tempo em que sabia que havia deixado Alesha aquele dia sem maiores explicações, não parava de pensar que aquela conversa de ser reclusa poderia, muito bem, ser para impressioná-la.>>
“Se ela fosse essa mulher tão reclusa quanto dizia, por que mal esteve comigo e na semana seguinte já vai com outra pra cama”?>>
Laura saiu da boate com o coração apertado e disposta a se entregar ao trabalho. Sua primeira semana não fora nada boa e havia se metido em uma verdadeira guerra de sócios, entretanto, estava determinada a provar a sua competência. Era o melhor a fazer em sua vida no momento.>>
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Alesha entrou no hotel com a garota que estava toda sorridente e se pendurava no seu pescoço, querendo beijá-la insistentemente. Essa atitude já começou a desagradar Alesha. Elas não eram namoradas e, muito menos, estavam em uma boate ou motel para agirem assim. Alesha não tinha nenhum problema com a sua sexualidade, mas não gostava dessas atitudes nem em casais héteros. Troca de carinhos era uma coisa, exposição aberta era outra completamente diferente e sabia que ficaria por conta, se o atendente do hotel as tratasse com grosseria.>>
Ela empurrou delicadamente a menina, para que se afastasse e pudesse falar com o atendente.>>
— Gostaria de um quarto. Quanto é a diária?>>
— Desculpe-me, senhora, mas infelizmente não temos mais quartos vagos.>>
Agradeceu ao atendente. Ele havia sido discreto e muito profissional. Alesha começava a se irritar extremamente com a garota que continuava a se pendurar nela, puxando-a para beijos cada vez mais ousados. Pensava também, que ter saído com alguém, que nem o nome sabia, tinha sido uma péssima ideia. Ao ultrapassar a porta do hotel, esbarram com uma pessoa que estava entrando.>>
— Descul…>>
— Desculpa…>>
Falaram ao mesmo tempo e cruzaram os seus olhares. O azul profundo se perdeu no verde intenso, por alguns segundos. No entanto, Laura olhou a cena da garota loira pendurada em Alesha e seus olhos adquiriram uma tonalidade escura. Seu rosto transformou-se do róseo ao rubro em uma raiva incontida.>>
— Não tem problema.>>
Desvencilhou-se do casal, entrando no saguão, como um furacão.>>
— Laura!>>
Alesha queria ir atrás dela, sendo impedida pela loira que ela nem o nome sabia.>>
— Qual é, gata? Não tá me vendo aqui não, é?!>>
Num surto de ira, Alesha tirou as mãos que agarravam seu pescoço, rudemente.>>
— Garota! Seja lá o nome que você tenha, acho que já deu pra gente!>>
Virou-se, bruscamente, indo em direção à rua e pegando um táxi, deixando a loira de pé em frente à porta do hotel. A loira a excomungava, xingando-a de milhões de coisas, chamando a atenção dos poucos passantes que ainda estavam na rua àquela hora.>>
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Alesha chegou ao departamento cedo. Depois do que acontecera no dia da boate, ela resolveu ficar entre suas leituras e sua praia. Conseguiu relaxar um pouco, apesar de continuar pensando na situação que a envolvera com Laura. Não se achava errada, entretanto, sabia a impressão que aquela garota, agarrada ao seu pescoço, devia ter dado à pessoa que realmente povoava seus pensamentos. >>
Ficou, durante três dias, pensando se a procuraria no hotel, pois vira Laura pegar uma chave com o recepcionista e entrar no elevador, antes de dispensar a loira louca que ela havia “pego” literalmente na boate. Voltou ao hotel, três dias depois, para saber de Laura e descobriu que ela havia encerrado a conta um dia antes. Amaldiçoou-se. >>
Que oportunidade teria de vê-la novamente depois daquilo? Pelo menos, estava descansada do trabalho e agora via que ele podia ser levado com mais leveza, diante da realidade que caíra sobre ela durante aqueles dias. Estava só. Por opção, sim, mas estava só e queria encontrar alguém que pudesse partilhar coisas simples, coisas do dia a dia, dormir abraçada e acordar descabelada, achando aquilo, a coisa mais incrível do mundo. Estancou em seus pensamentos.>>
“Ah! Para com isso, Alesha! Tá querendo virar uma otária! Desde quando você tem esse tipo de coisa idiota dentro de você? Porque é uma “coisa”, e é idiota também! Se emenda. Vê se toma chá de realidade!”>>
— Bom dia! Nossa, as férias foram ótimas, pelo visto! Você está morenaça e ainda com uma cara de descansada que eu, há muito tempo, não via! “Tá” linda!>>
— Valeu, Naomi! Mas nem todas as coisas foram tão maravilhosas assim. Eu é que coloquei na cabeça que ia descansar e me acalmar um pouco.>>
— Não importa, você está ótima! E agora vou contar umas fofocas daqui, para você se atualizar. Aconteceu tanta coisa desde a sexta-feira que você saiu, que vou levar o dia todo para manter você em dia.>>
— Coisa boa ou ruim?>>
— Até agora ninguém sabe, mas eu acho que vai ser boa. O fato é que nosso chefinho anda todo preocupado e está até tratando a gente como gente!>>
— Eita! O que é que houve?>>
— Mudaram a chefia do jurídico. A diretora Amalie contratou outra pessoa para chefiar o jurídico. O Queiroz dançou. E a nova chefe de departamento já mandou a secretária que era do Queiroz embora e mais dois advogados, você sabe que a Zuleide era uma fofoqueira mesmo, mas não sabemos se foi por isso.>>
Naomi puxou o ar com força. Tinha perdido o fôlego porque tinha falado rápido demais.>>
— E aí? Agora que você cutucou, conta tudo!>>
Alesha gostou das novidades e ansiava por saber mais.>>
— “Pera”. Tô tomando fôlego. — Naomi riu. — A nova chefe pediu que enviasse para ela, diretamente, currículos de pessoas cadastradas aqui, para a função de secretária, entrevistou pessoalmente e depois escolheu sua nova secretária. Eu mesma fiz sua contratação.>>
— Nojenta?>>
— Com sinceridade, acho que não. Eu fui levar os currículos e ela me recebeu super bem. Educada e simpática. Mas me dispensou rápido, não deu para saber, realmente. Parece que o pessoal lá de cima está em polvorosa, pois ela colocou o Dr. Amino como seu assessor.>>
Alesha sorriu. Conhecia o Dr. Amino e, de todos do jurídico, era com quem mais simpatizava, além de achá-lo competente. Todavia percebia que o relegavam no departamento.>>
— Naomi, parece que as coisas estão começando a mudar…>>
— E você não sabe da missa a metade. Rolou o maior quebra-pau entre a Dona Amalie e o Serrão. Dizem que quem interferiu foi o Senhor Arrais.>>
— Como ela é?>>
Naomi sorriu.>>
— Qual é, Naomi? Só “tô” querendo saber para não esbarrar e não saber com quem eu estou falando.>>
— Sei… Ela já virou sua ídolo. O pior é que, na hora que você vê-la, vai cair de quatro. A mulher é “retada”, viu! Bonita mesmo.>>
— E desde quando você já me viu de quatro? Deixa de ser “futriqueira”, mulher! Ela é nova?>>
Alesha perguntou animada e rindo da própria troça. >>
— É. Não parece ter mais de vinte quatro anos, mas tem um currículo daqueles… O cadastro dela “tá” aqui, nem vi sua idade. O contrato dela foi feito direto no jurídico, mas enviaram o cadastro para cá para arquivar. Abre aí no seu pc.>>
Alesha se virou para abrir o seu computador e acessar o servidor no cadastro de pessoal.>>
— Qual o nome dela?>>
— Laura Archiligias.>>
Naomi olhou para Alesha com ar misterioso.>>
— Laura? — Elevou uma de suas sobrancelhas, olhando diretamente Naomi. — Archiligias?>>
O coração de Alesha disparou ao ouvir o nome que a atormentava todos os dias, martelando em sua mente desde que encontrara a loirinha na boate. Clicou na pasta “servidor” e depois na pasta de arquivos de pessoal. Procurou o nome falado por Naomi. Parecia uma eternidade para chegar ao arquivo desejado; por fim o arquivo da funcionária Laura Archiligias abriu e Alesha ficou branca.>>
— Eu não “tô” acreditando…>>
— Não tá acreditando no que?>>
— Ãh! Não… Nada. É só que a garota é nova mesmo… E Archiligias, você sabe…>>
— Não é tão nova assim, olha só a idade dela. Tem 27 anos. Pela foto, ela parece ser mais nova.>>
— É, mas mesmo assim 27 anos para lidar com esse monte de caras retrógrados e machistas deve estar sendo barra, viu! Além do que, o sobrenome dela sugere… Você não acha?>>
— É. Mas a garota tem peito e parece que tem bagagem também, olha só de onde ela vem e onde já trabalhou.>>
Alesha estava com os olhos vidrados na tela do computador e custava a acreditar que o cadastro que ela estava vendo à sua frente era da mesma garota com quem havia ficado, na boate, há duas semanas. A mesma garota em quem os seus pensamentos voavam e sempre paravam. Afinal descobrira seu nome, sua idade e seu…>>
“Peraí! Cadê o endereço e o telefone dela?”>>
Nota: Então pessoal, todos estão inteiros após o carnaval? Eu devo postar às quartas-feiras e eventualmente soltarei um capítulo extra, ok? Agora as coisas vão começar a esquentar mais com as nossa personagens. 😉 >
Beijos>
Carol!!
Voltei lembrei da estória…sinto que sofrerei muito!!!! ???
Laura tb viu…vai pensar o pior dela. N pensou q ela poderia tá reclusa e justamente aí saiu pra conhecer gente ou ficou triste..as pessoas julgam o outro c MT facilidade! Agora ela vai ter q rebolar bonito pq Laura n vai ceder fácil e eu vou sofrer..ainda bem q tenho vários capítulos! Rs.
Tô c certa dificuldade emocional pra ler, mas tentarei…
Q bom q seu papi tá bem!!Bjão no coração!
Você tem o dom de deixar a gente em polvorosa, ansiosa, puta pra saber o resto. E olha que nem sou de fofoca, mas… Aumenta os capítulos, dá uma folga pra imaginação da gente não correr tanto, por favor!
Oi, Ione!
Gostei de saber disso, pois é essa a minha intenção. rs Gosto de atiçar as curiosidade, porque senão, a história fica monótona. rs Vou tentar adiantar alguns, para soltar uns extras, mas não prometo que toda a semana será assim, tá!
Obrigadão pelo carinho e a presença sempre!
Um beijão para você!
Ficando melhor sempre!
Oi, Carla!
Que legal que tá gostando. Hoje saiu o novo capítulo. Espero que goste.
Um beijo grande!
Poste mais de uma vez na semana por favor. Rs.
Oi, Angela!
Então, está dando um trabalhinho para colocar os capítulos legais. Não prometo postar toda semana dois capítulos, mas vou tentar adiantar e quando der, solto uns caps extras, ok?
Brigadão e um beijão pra ti!
k k k
Mto bom…
Então Alesha achou q ia cair tudo de bandeja no colo dela?
Vai trabalhar um pouco pra ter mais informações… k k k
AMANDOOOOO…
Bjs
Não é mesmo, Nádia? Ela achava que iria ser assim, facinho? he he he
Valeu, menina! Um beijão pra você!