Caminhos em Dias de Luz>
Texto: Carolina Bivard>
Revisão: Nefer>
Ilustração: Táttah Nascimento>
Capítulo 24 – Homem, um animal traiçoeiro>
>Quando Archiligias chegou às docas, o carro do Serrão já estava estacionado. Saiu do carro e caminhou em direção ao pequeno escritório. Subiu as escadas e abriu a porta. Olhou para dentro e viu que o Serrão estava sentado em sua cadeira.>
— Por que isso agora, Archiligias? E por que você pediu que eu falasse para o Queiroz e os seguranças aguardarem, perto do contêiner? Não seria melhor irmos lá e acabarmos logo com isso?>
— Não, pois eu preciso muito falar com você.>
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Laura aguardava no carro há meia hora. Haviam chegado e estacionado o carro em uma ruela escura e deserta, transversal a rua das docas. Agentes da polícia federal e da Interpol, fortemente armados e com roupas camufladas, já se encontravam escondidos entre prédios abandonados e sobre telhados de galpões que cercavam o escritório das docas. >
Assim que chegaram, Lúcia, Konrad e Naomi colocaram coletes para se juntar ao grupo, mas deixaram um agente para fazer a segurança de Laura. Seu coração estava oprimido por não saber o que estava ocorrendo. Ouviu um estampido seco e quis sair em direção às docas. O agente a segurou, colocando sua mão sobre a boca de Laura para que ela não emitisse nenhum som.>
— Shhh! Você não pode ir lá. Vai dar tudo certo. — Sussurrou em seu ouvido, segurando-a contra o corpo, para que ela não corresse em direção ao tiro que acabavam de ouvir.>
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Quando escutou o tiro, vindo do escritório, Queiroz mandou os seus seguranças pegarem as mulheres no contêiner e correu em direção ao escritório. Archiligias já saía com a pistola em punho, apontando para o Queiroz. >
— Não seja idiota, Queiroz. Serrão não vale a sua vida!>
Queiroz parou estanque ao perceber que Archiligias atirara, mas seus seguranças já traziam as duas mulheres sob a mira de armas.>
— O que você fez? Elas não deveriam nos ver!>
— Já viram, Archiligias. Pelo visto, você vai ter que matar a todos nós. Serrão confiava plenamente em você, mas eu não. Sabia que atentaria contra nós. Gente demais sabendo, coisas demais acontecendo.>
Essa foi a dica para que um dos seguranças de Queiroz deixasse de mirar em Amalie e apontasse a arma para Archiligias. Nesse exato momento, Alesha vislumbrou um brilho refletido em cima do galpão próximo ao escritório. Em uma ação coordenada, proferiu uma cotovelada na arma do segurança que estava próximo à ela e se jogou por cima de Amalie, para que ela saísse da frente do outro homem.>
Vários tiros foram disparados e Alesha corria sustentando Amalie contra seu corpo para afastá-la da linha de tiro. Deixou Amalie protegida atrás do contêiner e tentou divisar o que havia acontecido, já empunhando sua arma. Homens com roupas de camuflagem apareciam por todos os lados. Viu o corpo de Queiroz e seus seguranças no chão, mas Archiligias não estava entre eles.>
Lúcia correu ao seu encontro.>
— Onde está Amalie?>
— Atrás do contêiner. Onde está Archiligias?>
— Quando você afastou Amalie da linha de tiro, pensamos que ele atiraria em Queiroz, mas ao invés disso, ele correu no sentido contrário, na direção dos galpões. Não se preocupe, vamos pegá-lo. Ele foi ferido e temos um contingente atrás dele.>
— Dê-me um colete, vou ajudar na busca. Tire Amalie daqui.>
— Eu mesma vou levá-la. Laura também está esperando lá fora.>
— Laura está aqui? Vocês estão loucos?!>
— Ela disse que não ficaria na empresa. Foi através dela que descobrimos o cativeiro. Era melhor tê-la sob os nossos olhos do que não saber o que ela estaria fazendo.>
— Ah, Lúcia! — Alesha grunhiu. — Agora o pai dela está aí fora e “puto” da vida com ela. Ou você acha que ele não ligará os pontos? Onde ela está?>
— Com Macedo, em meu carro, na rua transversal…>
Lúcia olhou para o lado em que Archiligias havia corrido.>
— Merda, Lúcia! >
Naomi já se aproximava com um colete na mão.>
— “Me dá” isso aqui, Naomi.>
Alesha pegou o colete da mão de Naomi.>
— Alguém tem alguma pistola?>
— Aqui. – Konrad deu sua Glock para Alesha. Ela correu, ao mesmo tempo em que colocava o colete. Saiu em direção à rua, todavia esgueirava-se sob as marquises para não ser vista. Reconheceu o carro de Lúcia, entretanto não conseguia ver nada do lado de dentro.>
Droga! Tem hora que essa “porra” de insulfilm é uma merda! – Pensou.>
Foi se aproximando devagar, cada vez mais se expondo. De repente, o vidro da frente se abriu e Alesha viu Laura com uma arma apontada para sua a cabeça.>
— Ela é sua filha, Archiligias! Como você pode fazer isso com ela?>
Alesha falava para ganhar tempo e se aproximar mais do carro. Empunhava a arma com as duas mãos.>
— Ela é uma traidora! Me traiu! Agora ela será minha passagem segura para sair daqui. Eu quero que você largue a arma no chão e empurre-a com o pé para longe.>
— Ela não te traiu, ela nem deveria saber as coisas que você já fez na vida. Será que nem isso você consegue enxergar?>
— Cala essa boca e faça o que eu mandei! — Archiligias urrou, ameaçando.>
— Está bem! Está bem! Calma! Vamos fazer uma troca. Eu vou com você e você a deixa livre. É o mínimo que você pode fazer como pai.>
Alesha falava abaixando-se, para colocar a pistola no chão.>
— Eu serei uma garantia maior de negociação para você. Onde está o agente que a acompanhava?>
— O otário já foi para o céu, ou quem sabe o inferno.>
— Alesha, eu vou com ele. Quem sabe a porcaria dessa história não acaba por aqui? Vá embora! “Me deixa” ir com ele.>
— Cala essa boca, Laura! Você não acha que já arrumou problemas suficientes para mim, não? Venha para cá, Alesha, entra no carro pelo lado do motorista. Talvez seja melhor te levar junto mesmo. Pelo menos, vou ter alguém de contato na polícia, para ter livre passagem até o meu heliporto.>
Alesha começou a se aproximar do carro, devagar. Olhou no fundo dos olhos de Laura onde via tristeza, decepção. Aqueles olhos translúcidos que ela amava estavam marejados, porém Alesha manteve-se firme nesse contato visual. Quando viu que Laura focou em seus olhos, baixou a visão para a maçaneta da porta do carro e retornou a olhá-la, intensamente. Laura estreitou os olhos, percebendo uma mensagem, mas ainda em dúvida. >
A agente circundou o veículo até chegar à porta do motorista. Viu que Archiligias estava no banco de trás ainda apontando a arma para a filha. Abriu a porta lentamente, para ter tempo de estudar a situação. Observou que Archiligias estava com o braço esquerdo sangrando e acabou recostando-se no banco, afastando a arma da cabeça de Laura. Seria agora ou nunca mais. Rezou para que Laura entendesse sua súplica muda. >
Num ínfimo segundo Alesha fitou Laura profundamente, enquanto entrava bem devagar no carro e direcionou seu olhar novamente à maçaneta. Laura puxou o trinco, empurrando todo o peso de seu corpo sobre a porta, jogando-se para fora.>
Archiligias reagiu, virando-se na direção da filha, porem a janela do seu lado estava fechada. Atirou contra o vidro, entretanto era à prova de balas, dando tempo de Alesha sacar a sua pequena arma escondida na cintura e acertar a mão do mafioso, fazendo com que a arma dele caísse no chão. Pulou, agilmente, sobre o banco, dando-lhe uma coronhada e desacordando-o. Em segundos, o carro foi cercado de policiais que o algemaram e o retiraram do veículo.>
Alesha saiu do carro, procurando por Laura. Encontrou-a do outro lado da rua, sendo amparada por Naomi e Amalie. Fitou seus olhos e encontrou uma profunda dor que espelhava sua alma.>
O que esse homem fez a essa menina?! Deus! Ninguém deveria passar ou viver o que ela viveu! Uma mulher maravilhosa, inteligente e de alma tão terna…>
Nota: Pode parecer o contrário, mas ainda não estamos seguros com relação a covid-19. #aindanãoestamosseguros #fiqueemcasa>
Uma semana linda para tod@s e um beijão!>
Show. Muita ação.
Obrigada, Carla! Eu gosto de ação. Acho que é minha pegada, junto com fantasia e ficção científica. rsrs.
Um beijão para você!
Ufaaaa! Tenso, mas esse pai da Laura, acho que ainda vai aprontar.?
Esse pai dela é mesmo daqueles que apronta na menor oportunidade, Blackrose!
Nem falarei nada. rsrs
Muito obrigada pelo carinho e ou próximo já, já entra no site!
Um beijão pra ti!
Uauuuu!!! Só espero que este lixo do pai de Laura não consiga fugir e atrapalhar a vida dela de novo! Essas duas tem que ser feliz com tanto amor entre elas!
Oiê!!
Muito bom!!!Alesha brocou!
Beijinhos
Oi, Lailicha!
Alesha é dessas! rsrs Mas se a lourinha não fosse inteligente e não entendesse o que Alesha queria, ela tava era ferrada! rsrs
Um beijão grande para você, Lailicha e obrigadão sempre pelo seu carinho!