Caçadora

18. Diana, Vanessa e Cristina (Final)

Diana contemplava o mar, completamente absorta em seus pensamentos.

Era início de noite e haveria um luau na praia, por isso, o vai e vem de pessoas preparando o local era constante. Alguns casais caminhavam ali perto, envoltos na intimidade que compartilhavam ou na alegria dos filhos com os quais brincavam.

Era um momento de paz, um lugar de paz.

Ela ouviu o ranger do portão de madeira, que separava os domínios da casa em que estavam hospedadas, da praia. Aquela era uma casa diferente da que ocuparam, enquanto se recuperava dos seus ferimentos, após a investida de Miles e Juan na casa do lago.

Aquela era a residência de Carla e Carolina. O local que escolheram para viver e constituir família.

A pousada localizada ao lado da residência, também pertencia ao casal. Era humilde, em comparação com os demais hotéis de sua propriedade, todavia era isso que a tornava tão querida para as duas.

Foi daquele lugar que Carla lhe falou muitos anos antes e foi para viver ali que a convidou quando encerrou sua carreira no crime organizado. Era para lá que Diana sonhava ir quando seu contrato com Aquiles chegasse ao fim e, agora que lá estava, sentia-se cansada e machucada demais para aproveitar a paz que lhe trazia.

Uma semana tinha se passado, desde a morte de Aquiles. Carla havia providenciado o retorno de Max e Beatriz para casa e forneceu uma desculpa convincente para o desaparecimento deles e, consequentemente, o de Vanessa e Cristina. Ela não se aprofundou muito nos detalhes de como fez e Diana não procurou saber. Afinal, sabia que com a quantia e contato certos, mentiras se tornavam verdades e verdades deixavam de existir.

Durante esse período, Diana se manteve alheia a todos. Passava a maior parte do dia na praia e só retornava ao fim da tarde. Evitava compartilhar as refeições com as amigas e companhia, recolhia-se cedo e ignorava qualquer tentativa de conversa por parte delas.

Nem teve forças para agradecer aos amigos pela ajuda, nem para discutir com Carla quando esta reclamou por ter levado Vanessa e Carolina, grávida, para uma situação de perigo.

A verdade era que pretendia ter somente a ajuda de Bento e Cristina. No entanto, Carolina foi muito enfática ao afirmar que ninguém sairia em uma missão de resgate sem a sua presença e Vanessa acabou insistindo em participar também.

No fim, ambas acabaram sendo de grande ajuda, pois serviram de isca para os homens de Gillian que, ao reconhecerem a professora, enquanto retornavam para o transporte, as seguiram e foram emboscados por Bento e Diana.

Por ser noite e pela forma como estavam vestidos, seria fácil assumir o lugar dos capangas de Gillian, desde que tomassem o cuidado de manter silêncio e permanecessem mascarados. Já Cristina, tinha o importante papel de assumir sua identidade e ela o desempenhou brilhantemente.

— Pretende se juntar a nós esta noite? — Carla parou ao seu lado, com uma expressão serena. Ainda possuía alguns hematomas na face, mas nada que afetasse sua beleza.

Diana percorreu a figura da amiga com um olhar aprovador, já que ela vestia apenas uma camiseta branca e short, exibindo a pele bronzeada. De fato, estava muito diferente da mulher que conheceu, cuja tez era sempre pálida, acentuando a cor dos cabelos e olhos claros, e, quase invariavelmente, se apresentava elegantemente vestida.

Quis lhe sorrir, mas algo a impediu. No entanto, aceitou a mão que ela lhe estendeu e encaixou-se em seu abraço, sedenta da paz que aquele abrigo sempre lhe oferecia.

— O que faria sem você? — Perguntou num sussurro, estranhando a própria voz que lhe saiu rouca e arranhou a garganta.

As mãos de Carla escorregaram entre os fios dos seus cabelos em uma carícia delicada.

— Você puxaria o gatilho. — Respondeu ela, compreendendo que falava do que aconteceu. — Teria seguido adiante, mas jamais voltaria a ser a mesma — concluiu com pesar.

— Eu queria, Carla. Queria muito. Mas puxar aquele gatilho era tão difícil, tão doloroso e alheio a mim.

O semblante da loira suavizou-se e parou de brincar com seus cabelos. Ela admirou as ondas, envolta no carinho que dedicava àquela mulher e no desejo de sempre protegê-la. Era provável que Diana nunca chegasse a ter a verdadeira noção do quanto era importante para ela.

— Como você consegue? — Diana indagou, trazendo sua atenção de volta para si. Era a primeira vez que pensava a respeito. Nunca lhe ocorreu perguntar à Carla como se sentia quando matava alguém.

Durante algum tempo, somente o som das ondas interrompeu o silêncio entre elas e já começava a achar que não receberia uma resposta, quando a amiga escorregou as mãos até sua cintura e falou:

— Já conheci homens que diziam sentir um poder incomparável ao terem a vida de alguém em suas mãos. Achavam-se deuses nessas ocasiões. Quando tirei uma vida, pela primeira vez, fiz para salvar a minha. Era jovem demais, na época, para assimilar a gravidade disso. Principalmente, porque naquele momento não consegui sentir nada. Não havia medo, ódio, dor ou culpa.

Exalou, revolvendo as lembranças do seu passado ligeiramente.

— Ao longo dos anos, acabei compreendendo que a morte é um destino inevitável. Para ser sincera, nunca pensei muito sobre isso. Pode ser assustador para você, Di, mas parei de me importar há muito tempo. Se eles morressem, eu continuaria viva.

A puxou mais para si, aumentando a pressão em volta de seu corpo e ergueu o olhar para a lua solitária no céu negro.

— Como disse para Aquiles, os fantasmas me perseguem. Eles não têm mais nomes, mas nunca esqueci seus rostos. Não queria isso para você.

Diana soluçou, voltando a se encaixar nos braços dela. Chorou, silenciosamente, molhando o ombro dela. Eram as primeiras lágrimas que derramava desde a manhã em que Aquiles morreu.

Os minutos se arrastaram, lentos, dentro daquele abraço.

— Você é… — Tentou afastar-se para fitá-la, mas Carla a apertou mais forte contra si.

— Eu sei. Você é o mesmo para mim. — A loira sapecou um beijo em sua cabeça, então a soltou lentamente.

Diana fungou um pouco, enquanto a amiga lhe sorria, enxugando suas lágrimas com as pontas dos dedos.

— Já é passado, Di. O que eu fui, o que você foi, é passado. Agora, você está livre.

— E o que faço com essa “liberdade”? — Riu em meio a um soluço.

— O que você quiser. Agora você tem as rédeas de seu destino nas mãos. Aproveite. Cresça. Crie. Viva.

— Te invejo, sabia? Você tem uma mulher incrível e está esperando uma criança. Depois de tudo pelo que passou, seria natural esperar que desse errado. Não me entenda mal, estou muito feliz por você. Sua vida mudou completamente. É perfeita!

Carla se afastou por completo. Fitava-a intensamente, então liberou um suspiro e deu um meio sorriso, os ombros ligeiramente caídos.

— Nada é perfeito, Diana. — Enfiou as mãos nos bolsos do short. — Gostaria de dizer que finais felizes realmente existem, contudo, a verdade é que eles não são completamente felizes.

Alguns segundos de silêncio recaíram sobre elas, todavia a loira voltou a falar com ar pensativo.

— Sou muito feliz com Carol e ela faz questão de afirmar que também se sente assim. Mas, apesar dessa felicidade, vivo meus dias me questionando se chegará o momento em que alguém irá me reconhecer e destruir tudo o que lutamos tanto para ter. Tenho medo o tempo todo, entretanto não deixo que ele dite a minha vida.

Diana afastou o olhar para as ondas.

— Mesmo assim, procuro me prevenir, estando sempre ciente do que se passa no mundo do crime. — Carla completou, voltando a endireitar os ombros.

Uma pequena fogueira ardia no meio de um círculo formado pelas cadeiras e postes que iluminavam a área do luau. Em um canto mais afastado, músicos começavam a afinar os instrumentos, enquanto os garçons preparavam uma mesa longa, dispondo o banquete para os hóspedes, que começavam a se espalhar pelo local.

Diana sempre enxergou a amiga como uma fortaleza e jamais lhe ocorreu que ela pudesse se sentir daquela forma.

— Vai ficar conosco? — A loira questionou, mudando de assunto. Parecia ansiosa pela resposta.

— Você gostaria?

— Você já sabe a resposta. Não brinque comigo.

Um risinho nervoso escapou de Diana. Ela balançou os ombros de um jeito quase infantil, antes de responder:

— Sonho com isso desde àquela noite, há três anos, quando me convidou para vir com vocês. Mas agora, me sinto sem chão. Entende? Quero ficar e, ao mesmo tempo, desejo fugir outra vez. Parece confuso?

A amiga riu, balançando os ombros. Diana nunca se cansava de vê-la rir. Era uma risada baixa e suave, acompanhada de um sorriso largo com dentes alvos e perfeitos que parecia iluminar tudo à sua volta.

— Não. Nem um pouco — Carla enlaçou o braço ao dela. — Me senti assim por um bom tempo. Estava tão acostumada a vida que tinha e a estar sempre olhando sobre o ombro à espera de algum perigo, que descobrir a calmaria de ser uma pessoa comum foi um pouco assustador e, às vezes, ainda é. Contudo, sei que você encontrará o seu equilíbrio, assim como encontrei o meu. Então, todos os anos que passou roubando, mentindo e fingindo ser outra pessoa, parecerão tão distantes quanto um sonho.

Diana se abrigou nos braços dela novamente, aspirando o perfume suave da sua pele.

— Obrigada por não me deixar sozinha — apertou-se a ela e, mesmo sem encará-la, soube que também chorava.

— Você nem imagina o quanto estou feliz por ter você comigo outra vez e, se depender de mim, nunca estará sozinha.

Permaneceram assim por algum tempo, abraçadas, compartilhando as lágrimas e ouvindo as ondas, enquanto o vento brincava com seus cabelos e lhes trazia o cheiro da fumaça da fogueira. Às vezes, o vento carregava fagulhas, que dançavam diante de seus olhos antes de desaparecerem.

— Há alguns anos, me desmancharia em ciúmes por vê-las assim — a voz de Carolina às alcançou e se separaram lentamente. Havia muito que as lágrimas secaram. — Hoje, só consigo me sentir feliz.

— Isso, sim, é um milagre! — Diana brincou, afastando seus fantasmas.

Carolina se aproximou devagar e enlaçou o braço da esposa, demorando-se ao beijar-lhe a face. Havia tanta paz naquele momento que Diana desejou imortalizá-lo.

— Então… — Um sorriso traquina lhe tomou os lábios. — Alguém vai me contar como foi que isso aconteceu? — Apontou para a barriga de Carolina. — Sempre te achei uma loira poderosa, mas isso!

Carla gargalhou.

— Noto que já está voltando ao seu normal. — Disse ela.

— Que pergunta mais descabida! — Carolina se queixou, porém não deixou de acompanhar o riso da esposa.

— Você é a metida a esperta. Adivinhe! — Carla provocou.

A ladra quase podia ver a criança feliz que aquele bebê seria. Apesar do passado negro, havia muito amor na amiga e sabia, apesar dela ter lhe confidenciado, muitos anos antes, que se achava incapaz de um dia ter e cuidar de uma criança, que ela seria uma mãe maravilhosa, assim como Carolina.

Ainda provocando as amigas, se aproximou de Carolina pousando a mão na barriga dela e conversando com o bebê:

— Não se preocupe, pequeno, as suas mamães são duas chatas, mas a tia Diana vai te salvar do tédio!

— Céus! Não quero nem imaginar o desastre que você deve ser com crianças! — Carolina brincou.

Foi a sua vez de Diana cair na risada. Já não se sentia sufocada. Recuperava a si mesma.

— Você vai se surpreender, então — Vanessa se aproximava, junto com Cristina.

Elas tinham aceitado o convite de Carla para permanecerem ali mais alguns dias, com a desculpa de que mereciam um descanso, após tantas emoções.

A realidade era que, por parte de Vanessa, o motivo de ficar era o desejo de que Diana saísse daquele torpor em que se deixou cair para que pudessem conversar sobre o futuro do seu relacionamento. No entanto, ela se sentia insegura sobre isso, principalmente, por ter Cristina ainda tão presente e enraizada em seu coração.

Não era fácil se desvencilhar do amor que lhe dedicava e sentia que jamais conseguiria esquecê-la completamente. Afinal, a moça tinha lhe tocado tão fundo quanto Diana, apesar do pouco tempo de namoro.

Durante aqueles dias de paz, se tornaram muito mais ligadas. De fato, abriram seus corações, revelaram seus segredos, desejos e medos. Conhecerem-se assim, tornava aquele fim ainda mais dolorido.

No entanto, Cristina estava decidida e não voltaria atrás na decisão que tomou. Seu coração não podia estar mais partido, contudo sentia-se satisfeita com a certeza de que Vanessa encontraria a felicidade merecida e sonhada ao lado de Diana. Só torcia para que a ladra não deixasse essa oportunidade se perder.

As duas se aproximaram devagar, pareciam um pouco desconcertadas. Os olhos estavam ligeiramente inchados, pois haviam acabado de se despedirem. Em algumas horas, Cristina partiria e era provável que não voltassem a se ver.

Vanessa limpou a garganta, e fixou-se no rosto de Carolina para fugir do olhar surpreso da ladra.

— Ela dava aulas.

Sorriu acanhada, diante da confusão que se instalou na face da nova amiga e explicou:

— De teatro. As crianças a adoravam.

— Não creio! — Carolina soltou, encarando a ladra que tinha se afastado e voltado a contemplar o mar em silêncio.

Diana sorriu, como se assistisse a cenas de seu passado nas ondas, então deu de ombros e balançou a cabeça um par de vezes.

— Você não achava que eu nasci já “batendo carteiras”, né?! — Piscou marota. — Eu fui uma pessoa comum. Tive sonhos, fiz planos…

Fitou Vanessa e concluiu:

— Cometi erros. Agora, resta saber se consigo voltar a ser essa mulher.

***

— Eu posso? — Vanessa apontou para a cadeira vazia ao lado de Diana.

Com um inclinar de cabeça, a ex-namorada lhe deu permissão para sentar e manteve seu olhar fixo na fogueira que, naquele momento, não passava de brasas.

Carolina arrastou-as para o luau, deixando claro que aquela era uma noite de festa. Pela primeira vez em muito tempo, Diana se permitiu sentir-se em paz consigo mesma. Riu, brincou e bebeu, como havia muito não fazia e não rejeitou nenhum convite para dançar.

Recuperava o fôlego e matava a sede com um coquetel. Tinha o rosto afogueado e a bebida começava a lhe subir à cabeça, todavia mantinha-se serena e com um sorriso pueril.

— Sei que não é o momento, mas gostaria de ter aquela conversa séria agora. — Vanessa falou.

A ex-ladra balançou a cabeça devagar. Fazia um gesto vago, deixando-a na dúvida se estava negando, afirmando ou, simplesmente, curtindo a música. De repente, ficou de pé e a puxou para si com um sorriso largo e olhar brincalhão.

— Você está bem? — Vanessa indagou, confusa.

Diana jogou a cabeça para trás em uma risada gostosa, suave e contagiante. Exalava um perfume levemente cítrico, que mexeu com seus sentidos.

— Estou ótima, Van! Não me sinto tão bem há muito tempo! — Começou a movimentar-se ao ritmo da música e Vanessa se deixou conduzir com prazer, inebriada com aquela alegria repentina, que a tomou depois de tantos dias de silêncio e afastamento.

— Você está bêbada! — Observou, e a viu sorrir de lado.

— Ainda não, mas quero ficar! — A fez rodopiar.

Era tarde e poucos hóspedes permaneciam em volta da fogueira. Os remanescentes, pelo que notaram, eram casais amigos das donas da pousada, com as quais travavam uma conversa animada sobre um passeio para mergulho no dia seguinte.

A pressão das mãos de Diana em sua cintura, eriçou os pelos de sua nuca. O corpo dela movimentando-se lentamente junto com o seu, lhe arrancou um suspiro prazeroso. Era um sonho. Contudo, também era estranho.

— Eu vou embora amanhã. — Contou.

O ritmo dos passos de Diana diminuiu, mas sua expressão ainda era leve, como se tivesse decidido não se permitir abalar por qualquer coisa.

— Tenho uma vida para a qual preciso voltar, Diana.

A ladra grudou-se mais a ela e seus rostos ficaram muito próximos. Seu hálito lhe acariciava a face suavemente. De repente, Diana interrompeu a dança e a abraçou forte e por um longo tempo. Por fim, ela disse:

— Desculpe, Van, é que me acostumei a tê-la por perto.

Aninhada ao ombro dela, Diana viu Cristina abandonar o grupo em que estava em companhia das amigas e caminhar em direção ao mar. As ondas tocavam os pés dela, que permaneceu no mesmo lugar, fitando o mar escuro e revolto.

Aspirou o perfume da pele morena, dizendo:

— Entendo se não quiser, mas eu gostaria de poder visitar você qualquer dia desses.

Vanessa enroscou os dedos em uma mecha de seus cabelos com um sorriso, mas não se afastou. Tê-la tão próxima sem que houvesse fel, lágrimas ou piadinhas em suas palavras lhe deixava feliz.

— Eu iria adorar. — Vanessa admitiu, então se afastou com um sorriso discreto. Suspirou, deslizando a mão pelos ombros dela. — Eu sei que temos muito a superar, mas eu ainda te amo, Diana. O tempo não apagou esse sentimento, acho que nunca apagará. Não amar você, é como não respirar. É impossível!

Acariciou seu rosto, tracejando os lábios convidativos e recordou uma das conversas longas e reveladoras que teve com Cristina, com um aperto no peito.

— Sei que você pensa que não é mulher para mim, que os seus pecados sempre estarão entre nós e não posso negar que eles realmente estarão, mas eu quero muito apagá-los. Quero extirpar toda a mágoa e as dores que nos causamos. — Começava a concordar com o ponto de vista da atual ex-namorada; o passado não poderia ser apagado, mas, também, não valia a pena ser remoído infinitamente.

Diana limpou a garganta para afastar a emoção que lhe tomava. Seus olhos estavam marejados e controlou-se para não chorar, nem beijá-la, como desejava. Seu olhar deslizou para longe dela e deparou-se com Cristina, ainda fitando o oceano.

Vanessa a imitou, deixando-se invadir pela mesma tristeza que a acompanhava desde que Cristina terminou o namoro. A princípio, tinha se sentido leve por já não estar “presa” a alguém, entretanto, não demorou para perceber que aquela “liberdade” também era dolorida.

Nos últimos dias, elas conversaram sobre inúmeras coisas; aproveitaram a companhia uma da outra; reprimiram gestos de carinho que eram comuns enquanto estiveram juntas; forçaram uma amizade que só as machucava porque não estavam preparadas para dizer adeus, de fato.

— Foi decisão dela… — revelou, emocionada.

A postura relaxada de Diana desapareceu, quando captou a tristeza nos olhos da morena e ela derramou-se em seu interior também.

— Terminaram. — Adivinhou, vendo-a balançar a cabeça afirmativamente.

A música tinha parado havia algum tempo e os músicos começavam a recolher seus instrumentos.

— Você a ama, Van.

A morena empertigou-se, avaliando a serenidade nos traços dela. Ainda segurava a mão de Diana e notou o tremor que a tomou, assim como o modo como os olhos dela se tornaram calorosos quando fitaram a moça diante das ondas.

— É impossível não amá-la, Diana. Ainda mais depois de tudo que vivemos nos últimos dias e das escolhas que fizemos. As duas me magoaram, mas como você disse, ambas me amam e eu correspondo a esses amores.

O vento levou o aroma dos fios grossos e cacheados dela para Diana, que tracejava sua face com o olhar, embebida naquela contemplação. Já tinha falado sobre seus sentimentos tantas vezes, mas as palavras não eram capazes de demonstrar a exata dimensão deles.

Imaginou que ouvir aquela resposta fosse lhe ferir, mas foi exatamente o contrário. Então, concluiu que Cristina era mesmo uma mulher especial.

Coçou o queixo, recordando as últimas semanas e todos os momentos que compartilhou com as duas. A admiração pela moça só cresceu à medida que a conhecia melhor. O amor que nutriam por Vanessa formava um laço forte entre elas, todavia não podia negar o fato de que Cristina também a atraía, principalmente depois do beijo que trocaram na casa do lago.

— Ficaria surpresa se eu dissesse que também a amo? — Sorriu, brejeira.

As sobrancelhas negras de Vanessa se arquearam e ela voltou a fitá-la. Parecia um pouco desnorteada com aquela declaração.

— Sim, ela me atrai, Van. Você já deveria saber disso depois daquele beijo. Apesar de como Carolina me chama, eu só distribuo beijos a quem me interessa. É certo que naquela ocasião eu só queria dissolver o mal-estar entre vocês, mas acabei caindo no meu próprio jogo. Sim, poderia me envolver romanticamente com Cristina. Creio que gostaria muito de tê-la por perto…

Ela riu, divertida com a expressão contrariada de Vanessa.

— Seu ciúme é uma graça, sabia?

— Juro que, às vezes, não consigo te entender, Diana!

Uma risada leve escapou dos lábios da ladra, outra vez. Deu de ombros, aspirando o ar puro da noite com prazer.

— Às vezes, nem eu mesma me entendo. Há poucas horas, estava imersa em uma confusão sentimental sem fim. Então, Carla conversou comigo, me falou sobre coisas que, tenho certeza, jamais expressou em voz alta para outra pessoa. E percebi que o medo não é exclusivamente meu. — Admirou os olhos verdes, pensativa. — Foi uma conversa reconfortante, me sinto leve.

Risadas lhes chegaram. O grupo que cercava o casal de amigas estava partindo. “Sozinhas”, elas aproveitaram o momento para um beijo carinhoso e uma conversa sussurrada, enquanto Maria, uma amiga querida delas e de Diana, dançava com um rapaz moreno e charmoso que havia apresentado como seu namorado. Não havia mais música, entretanto eles pareciam não se importar.

— Sabe, Van, quando digo que amo Cristina, estou afirmando que ela tem todo o meu carinho pelo amor que dedica a você, por ser capaz de um gesto tão doloroso e, ao mesmo tempo, tão bonito. De certo modo, não somos tão diferentes quanto ao que sentimos.

Vanessa compreendeu seu ponto de vista e seus lábios se delinearam em um sorriso triste. Estava feliz perto de Diana e triste por estar longe de Cristina.

A ladra a obrigou a retornar o olhar para si, pousando a mão em seu queixo.

— Ela é incrível, Van. Tem certeza de que quer perdê-la?

Vanessa suspirou, o olhar marejado.

— Não, eu não quero perdê-la, assim como não quero perder você. — Abraçou-a, admitindo a confusão emocional em que se encontrava e deixou-se beijar carinhosa e apaixonadamente.

Quando se separaram, Cristina não estava mais diante das ondas e as lágrimas ganharam liberdade, abandonando os olhos verdes da professora em busca do vazio além do queixo dela.

— Me dói vê-la dividida — Diana confessou, abraçando-a forte.

Queria tanto estar ao lado dela. Ansiava ter o seu final feliz, mas Vanessa não era mais completamente sua e jamais voltaria a ser. Lentamente, o espaço entre elas aumentou e permaneceram unidas por um suave aperto de mãos.

— Nunca achei que esse tipo de coisa fosse possível. — Vanessa enxugou as lágrimas. — Acreditava que um coração apaixonado só poderia ter um dono. No entanto, cá estou eu, louca de amor por duas mulheres e completamente devastada por isso. Nós passamos a última semana tentando forjar um laço de amizade. Ela me aconselhando a tomar as rédeas do meu amor por você e resolver nossa “situação”, enquanto você, antes disso, lutou para que continuássemos juntas.

Cruzou os braços, abandonando de vez o contato de Diana.

— Cristina tem razão, eu não a amo como amo você, mas, também, não te amo, como amo ela. E é por isso que não me sinto capaz de escolher uma das duas. Estarei sempre pela metade, então resolvi escolher somente a mim.

***

Um pouco ébria, Diana caminhou pela praia na semiescuridão. Vanessa tinha feito sua escolha e não se sentia magoada com isso, pois sempre achou que não podia nem merecia tê-la de volta, depois de tudo que fez e do quanto a magoou.

Estava triste, claro, porém havia resolvido aproveitar o pouco que ela estava disposta a lhe dar: amizade.

Depois de contar sua decisão, Vanessa se afastou com a desculpa de que precisava descansar um pouco, já que iria viajar na manhã seguinte. No entanto, Maria e Carolina a atraíram para uma conversa animada, junto às cinzas da fogueira.

Balançando a cabeça com um sorriso suave, Diana chutou a areia úmida e até deu alguns passos de dança. Apreciava a escuridão, pois sentia-se confortável nela. Resolveu sentar e depois deitar na areia, olhando para as estrelas e a lua.

Conversar com Carla a deixou mais tranquila, ainda assim, passou parte da noite ansiando respostas para as questões que lhe rondaram a mente naqueles dias de afastamento.

O que faria dali em diante?

Antes, tudo parecia claro como um dia ensolarado. Largaria o crime, passaria um tempo com as amigas e, talvez, abrisse um negócio para lhe ocupar, pois dinheiro era algo de que não necessitava. Agora, seus planos lhe pareciam inocentes e até estúpidos.

Será que conseguiria se readaptar a uma vida comum?

— Posso te fazer companhia?

Cristina parou à sua frente. Ela tinha visto Diana se aproximar, porém sua presença não fora notada, já que se abrigava atrás de um coqueiro. Estavam longe da fogueira e somente a luz do luar lhes permitia enxergar uma a outra.

Diana esticou o braço, ela tomou sua mão como apoio e sentou ao seu lado.

— O que está fazendo aqui? — Cristina indagou.

— Ouvindo o mar e conversando com a lua — Diana respondeu com tom arrastado. — Venha. Deite-se também. Vamos conversar com a lua juntas.

Riu gostoso, jogando um braço atrás da cabeça para apoiar-se.

Cristina a obedeceu e deitou, deixando escapar um gemido ao sentir a areia úmida em suas costas. Estavam muito próximas. Diana encaixou sua mão na dela com delicadeza e muito tempo se passou, enquanto admiravam o firmamento. Em certa altura, Cristina julgou que ela tivesse adormecido, mas quando fez menção de se afastar, a ouviu dizer:

— É um erro, Cristie.

Diana apertou a mão dela, e Cristina voltou a se acomodar ao seu lado.

— O que é um erro?

— Você deixá-la.

A ladra deitou de lado, apoiando a cabeça no braço e foi imitada pela outra. Ficaram de frente uma para a outra, compartilhando um silêncio estrado e reconfortante. Diana demorou-se a admirá-la, pensando em como a vida era engraçada. Tinha tudo para odiá-la, como a própria Cristina afirmou em outro momento, porém não conseguia.

A admirava e respeitava; ainda mais por saber quem era na verdade e a sua história com Carla, com Vanessa e consigo.

A luz da lua permitia que a distinguisse com perfeição. Escorregou uma mão por sua face, traçando caminhos imaginários e deixando um rastro de calor e Cristina cerrou os olhos por um momento, apreciando o carinho inesperado.

— Ela me contou que não estão mais juntas. — Diana falou.

Cristina voltou a mirar o céu, os olhos úmidos e um soluço sufocado na garganta. Teve um leve sobressalto quando Diana a empurrou devagar e aninhou-se ao seu corpo. Nada disse, mas o simples fato de sentir o calor dela e o carinho que lhe fazia na face, amainaram seu choro.

— Eu a amo tanto, Diana! Sei que ela também me ama, mas o que vocês têm é tão antigo e forte… — Fungou baixinho. — Ela nunca te esqueceu e não posso mais permanecer entre o que sentem e o futuro que podem ter juntas.

O conforto do calor do corpo dela se foi, quando Diana se afastou e apoiou-se em um braço para fitá-la melhor. As lágrimas de Cristina formavam um pequeno rio prateado em sua face ao serem atingidas pela luz do luar.

— Ela jamais vai me amar como te ama. — Continuou Cristina. — Jamais vai me olhar como olha para você.

— Espero que não! — Diana falou, erguendo o olhar por alguns segundos. Sorriu, então voltou a fitá-la. — Não é possível amar alguém da mesma forma que se ama outro. Nós somos mulheres diferentes, Cristina. Por que Vanessa teria de nos amar da mesma forma?

Recordou a conversa que teve com a morena, meia hora antes.

— Como eu queria te odiar! — Cristina declarou, depois de vários fungados e mais algumas lágrimas derramadas, porém sorria quando falou. — Só que é muito difícil fazer isso quando você age assim, sabia?

Uma gargalhada suave e encantadora escapou da ladra e ela jogou seu corpo sobre o de Cristina. Apoiava-se nos cotovelos, mirando-a gentilmente. Ergueu o olhar novamente, então voltou-se para encará-la. O rosto a poucos centímetros do seu.

— Lute! — Ela disse.

— O quê?

— Lute por ela, Cristie! Se a ama tanto quanto afirma, lute por seu amor.

Foi a vez de Cristina gargalhar. O peso do corpo dela sobre o seu era agradável, assim como o perfume de sua pele.

— Você é uma mulher muito estranha!

Ergueu a mão e afastou uma mecha dos cabelos castanhos dela, que o vento insistia em lhe atirar a face. Notou o quanto eram sedosos e agradáveis ao tato.

— Não sou, não! Apenas tenho um jeitinho diferente de enxergar as coisas. — Diana afirmou.

Cristina escorregou a mão até o ombro dela, tristonha.

— Acabo de lhe dizer que estou retirando meu time de campo, porque acredito que vocês merecem uma chance e, também, porque jamais me perdoaria se Vanessa ficasse comigo e passasse o resto da vida pensando em você. Acabaríamos infelizes e, consequentemente, nos odiando. E você quer lutar comigo pelo amor dela? Isso me parece estranho e até insano.

Diana deixou o corpo pesar um pouco mais sobre ela e poucos centímetros separavam seus rostos.

— Longe disso, Cristie. Na verdade, não quero que lute. O que eu desejo é que você não desista. Eu quero que você a deixe te amar do jeito que merece e “me” deixe te amar também.

Cristina mal teve tempo de processar o sentido daquela frase, pois Diana pousou seus lábios nos dela, com ternura. Sequer pensou em rejeitar aquela união e permitiu que a ladra, outra vez, explorasse sua boca. Contudo, ao contrário da primeira vez em que se beijaram, trocaram um beijo calmo e carinhoso.

Estavam se conhecendo, experimentando a serenidade de um beijo carregado de desejos e afetos.

A ladra se afastou mansamente e sentou-se com um sorrisinho sensual. Perturbada pela carícia dos lábios dela, Cristina a imitou e sentou-se com as pernas cruzadas e muito ereta.

— Você me confunde, Diana. — A fitava com um dedo a passear sobre os lábios ainda úmidos pelo beijo trocado. — O que quer dizer com isso?

Novamente, Diana afastou o olhar da sua figura. Mirava algo além dela, mas sorria enquanto respondia.

— Sabe, Cristie, me apaixonei por Vanessa no momento em que a vi. Éramos meninas, ainda descobrindo as nuances do amor. Era tudo tão novo, tão intenso, assustador e, ao mesmo tempo, maravilhoso. Sempre houve aquela batidinha descompassada em meu coração que me dizia que jamais deixaria de amá-la, não importava a distância e o tempo. — Seus olhos marejaram, contudo ainda sorria. — Sei que você sente o mesmo.

A moça inclinou a cabeça levemente, confirmando. Então, expulsou o ar dos pulmões, desalentada. Diana era mesmo uma figura confusa e, ao mesmo tempo, dona de uma personalidade assustadoramente atraente.

Ela inclinou-se na sua direção, dizendo:

— Sabia que você prende a respiração sempre que Vanessa se aproxima? — Seus rostos estavam muito próximos e compartilharam a carícia que seus hálitos faziam na face uma da outra. — Acho isso lindo.

O modo como ela sorriu, lhe deixou claro que ela estava sendo sincera. Diana inclinou-se um pouco para trás, apoiando as mãos na areia e se afastando e Cristina suspirou devagar, pensando no quanto lhe parecia difícil resistir a vontade de beijá-la outra vez.

Diana continuou:

— Vanessa jamais vai te olhar do jeito que me olha, como você afirmou, porque ela já te olha de uma maneira só sua. — Ergueu-se agilmente e lhe ofereceu as mãos, ajudando-a a fazer o mesmo. — Você prende a respiração, ela aperta as mãos sempre que te vê, assim como mordisca os lábios quando me vê.

— Ainda não entendi onde quer chegar com essa conversa saída do livro “O Corpo Fala”.

Diana tocou seu queixo, erguendo-o levemente. A ladra era ligeiramente mais alta, mas naquele momento se encontrava em uma pequena elevação formada pela areia.

— Cristie, você ama Vanessa. Eu amo Vanessa. Ela nos ama.

O gemido que Cristina liberou ao alcançar o sentido de suas palavras, foi abafado pelo som de uma onda forte.

— Está sugerindo que a gente a divida?! — Estava incrédula. — Ela não é um brinquedo, Diana! Não é um táxi ou um apartamento! Você é mesmo doida!

Deu um passo atrás, etada com a leveza da gargalhada dela.

— Não quero dividi-la, Cristie! Como afirmou, Vanessa não é um objeto.

Inspirou profundamente, o olhar pousando nela e escorregando para o vazio até se fixar em um ponto às suas costas, enquanto concluía:

— Estou pedindo a você e a ela, — Cristina se voltou para a direção que olhava e deparou-se com Vanessa a poucos metros das duas — que me amem e me permitam amá-las. Estou pedindo que sejamos um trio e não um ou outro casal. Estou pedindo para tentarmos ser felizes “juntas”.

Vanessa se aproximou. Tinha visto quando Diana se afastou da fogueira e resolveu procurá-la após algum tempo, desejando lhe dar um último abraço. Não imaginava encontrá-la com Cristina, imersa em uma conversa tão profunda, depois de ter-lhe dito o que desejava fazer. Mesmo assim, foi uma agradável surpresa ouvi-las falarem sobre o que sentiam.

Aceitou a mão que ela lhe oferecia, com receio. Tinha o coração descompassado. Diana era uma caixinha de surpresas.

— Van, assim como Cristina não quer tê-la dividida e você não quer estar incompleta, eu também não a quero assim. Quero você, quero vocês, quero “todas nós” felizes e completas!

Diana a beijou com cuidado e carinho, demorando-se um pouco para soltá-la, então surpreendeu Cristina ao puxá-la para outro beijo terno e rápido, então se afastou rumo à luz da fogueira ao longe, dizendo:

— Pensem nisso com carinho.

— Você é… — Cristina começou.

— …louca! — Vanessa completou, balançando a cabeça, incrédula. No entanto, sorria ao fazê-lo.

Era uma proposta arriscada, mas, para Diana, era a única forma de recuperar a mulher que amava desde os quinze anos. No tocante à Cristina, já se sentia ligada a ela de várias formas e, também, muito atraída, como deixou claro na conversa que tivera com Vanessa.

Se voltou, alguns passos adiante. Mal podiam enxergá-la naquela luminosidade, porém, sabiam que um sorriso cafajeste e debochado adornava seu belo rosto, enquanto dizia:

— Ser um pouco louca faz parte do meu charme! Além disso, adoro um terceiro travesseiro!

FIM


Opa, não saia da página ainda. Temos epílogo! 😉

Hehe… 



Notas:



O que achou deste história?

13 Respostas para 18. Diana, Vanessa e Cristina (Final)

  1. É incrível como vc é mestre na escrita. O livro prende muito pela história e reviravoltas…e não tem praticamente nenhuma cena de sexo hahaha. Quando a história é boa isso não importa, o clima é o que prende. Confesso que não curti o final a três mas isso é um detalhe! Parabéns !

  2. Olá autora!!! eu tive o prazer de ler essa historia em um site que nem existe mais…enfim a tempos, mas sempre tenho o maior prazer em reler…Diana, Carla, Carolina…é sempre um prazer reve-las..e pra falar a verdade, não consigo vislumbrar outro final para a historia de Diana..Você tem o poder de criar personagens que criam vida no nosso imaginario. Toda vez que leio uma historia sua, venho a falecer e morrer depois…rsrsrs…de desespero… por entender que tais personagens não são reais…rsrsrs…e olha, não é todo autor que consegue fazer isso comigo, dar tanta vida a um personagem, que quando acaba a historia, doi o coração em ter a certeza que o personagem …e só um personagem…rsrsrs…loucuras geminiana ..hahaha. A unica coisa que reclamo … e reclamo pouco…e que eu queria saber mais de Diana, Vanessa e cris…que tal um hot delas…chega a dar suador de pensar…que tal um epilogo do epilogo…rsrsrs, ai taria completo.

  3. Amei, devorei e vou ter saudades dessas meninas.
    Nao parei de ler ate ao final e que final maravilhoso voce concluiu.
    Me agarrou nesse romance❤️❤️❤️❤️

  4. Oiê,tudo bem?

    A estória foi muito boa!! Eu estava esperando esse final com ânsia, não poderia ser de outra forma, estariam incompletas,foi uma boa escolha!! Amei!

    Muita luz pra vc!

    • Oii, Lai!

      Obrigada! Admito que não era a minha intenção quando comecei a escrever essa história. Mas alguns personagens acabam ganhando vida dentro do texto e o seu caminho para o final se torna tão natural, que é quase impossível fazer diferente.
      [Divagando aqui, liga não. rs]

      Muito obrigada pela companhia e pelo comentário.

      Nos vemos em outras histórias!

      Beijos!

  5. Meus parabéns!
    Gostei muito da história, a delicadeza que você coloca mesmo nos momentos de maior tensão… Apreciei muito a alternativa para o final, o amor se expressa de várias formas, então porque não representá-las? Sou sua fã. Hahaha!
    E, como sempre, arrasa nas ilustrações!
    Estou feliz pelo novo projeto, mas, provavelmente só leia quando estiver finalizado. Gosto de iniciar a leitura e seguir livremente até o fim. Já iniciei histórias em andamento bem adiantadas, mas sempre cheguei ao capítulo de espera, então, mantive as esperas até a conclusão final dos trabalhos para ter uma leitura ininterrupta.
    Gosto de ver a criatividade das autoras e aprecio as obras como um todo, não costumo avaliar os capítulos separadamente.
    Muito sucesso! Beijos

    • Viviane, obrigada!

      Fico muito feliz com o teu comentário. Não se preocupa com “O Castelo do Abismo”, eu sou como você. Quero ler tudo e, muitas vezes, acabo esperando a autora terminar.

      Sou do tipo que vira a noite lendo e vai trabalhar no dia seguinte parecendo um zumbi! Haha…

      Te espero nas próximas histórias, ao seu tempo. 😉

      Beijos!

  6. Olá! Tudo bem?

    O que eu posso dizer? Ma-ra-vi-lho-as-men-te perfeita a sua história, em gênero, número e grau. Perfeita, inclusive o final com as três juntas – não que eu não aceite o poliamor, mas é uma relação complicada em todos os sentidos, enfim… -, na literatura pode.
    Esperando ansiosamente pelo novo conto, ainda mais sendo no universo de ‘A Ordem’. Com certeza, não me decepcionarei.

    É isso!

    Post Scriptum:

    O
    sobressalto
    em todos os pássaros soando.
    Ouve! os tênues degraus do canto
    e ao alto:
    sus
    penso
    sustém-se
    o desejo e o coração mais intenso
    vence o (no espaço imenso)
    silêncio:
    da luz.

    Rainer Maria Rilke

    • Kasvattaja,

      Não nego, penso exatamente como a Carol. Uma já me basta! Haha! Só que, enquanto escrevia esse texto, a ideia da Diana ficar com as duas ficou martelando na minha cabeça. [Meio louca aqui, mas é verdade].

      Ela é um personagem livre em muitos sentidos e, se realmente existisse, não tenho a menor dúvida de que poderia lidar muito bem com um relacionamento assim.

      Muito obrigada pela companhia até aqui.

      Beijão!

  7. Lindo, lindo, lindo…

    Perfeito o epilogo, Carol se mostrando curiosa,
    foi tudoooo…
    Arrasou no romance, amo Diana e sua loucuras, a
    amizade dela e Carla é um balsamo na vida delas.

    Well… q venha logo dia 2 de setembro, uma história
    do universo da A Ordem, um sonho q não me permiti sonhar.

    E, elas são lindas, que gif maravilhoso, parabéns.

    ? ?

    • Como a Maria costumava pensar, lá em “Crimes do Amor”, Carla e Diana têm uma alma bastante semelhante. Acho até que essas duas são gêmeas! kkk… Só que a Diana ficou com a parte mais alegre.

      Valeu pela companhia até aqui, Nádia!

      Beijo grande!

  8. Será que eu ainda preciso dizer que amei a volta de Diana?!

    Eu quero é 1000 temporadas com elas, ainda mais que sei que vem Carol e Carla de quebra! hahaha

    Bjão

    Ah, graças à Deus que vc não consegue ficar longe, a gente agradece e muito! E que venha 2 de setembro! 😉

    Ah, amei que a ilustração!

    • Hahaha…

      1000 temporada é muito, Preguicella. Mas devo ter uma ou duas ideias que contém a presença delas. Hehe… Se irão ganhar forma e virarem um texto, não posso garantir.

      Obrigada pela companhia e pelos comentários divertidos!

      Um beijão!

Deixe uma resposta

© 2015- 2020 Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a expressa autorização do autor.